segunda-feira, 30 de novembro de 2015

O homem que mordeu a dona do Farrusco



Estarão todos certamente recordados deste incidente, este Verão, em que o país se indignou com uma alegada tradição realizada anualmente na aldeia de Mourão, concelho de Vila Flor, distrito de Bragança, que consistia na queima de um gato. Recordam-se? Claro que não! Aquilo foi o Woodstock do insulto, da boçalidade, do provincianismo e do disparate, e depois passou.Nem a isso chegou, sequer. Foi só mais uma etapa dos festivais de Verão deste ano.


Velha do caralho a arder..."atrazada" mental...site de putas...ameaças de morte, assédio, violência, ah! Vaca na cadeia! De todos o mais sensato - deve ser o supra-sumo da educação e do civismo nacionais, aquele...nome esquisito, o segundo a contar de baixo. De facto convém entender o que está aqui em causa: o crime de maus tratos a animais. Mas isso parecia não ser suficiente, pois a indignação pelo acto cometido por aquelas pessoas daquela aldeia que nunca ninguém tinha ouvido falar até então, transformou do dia para a noite um país de brandos costumes num covil de assassinos vingativos com sede de justiça, num estado de ebulição tal, que era até permitido "temperar" os factos de modo aliciar mais apoiantes para o linchamento dos aldeões de Mourão. Sim, linchamento, para não lhe chamar coisas piores. Aqueles comentários ali em cima são um doce comparado com centenas de outros que vi sobre a notícia, e não era para menos.


Aqui está. Não vou voltar a ter esta discussão porque ficou eventualmente estabelecido que eu tinha razão: este título, "gato queimado vivo", dá a entender que o gato morreu - estava VIVO, foi queimado, deduz-se que morreu. Quando nos queimamos numa mão dizemos "queimei-me" ou "fiquei queimado", e não "fui queimado vivo", pois se antes estava e agora continua vivo - como foi  o caso do gato - torna-se desnecessário fazer essa referência, pois está implícita, certo? Óptimo. Além disso, e se olharmos para a notícia ali no Público, que é idêntica a de muitas outras publicações da imprensa portuguesa que deram dela conta, não nos é dada uma única pista de que o gato sobreviveu - "queima do gato", "gato a arder", dá tudo a entender que o bichano virou cinza. E quem ia duvidar? Não existia uma única imagem do animal após ter sido submetido à tradição, e o vídeo que tinha andado a circular nas redes sociais não era esclarecedor quanto à sua integridade felina. Lá existir, existia, de facto houve uma imagem aterradora, engendrada por alguém mal intencionado, e que mostrava um gato que não aquele exibindo queimaduras graves, e que andou a ser divulgada como sendo autêntica. Ah, querem ver?


O resto é conversa, salvo seja, pois aqui a conversa é outra. Aquela imagem é falsa, lógico, e eu teria vergonha de recorrer a esta baixeza para convencer seja quem for, do...do quê? De que é legítimo juntar-me à turba ululante como aquela que vimos em cima, que usa obscenidade como se fosse pontuação, e como se não bastasse o crime de maus tratos e abandono a animais vir contemplado agora no Código Penal, ainda se considera legítimo utilizar outro crime, o de ameaça de morte, para convocar mais adeptos deste...deste...deboche! Tenho direito de me sentir ultrajado, pois nunca disse nem sequer insinuei que "estava tudo bem" porque o gato não morreu, mas sem dúvida que foi com recurso a essa mentira (permitam-me que chame as coisas pelo seu nome) que obtiveram uma boa parte do apoio a este "linchamento virtual" da população de Mourão. Além disso pedi o "link" não com o pretexto de desmentir o sr. Miguel Ricardo, mas não publico provas que não possam ser verificadas como autênticas. Eu considero esta causa da defesa dos animais contra os maus tratos suficientemente legítima para assentar apenas na verdade, nos factos, nas provas, e caso tenhamos esta conjugação, assim como no Direito Penal aplicado aos humanos, temos caso. Mas como se não bastasse isso...


E aqui está o problema desta causa, a tendência para o extremismo. Este Bruno Braga, que por acaso tentei contactar durante o ponto alto desta controvérsia, faz aquilo que para mim só tem um nome: terrorismo. Eu não aprovo os métodos de associações como a PETA e afins que colocam os animais ao mesmo nível dos humanos, atribuindo-lhes os mesmos direitos. Eu tenho direitos e tenho responsabilidades, pois consigo racionalizar estes conceitos, ao contrário de um animal não-racional, que no limite - e vamos aqui perder a cabeça - seria preso no primeiro dia de exercício dos seus "direitos plenos". Não vou aqui alargar-me em exemplos como, mas é algo que estimula a imaginação. Agora quando este energúmeno vem com este tipo de fraude, está a desvirtuar qualquer princípio que prezemos como válido e fundamental - até dá a entender que ganharia mais se o bicho morresse! 


E é aqui chegamos ao ponto principal. Eu sou mero "blogger" amador, valha isso o que valer, e não ganho um tostão com isto, portanto não vale a pena acusar-me de ter uma "agenda", ou procurar "projecção", porque como vamos ver mais à frente não foi bem isso que aconteceu. Este texto publicado pelo humorista/argumentista/radialista/etc. Nuno Markl foi um dos vários que fui lendo para me inteirar melhor do impacto mediático do "drama" do gato de Mourão, e a este ponto já precisava da perspectiva de alguém com uma certa influência no segmento mais jovem da opinião pública em Portugal, e pelo pouco que conhecia do seu trabalho e a respeitável legião de seguidores que adquiriu, Nuno Markl pareceu-me a pessoa indicada. Agora juro pelo que quiserem que não fazia ideia da actividade paralela do artista como activista dos direitos dos animais, ou pelo menos apoiante da causa, pronto - recordo mais uma vez que vivo em Macau há mais de 20 anos. Talvez por isso tenha sido apanhado de surpresa com a nítida personificação que é feita do animal, e a bestialização a que são submetidos os habitantes da aldeia onde foi quase martirizado, pelo menos é o que dá a entender o texto com passagens do calibre de "foge em chamas/o povo ri". Isto nunca poderia ser positivo, dada a animosidade que já se sentia contra os humanos desta história, mas pelos vistos ainda contribuiu para piorar as coisas. Vejamos alguns dos comentários: 


E aqui está. Eu sei que o Nuno Markl não tem queda para profeta, e se há algo que com toda a certeza partilhamos é a firme defesa do direito à liberdade de expressão. Não sei o que ele pensa daquilo que alguns dos seus fãs propõem nos comentários ali em cima, e até é possível que considere algumas das reacções mais fortes nada mais que meros desabafos. No entanto, e olhando para lá daquilo que a minha janela me permite observar, tentei colocar-me na pele de um mourense que nada teve a ver com o episódio do gato, e pensar como perante tudo isto me sentiria se precisasse de sair da minha zona de conforto para uma outra mais cosmopolita, e aí fosse identificado como habitante da aldeia que acabara de ficar tristemente célebre, andando nas bocas do mundo pelos piores motivos. Agora percebo que isso não seria um problema de todo, e creio que desempenhei o papel de humilde aldeão quase na perfeição, tal foi a minha ingenuidade.


E assim saiu o artigo, a que dei o nome de Mas o gato-to não morreu-eu-eu, por razões que penso ter deixado claras mais acima, e não por querer menorizar ou relativizar coisa alguma. Assim, depois de um primeiro dia marcado pela normalidade, eis que noto um súbito aumento no número de visitas, o que não sendo frequente não é de todo anormal, mas julguei ser de alguma notícia sobre o Toy (sim, tive o exclusivo de anunciar ao mundo que o cantor não morreu, numa das vezes que "morreu"), ou outra que subitamente tenha levantado interesse por culpa de uma palavra da semana qualquer que constava do título de um artigo antigo, mas foi aí que me apercebi de um número anormal, aí sim, de comentários a aguardar moderação. A maior parte destes continha um "link", que se apresentava com carácter de urgência, quase como de vida ou de morte, e no meio vinha ainda um outro de um leitor regular que me explicava muito resumidamente o que se tinha passado, e dirigiu-me ao "link" da página que vêem ali em cima. Fiquei boquiaberto, pois era a última coisa que me passava pela cabeça, e porque digo isto com tanta certeza? Porque Nuno Markl fez da parte do meu texto em que me referi a ele uma interpretação extensiva, e como mais tarde me apercebi, igualmente abusiva. 


Em primeiro lugar fiquei surpreendido com esta atenção inesperada, e não pude deixar de ficar a matutar sobre como foi tal figurão encontrar este humilde blog no meio desse imenso reino do falar muito sem pensar, pesquisar, etc. - eu especializei-me em etc. Só pode ter sido de um jeito, e chamem-me de mauzinho se quiserem, mas o Nuno Markl, pesquisador exímio que é, deve ter o hábito de pesquisar o seu próprio nome na internet. Não acho mal, acho óptimo, e eu também não me inibo de pesquisar, e foi assim, pesquisando, que fiquei a saber que o humorista não tinha assim grande interesse noutras tradições, casos das praxes académicas. Entendo tão bem como o facto dele pesquisar o próprio nome, pois entre o seu público estarão certamente muitos "praxistas", alguns dos quais fiquei até a conhecer, se bem que neste caso de forma inesperada e abrupta - especialmente abrupta. A razão porque escolhi as praxes teve a ver com uma tragédia lamentável que ocorreu há algum tempo e que vitimou seis jovens estudantes enquanto cumpriam uma tradição quem sabe até mais antiga do que a da queima do gato de Mourão, mas aqui sai um tareco chamuscado, e não seis cadáveres. Outra vez: entendo perfeitamente, mas lembro-lhe que foi forma tão liminar e categórica com que "deu bem" nos aldeões de Mourão que me fez pesar as tradições. É uma daquelas coisas do etc. de que às vezes me lembro. A relação com a tourada é sem dúvida o busílis da questão, e que naquela imagem em cima explico exactamente a minha intenção; de um lado abordo a questão das praxes e falo do Nuno Markl (e podem lá ver o nome dele escrito e tudo); do outro lado falo da tourada, não falo do Nuno Markl, e em baixo podem ver que me dirijo ao colectivo da indignação verbalmente violenta à queima do gato de Mourão. Pode ser que Nuno Markl não tenha entendido assim, uma vez que não o "desnomeio" durante a mudança de parágrafo, mas também não tive propriamente o benefício da dúvida pois não? É que acontece quando se fazem julgamentos precipitados, e se calhar isto não tem importância mas mandei-lhe a explicação por mensagem privada, mas debalde: fui ignorado. Pode ser que aquela reacção forte do autor de "O homem que mordeu o cão" tenha a ver  com uma pega de caras que terá tido alguns dias antes - além daquele pequeno insulto no final, que já expliquei não era dirigido a ninguém em particular.


Interessante, deveras, e como eu imagino que deve ser dialogar com quem lida habitualmente com animais bravos, irracionais e impulsivos, com um raciocínio de uma criança de seis anos, idade do filho de Nuno Markl. Espero que nessa função de educador (e eu também tenho um filho de 15 anos), Markl se lembre de ensinar ao júnior a importância de ler os textos do princípio ao fim, e já agora transmita a mesma ideia aos seus seguidores, centenas e centenas deles, e cuja esmagadora maioria não se inibiu de dar a sua opinião sobre o meu artigo, ora uns deles sem ter lido uma única palavra, ora outros vendo só os bonecos, e apesar de muito poucos, foi interessante como os que leram o texto todo até gostaram, e entenderam o meu ponto de vista. Quanto aos restantes, tiveram outras prioridades, como imaginar os mais coloridos impropérios inspirados na minha pessoa. Pena foi que Markl não se tenha detido para lhes atribuir a pontuação - e via-se que eles se esforçavam para agradar ao júri -  e arrumado o assunto do gato chamuscado, esse acto de crueldade hedionda e sem nome, partiu para mais uma batalha, mais uma conquista, mais uma...sandes mista (não sabia como acabar esta frase, então decidi rimar). Contudo fiquei eu a atendê-los, uma vez que os comentários eram directamente dirigidos à minha pessoa, e apesar de eu nunca ter mordido um cão ou queimado um gato (associação desonesta que foi protelada devido à minha "opinião dissidente"), tratei dos casos mais urgentes. Alguns foram até bastante dialogantes e cordatos, e os restantes fugiram. Não faz mal, pois ficou o tal "link" da caixa de comentários, que tive curiosidade em espreitar, e não é que deparei com uma forma de protesto em tudo diferente daquela a que os habitantes de Mourão tiveram direito? Talvez esses mais inteligentes que os tipos da tourada, que não iriam entender vocabulário tão articulado como "más pessoas", ou que entendessem tudo ao contrário quando lhes dissessem que "não eram seres humanos decentes", ou quem sabe se as bandarilhas no lombo da fera assustam menos ou causem menos terror que a um felino saltar de uma "altura gigantesca" - no entanto permitam-me discordar desta frase imbecil. Qual? Todas, ora essa.


Se calhar Markl tinha pressa, e faltou-lhe tempo para explicar tudo muito devagarinho aos fulanos da tauromaquia, que queriam era todos um ferro espetado pelo cu acima. Desculpem mas entusiasmei-me, e inspirado na leitura dos comentários da maioria dos fãs de Markl, que não sei se pesquisam, etc. mas com certeza não pensam, saiu-me este petit gaffete. Quem não tem mesmo pressa nenhuma é a justiça, que se quer ponderada, morosa, e angustiante para quem está do lado de lá, dentro do pote de barro e preparado para pagar pelo crime de maus tratos a animais, que a partir de 1 de Outubro de 2014 lhe foi dado o texto que vemos ali em cima, no artº 387 do Código Penal. Parece pesado, mas não é, pois mesmo com agravantes, 240 dias não são nada comparados com aquilo que a juventude civilizada imaginou como castigo para os responsáveis daquele acto cobarde e sádico a que foi submetido o pobre gato, quem sabe ainda com o pêlo eriçado do susto que apanhou. E quem foram, de entre os 104 habitantes de Mourão, quem sabe agora um pouco menos (as minhas desculpas se me enganei, caso contrário sentidos pêsames) os autores daquela maldade? A GNR local, que nem imaginava que tal acto de barbárie tivesse ali ocorrido (deitam-se cedo, os rapazes) concluiu a investigação, e de entre a centena de habitantes da aldeia conseguiu apurar apenas um (1) responsável - os outros que vemos no vídeo mas não conseguimos identificar são de fora. E quem é que afinal vai estrear a lei e servir como exemplo do que não se deve fazer?


Nunca as minhas palavras foram tão doutas como aquelas com que acabei o parágrafo anterior. Conheçam Rosa dos Santos e o seu gato Farrusco, dois personagens à margem de tudo aquilo que escrevi ali em cima. Rosa e Farrusco são, respectivamente, o carrasco e a vítima do crime horrível que descrevi, e que se preparam para servir de exemplo para que amanhã não se voltem a cometer outros idênticos. Rosa é a dona de Farrusco, a única pessoa identificada na queima do gato de Mourão, que resultou em 17 (dezassete) queixas crime apresentadas por indivíduos e associações, e incorre numa pena que pode muito bem ser de prisão - não se afigura nada famosa, a sua situação. Podia ser pior, pois imaginem que a justiça popular lhe deitava as mãos em cima, e....ou não? E Farrusco é o gato de Mourão, como podem ver ali na imagem, assustado, arisco, traumatizado, próprio de quem foi queimado vivo e dali saindo vivo, tem esse azar danado que o leva a ser sempre sacrificado. E com ele desta vez vai a única pessoa que alguma vez quis saber dele, realmente. Como? Ah sim, sim, inocente só até ao momento em que juiz disser "culpada", pois claro que é culpada, esta "má pessoa", a lei é a lei. Abra-se o champanhe e faz-se o brinde à justiça, e aos justiceiros que tornaram possível realizá-la. Já agora, uma vez que não foram a Mourão antes, vejam lá se agora vão, que o bichano fica lá sozinho e precisa de comer. Aí sim, o Farrusco agradece. 

É falso! Não entrem em pânico!


Sinceramente não sei o que se passa nos média em Portugal (e não só) e até que ponto estão a ser manipulados para simplesmente causar o pânico numa altura em que o país está num estado de hipnose à conta do terrorismo, quando nem um estalinho de Carnaval estalou ainda em todo o território. Esta "notícia" do Correio da Manhã, de que podem ver aqui o vídeo é ridícula, mas com as pessoas condicionadas a acreditar em tudo o que é mau, nem reparam que: A PJ chegou a colocar a hipótese de rapto...do quê? De quem? E naqueles vídeos, onde qualquer estudante do secundário de humanidades detecta imediatamente que falta "onde" e "quando", e ainda é notório o contorcionismo que a jornalista faz ao descrevê-los sem incluir esses factos que são os mais básicos de uma notícia? E a PJ, onde está para nos avisar deste "alerta civil"? Mandou um fax para...para onde??? Que canal é aquele? Que merda é esta? Querem ver eu fazer a mesma coisa, que é facílimo?


Bridgeport, Nova Iorque, 5 de Outubro. É só baixarem o som e narrarem vocês a notícia, pimba! pânico. Querem mais?


Ribeirão Preto, Brasil, 19 de Outubro. Uma menina de 14 anos foi raptada e violada! Um circuito de vigilância fechado captou o momento em que o raptor pega na jovem e mete-a dentro do carro. Mais?


Soldados israelitas arrancam uma criança dos braços da mãe e levam-na, perante os gritos de pânico da mulher. Horrível? Foi há mais de um ano. E o que sabem daqueles "raptos" na notícia do CM? 

Raptos acontecem todos os dias em todo o mundo, e julgo que isto não é novidade nenhuma para ninguém. Os circuitos de vídeo conseguem por vezes capturar imagens do sucedido, mas não significa necessariamente que esteja a acontecer uma onda de raptos na zona onde vivem. Mais uma vez, por favor, não acreditem em tudo o que lêem, especialmente nas redes sociais e em certos sites, e aqui o Correio da Manhã tem muito que explicar, sinceramente. Evitem entrar em pânico, sejam civilizados!



300 Kate Bush!



Sim, o vídeo tem uns bons dois anos, mas foi partilhado por uma leitora no FB e eu não resisti a armazená-lo aqui. Trezentos imitadores de Kate Bush, homens e mulheres, jovens e de meia-idade juntaram-se em Brighton em Maio de 2013 para bater o recorde de...bem, maior reunião de imitadores de Kate Bush da história? E a canção não podia ser melhor escolhida: "Wuthering Heights", o primeiro single da cantora que escrevia, compunha e fazia a coreografia dos vídeos desta e das suas outras canções - e aqui tinha apenas 17 anos! Refrescante.



Ó mãe, e túbaros, sabes fazer?



Tinha ouvido falar deste "indivídeo" (o vídeo deste indivíduo) mas ainda não tinha tido oportunidade de o ver na íntegra. Desconhecia este Pedro Arroja, mas após uma rápida consulta num motor de busca fico a saber ser um economista, mas nada económico nas palavras. Ela não é daquelas pessoas com o coração ao pé da boca, mas antes com o intestino grosso ligado ao cérebro - se a calhar mãezinha dele estava pouco inspirada no dia em que instalou as canalizações. O senhor em questão já tinha escandalizado (?) a nação no dizer neste mesmo programa que "as meninas do Bloco de Esquerda são umas esganiçadas", acrescentando que "não queria nenhuma delas para ele". Quanto à primeira parte concordo parcialmente, mas discordo completamente - perceberam? É que por muita antipatia que eu nutra lá por aquela actrizeca de meia-tijela demagoga que mandou embora o careca e ficou a tomar conta da plantação de ganza, nunca iria concordar com nada do que este tipo dissesse. Nem eu, nem ninguém, e é com segurança que se pode afirmar que ele não defenderá nenhuma posição que nos obrigaria a tomar o mesmo partido. Agora aquela parte em que não quer...bem ele naquele vídeo em cima sobre a adopção por casais do mesmo sexo afirma "ter pénis e testículos", e uma vez que se opõe firmemente à homossexualidade, só posso supor que seja impotente. Poderia dizer que "isso passa", mas o que passou foi outra coisa. Belos tempos, aqueles - mas era só para se reproduzir, atenção.

Depois de quase três minutos a questionar-se sobre quem lhe fez o pénis e os testículos, chegando mesmo a olhar à volta para ver se alguém assumia a escultura, concluiu que "foi Deus", mas "dentro do ventre da mãe dele". Blerghh!!! Dizem que Deus se move por caminhos misteriosos, mas esse...adiante. A seguir não consegui resistir e soltei uma pequena gargalhada: "já imaginou uma sociedade só de homens, e outra só de mulheres?", pergunta ele à passiva jornalista, que foi mantendo sempre a compostura, respondendo logo de seguida "eu já!". Ah ah ah ah. Bem, a seguir diz que uma sociedade só de homens "seria violenta, dividia-se em partidos, seitas e acabaria tudo à pancada". Tirando aquela obsessão pela "pancada" que o senhor tem devido à sua pancada", não seria muito diferente do que temos agora, mas pronto. Quanto a uma sociedade "só de mulheres", seria...bem, uma sociedade de "esganiçadas", penso que é isso que ele quis dizer, pois as mulheres "falam, falam, falam e nunca se entendem". E quando se juntam os géneros? O homem torna-se polícia sinaleiro da mulher, "dando-lhe direcção", enquanto ela tira-lhe a pinga, proporcionando "equilíbrio", e evitando assim que ele "conduza a 200 à hora". Elucidativo. Pode-se então concluir que separados, os homens disputariam entre si corridas de automóvel que seriam comentadas pelas mulheres, no fim andavam eles à porrada e eles não se entenderiam sobre quem seria o vencedor - a anarquia. Foi isso que me deu a entender, juro.

Depois desta dissertação, seguiu-se a opinião sobre a adopção por casais do mesmo sexo propriamente dita, e se algum desses casais estivesse a assistir em directo a esta delirante sequência de ideias já estaria provavelmente muito, mas muito preocupado com o que vinha aí - afinal o pénis e os testículos já tinham saído da casota, e já andavam por aí à solta. Mas não foi assim tão mau, pois limitou-se a dizer que não concorda, absteve-se de fazer a "consulta psiquiátrica que ninguém pediu" que este tipo de pessoas faz nestas situações, mas como não tinha ainda dito disparates que chegassem, acrescentou que uma criança com duas mães seria "uma atada", mas se ele pudesse escolher, era preferível, pois se crescesse com dois homens seria "um brutamontes". Eu penso que se atendermos aos estereótipos vigentes, ele está equivocado, mas isso não seria surpresa. Conclui com um comentário sobre as operações de estética, que saídas de uma pessoa sóbria e coerente num contexto salubre até podia fazer algum sentido, e diz que "a mãe é mais importante que o pai", o que vendo bem anula tudo o que tinha dito até então, e ainda bem.

E agora, o que penso eu deste assunto? Podia ser contra, em princípio, mas não me diz respeito e considero que qualquer casal de gente bem pode adoptar, que sempre é melhor do que ficarem crianças nos orfanatos, expostas sabe-se lá ao quê. Nada contra essas instituições, mas as crianças precisam de liberdade, e uma família, seja ela simples, mista, torrada ou não, é sempre preferível. Além disso ser "contra" implicaria ficar do lado daquele gajo e dos outros que prestam reverência ao loiceiro dos pénis e testículos, e que curiosamente ficaram muito quietos durante a aprovação desta lei, que tem sido desde sempre uma bandeira das esganiçadas do Bloco de Esquerda, que mal se apanhou com um terço de governo, resolveu aprová-la. Nem o argumento de que a criança seria também ela homossexual pega, pois os homossexuais vieram eles também de um pai e de uma mãe, suponho, e não creio que adopção implique uma carga genética, se quisermos ir tão longe. Contudo este tema fez-me lembrar uma discussão idêntica que tive aqui há uns meses, onde tive o (des)prazer de ficar a conhecer alguns Pedros Arrojas desta vida:


Oh oh oh. O que pensa da adopção entre Pica-Paus do mesmo sexo? Na verdade foram duas aves raras que se destacaram nesta interessantíssima discussão, que nem era para ser nada mais do que outro veículo para o Picas expressar a sua já célebre boçalidade. No fim ficou chateado, pois obrigaram a rapaz a "pensar".


Como se pode ver, era só para expressar mais uma vez a sua profunda retardação mental, e pronto ficaria por aí. - "Oh oh (também quero, ui) tem dois pais (gosto tanto ai)". Mas não foi só ele que quis dar uma de...de quê? Tirem as vossas conclusões.


Oh oh, Miguel Ricardo, o galifão, ou será macaco, a falar do seu galho. Eu tenho pena que ele tenha sido arrastado pelos pais "para o meio" daquilo, mas isto não acontece com todas as crianças. Mas dizem que sim, que o incesto é bastante comum entre os macacos. Um bom psiquiatra era preferível a armar-se em machão, coitado.


Ohhh...vejam só quem entra na discussão...uma freira. Já pensaram o que vai ser quando a criança souber que existe um dia da...ma...mai...mãe?!?! QUE MERDA É ESSA?! É aí que descobre que foi educada por dois homens, é um brutamontes, mete-se num carro a 200 à hora e espeta-se contra uma parede. Que tragédia. Porque não há maior amor do que sentir um bebé no ventre durante 9 meses, e se for um rapaz, ainda recebe a visita do Deus das Caldas, que lhe faz um pénis e os respectivos testículos. E o leitinho? Nham, nham, tão bom. Perguntem ao picas:

Olha ali o Picas todo agarrado ao osso. Leitinho é bom, bebé, ai o leitinho. Chuac, chuac. Sabem quem também gosta de leitinho?


O Miguel Ricardo! Por acaso o "debate" até estava "centrado" na criança ter uns pais que a adoptem, independentemente de onde saía o leitinho, mas vejam só que ideia pioneira, esta: vamos perguntar à criança! Então bebé, queres ser adoptado pelo papá Nuno Picas e pelo papá Miguel Ricardo???


 Ó bebé então?!?! Só o pénis sem os testículos? Mau bebé!

Bom, está tudo dito, e foram só disparates. Se quiserem ver mais ou recordar este memorável episódio, podem ver aqui no artigo que publiquei em Julho.


domingo, 29 de novembro de 2015

Mas todos os terroristas são...


"O Islão é a religião da paz" - se concordo com esta oração? Não! E isto não quer dizer necessariamente que aprove a obliteração do Islão como religião em particular, pois para mim deviam acabar TODAS as religiões. Insulto? Bom, se por "acabar com todas as religiões" quero dizer "religiões" e não "pessoas das religiões" não creio que esteja aqui a insultar ninguém. Se uma "religião", ou neste caso a sua divindade estiver aborrecida comigo, pode fazer como sempre fez com tudo o que Lhe irritou: mandar fogo, brasa, lava, enxofre, tudo o que consideraria necessário na sua função de "pai" e "todo misericordioso". A este ponto algumas pessoas devem estar a pensar: "lá está este outra vez armado em espertalhão". Não, não creio que vá aqui dizer alguma coisa que já não saiba, e quem não sabe pode facilmente verificar. Mas o que eu sei por experiência própria e muita gente não sabe é que não há religião que se coadune com qualquer sociedade livre e democrática. A separação da Igreja do Estado não é uma coisa tão antiga assim, e mesmo durante o Estado Novo a Igreja Católica aproveitou para exercer maior influência, e quem viveu nesse tempo, recorda-se das humilhações que certas pessoas sofreram por terem ido contra os cânones impostos pela Igreja Católica: não existia divórcio; sexo extra-matrimonial era chamado "fornicação"; crianças concebidas fora do matrimónio eram "bastardos"; o baptismo e a comunhão eram praticamente obrigatórios; era completamente proibido criticar a igreja, etc. E quanto a este último ponto as coisas não mudaram muito, e do ponto de vista de um não-religioso, deixem-me dizer-vos que mesmo que não dêem por isso, os católicos e os cristãos em geral têm momentos de fanatismo. Dou um exemplo:



Dei com esta página no Facebook por acaso, no seguimento de uma notícia que estava a pesquisar, e achei relevante para demonstrar exactamente o que afirmei no parágrafo anterior. Reparem no texto em cima ao lado da imagem, e depois no primeiro comentário. A autora desse comentário não diz nada por aí além, apenas que a imagem é antiga e a manifestação não é no Brasil. Nem deveria ser, uma vez que os cartazes estão em inglês, mas na descrição fala-se daquilo que "as televisões do Brasil não querem mostrar", e tudo porque "são sócias dos comunistas". Aqui pode-se já depreender que quem for comunista e estiver alinhado nesta "porrada no Islão" e caso esta tiver sucesso (muito dificilmente terá), pode-se ir preparando que é o próximo. No entanto, e apesar da pertinência e brevidade do comentário daquela leitora, de seguida chovem dezenas de mensagens em pouco mais de uma hora (seleccionei apenas as do meio e nem li todas), massacrando-a, insultando-a, e acusando-a de coisas horríveis, entre as quais, e aí está: cumplicidade. Isto eu não aceito; por não gostar de alguma coisa não significa que a queira exterminar da face da Terra, nem aquilo que eu gosto é obrigatoriamente do gosto de toda a gente. Se isto não é fanatismo, desculpem mas não sabem o que é fanatismo. E não existe bom nem mau - é tudo fanatismo. E é mais que evidente que a primeira comentadora irritou os restantes por denunciar aquilo que tem sido prática recorrente nos últimos tempos: a mentira como instrumento da propaganda. Aquilo que os nazis também fizeram e deu os resultados que se sabem.

E reparem na imagem mais à esquerda naquela colagem, onde se vê uma referência aos ataques de Paris do dia 13 deste mês. Este tem sido o "ás do trunfo" para ganhar qualquer argumento a favor dessa ideia ridícula que é combater uma religião. Que diabo, essa agora, porque raio havíamos nós de fazer tal coisa? Existia e sempre existiu uma rivalidade nem sempre saudável, mas longe de tal extremo, esta da "guerra". Mas não me surpreendeu que ainda nem tivessem acabado de ser dadas as condolências aos familiares das vítimas desse atentado, e já se ouvia falar de "guerra". Eu diria até que foi o mote, e isto é difícil de exprimir sem ser acusado de mil e uma coisas, mas a este ponto que se lixe: os ataques de 13 de Novembro deram muito jeito a muita gente. Marine Le Pen, por exemplo, que logo nessa noite apareceu impecavelmente apresentada, e não sei qual era o programa dela para essa sexta-feira, mas estranhei estar tão disponível e com um discurso tão escorreito - e logo ela que é uma trapalhona. Não tenho jeito para teorias da conspiração, mas este foi o culminar de meses de apreensão, com a crise dos refugiados da Síria a levantar receios, alguns deles reciclados ou adormecidos, e que se resumem basicamente a isto:


Isto é chocante, e no mínimo o autor desta patranha devia pelo menos algumas explicações às autoridades. Isto fomenta o ódio e o preconceito, e sinceramente só alguém muito ignorante vai acreditar em tamanho disparate. Se quiserem contrapor com essa da "predisposição genética" para uma religião, vão perder todo e qualquer respeito que eu possa ter por vocês, mas estão no vosso direito (reparem que pelo menos as minhas alternativas nunca são comigo como prémio do "mas"), agora que é um facto que aqueles números são uma mentira com a finalidade de assustar, disso podem ter a certeza. Nem vou discutir as razões porque os europeus têm menos filhos, pois tem sido assim nos últimos 50 anos, ou se este senhor ou seja quem for que imaginou aquela vergonha propõe que comecem todos a ter mais - e quem os vai obrigar? Agora essa da Inglaterra em 2050 ser "maioritariamente islâmica", é completamente absurda. Vide:


E aqui têm para refutar as alegações daquele Zé-qualquer-coisa um estudo do Pew Research Centre publicado já este ano no The Guardian, e que podem ler aqui na íntegra. E isto é típico de quem apresenta o que considera ser um problema, apela a que se o "elimine", e não apresenta alternativas. No entanto o que moveu e tem movido as pessoas contra o Islão em geral foi o acto de terrorismo em particular, o único que chocou a Europa, apesar de desde aí terem acontecido outros mas...em África, e esses não contam! Eu não sei o que se passa exactamente por países como o Mali ou a Nigéria, mas eu no lugar metia-me a nadar e vinha para a Europa. E que mal tem se os guardiões da herança europeia são pessoas como a Marine Le Pen e a Maria Vieira, com esta última a convencer-se  subitamente de que o nazismo é que está a dar? Não me parece europeia por ter construído as igrejas, mas sim por ter adoptado um discurso daquela parte da Europa que nos anos 30 adoptou essa discurso. Mas já agora, o que tem sido isto que vejo agora por aí a rodos?


Hmm...Israel? Bom, nada como um inimigo comum para unir quem andou desavindo durante 2 mil anos, mas pronto, também as alianças fazem-se e desfazem-se. Esta curiosamente faz-me lembrar alguns adeptos do Sporting que nos anos 90 mudaram-se para o Porto para poderem festejar alguns títulos e rir da cara dos adeptos do Benfica, mas isto é mais sério, claro. E falando de terrorismo, especialmente da estirpe islâmica, tem tudo a ver, até porque desde o dia 13 têm recrudescido o número de ataques terroristas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, e um outro Telavive onde morreram quatro israelitas e um turista norte-americano. O que é de estranhar, uma vez que com os ataques em Paris, era previsível que os palestinianos andassem de bolinha baixa. Ah, e mais esta: Israel providenciou à Alemanha informação "vital", impedindo um grande atentado que tinha por alvo o jogo entre a selecção germânica e a Holanda, que resultaria em "milhares de mortos". Nos fóruns destas notícias os comentários são moderados, e noutros os comentários que duvidem dos factos são apagados. Não estou a insinuar nada com isto, e não deixei qualquer comentário nestes sites, mas penso que era interessante referir isto a título de mais um desses "estranhos" acontecimentos que têm sucedido em catadupa desde a sexta-feira 13. Mas nisto do terrorismo, Israel é indissociável da história recente de atentados, mas façamos primeiro uma resenha histórica.


Achei indicada esta imagem do filme "Life of Brian", dos Monty Python, que curiosamente o jornal Hoje Macau escolheu para ilustrar o artigo desta quinta-feira da minha autoria. Interessante porque este foi um dos exemplos recentes de censura pela Igreja - e aqui quer a Católica, quer a Anglicana estiveram juntas na hora de reprovar a parábola daquela troupe inglesa, que usou a vida de Cristo para uma sátira política. E ficamos assim a saber, ou a recordar, que a lapidação ou apedrejamento até à morte não foi uma invenção do Islão, por exemplo. Sim, já antes do profeta Maomé o lado mau do Homem tinha descoberto um sólido compacto com determinada massa poderia quebrar outro mais frágil. E essa história do martírio ser exclusivo do Corão, bom, temos isto:


E não me venham cá com coisas que eu fui tirar isto de um site cristão onde vinha acompanhado de "aleluias" e outras expressões aproximando-se do êxtase, e vocês ADORAM isto, pelam-se por isto, é colírio para os vossos olhos. Não censuro ninguém, acho óptimo, mas isto É um exemplo de martírio.  O resto das semelhanças fica para o artigo onde falo da Bíblia e do Corão, e aqueles bocados do Islão mais difíceis de engolir. Mas atenção que ninguém é obrigado a engolir nada; a minha opinião é meramente observacional, e não vou destacar as virtudes de uma religião sobre a outra, porque para mim não existem virtudes. Ou melhor, existem, mas como não me deixam escolher apenas as que me interessam, paciência.


 Mas um dos aspectos que "Life of Brian" retratava e que mais incomodava a Igreja era a dos discípulos de Jesus, que após a fundação do Cristianismo começaram a operar na clandestinidade, e mantendo aquilo que vinham fazendo já antes da chegada do Salvador: resistir à ocupação romana. E não se pense que isto se fazia com rezas ou voltas aos santuários de joelhos não senhor. Eram operações programadas de sabotagem recorrendo a meios violentos, e que os romanos designavam por  aquilo que hoje chamamos de terrorismo. Mas atenção, não por esse nome necessariamente, mas o que é um nome, se "terrorismo" depende da finalidade, dando-se um nome mais poético conforme o prisma de onde ele é observado. Aqui para os romanos, que se achavam o "maximus", estes eram terroristas, e a Guantanamo da época era o circo, e os carrascos os leões. A resistência francesa e inglesa eram para nós bravos heróis que resistiam à agressão nazi, enquanto para estes era, naturalmente, "terrorismo". Essa de "todos os terroristas são islâmicos" foi uma desonestidade tremenda, uma vez que existem outras formas de terrorismo, e agora vamos ver mais um momento de humor do nosso especialista em "coerência".


LOOL! Estranho, não é, ver o nosso Pica-Pau, a vítima do terrorismo sem sê-lo, aqui a partilhar um "cartoon" humorístico onde o ISIS sai por cima, e tudo graças ao maior desastre ambiental de sempre no Brasil, quando após o rebentamento de uma comporta em Minas Gerais, foram libertadas lamas no Rio Doce contendo níveis elevados de arsénico, que provocaram a morte a várias espécies animais. Os dedos estão apontados a uma empresa de exploração de minérios, naquilo que é considerado um caso de terrorismo ambiental, ou "eco-terrorismo". Aqui as vítimas são silenciosas, não fazem marchas pelas cidades, nem os perfis no Facebook adoptam a sua bandeira, mas não deixa de ser terrorismo. 


E isto aconteceu HOJE MESMO (hora de Macau, ontem à noite nos Estados Unidos). Este homem que vemos aqui em baixo é Robert Lewis, que entrou numa clínica no Colorado conhecida por fazer abortos e disparou indiscriminadamente sobre quem lhe apareceu pela frente, seguindo-se depois uma hora de troca de tiros com as autoridades. Resultado: 3 mortos e 9 feridos. A clínica em questão vinha sendo alvo de protestos da parte de grupos religiosos, e podem já depreender que não eram islâmicos. Pode-se aqui falar de um  caso de terrorismo cristão. Pode ser que esteja enganado, pois este não é um caso que tenha merecido grande destaque na imprensa, e uma vez que se trata para todos os efeitos de um acto individual, o "ninho de terroristas", neste caso a igreja em causa, fica incólume. Irónico, já que pelo crime do Estado Islâmico aponta-se o dedo a 1500 milhões de seguidores do Islão. Não estou aqui a branquear nada - as coisas são o que são. Eu não pedi para serem assim, nem tiro daí qualquer satisfação. Antes pelo contrário.



E aqui temos um exemplo de fundamentalismo cristão, do tipo supremacista: o Ku Klux Klan, fundado no final do século XIX, na "ressaca" da Guerra Civil, e que esteve particularmente activo durante os momentos mais marcantes da história da emancipação dos negros norte-americanos. E não só: judeus, homossexuais, e até políticos e oficiais apoiantes do fim da segregação no sul dos Estados Unidos, que ainda "mexe", todos no mesmo rol. O KKK começou a perder força nos anos 70, mas muito por mérito do Governo Federal, que infiltrou agentes nas fileiras do grupo, que também se auto-desagregou devido a disputas internas e vários escândalos que vinham sendo noticiados na imprensa - claro que não estamos aqui a falar propriamente de anjinhos. Mesmo assim o Klan tem vários grupos a ele associado ainda em actividade, e calcula-se que tenha entre 5 mil e 8 mil membros em todo o país. Não está desactivado, e pode-se dizer que está apenas "adormecido", bem como...


...o IRA (Exército Republicano Irlandês), e a ETA (Euskadi Ta Askatasuna). Quem tem a minha idade, ou anda por volta dos 40 ou mais, recorda-se de ter crescido com notícias de atentados destes dois grupos que se podem considerar dentro do âmbito do terrorismo separatista, habitualmente conotado com a extrema-esquerda. Este era um perigo real, e os seus métodos eram em tudo semelhantes ao actual ISIS. O IRA levou a cabo vários atentados desde os anos 60, causando centenas de mortos, até à assinatura de um cessar-fogo com o Reino Unido, e actualmente é apenas visível o seu braço político, o Sinn Féinn. A ETA era até bastante popular durante o franquismo, a que se opunha veemente, mas a ascensão de uma facção moderada dos defensores de uma maior autonomia do País Basco, bem como problemas de financiamento, fizeram a ETA perder força. Até aos anos 90 tinham células por praticamente toda a Europa, a até no México, e não raras vezes cometiam atentados perto da fronteira portuguesa, e nas suas fileiras contava com elementos portugueses - um pouco como aquele rapaz, o Fábio de Mem Martins - e nem era preciso uma religião nem um livro sagrado. Estes grupos têm uma espécie de condão de atrair militantes apenas pelo "encanto" da sua causa, e claro, entre jovens com problemas de integração ou socialização, com ambições de grandeza. E o que tem isso a ver com religião, digam lá? Estes grupos chegavam a estar bastante activos, e não me recordo de um pânico como este que se viveu desde os últimos atentados de França. Quem sabe existia menos desinformação, pois o que nos chegava era cuidadosamente seleccionado pelos média.


Agora algo que não se vê nos telejornais, e posso garantir que não se trata de nenhuma daquelas notícias falsas, como as que dão conta do "início da III Guerra Mundial", e que vocês partilham avidamente como se fosse verdade. Este na imagem é Levy Yakété, líder do grupo terrorista anti-Balaka, que pasme-se, é cristão e tem massacrado a população da República Centro-Africana, estando actualmente sob sanções da ONU. Podem bater palmas e achar bem, mas este grupo além de conseguir reduzir a população islâmica da capital Bangui de 138 mil para 90 (noventa), arrasou com mesquitas e forçou muçulmanos a converterem-se ao cristianismo. Quem diria, uh? Esta "limpeza" incluiu assassinatos, massacres, CANIBALISMO, e resultou em milhares de refugiados que se acumulam agora em campos improvisados nos Camarões. O Papa Francisco chega manhã ao país na tentativa de procurar um consenso, entre apertadas medidas de segurança. Excepção? Vejam esta:


Estas suas duas mulheres da etnia Gulu, do Uganda, e o que há de errado com a sua aparência? Os mais perspicazes podem já ter adivinhado: não têm lábios, pois foram-lhes cortados pela milícia que tem aterrorizado o país nos últimos anos, o Lord's Resistance Army (LRA), liderado pelo célebre Joseph Kony, actualmente exilado no Sudão do Sul, que é o criminoso de guerra mais procurado da actualidade. Este grupo auto-intitula-se "cristão de inspiração africana", e de facto é assim reconhecido na sua vertente fundamentalista, e diz "fazer cumprir os dez mandamentos". Isto inclui  escravatura, tráfico de pessoas, tortura e recrutamento de crianças-soldado (66 mil!), toda a loja dos horrores. 


Joseph Kony, aqui na imagem, é um dos homens mais procurados do mundo, com o departamento de Estado norte-americano a oferecer 5 milhões de dólares por informações que levem à sua captura. Tradução: não atinaram com ele. Pelo menos agora, e nem interessa muito, pois as últimas notícias dão conta que se encontra doente e debilitado, e mesmo sem ajuda do Tio Sam há no Uganda vontade de negociar a paz com o LRA. Em plena forma, e depois de ter chegado ao poder aos 27 anos, este senhor casou com pelo menos 88 mulheres, violava crianças, e não pensava em mais nada senão matar, matar e matar recorrendo para isso aos métodos mais macabros e sádicos. Dizia-se "mensageiro de Deus", contactava diariamente 13 espíritos, "um deles chinês", torturava e mutilava mulheres com o pretexto de serem bruxas, e ordenava matanças inspirado na Bíblia, ora em Noé e o dilúvio, ora no castigo que Deus aplicou em Sodoma e Gomorra (imaginem!), e usou a parábola dos porcos possuídos pelo demónio em Gadarena para ordenar a execução de toda a gente que comia porco. Recordo-vos que era cristão. Do "cristianismo radical"? I don't think so. Era um maluco, qual cristianismo qual quê! E por que é haveria de ser diferente se fosse islâmico, e em vez da Bíblia recorresse ao Corão? 


E quem cresceu com o IRA e a ETA, lembra-se certamente destes dois "cromos", os papões do Islão que nos eram impingidos: Gaddafi e Khomeini. E por quem? Ah pois, mas naquele tempo estávamos ainda em plena Guerra Fria e estes eram um "problema periférico". Ambos muçulmanos, sim, mas "a mesma coisa"? Um era sunita e o outro xiita, mas nem que fossem ambos uma das coisas seriam remotamente parecidos. Gaddafi era um beduíno do deserto, filho de um pastor de cabras, e que com o epíteto de "socialista" chegou a presidente da Líbia, cargo que ocupou quase até à sua morte em 2011, mantendo-se no poder 42 anos. A Líbia é um país do magrebe (norte de África) 12 vezes maior que Portugal, e com pouco mais de metade da população. Interessa? Claro, tem petróleo, e enquanto a  face visível da Líbia enriquecia (Gaddafi e o seu séquito), os americanos babavam-se, e chegaram a tentar por mais de uma vez afastá-lo do poder. Khomeini era um clérico islâmico xiita, um homem extremamente inteligente, autor de 40 livros sobre Direito clerical e teocracia, e que após a revolução islâmica de 1979 até à sua morte em 1989 liderou o Irão, desde aí uma República Islâmica, ou seja, sob aquilo que conhecemos por sharia'a. Tinha o título de Ayatollah, ou "sinal de Alá", e era "marja", ou "exemplo, modelo a seguir", mas não era um monstro nem uma espécie de bicho - não tinham consciência de que no mundo há pessoas diferentes de vocês? Era um fanático para os nossos padrões, pois vivia rigorosamente de acordo com a sua religião, mas não impôs nenhum daqueles paradoxos mastodontes que nos assustam; sim, véus, mas nada de burqas; executava homossexuais, porque eram mesmo culpados desse crime, que ali era crime, e hoje também é, mas se não andarem por lá a fazer paradas "gay" nada lhes acontece. É uma questão de manter as aparências para assim manter também a ordem. Não se "inventou" nada para eliminar opositores ou figuras incómodas ao regime - esses eram presos, e eram bastantes, e eram normalmente apoiantes do regime anterior, ou comunistas. E refugiados? Olhem para eles:


Tipo...tipo...ia, nós, tipo, temos a morte a correr no sangue, e cenas, e vamos, tipo, destruir a sociedade ocidental ou isso. Podes crer, vai tudo ser corrido a burqa e cenas dessas, ia. Com que então "Islão". Com que então "religião". 

O Ayatollah teve o mérito de enfrentar os Estados Unidos, que chamava "Grande Satã", sem recorrer à ajuda dos sovietes, a que chamava (juro que é verdade) "Satã mais pequeno". Tentou desde a primeira hora chegar a um consenso com os sunitas, mas "guess what", os americanos apanharam um cagaço quando durante a revolução se deu a crise dos reféns da embaixada de Washington em Teerão, pintando este evento no Ocidente como sendo "terrorismo", mas foi essencial para o Irão garantir a sua independência. O antigo líder do país, que se chamava Pérsia, era o xá (título da nobreza) Reza Pahlevi, que sentido-se ameaçado exilou-se nos Estados Unidos, o seu maior aliado. Os reféns foram a moeda de troca e custaram a reeleição a Jimmy Carter, que foi substituído na Casa Branca por Ronald Reagan. Este negociou a troca dos reféns pelo reconhecimento da República Islâmica, e à pala do que considerava "liberdade e democracia", armou o Iraque sunita, do grande amigo Saddam Hussein, que foi fazer guerra ao Irão durante quase oito anos, custando mais de um milhão de vidas. Ainda não percebem porque é que aqueles tipos andam sempre tão mal encarados? Experimentem crescer com a morte a fazer sombra, a família e os amigos a serem presos por delito de opinião ou mortos na guerra, e vão ver como continuam a ser tão "europeus" assim, ou se se tornam desconfiados, ariscos e se alguém chateia muito, violentos.


Antes de passarmos ao tal "terrorismo islâmico" que tanta incontinência verbal e da outra provoca, vamos recordar este momento, em que a luta contra o terror passou a ter exclusividade, e passou-se a tolerar quaisquer métodos para deter os seus autores. Foi o 11 de Setembro, e todas as teorias da conspiração a respeito da autoria deste horrível atentado são permitidas. Se Bush sabia? Bolas, isso é logo a primeira certeza. Viram a reacção dele quando lhe disseram, lá naquele jardim de infância que  estava a visitar? O gajo é um bronco e toda a gente sabe, e se não fizesse ideia do que ia acontecer metia-se em cima das cadeiras aos pulos e a dar tiros no ar. Sim, depois veio o Iraque e as armas de destruição maciça que nunca existiram, a Inglaterra entrou a "empurrão", se quiserem podem associar isso aos atentados de Londres em 2005, mas a verdade verdadinha, se chegam lá perto, aposto que "somem" misteriosamente. Porque o efeito do terrorismo é mesmo esse: deixa as pessoas baralhadas e em pânico durante algum tempo, e enquanto anda tudo a olhar para cima para ver se os aviões caem, a quem interessar esta tragédia vai dando o próximo passo  - isto não sou eu a debitar letra, isto aprende-se, e só não sabe quem não quer. Na Geopolítica abrem mapas em cima da mesa, e as Torres Gémeas que caíram no 11 de Setembro são uma peça como outra qualquer, e as pessoas nem entram nas contas, são um "dano colateral" - vocês não ouviram os americanos a dizer isto ainda muito  recentemente?


E pronto, deu-se o 11 de Setembro, foi-se remexer no esterco, e encontrou-se Bin Laden, a Al-Qaeda e os Taliban, os macaquinhos amestrados do terrorismo - isto até serem destronados pelo Estado Islâmico, lá está. Apedrejamentos, decapitações, mulheres a toque de chicote. Esta última parte era a que faltava para pintar o quadro negro do Islão: assustar as senhoras, e reavivar-lhes os fantasmas do marido dominador e violento (cf. Genesis 3:16). As mulheres do Ocidente ficaram logo de pé atrás com o Islão e não quiseram saber mais nada sobre...não quiseram saber NADA, ponto. Porque se fossem saber viam que...(e atenção que não estou aqui a vender nada a ninguém):


A "direitada" - importam-se que eu lhe chame assim, ou preferem NAZIS? - tem a mania de mostrar as "verdades" a meio. Uhhh, olha o que o Islão faz, uhhh que medo, uhhh que cheira mal. Bah. Portanto a História passa de 1967 para 2011, quando mulheres sofisticadas e de bom gosto resolvem acordar de um coma de 44 anos e decidem ser múmias deprimidas. Ai sim?


É que só assustam quem vê títulos ou quem não procura saber as coisas (infelizmente muita gente). Façam-me o favor de ir esfregar isto nas ventas nojentas da sra. Le Pen, da Maria Vieira e de toda essa escumalha que anda a arejar a rata para receber o führer! O que aconteceu entretanto? Os russos invadiram aquela m... e f... aquilo tudo! Em 1973 o Afeganistão tornou-se uma república, num golpe de estado sem derramamento de sangue, e ascendeu ao poder um governo progressista que visava modernizar (ainda mais) o país. Em 1978 revolução socialista, apoiada por "guess who", guerra civil durante 10 anos, retirada dos russos em 1988 porque precisavam de ir para casa "acabar", e pimba! revolução islâmica em 1990 e foi o que se viu. Aqui sempre, mas sempre, desde sempre que o Afeganistão é um país islâmico. Mas o Taliban surgiram de onde, afinal?


Foi o RAMBO quem os treinou, e ensinou-os a ser cruéis e brutos como as casas e tratar as mulheres abaixo de cão! Mau, Rambo, mau Stallone! E sorte delas que eles não eram bons alunos, senão já tinham ido todas pelos ares à bazucada. Sim, meus amigos, é como consta neste documento histórico "Rambo III". O Islão estava muito sossegadinho, até as merdosas super potências porem os fanáticos no poder, armá-los até aos dentes, e daí irem lá buscar o petróleo. Limpinho, limpinho. Estes taliban eram uns selvagens, e claro que sem democracia têm que se pôr os mais estúpidos, trogloditas e imbecis a tocar o rebanho, porque se fossem inteligentes iam querer disputar o poder, também. Estes gajos eram pastores e agricultores que os americanos armaram para combater em mais um palco da Guerra Fria, e no fim esqueceram-se de pedir para devolver o material. Estudantes do Corão? Ó meus amigos estão a ler isto tudo ou a ver só os bonecos? Era o que havia ali, a religião daquele país, queriam que eles lessem o quê? Se fosse a Bíblia era e-xac-ta-men-te a mesma trampa. Se fossem as receitas do chefe Silva (paz à sua alma) andavam os afegãos todos com ervas-de-cheiro a sair das orelhas e com um limão no cu. Quando é para manipular uma religião com o fim de obter o poder e controlar as massas, basta dar as interpretações mais malucas e alucinantes a coisas aparentemente inocentes. É só pegar em coisas fora de contexto, acrescentar, exagerar, omitir, no fundo é isso que as religiões são: banha da cobra. Mas o mais importante não é ter os fiéis na mesquita ou as mulheres vestidas de burqa; é preciso controlar o exército, senão, nem com toda a população do seu lado menos os militares conseguem chegar lá.

Eu não quero que Portugal se torne islâmico, e nem isso vai acontecer. É ridículo que se pense que de um dia para o outro se vá abandonar o nosso sistema democrático e ir-se viver de acordo com a religião - e olhem que vivemos assim mais do que parece - mas não pensem que é por causa da religião que as pessoas têm problemas. E se são refugiados, claro que não alinham com aquela caca que lá anda, e se vêm "terroristas infiltrados", não é para a casa das pessoas que vão acolher os refugiados - vocês pensam que os terroristas querem vocês para quê??? Agora vamos saber o papel de Israel no meio de tudo isto.


Desculpem lá, mas é que com os média a mostrar apenas um dos lados, eu prefiro mostrar este, mas saibam que não tenho problema nenhum com Israel - ao contrário de alguns israelitas. Sabem o que mais? Eu já fui como vocês, quando tinha...uns onze ou doze anos. Para não dizerem que estou a ser espertinho, permitam-me que seja antes espertalhão: a idade mental era 15. Bestial ah? Assim já pode ser. Portanto nesse tempo incutiram-me o mesmo que a todos os meninos ocidentais, qual vacina BCG do politicamente correcto (termo que tem andado por aí pelas esquinas a prostituir-se): os islâmicos são uns "gandas" terroristas. E porquê duvidar, se são aqueles tipos que vemos na televisão todos enfaixados de lenços a gritar "glugluglu" como um peru e depois a rebentar? Parece-me evidente que isto é uma praga, e onde é que anda o pesticida? É Israel, claro, e cada vez que nos era aumentada a dose deste ódio contra alguém que nem conhecíamos, vibrávamos e aplaudíamos cada míssil que os zionistas rebentavam lá na toca dos terroristas. Bum! Yessss! USA! USA! Iam lá depois aqueles fanáticos pela rua a exibir os cadáveres dos meninos, para toda a gente ficar com pena deles, nojentos. Porque isso vocês nunca seriam capazes de fazer, claro, mas por outro  lado imaginem que  estavam no funeral de um ente querido vosso, e a meio do mesmo vinha mais uma das convulsões de choro destas ocasiões, como se a morte fosse uma coisa completamente injusta, e só acontece a alguns, e lá começavam vocês "porquêêê...?!?!" - isso é mesmo para responder? E que tal filmar tudo e distribuir pelo mundo inteiro, aberto às interpretações que qualquer um quisesse dar, e ainda sujeito a conotações e insinuações de toda a espécie, incluindo a sexual. Se for com narração chama-se "propagação"...da mesma interpretação, que até pode estar a ser feita por um cientista louco no contexto de um plano maligno para acabar com a raça humana, mas se for digerível pela nossa requintada flora gástrica, e ainda agradável ao toque no palato, que venha em travessas a transbordar, e se eu quero repetir? Podem trazer já mais outra. Ora essa, dona condessa!


Mas entretanto comecei a dar com certas pessoas que, imaginem lá vocês como é isto possível: apoiavam a causa palestiniana! Meu Deus, estes tipos querem-nos a matar a todos! Quem sabe se lá entre eles não está um bombista suicida? E a gritar palavras de ordens contra Estados Unidos e Israel??? Ora essa, Estados Unidos ainda lá vá, que é o nosso chupa-chupa placebo, que gostamos  de apontar defeitos para parecermos menos pobres e rústicos que eles. Muito bem, portanto Israel "nasceu" em 1948, e foi colocada no território do antigo protectorado britânico da Palestina. Antes disso foi o que se sabe, a II Guerra, o nazismo, e uma espécie de descargo de consciência levou-os a serem instalados na sua terra do...


...tempo do rei David, isto está certo assim? Há quem defenda que de facto está, apesar de depois disto ainda terem passado por lá os helénicos, os romanos, os bizantinos, e depois das cruzadas ainda os mameluques, o Império Otomano e finalmente os britânicos, antes do surgimento do Zionismo em finais do século XIX,  e a guerra israelo-árabe que culminou na independência, em 1948. Bem, nesse caso...


...isto também. Não, não me venham com merdas, que É AINDA MAIS CERTO! Gostam tanto de Israel, mas lembraram-se disso quando lhes sacaram a massa toda e os obrigaram a converter-se? E quando os andavam a queimar na pira da inquisição? Não sei se vos custa ler isto, mas eu como não tenho religião e para mim tudo isso são crimes, desde a Inquisição ao Holocausto e este mais recente...mas esperem lá, já sei o que estão a pensar. Não, não me esqueci, e aqui vai.


Pois é, Munique, Jogos Olímpicos de 1972, um incidente lamentável. E não estou a ser cínico nem sarcástico nem nada, foi mesmo lamentável. Mas neste caso o que aconteceu foi exactamente aquilo que o terrorismo pretende: causar impacto, e fazer com que ninguém esqueça. Teve o efeito desejado. Depois...


Esta é uma fotografia que os "direitretas" adoram partilhar, como se fosse a única que existe dos dois pólos do conflito. Mas para mim são todas execráveis, esta e as restantes que aqui vou mostrar. Portanto estes farricocos não são das Festas da Nossa Senhora da Agonia, mas antes da Agonia, ponto. São o Hamas, grupo que se radicalizou. Aqui vocês pode perceber qual foi a pescadinha de rabo na boca que a sra. Le Pen usou. Ninguém falou de Islão moderado ou radical, há sim grupos terroristas que se radicalizaram, e lá apareceram os tais homens-bomba. Que coisa essa, os homens bomba, se bem que no outro dia estava uma senhora histérica com medo que os refugiados-islâmicos-terroristas-etc. lhe fossem aparecer lá em Unhais da Serra a dizer que "são como uns kamikaze". Exacto! Os kamikaze (vento divino, literalmente) eram uns pilotos japoneses que despenhavam-se juntamente com o avião nos seus alvos, de modo a causar mais danos no reduto do inimigo. Coisas da honra e não sei quê, não é para a "Europa" entender. Mas de facto custa-nos a engolir isso do martírio com bombas à cintura, e em "custa-nos" também me incluo, obviamente. Mas vamos ver se este exemplo ajuda a entender melhor.


A este ponto gostava de deixar claro que tudo o que vem aqui exposto é completamente verídico e verificável, e é possível que tenha cometido uma ou outra imprecisão em matérias onde falo de cor, mas de certeza nada que vá alterar por aí além a verdade. Os meus caros compatriotas, bravos, que nada temem a não ser a morte, o terrorismo, os refugiados, os ciganos e mais umas 377 coisas, vejam se me acompanham neste raciocínio. Israel é aqui os "refugiados", e de facto estamos no pós-guerra e existem milhares de sobreviventes do Holocausto sem uma terra para chamar sua. Ora vocês não os querem, como não queriam estes da guerra da Síria, nem outros queriam estes aqui do exemplo. Agora imaginem que os refugiados de Israel eram-vos impostos por uma terceira parte, uma potência com a qual nunca poderiam sequer levantar a garimpa sem levar logo uma ripada. Muito bem, os "refugiadinhos", como vi por aí um palerma escrever, não iam apenas para o  vosso país, ou cidade, ou rua: iam para a vossa casa, mesmo contra a vossa vontade. Muito, muito contrariados, iam ficar vocês. Putos da vida, e mais ficavam ainda quando os refugiados vos começassem a enxotar para um canto, mais à vossa família, vizinhos etc., até que praticamente nem um canto da varanda tinham para ficar encolhidos a dormir. Se protestassem, os refugiados davam-vos na mona e se quisessem reagir a tal potência dava-vos a dobrar, e ainda se ficavam os dois a rir. Pergunta: quanto tempo acham que iam aguentar até meterem um cinto de bombas à volta da cintura e rebentar com aquela m... toda? Acho que para saber é preciso passar por isso, não é?


Esta imagem - impressionante, deveras - é amiúde partilhada por aqueles que dessa forma pensam estar a combater o terrorismo. Irónico, e atendendo ao que expus no parágrafo anterior, fico mesmo muito baralhado. É no mínimo lamentável que saibam exactamente que imagens usar para agredir o inimigo, quer esta, "cartoons" do Jyllands-Post, referências ao "profeta pedófilo", em suma, tudo o que sabem, que aparentemente não é muita coisa. A mim custa-me ter que fazer isto porque pensei que pelo menos poderiam refrear um pouco esse ódio que chega mais a parecer próprio das claques de futebol, que se pode detectar naqueles adeptos mais...fanáticos? Palavra forte esta. Nenhuma religião é "da paz", portanto o Islão também não, naturalmente. E como podia ser? Fiquemos com umas imagens lindas, lindas, que nos dizem imenso da amizade entre os povos separados pelas religiões. Espero que tenham gostado da apresentação, e eu sei que detestaram, mas eu também não achei lá muita piada, e a mim é que deu este trabalho todo, ainda por cima. A verdade é assim, meus amigos, vai para lá daquilo que as burqas e os capuzes nos deixam perceber. Aguardem muito em breve a dissertação sobre o Corão e a Bíblia!


Esta queria dedicar ao Hugo Gaspar, o Firehead. Engraçada a maneira como o outro menino refugiado coça o pescoço, não é? Tem mais graça ainda a forma como este simpático soldado brinca com aquele menino não acha? Pum, pum! Olha como os pais também se divertem tanto. Ah, espera, se calhar são "refugiados". Claro, as aspas estão lá por alguma razão. Uma triste razão.