A Casa de Portugal em Macau organiza este Domingo, por intermédio da sua Escola de Artes e Ofícios, um torneio de "Paintball", uma espécie de jogo de guerra entre pessoas de carne e osso, sem o desagradável desfecho que esse tipo de coisas normalmente implica: perda de vidas humanas. Portanto nada disso, é tudo a brincar; as armas, que parecem bem reais e são todas XPTO, como vemos nos filmes de guerra, acção ou policiais, disparam cartuchos de tinta, e uma vez que um concorrente é atingido, fica de fora da competição, vencendo o "Last Man Standing", que é como quem diz, aquele que sair deste tiroteio "limpinho", sem qualquer mancha de tinta. Para garantir que não há batota - ou que há o menos possível - existe um árbitro, que fica encarregado de expulsar quem tenha sido atingido pelas balas de tinta, que a organização garantem ser "indolores e não tóxicas".
A actividade realiza-se este Domingo pelas 9:30 da manhã em Coloane, por detrás do Largo General Ramalho Eanes, junto à vila, numas instalações cedidas pela Associação "Flying Eagles". Para ir lá ter é só apanhar o autocarro nº 50, e sair na última paragem - isto para quem não se quiser lá dirigir pelos próprios meios. No cartaz em cima lê-se que a data programada era 4 de Maio, portanto não sei se esta se trata de uma segunda iniciativa, ou se a primeira foi adiada por algum motivo. Garantindamente este Domingo vai haver "Paintball", como nos assegurou o monitor André Chaves, convidado esta tarde do programa "Rua das Mariazinhas" desta tarde, na Rádio Macau.
Este tipo de diversão não é nova, e como referiu o radialista Hélder Fernando no mesmo programa "nos Estados Unidos tem mais adeptos que o próprio surf". Sim, é muito possível, uma vez que é bastante mais fácil de organizar e não depende dos caprichos da natureza. Em Macau já houveram iniciativas do mesmo tipo, mas sempre partindo de grupos de indivíduos que adquiriam o seu próprio equipamento e organizavam os "combates" entre si. Tinha um colega que numa dessas brincadeiras foi atingido num olho, e precisou mesmo de ser operado à córnea, mas o André Chaves garante que o evento que monitoriza é "completamente seguro", e que não só distrai e promove o convívio e a camaradagem entre amigos, como também acaba por ser uma actividade desportiva saudável, que requer agilidade e destreza - o André é conhecido na nossa comunidade como sendo um "personal trainer" de "fitness", portanto "oh yeah, alright, c'mon". Estejam em forma e vão-se deitar cedo no Sábado.
As inscrições podem ser feitas na Casa de Portugal até este Sábado - e quem estiver mesmo interessado despache-se, pois há um limite de 40 inscritos - e custa 300 patacas por pessoas, ou "500 por casal". Este último ponto deu origem a uma discussão absurda sobre "o que é um casal", e se duas pessoas, independentemente do género, podem ser consideradas um "casal". André Chavs ainda tentou "atirar a bola para canto", explicando que com esta promoção estariam a incentivar as senhoras à participação no evento, que é, como se pode depreender da sua natureza belicista, predominantemente masculino. Mas isto nem seria necessário, pois por "casal", e qualquer dicionário comprova o que vou dizer agora, entende-se um homem e uma mulher. Se estivermos a falar de cágados ou de piriquitos, um macho e uma fêmea. E isto sem qualquer desprezo para o universo LGBT, entenda-se, pois "casal" implica um de cada género, e nem precisam de ser casados. Podem ser até irmãos: "Quantos filhos tenho? Dois, um casal", e isto toda a gente entende. Meio atrapalhado com a situação, o monitor deixou aberta a porta a "todos os tipos de casais" (como se existisse mais que um tipo, enfim), desde que "comprovem que são um casal". Ora essa, quer dizer, se duas pessoas quiserem participar juntas e economizar cem paus, têm que trazer uma certidão de casamento ou quê? Ou será que basta uma demonstração física da afeição um pelo outro? É que assim, não vai haver muitos interessados. Qualquer dia com esta obsessão do "politicamente correcto", não há actividade que resista...
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