domingo, 20 de setembro de 2015

Vini, vidi, vinci...ciao - uma aventura no futebol de Macau


Aqui estão três belos exemplares "homo futebollis", um da sub-espécie "africanus", e dois da "lusitanus", mas todos originários de "Ligus Portugalis", um povoado no extremo oeste da "Europis", conhecido por ser sempre uma grande "barafundis". Da esquerda para a direita temos Juary, Luisinho, e Marco Meireles, na imagem a segurar uma taça, que é respeitante à conquista do campeonato de...Macau??? Mas qual é a surpresa? De facto tempos houve que jogar no campeonato de Macau era praticamente sinónimo de decadência - nenhum jogador da "Ligus Portugalis" ia optar por Macau em vez de, sei lá, o Merelinense da antiga III Divisão, ou até um Carapinheirense na I divisão distrital da AF Leiria, mas com aspirações "de subir aos nacionais este ano", algo assim. Quando chegaram em finais de 2014 e inícios de 2015, altura que reabriu a janela de Inverno do mercado de transferências, vinham demasiado bem referenciados, os rapazes: Juary tinha passado dos juniores do Sporting à equipa "B" dos leões há menos de dois anos, e representava o Tirsense no Campeonato Nacional de Séniores, enquanto Luisinho era o artilheiro-mor do 1º de Dezembro do mesmo escalão, e vinha de um registo de 23 golos marcados em época e meia! Meu Deus, o que foram estes rapazes fazer para Macau, dotados de duas pernas funcionais e com (muito) menos de 35 anos de idade??? Teriam sido raptados de um hotel em Moscovo onde foram seduzidos, anestesiados e expedidos para o Oriente???  Passo o exagero, mas a minha noção do "futebollis macanesis" é datada de um paleolítico ainda mais inferior que o actual, pois de quando vez alguém se lembra de investir uns cobrezitos, e lá aparecem uns jogadores decentes a compor equipas mais ou menos decentes para jogar num campeonato completamente indecente. Com mais este "você aí, me dá um dinheirinho aí", lá apareceram uns rapazes mais jeitosos vindos não só da "Liga Portugalis", mas também alguns "homo futebollis" da variante "africanis", e especialmente "brasillis" (esses andam em toda a parte, como os "fillipinis non residentis"), e a maioria deles com muito sangue na guelra, com esperança de chegar ao emergente "futebollis chinesis", a dar os primeiros "Grandes Pontapés Para a Frente". Na falta disso podem sempre aspirar ao "futebollis hongeconguis", aqui ao lado, onde a malta leva tudo muito mais a sério, mesmo que os resultados sejam apenas "ligeiramente menos humilhantes". 


Estes três em particular, Juary, Luisinho e Marco Meireles, têm em comum uma experiência que lhes valeu...perder uns meses? Bem, não foi assim tão mau, pelo menos em termos profi$$onais: jogaram no campeonato de Macau, pelo Benfica, e sagraram-se campeões. Melhor: foram pagos (e razoavelmente pagos, diz-se). Sim, alguns "clubis portuguesis" têm essa mania de...como vou dizer isto? É simples: imaginem que um tipo vos contratava para trabalhar, vocês vergavam a mola todos gulosos, a pensar na notinha, e no fim o bacano diz que ah, e tal, "moah". No fim ainda vos fica a engonhar com a lábia do "no mês que vem recebem tudo, de certeza", e enquanto esperam pela primeira tranche, olha, porque não trabalhar para a segunda? Entre os que ainda pagam (e a malta baza, foge dos malucos), há os que...bom, ficam a dever - mas deixem lá que há uma mão cheia deles que não podem pagar porque limpar as latrinas na prisa paga muito, mas mesmo muito mal. Mas custa ganhar a vida no futebol sem poder jogar futebol como deve ser, e por isso estes três mercenários mosqueteiros do chuto na bola foram procurar pastos mais verdes, onde o número de espectadores nas bancadas fosse superior a 50. Ou pelo menos onde o público ainda se consegue ouvir mais do que os atletas e técnicos a comunicar dentro do campo. Assim, depois de seis meses em Macau onde sempre arranjaram medalinhas para morder e encher a barriguinha, foram-se; Luisinho regressou ao 1º de Dezembro e levou consigo Juary, enquanto Marco Meireles...esperem, antes de falar de Marco Meireles:



Epá, o que é isto, um guarda-redes do...Chaves?!?! Sim, ou melhor, foi um guarda-redes do Chaves, depois de ter passado pelas camadas jovens do Esposende, Boavista e Salgueiros, antes de terminar a formação com os flavienses, onde ficou um ano como sénior, esteve emprestado no ano seguinte ao Cinfães, e então com 20 anos DECIDE VIR PARA MACAU! Sim, mais do que apenas isso: VEM FICANDO JÁ HÁ MAIS DE DOIS ANOS. Quem ainda não reconheceu, trata-se de Rui Nibra, dono e senhor das redes do Benfica de Macau, ao ponto de nem constar um suplente para a sua posição na lista do plantel de 2014. Não conhecendo pessoalmente ou tendo comunicado de outra forma com Rui Nibra, fico seriamente intrigado com os planos que este rapaz terá para o seu futuro, que como se sabe, em Macau, não existe. O guarda-redes referência do futebol de Macau, o nosso Zamora, Banks, Yachine ou Schmeichel, é um tal Domingos Chan, ainda no activo aos 45 anos, é para todos os efeitos o estafeta de um departamento governamental. Dependendo do futebol PARA COMER, teria que jogar até aos 100, e olha que ia ser preciso muita tinta loira para o cabelo. Depois de analisar o factor "qualidade do atleta" com "liga do clube que representa", temos a maior amplitude alguma vez registada. Isto era praticamente o mesmo que Cristiano Ronaldo ir dar "um pézinho" ao Estrela de Vendas Novas, ter "gostado das condições" (pagavam almoço e transportes, nada mau) e resolvido ficar por lá uma temporada e meia, e "depois logo se vê". Mas passando então ao Marco Meireles...



Do grupo que veio para Macau, o caso mais intrigante é o de Marco Meireles, que aos 25 anos é um autêntico "Globe Trotter" do futebol, sempre com a casa às costas. Nascido na Amadora, iniciou-se no Cultural da Pontinha, onde os seus dotes de pequenote lhe valeram logo no rasgar da adolescência a sua primeira longa viagem: o "Puéérto", onde ficou desde os juvenis até ao primeiro ano de júnior. Provavelmente ainda a recuperar do choque cultural que foi essa primeira mudança, passaria por outro ainda maior, quando aos 18 anos foi fazer a última etapa da sua formação na Madeira, ao serviço do Nacional. O jovem Marco prometia, mas uma lesão grave deixou-o afastado por seis meses, e quando foi tentar "recuperar a matéria perdida", deu por si a representar o Machico, também da Madeira, o Aljustrelense, nos confins do Alentejo, e finalmente o Ribeira Brava, já de volta à pérola do Atlântico, onde teve a sua primeira experiência de "amor à camisola" - ficaram por pagar seis meses de trabalho "para aquecer". Foi aí que deu um murro na mesa e disse: "F...-se esta m..., c..., p... que os pariu da grande c.., vou é para a Finlândia, c...!" (é possível que tenha pelo menos pensado em algo do género). 


Mas foi mesmo para a Finlândia, que no fundo é um apanhado de Amadora, Porto, Funchal e Alentejo, mas muito mais frio, e com um público menos apaixonado pelo desporto-rei (gostam mais de vodka) ali disputado na variante "futebollis esquimmus". Mas pelo que se pode ver pelo seu entusiasmo, Marco estava como um peixe na água, neste caso uma pescada congelada. Jogar no campeonato finlandês é longe de ser tão mau como jogar em Macau, mas no terceiro escalão com um tal Sporting Kristina, e ainda tendo evitado por pouco a descida, é abusar um pouco desse conceito. Assim, 25 partidas realizadas e 3 golos marcados depois, Marco Meireles vai procurar pastagens mais verdes em prados mais quentes:


Depois de um ano a jogar para o Pai Natal ver, Marco teve um convite de um treinador amigo para representar, e agora vejam bem isto, um clube BRASILEIRO! Oui, oui, o Grêmio Barueri, e quem por acaso deixou de seguir o futebol brasileiro por volta de 2008 e 2009, vai achar que isto foi bestial: afinal o clube dos arredores do S. Paulo disputava por essa altura a Serie A, o campeonato principal do "futebollis brasillis", que como se sabe é "super legallis, obis!". Mas acontece que por alturas da chegada de Marco Meireles, o clube disputava a Série D, o quarto escalão, naquilo que se pode considerar "uma queda imparável e vertiginosa no abismo". Chegado ao clube, e depois de ter sido confundido e lhe dizerem que "não tinham pedido nenhum pão", Marco explicou ao que vinha, e ficou a saber que o objectivo ali era "a subida à Série C". Dizer que o objectivo "não foi atingido" é relativamente simpático, atendendo ao último lugar obtido num dos grupos da primeira fase, com uma vitória e sete derrotas em oito jogos disputados. Pelo menos deu para conhecer o Brasil. Suponho...


E depois veio Macau, onde após conquistar o título para o Benfica local, Marco Meireles partiu de novo para a Finlândia, mas desta vez para Mikkeli, quartel-general do Mikkelin Palloilijat, ou apenas "MP", que disputa - e sim senhor, assim sim - a II divisão do "futtebolis esquimmus". Mas não há bela sem senão, e o nosso rematador viajante foi encontrar numa espiral de resultados negativos, contribuindo até agora apenas para duas das cinco derrotas consecutivas que resumem o desempenho recente do MP, que se encontra no último lugar ex-aequo com outro bando de esquimós maus de bola, a nove pontos da zona de permanência, e a cinco jornadas do fim. Terá o Marco Meireles uma queda para o abismo, ele próprio? Ou é apenas um profissional que apenas tem que fazer pela vida, e para isso só tem a única coisa que aprendeu a fazer: jogar futebol. Sim, não esperem dele o esboço de um projecto para um futuro centro comercial, ou que traduza para Português as obras completas de Frans Eemil Sillanpää, mas antes um pontapé de canto, um passe longo para entrada da área, algo desse tipo.

Bom, enquanto um novo capítulo se escreve para Juary, Luisinho e Marco Meireles (que me deixou uma óptima ideia para outro "post"), no relvado da Taipa fica a promessa de desfilarem outros aspirantes a "ases da bola", e que cedo aprenderão que a dialéctica dos jogos casa e fora ganham em Macau uma nova nuance: todos treinam, jogam e ficam a perguntar "porquê" nos mesmos recintos, e assim também aproveitam para se conhecerem todos um pouco melhor no fim. Afinal Liedson nunca passou pelo futebol de Macau.

sábado, 19 de setembro de 2015

Nova moda: sexo...vaginal!


Mais de um milhão já descobriram o sexo vaginal. E você, do que está à espera? Encomende já!

Ah, o velhinho "sexo vaginal" - ainda se lembram desses belos tempos, ó fanchonos? Ah pois, isto de nunca se estar contente com pouco leva-se a que se cometam certas faltas de respeito, sobretudo com a vagina. E a partir deste ponto não vou cometer o desagravo de afirmar que a vagina é o único orifício oculto onde se onde se pode (e deve, lógico) meter o pénis, que é um apêndice sensível e que merece toda a estima - e penso que ambos os géneros e até os aficionados das práticas ditas "alternativas" em termos de sexualidade concordam com esta ideia. Assim evito fazer referências jocosas à sodomia, do tipo "conduzir na contramão na auto-estrada do cagalhão" e outras que podem, e vejam bem isto: "magoar alguém". E ainda têm a lata de me dizer que isso "magoa", quando entretanto...ah, deixem para lá, e contemplem antes o número de pessoas que fizeram "like" da página do Facebook dedicado a esta actividade: mais de um milhão! Posso mesmo arriscar que a curiosidade de uns anda pela mesma bitola da indignação de outros: "Sexo vaginal??? Mas é dali que vêm os bebés! Que gente tão horrível". De facto, mas se soubessem mais desta ginástica que não requer adereços da gama dos lubrificantes e outros que ajudam a fazer caber o que não cabia sem muito custo, talvez se conseguisse sentar mais à vontade na cadeira. E lá estou eu outra vez, bolas! Passemos então a descobrir no que consiste esta extravagância, esta loucura que passa por procurar contacto íntimo com O SEXO OPOSTO! Ele há gente para tudo, realmente. Agora é o "sexo oposto", e depois não contentes com isso vão cães, vacas, lulas, frango cru...a perversão parece não conhecer limites!


O Governo adverte: o sexo vaginal pode levar ao orgasmo e à ejaculação

Em primeiro lugar queria a vossa condescendência estas imagens que podem ser consideradas por alguns "pornográficas" - se há quem considere a pintura da fachada do Hotel Estoril "indecente" vai olhar para isto e exclamar: "Pronto, podem matar-me à vontade, que já vi tudo!". Infelizmente o cumprimento deste desejo é comummente tido nas sociedades ditas civilizedas como sendo um "crime", e alegar "interpretação literal" não cola. Pronto, paciência. Mas vejam o rigor com que a mecânica do acto é descrita, naquilo que podia ser muito bem utilizado como argumento CONTRA a introdução de uma disciplina de Educação Sexual nos programas do ensino primário e secundário. Digo mais: a "introdução" de seja o que for fica prejudicada com esta explicação sobre...a introdução, neste caso de um tal "pénis erecto" na tal "vagina", que onde decorre a acção desta narrativa. Vejam só isto:


Todo este mar, todo este céu e "immisio penis"...

Aí está, fica de uma vez por todas assente que só "entrou em coito" quem cumpriu os procedimentos acima descritos. E não se esqueçam que não basta introduzir o "pénis erecto" na vagina para poder reclamar uma adesão ao mui distinto Clube do Coito; é preciso que "um ou ambos" se mexam um bocadinho, vá lá. Aquilo é como o champanhe: se não se abanar não há espuma para ninguém. Resolvida a questão mecânica do processo, nomeadamente sobre quem entra com a parte não-intelectual da empreitada, ou se entram ambos, seguindo-se a repetição continua deste acto de semi-contorcionismo "até que sejam atingidos o orgasmo a ejaculação". Quanto a estas duas etapas, não se fica a saber mais do que isto, mas penso que é o equivalente à parte das receitas de bolos onde se lê "batas as claras até ficarem em castelo" - a receita não descreve a aparência de "claras em castelo", nem diz quando tempo vai demorar: quando acontecer, logo vão saber. Adorei o detalhe da "fricção", que contém uma dica quanto à acomodação do pénis na vagina: "tipicamente sem remover totalmente o pénis". Sem o "tipicamente" como salvaguarda, não se fazia justiça a essa nobre modalidade do Coito Olímpico: a "estocada" - ouvi dizer que querem acabar com essa também! Ah não, desculpem, confundi com "tourada", que parvoíce a minha. Mas o melhor ficou mesmo para o fim, a designação de "intromissão", que no fundo faz todo o sentido para quem encontra um pénis com um gajo lá agarrado, onde antes só vislumbrava a própria flora vaginal. Aqui está um bom nome para juntar à lista de onde constam "pacheco", "cabeçudo" e "careca", entre outros mais e menos coloridos: "intrometido". E no que se intromete, este desocupado? Nos assuntos que só ao clítoris e à vulva dizem respeito, já viram isto? Deixa de ser um cavalheiro e começa a comportar-se como...um "ganda c...."? Ora aí está, começa tudo a fazer mais sentido, agora. Antes de passar à ultima parte deste guia de como fazer para trapalhões, elaborado por um pantomimeiro ainda mais trapalhão, queria chamar a atenção para o seguinte:


Olha quem chegou! Sai da frente Zézé Camarinha, seu lingrinhas!

Este jovem atleta sorri, certamente não por ostentar aquele apelido algo infeliz, mas quem sabe porque pratica com frequência o coito - mas qual? Isso ninguém sabe ao certo, pois ao contrário do que nos diz aquele professor Tournessol arraçado de Haddock, o coito tanto pode ser vaginal como anal. "Coito" é simplesmente outro nome para a relação sexual, assim como "concúbito", "cópula" (de acoplar, que significa unir, ou juntar) e outros nomes menos elegantes. Agora deixemos o João Coito em paz, até porque o rapaz alinha no Casa Pia, e onde entram "coito" e "Casa Pia" juntos no mesmo texto, estaremos a falar de tudo menos de "sexo vaginal". Antes assim fosse.


Para "obter o coito", é preciso estar recenseado, ser maior, ou ter o BIR?

E chegamos à última parte, que só por si daria para fazer mais um ou dois "posts", tantas são as tontices que o autor aqui expressa. Nada disto é completamente mentira, note-se, mas como é que este ou esta tipo ou tipa (inclino-me para "tipo", confiando que nenhuma senhora ou menina tema a lata e o despudor) sabe onde fica o mítico "Ponto G", onde supostamente fica a buzina do sexo fraco? Viu uma radiografia? Fica a cinco centímetros do quê?!?! Só pode ter ido com régua, para saber isto com exactidão, e "intróito vaginal"? U lá lá, faça de favor de entrar, doutor. E já agora sabem o que é um "suspiro de Vénus"? Um peidinho de cona! Que tal, ah? Inventei mesmo agora. E nem tudo é tão redutor como o autor dá a entender com aquela "estatística de bolso" que nos diz que "a maioria das mulheres prefere o sexo vaginal ao sexo anal"? Para se afirmar isto com tanta certeza era preciso ser mosca - nem todos comem a mesma coisa em casa, para bom entendor. E para acabar, fossem os disparates sardinhas e tínhamos aqui a frota completa das Caxinas a voltar com as traineiras a transbordar, as posições! Eu logo vi que isto que do sexo ser tabu era uma modernice, pois aqui descubro que "as civilizações estudavam alternativas" à "tradicional" posição conhecida por "missionário", e como exemplo de que não se pensava nem se falava de outra coisa, temos o  indiano "Kamasutra", aquele livro com uns marajás a levantar os saris do mulherame para afinfarem de onde menos se esporra espera. Mas isso é lá para os lados dos restaurantes de caril de intróitos vaginais, pois no Ocidente temos o clássico "Tratado da Canzana", e antes de Shakespeare já os britânicos se deliciavam com as famosas obras de Master Bates, das quais se destacam "Hamlet, Romeo & Juliet: the threesome", ou "A Midsummer's Night Reverse Cowgirl", entre outras. Mas já agora gostaria que alguém me explicasse uma coisa:

Vendo bem, ninguém teve verdadeiramente "sexo vaginal" - é preciso dois ingredientes.

Pois, este já entendi, mas e quanto às restantes modalidades de "sexo vaginal" além desta onde o pénis penetra na vagina? E quem não gosta de vagina, não tem direito ao "sexo vaginal"? E no caso de serem ambas ou mais meninas cheias de vontade de expressar a amizade entre elas através de sexo vaginal, e não lhes apetecer ter um pénis a intrometer-se nos seus intróitos vaginais? Ah? Tudo motivos para "se estudar" o sexo vaginal, e assim "adquirir mais conhecimentos", como faziam os antigos, antes de aparecer a televisão. 

Antes de me despedir, uma palavra aos que ficaram chocados com alguma coisa aqui escrita, ou alguma imagem mais gráfica, mas não apontem o dedo; afinal somos todos pecadores, com essa mania de "mover o pénis para a frente e para trás na vagina, causando fricção". E para quê? Para "atingir o orgasmo", e de seguida "a ejaculação", e tudo isto dentro do canal por onde saem os bebés! Não admira que Deus esteja tão zangado, e Ele que fez todas as coisas na Terra e no Céu menos esta. Com tanto lugar para se fazer sexo, vão logo para aquele?!?! Sinceramente...


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Património(s) e "feng-shui"


José Rocha Dinis voltou de férias fresco que nem uma alface, como ficou patente no regresso da rubrica "Opiniões", que vai para o ar às segundas-feiras no Telejornal. Análise bem feita ao "fenómeno Coutinho" (cheguei a pensar que o director do JTM iria apostar numa derrota estrondosa de Coutinho, imaginem), com politiquice aqui, politiquice ali, pelo menos Rocha Dinis conseguiu dar uma cobertura de "normalidade" a algo que faz muito boa gente trepar pelas paredes. A certo ponto o tema muda para a iminente demolição do edifício do Hotel Estoril, e dá-se um pequeno equívoco entre Património e património, ou seja, entre o conjunto de edifícios que constituem pontos de interesse histórico e cultural numa determinada localização geográfica, e o património individual, aquilo a que cada um chama de seu, e que tem para si grande valor sentimental ou/e financeiro.


Pronto, aqui com a ajuda do Priberam fica mais fácil perceber, por exemplo, que pouca gente usa esta palavra no seu sentido literário. Pode-se afirmar que "os dentes são o nosso maior património", que isso nada tem a ver com o património comum, o de todos, que nos foi deixado pelos nossos antepassados, o Património Histórico. Parece que a simpática apresentadora do Telejornal adoptou  esta redutora definição da palavra, e questionou a interpretação que o seu convidado deu à expressão "valor patrimonial". Não foi Rocha Dinis que estava a querer tirar nabos da púcara, pois a sua definição de "valor patrimonial" é a única aplicável ao tal levantamento que se pretende fazer: neste caso o valor venal do imóvel. Mas não se intimide a jornalista em questão, que isto acontece aos melhores, e é possível que o próprio contexto tenha interferido nesse julgamento. Outro exemplo:


Por exemplo, nesta capa do Ponto Final reportada a Setembro de 2012 dá-se destaque à proposta de lei que daria livre acesso à declaração dos interesses patrimoniais por parte do CCAC, que na altura levantou certas reservas quanto à protecção da privacidade de eventuais "inspeccionados" - gente muita pobrezinha, portanto. Não creio que por "Mostrem o património" o autor do cabeçalho do PF quisesse dizer que Vasco Fong, na altura comissário do CCAC, estivesse interessado em que eventuais indiciados de crimes de corrupção ou favorecimento ilícito lhe fossem mostrar as Ruínas de S. Paulo. Como já disse, acontece aos melhores. Vamos antes ver a que "património" em particular se referiam os dois jornalistas.


E aqui está o edifício do Hotel Estoril, abandonado há quase duas décadas, mas que foi o primeiro hotel-casino inaugurado por Stanley Ho, ainda antes do mítico Hotel Lisboa. Agora, os hotéis demolem-se como outro imóvel qualquer, e a estrutura deste em particular está para lá de se justificar uma renovação - não é propriamente o original Ritz-Carlton de Nova Iorque ou o singaporeano Raffles. A discussão tem no entanto derivado para uma parte específica da estrutura, a fachada, ilustrada com um desenho que...bem, já quis dizer qualquer coisa, com certeza, mas alto lá, que o "boneco" tem dono.


Ou neste caso, um "autor". Socorri-me do blogue "Macau Histórico" (com a devida vénia), que neste artigo dedicado a artistas estrangeiros que passaram por Macau fala-nos de um Oseo Acconci, natural de Pisa. Certamente que por "Acconci" e "Pisa" (ou pizzas, neste caso) os conhecedores do passado recente de Macau até ao seu presente já identificaram pelo menos o apelido. Sim senhor, o artista deixou uma respeitável descendência, que por sua vez firmou raízes no território, chegando a miscigenar com outras famílias locais, e assim têm a origem desta família, actualmente ainda relativamente numerosa. Oseo Acconci é, portanto, o autor da pintura naquela fachada, que se diz ter pensado especialmente para o próprio hotel.


Parece quase inevitável que a pintura vá desaparecer, e nem encontro ninguém que defenda a sua preservação ou transferência para outro espaço. Alexis Tam parece excepcionalmente entusiasmado com a ideia, e fala-se mesmo de uma questão de "feng-shui", uma noção que deixou Rocha Dinis algo apreensivo - e haja alguém que finalmente partilhe do meu "face-palm" em relação a este tema. Ora se o autor da obra está perfeitamente identificado, os seus descendentes deviam ter uma palavra a dizer quanto a este PATRIMÓNIO - e aqui repare-se como a palavra até é aplicada na perfeição: foi o patriarca que a deixou. Tanto a opinião publica como o próprio Siza Vieira (pasme-se...) só pensam em deitar abaixo o azulejo com aquela menina semi-nua de nádegas rechonchudas, e onde o pudor e a decência são asseguradas pela folha de uma simples plantinha. Que mal fez o malogrado Oseo a este gente para que despreze assim a sua obra? E porque se mantém a família indiferente a esta discussão? Mas voltando a um mistério ainda maior: a própria sobriedade dos nossos dirigentes, e esta coisa do "feng-shui".


Já sabem o que eu penso de religiões, superstições, crendices e outros contos da carochinha, e aqui nem precisam de me pedir para respeitar nada, pois o "feng-shui" tem origem em critérios baseados em factos científicos - alguns datados e amplamente refutados, mas científicos - mas com o evento da modernidade foi aproveitado para fins menos honestos, pronto, ficamos por aí. De facto, e como o Rocha Dinis referiu e muito bem, isto tem muito pouco de científico, num Executivo que, e na sequência do que fizeram os seus predecessores, repetiu "ad nauseum" que a bitola dos critérios a utilizar seria sempre essa: científica. Se for para usar o "feng-shui" para mandar coisas abaixo, então isto pode ser pior do que se possa imaginar. Só desta vez: cruzes-canhoto!


CR7 solta o "ketchup"



Já se sabia que era notícia cada vez que Cristiano Ronaldo ficava meia hora sem marcar golos, mas desta vez o madeirense surpreendeu toda a gente ao abrir de uma vez só a famosa "garrafa do ketchup", servindo cinco Big Mac (ou Big Cris) aos catalães do Espanyol, em partida a contar para a 3ª jornada da Liga Espanhola. O CR7 conseguiu ainda mais um "hat-trick express", ao marcar por 3 ocasiões em 13 minutos, entre minuto 7 e o 20, e parecendo isto um feito de monta, foi apenas o quarto "hat-trick" mais rápido da sua carreira. Aos 30 anos o madeirense continua a saber dar "show", e ainda diversifica o reportório. Este é CR7 mestre do suspense: os que o julgavam acabado, podem guardar o champanhe na arca, e os que temiam o seu fim, podem parar de choramingar, enquanto olham para o poster do rapaz em tronco nu que têm na parede do quarto.


Os...meus...desenhos animaaaiii...buh, uh, uh...



Digam lá se isto não é lindo como o c..., f...-se? Vocês pá, que andam de perto dos 40 até lá para os 45, ou até um pouquinho mais velhos, esta letra não vos diz nada? Eu fiquei "comovidro", pá. E a voz de mel da tipa torna tudo ainda mais nostálgico (e a própria tipa também marchava). E delicodoce. E já encontrei a canção de fundo no caso de um dia optar pela Eutanásia. Ou para ser tocada no leito de morte (essas já são tantas...). No velório - se alguém se der a esse trabalho - não, ou tanto faz: não vou estar a ouvir, em todo o caso. Oiçam, e depois oiçam outra vez. Faz cócegas na alma.


sábado, 12 de setembro de 2015

Delfina deixou-nos


Delfina Cruz, uma das últimas divas do teatro de revista deixou-nos no dia 8, em Paris, depois de uma batalha contra o cancro da mama. Que linda ainda era ela aos 69 anos (quem diria...) mas este é um mal que acontece até às pessoas lindas, talentosas e sempre bem dispostas, como era Delfina Cruz. O velório realiza-se na terça-feira ao fim da tarde na Basílica da Estrela, e o funeral no dia seguinte, às onze. Essa é a Delfina que parte, deixando-nos com a presença da Delfina que para sempre ficará. Requiescat in Pace.


O Salvador num chinelo



Um vídeo super-interessante e de pouco de mais de um minuto de duração, e que diz tudo sobre as religiões. Bem, vocês que se entendam, e quando acabarem de se matar avisem, e...ah espera lá, isso é impossível. Hmmm...olha façam assim: despachem-se com isso e eu de vez em quando vou lá espreitar se ainda está algum de pé. Grato pela atenção.


Kool & his Gang


Vejam só que rica "prisão domiciliária", sim senhor. Com que então "Dá-lhe agora", uh? Deve ter sido antes do "acabem lá com a m... do debate, que daqui pouco chegam as gajas". Se era para isto que andaram a protestar nas imediações do EP de Évora, parabéns. Palermas...


Quem mais tem, menos zurra


 Então, meus amigos, quando o dinheiro fala, os burros baixam as orelhas. Em Hong Kong os ricaços também não querem habitação económica perto do Centro Financeiro porque isso desvalorizaria o seu "investimento" (leia-se "acabaria com a especulação"). Contra isso não vejo ninguém a fazer estes vídeos tão "agravados", que nos falam do fim do mundo em cuecas, das mulheres de "burkha", do bicho papão e até da possibilidade de "novas cruzadas". Já sabia que o mundo estava a andar para trás, mas não esperava que já tivesse recuado mil anos! Ver aqui o vídeo completo.


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Toda a gente primeiro, e esta besta no fim (se sobrar alguma coisa...)


Qual Sergey Bubka do disparate, Nuno Miguel Oliveira, também conhecido por "Pica-Pau", ou ainda "o português mais idiota de sempre" (título incontestado), salta mais um patamar da burrice e da boçalidade, voltando a aterrar de cu em cheio na vara, provocando o delírio (febril) e o vómito da audiência. Carente do reconhecimento de alguém com um QI acima de 70, que não esteja lobotomizado, severamente medicado e a babar-se no canto de uma sala de isolamento num sanatório situado numa ilha isolada no meio do Mar do Norte (epá, ganda imagem!), Pica-Pau encontrou na crise dos refugiados a sua "praia" - enquanto muitos desses coitados morrem antes de chegar à sua. Só que o badochas lélé, CUzinheiro bagaceiro que só não é do Barreiro e não é nada porreiro, considera-se um...ahem, "patrioteiro" como deve ser, sim senhor, e como na grande lotaria das nacionalidades saiu-lhe a "portuguesa" (o que explica muita coisa, ao mesmo tempo que nos envergonha), sente-se "no dever de proteger o território europeu" da invasão de "carradas de muçulmanos", como orgulhoso elemento da tribo dos europeus badochas que mais se assemelham com o personagem do "The Penguin" da série "Batman" interpretada pelo actor Burguess Meredith:


Um deles é um vilão, pulha, anti-herói e aterrorizador de viúvas, orfãos e jumentos. O outro é Burguess Meredith, actor que encarnou a personagem de "Penguin" na série televisiva "Batman", nos anos 60. Pois é, o nosso retardado de estimação pensa que encontrou finalmente um grupo de quem pode dizer mal à vontade, que o que não falta por aí são outras cavalgaduras que lhe batam palmas. Vejam só este exemplo:


Este palerma que vêem nesta imagem, e agora estão a pensar que preferiam não ter visto é um tal Mário Conforti - nome completo Mário Conforti Piças na Anilha do Rêgo - um brasileiro a residir em Portugal que saltou para o palco do circo das redes sociais ao fazer um vídeo onde se opõe à vinda dos refugiados para Portugal. De toda a merda que ele diz, há uma coisa que eu concordo plenamente: Portugal não devia aceitar qualquer badameco, mas agora que ele já lá está, custa mais a arrancar do que um carrapato da coiraça de um S. Bernardo. Esta amostra de gente que se julga dono do chão que pisa fala com a boca cheia graças ao enorme contributo que deu a Portugal. Faz o quê? É cantor! Isto explica o ar de panilas e cabelo puxado para trás com ranhoca, mas se canta tão bem como fala, É UM TERRORISTA! QUER-NOS EXPLODIR OS TÍMPANOS! PARALISAR OS NEURÓNIOS! ARGHH!!! Vendo bem este Zé Caralho, perdão, que "Zé" e "caralho" são nomes portugueses, portanto este Rodivanilson Wanderley Pica-na-Bunda até faria uma boa dupla sertaneja com o Nuno Miguel Oliveira. Eu disse "dupla sertaneja"? Desculpem lá isso, é que fico meio atordoado com tanto merdume: um casal de moscas varejeiras, isso sim.


A internet está cheia de merda desta, e não me surpreende, tanta é a quantidade de gente BURRA a acreditar em tudo o que lhe aparece pela frente, e a pensar que está "atenta" ao "perigo" que os quer "matar" (deve ser da inveja, de serem super-bonitos). Esta imagem de uma sopa dos pobres na cidade do Porto TEM TRÊS ANOS e já serviu para tudo e mais alguma coisa: para atacar este Governo, para criticar este e aquele, e agora, subitamente, é por culpa dos refugiados sírios e iraquianos que muitos daqueles gajos que ali estão se endividaram até ao tutano depois de comprarem merdas de que nem precisam (como um leitor de DVD para a casa-de-banho, por exemplo), e estão ali na fila para cravar uma bucha de borla. Mas é claro que não existem "fundos de inserção social" para "aqueles" - porquê, caíram da carroça da sociedade e agora precisam de alguém que os meta lá outra vez? É desesperante ouvir certos ramelosos a grunhir que os refugiados vêm "com o dinheiro deles", quando vem o número de refugiados que devia vir  com ou sem imagens "fortes" na televisão, e o dinheiro que vão custar JÁ EXISTIA! "Ai e os nossos, e tal, que dormem na rua e não sei quê". Sei, sei, conhecem-nos todos, andaram com vocês na costura, e por isso sabem exactamente os porquês de cada caso de indigência, e têm a certeza que os tipos precisam da vossa ajuda - pediram-vos encarecidamente, e na primeira pessoa, não foi? Pelos menos esses têm mais dignidade que vocês, benza-os o santo Buda. O Pica-Pau até sabe que os sem-abrigo em Portugal (segundo país da EU com MENOS pessoas a viver nas ruas) "descontaram para a segurança social", e tem a certeza que "são todos portugueses" - como ele, por exemplo, e isto parte-lhe o coração. Ja, ja, ich bin nicht Portugiesisch, also ist es nicht meine sache. Mas já que estou aqui a falar no idioma nazi...


"Dentro de pouco tempo veremos a nossa própria terra transformada numa espécie de Iraque ou Síria" - pois é pá, ou no Egipto, e até já temos uma múmia e tudo! "Isto é crime"? Claro que não, e não vai passar a ser só porque este fanchona diz que é. Quem é ele para dizer o que é e não é crime se o número de pobres patetas que votam nele mal chegam para encher duas camionetas de turismo da Marranita? "Mas ó Leocardo, ele até tem razão, não achas?". NÃO! NENHUMA! E se abrirem o olhinho de cima e pensarem com outra cabeça que não aquela que têm no meios das pernas vão facilmente detectar que a argumentação deste gajo tem mais esterco que uma quinta-modelo acabada de semear. Com que então os nossos governantes "acolhem sem hesitar vários milhares de imigrantes invasores, bárbaros e hostis". Pois, então, eles conhece-os a todos, pá. Pelo menos acredito que conhece muitos outros "bárbaros hostis" como ele, do tempo em que jogou nos juniores do Terceiro Reich. Este é que é um grande português, meu. Olhem para aquela carinha laroca, de não-tresloucado e de não-maníaco. Aposto que deixariam os vossos filhos dar uma voltinha pela linha no jipe deste gajo "na boa", é ou não é? Agora aqueles refugiados que vêm para aí pedir lagostins para o chá das cinco e exigir almofadas de penas de ganso real é que são muito má rês, é ou não é? Imaginem que alguns deles dizem que vêm "com fome", e depois recusam lamber o prato onde comeram! Mal agradecidos! E isto são apenas alguns exemplos das BARBARIDADES que tenho lido por aí. Coisas do nível do que aquele palhaço ali em cima escreve. Mas espera lá, isto parece divertido. Deixem-me lá usar a vossa lógica por um bocadinho.


Olha-me para esta pouca vergonha, pá! Vejam bem o deboche que para ali vai, c...! Orgias de cerveja e música "rock" enquanto "os sem-abrigo vivem nas ruas" (juro que vi isto escrito algures), e os surdos continuam sem ouvir nada, pá! Cinquenta paus por um bilhete para ver essa m..., enquanto outros portugueses como vocês vivem um drama até ao fim do mês porque não têm esse dinheiro para encher o tanque do Mazda??? E sabem quantas vezes há gente que fica sem almoçar porque viu o colega do lado com um leitor de mp3 todo catita, e quer comprar um igual??? E este cabeças de pila estão ali para ver quem? O quê??? Sting??? Blur????? F...-se! E os nossos, pá? E o Zé Cabra? E o Toy? E a Ruth Marlene? Primeiro os nossos, e só depois os outros. Estão a ver como é fácil ser um imbecil? E podem-me dizer que esta comparação é descabida, porque é mesmo: o Sting não precisa dos vossos cinquenta paus para nada, e até mandou dizer para trocarem tudo por moedas de dez cêntimos e enfiá-las uma a uma na ranhura do bujão. 


Por outro lado há pessoas que arriscam a vida, a sua e a dos seus filhos, porque ficando onde estão o risco de serem mortos, torturados, violados e espoliados consegue ser ainda maior, e vocês o que fazem? Desprezam-nos, sem saberem quem são, de onde vêm, o que se passa por lá, e ainda caem na cantiga de orangotangos com uma agenda  xenófoba debilóide que inventam histórias do arco da velha: que dos cinco mil refugiados que chegaram não sei aonde, dez mil são terroristas, que os que morreram afogados é que eram bonzinhos, e "foram atirados pela borda fora" pelos "maus". E como é que se sabe quem é bom e mau? Ora essa, os "maus" gritam "Allah akbar!" enquanto atiram pela borda fora os "bons", que gritam "Ai Jesus que lá vou eu!". Por acaso deve ser verdade, numa barcaça onde mal cabem três ou quatro e que transporta às vezes mais de uma centena, há sessões de caminhada na prancha para ir servir de almoço aos tubarões, ao som de uma orquestra de metais ao vivo. Ah sim, ouvi dizer que têm lá cantina, clube de "bridge", e ginásio com "personal trainer" também. A propósito, e de onde vêm os bons exemplos?


Do Papa, por exemplo, ou dos Super-Dragões, que tiveram a ideia de contribuir com um euro por  cada bilhete vendido dos jogos da Liga dos Campeões para ajudar os refugiados. Não sei se conhecem os Super-Dragões, aqueles tipos dos quais muitos têm a 4ª classe, cadastro criminal, e alcunhas como "Macaco". Deve ser por isso que não conseguem ver o "perigo", coitadinhos, porque são burros. Eles e os tipos da Associação Europeia de Clubes, que considera a iniciativa louvável, e pretende adoptá-la. Ah sim, e a própria União Europeia, que até parece que está a falar para crianças BURRAS da escola primária cada vez que recorda os princípios humanistas e de solidariedade em que o ideal europeu assenta - para alguns isto só serve para esfregar nas fuças dos menos afortunados: "ó refugiado, queres ir para a Europa para quê? Para abusar do nosso carácter solidário e humanista? Fica mas é aí e à espera de ires aos pedacinhos pelos ares e não venhas "descaracterizar a nossa cultura" - aquela para que estes tipos contribuíram a rodos, e logo a partir do momento desde que nasceram. E foi na Europa que nasceram, porque são "bons". Tão bons que se não fosse pelos imigrantes turcos, marroquinos e outros que a Alemanha, Suíça e Países Baixos acolhem, daqui a duas gerações não íamos ter mais alemães, suíços e holandeses - passo o exagero. Epá, pois é, mas com isto do multiculturismo vamos passar a ter mais casos como o assassinato de Theo Van Gogh, lembram-se, o neto do pintor holandês morto por outro holandês, detido pela polícia da Holanda, julgado pela justiça da Holanda e actualmente a cumprir pena de prisão na Holanda? Ah era muçulmano, e tal. Eu sou Sagitário, e depois? É que da maneira que esta gente fala até parece que se não fosse pelos imigrantes e refugiados nem precisávamos de autoridades. Ainda ninguém se lembrou de investigar isto, mas desconfio que o velhote que matou dois polícias e mais outra pessoa na Quinta do Conde no início do mês gritou "Allah Akbar" antes de cometer os disparos.


E aí está: o Montepio, que disponibilizou um milhão de euros para apoiar os refugiados, e que no fundo é a missão do Montepio, senão não servia para nada, e o anormal do Pica-Pau diz que "roubou". Olha, foi para os refugiados "mãos largas", aqueles que estoiram a massa toda no casino dos peixinhos e com as sereias no fundo do mar, e depois aparecem a boiar e vão dar à praia. É por isso que o Pica-Pau raramente escreve qualquer coisa para ilustrar aquela arte do "copy-paste" que é o grupo a que chama "um blogue" (e insiste, o palerma...). Ou então não diz nada e deixa que aquilo que coloca no grupo contradiga tudo o que disse antes. Na imagem da direita vemos um vídeo partilhado por ele com a intenção de mostrar que os muçulmanos "são muito maus", e onde ficamos a saber que as minorias cristãs perseguidas no Egipto vão para a Europa COMO REFUGIADOS. Mas porque raio vão os refugiados de países como o Afeganistão, Iraque, Síria e Somália para a Europa, tão longe, quando podiam ir, sei lá, para o Alasca, mesmo ali ao lado, ou para a Papua Nova Guiné, que se vê da janela da casa deles? A pergunta a essa resposta é "não vão". Ou pelo menos A MAIORIA não vai, pois como demonstrei aqui no outro dia, a Europa recebe apenas 20% dos refugiados PORQUE SE COMPROMETEU A RECEBER, PORRA! ACORDEM, PÁ! A maioria dos refugiados sírios vão para o Líbano, enquanto os somalis e outros das zonas de conflito do norte de África procuram países da África central. Mas nãããão...aqueles cadáveres na praia são parte de um plano maquiavélico para "islamizar a Europa". Por falar nisso...


Olha para isto pá, mesquitas em toda a parte, enquanto na Arábia Saudita e vizinhanças "népias" de igrejas cristãs. Onde é que eu vou falar com o meu personagem imaginário favorito da próxima vez que for apanhar caracóis em Jeddah? E onde vão os milhões - mais que milhões, milhares! - de cristãos desses praticar o seu culto? Não podem, senão cortam-lhes a cabeça, coitados. Sei isto porque foi a cabeça de um deles que me disse no outro dia. A propósito, sabem onde fica esta mesquita enorme que vemos na imagem, que com toda a certeza é um ninho de terroristas e centro de operações da "islamização" da Europa? Só pode ser em Londres, claro. ERRADO. Amesterdão? NÃO! Bruxelas, Paris, Munique, Viena??? NÃO, NÃO, NÃO E NÃO. Onde? EM ROMA! Sim, em Roma, onde em matéria de "centro religioso", os muçulmanos são até uns rapazes bastante discretos. É verdade, se o Islão é a religião "da paz", porque não procuram estes  refugiados que confessam a religião islâmica guarida numa das suas muitas mesquitas? Epá, que pergunta espectacular. Agora é que me apanharam. Bom, não sei responder porque não sou muçulmano, não recebi educação religiosa de espécie alguma (e nem foi o Islão que me quiseram impingir), em suma, não me interessa. Mas se querem que vos diga, se calhar as mesquitas não recebem estes refugiados da mesma forma que a Igreja Católica não dá tecto aos sem-abrigo que a besta do Pica-Pau atira nesta caldeirada para exibir mais uma vez a sua burrice latente. E por falar nessa besta...


Aqui está a prova de que este palhação NÃO LÊ os artigos que publica, e depois acaba a fazer estas figuras de atrasadinho mental. Este texto, um dos muitos que ainda podemos encontrar divulgados no Facebook que restauram a confiança na Humanidade, está escrito com recurso ao sarcasmo, ou seja, NÃO É UM TEXTO DE ÍNDOLE NACIONALISTA, nem de longe, nem de perto. Mas com a cornadura à frente dos olhos, é difícil este animal aperceber-se disso, e como tem uma bandeira de Portugal e o "slogan" favorito deste cagalhão ambulante, toca a armar-se em espertalhão, e sem ter consciência disso vir defender exactamente o oposto daquela caganeira de retardado que julga que dando uma de xenófobo vai arranjar mais amigos. Aqui está o teu diagnóstico, sua aventesma do c...: não tens cura. Vai aprender a escrever, a pensar, e a ser gente, ó meu 'ganda urso. Pode ser que um dia ainda tenhas cura. Coitado...e parabéns aos restantes que têm este "artista" na equipa. São uns génios que passaram fome, presenciaram cenários de guerra, precisaram de dar corda aos sapatinhos para salvar a pele, e sabem muito bem as intenções dos - e também já vi isto em qualquer lado - "pseudo-refugiados. Em suma, sabem-na toda, ó pseudo-criaturas. Eu tinha vergonha, sinceramente. ACORDEM!


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Coutinho, aquela máquina


José Pereira Coutinho é o homem de quem se fala da política portuguesa daqui e dalém mar. Deputado da Assembleia Legislativa de Macau eleito pela "Nova Esperança", uma lista composta por elementos da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), que como o nome indica representa os interesses dos funcionários públicos no território, o seu nome extravasou os limites da pré ou pseudo política que por aqui se vai fazendo, e chegou aos corredores da Assembleia da República, em Portugal. A associação existe desde o tempo da administração portuguesa, passando pela transição, e já em plena RAEM e com Coutinho ao leme, retirou das entranhas da própria administração pública, agora chinesa, os votos suficientes para sentar no hemiciclo da Praia Grande não um mas dois deputados, ele e...aquele rapaz que não me percebe muito bem o que está ali a fazer, coitado. A ATFPM não é bem um sindicato, pois em Macau não existe lei sindical que permita esse tipo de organizações, mas é como se fosse: mobiliza as massas quando quer e na ordem dos milhares, se necessário, é odiado pelo poder, atende a todos os "lobbies" e não é esquisito na hora de se deitar com as forças partidárias: qualquer uma serve, desde que sirva - a ATFPM e especialmente o seu líder, lá está.

Quando falo de Coutinho, falo apenas do que sei, do que conheço dele e do que ele me dá a saber, e nesse particular ele não se inibe na hora de sair da pele do cordeiro manso que representa a região Macau, China, Hong Kong e Tailândia no Conselho das Comunidades Portuguesas, para se transformar no "lobo" que tem um apetite devorador por eleições. Para ele uma vitória sabe sempre a pouco, e não há eleição para que ele seja elegível que não tenha ambições a ganhar. É um verdadeiro "animal político", no sentido da palavra, e apesar de não me rever no seu estilo  - e nem preciso, nem eu nem ninguém, pois isso parece irrelevante face à imagem que ostenta, que leva a que eleitores que nem sabem para o que estão a votar ponham a cruzinha ao lado do seu nome. O seu pragmatismo leva mesmo a que se certifique que alguns votantes menos experientes não se enganam na hora de cumprir com o dever cívico, especialmente se não entenderem uma única palavra no boletim de voto. É a política "à Macau", seja ela para consumo doméstico, ou para exportação, mas é Coutinho que parece incomodar as "aves reais" portuguesas aqui do burgo, muito por culpa daquela sua mania de ganhar eleições sem dar cavaco a ninguém, sem definir cor política ou sem convidar essas altas individualidades para seu número 2 - ou número 1, porque não? Vejam só isto:



Domingo foi a eleição para o Conselho das Comunidades Portuguesas, e tal como há cinco anos a lista de Pereira Coutinho concorreu sozinha, elegendo os três conselheiros da região a que se candidatava. Há cinco anos foi a mesma coisa, mas em 2003, no primeiro sufrágio realizado em Macau para este organismo, existiam 4 listas. A lista de Coutinho saiu vencedora com mais votos que as restantes todas juntas, mas o ambiente no Consulado Geral de Portugal, onde se realizou o acto, esteve longe de ser pacífico. Mesmo pisando o risco aqui e ali, a verdade é que Coutinho venceu e venceria sempre, contando com o apoio da sua "máquina eleitoral". E olhem que não são apenas os funcionários públicos; não ha idosa ou sopeira detentora de nacionalidade portuguesa que não pense imediatamente em Pereira Coutinho na hora de resolver qualquer assunto relacionado com o passaporte ou o Cartão de Cidadão - que diabo, até desconfio que olham para ele como a "entidade emissora".

Recomendo que vejam este vídeo, que dependendo da perspectiva, pode ter tanto de hilariante como deprimente. Quase no início recorda-se uma reunião ao mais alto nível entre algumas das tais "individualidades" da comunidade portuguesa para se chegar a "um consenso" sobre a eventualidade da formação de uma "lista única" para estas eleições, que "congregasse os interesses de toda a comunidade". Com licença: ahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahah!!!! Peço desculpa, especialmente se me estiverem a ler fora de Macau, em Portugal, por exemplo, mas eu explico. Estão a ver aqueles tipos que nas reuniões camarárias, ou mesmo de um simples condomínio, gostam de falar, falar, falar, e no fim quando acabam de dizer tudo o que querem e toda a gente lhe dá razão, vão-se embora? Aqui é mais ou menos assim com uma grande diferença: aí ainda há mande calar esses cromos, aqui isso é logo visto como "um ultraje", e noutros tempos podia valer mesmo uma viagem de avião para Portugal, só de ida. Em suma, não se chegou a consenso porra nenhuma, pois a cagança é tão altiva que é impossível meter nestas cabecinhas tão cheias de "sapiência" que nem ficou lugar para mais coisa nenhuma que só pode existir um número um, e não...quantos é que estiveram nessa reunião, mesmo?

A maior parte da reportagem recorda o acto eleitoral propriamente dito (do qual eu participei, tendo sido o único até hoje), e é aqui se fica a entender melhor o "problema" que Pereira Coutinho representa para qualquer outro candidato a...uma eleição onde Pereira Coutinho participe? Sim, só pode ser isso, e por muito que se critique a postura, o comportamento e a cara de pateta (leia-se "de político") que são apanágio do candidato Coutinho, ele faz aquilo que dá votos, e que no fim é o que interessa. E vendo bem as coisas, já que os políticos são todos a mesma m..., e se mesmo se insiste em votar em eleições, porque não fazê-lo em alguém acessível e popular, mesmo que a atirar para o "pimba"? É um facto que Coutinho aparenta ter cometido diversas irregularidades naquele dia, e os seus adversários não se cansaram de referir esse facto, mas não foi por isso que o resultado final sofre qualquer contestação - foi uma vitória esmagadora de Coutinho. (Para quem estiver a perguntar com os seus botões, não, não votei nele).

Curioso como a um certo ponto durante a reportagem recorda-se um incidente decorrido na sexta-feira antes do acto eleitoral, quando Pereira Coutinho e outro candidato faltam a um debate na Rádio Macau, previamente marcado para esse dia, alegando "estarem de luto" pelo desaparecimento nesse mesmo dia de uma figura respeitada da comunidade portuguesa. Os dois candidatos que se deslocaram aos estúdios da Rodrigo Rodrigues ficaram aborrecidos com a "confusão" entre prioridades - e atenção que nunca é demais salientar que Coutinho não foi o único ausente. A verdade é que com ou sem debate, o resultado do escrutínio dificilmente se alteraria. Ainda a esse respeito, um jornalista que fez na altura a cobertura dessas eleições chama a atenção para o facto de Coutinho ter comemorado a vitória no Domingo seguinte "com champanhe", isto apesar da tal personalidade falecida dias antes "ainda não ter ido a enterrar". Sem querer estar a apontar o dedo a ninguém - e quem quiser veja o vídeo e tire as suas próprias conclusões - acho isto tão desnecessário quanto ridículo. Juro pelas alminhas todas que não fazia ideia que existia um protocolo que estabelece que só se pode deixar de fazer cara de enterro...depois do enterro. E este tipo de tricas beneficia quem, exactamente? Ninguém, e também não prejudicam Coutinho, que segue cantando, rindo e ganhando. Pode ser que dê alguma consolação aos seus críticos, e muitos deles deviam era estar agradecidos pelo deputado não vir à praça pública explicar as verdadeiras razões de tanto azedume. E mais não digo, até porque há assuntos mais importantes que queria ainda abordar, e este artigo já saiu mais longo do que a encomenda.


E aqui está, o sabor do mês neste final de Verão: Pereira Coutinho candidato à Assembleia da República Portuguesa pela plataforma "Nós, cidadãos!", concorrendo pelo círculo eleitoral de fora da Europa. Só podia ser mesmo assim, claro, e para Coutinho serve que nem uma luva, cai que nem ginjas, e até aposto que ele deve estar a pensar na cor da gravata que vai usar no primeiro dia como deputado na AR. Mas primeiro vamos ver o que está aqui em jogo:


E pronto, com a cortesia da Comissão Nacional de Eleições, aqui está o mapa eleitoral do próximo dia 4 de Outubro, quantos mandatos para cada círculo, e quantos eleitores registados em cada um dos mesmos. Para o círculo de fora da Europa, onde Coutinho concorre a um dos dois lugares, estão recenseados mais de 164 mil eleitores. Agora, por um minuto vamos fingir que está tudo maluco, as couves nascem de cabeça para baixo e as pessoas mordem nos cães: em 160 mil eleitores, nunca em circunstância alguma Coutinho ia arranjar 80 mil velhinhas chinocas com passaporte português que fossem votar nele - nem que as desenterrasse do cemitério. Só que, "surprise, surprise"...


Nestas coisas a abstenção anda na ordem dos 90%, ou quase. Foi assim há quatro anos, há oito, e não estou em crer que os mais de 40 mil novos eleitores recenseados neste círculo vão de bom grado eleger os gajos que em muitos casos os obrigaram a emigrar. Note-se como o número de votos nulos é quase tanto como o número de votos obtidos pelo PS. Isto é gente que se dá ao trabalho de ir até à mesa de votos desenhar caralhadas nos boletins onde aparecem estes tipos que os "desgovernam". Agora, com o PSD A eleger os dois deputados com pouco mais de oito mil votos, quem me diz que Pereira Coutinho não arranja do dia para a noite cinco mil "soldadinhos de chumbo", como o outro lhes chamou (um fanfarrão e um invejoso, e dos maiores), e é eleito suavemente, ficando o nº 2 do PSD a "chuchar no dedo". Olha, pelo menos não é obrigado a "emigrar", ah ah. E esta forte possibilidade que Coutinho tem de ser eleito conforme o que nos dizem estes números, não é assim tão irrelevante quanto isso. E não sou só eu quem o diz:


E aqui está um artigo do Expresso, da autoria de Cristina Figueiredo, que tem tanto de oportuno, como de realista. Destaco algumas partes, nomeadamente as de que falam de 3500 novos recenseados em Macau, e da forma como Coutinho e Macau passaram a estar na ordem do dia no debate político em Portugal. Fico mesmo com sérias dúvidas se o PSD e o PS, as maiores forças políticas e as únicas com uma possibilidade realista de eleger um deputado por este círculo tão disperso desprezaram  mesmo Pereira Coutinho, ou se a plataforma "Nós, cidadãos!" se antecipou, vendo que estava ali uma "mina de ouro" (ou de votos) prontinha a deitar as mãos. Fala-se de uma contra-reacção da parte do PSD, que se arrisca a perder um deputado, e que se tem "mexido" no Brasil, onde até hoje votava a maioria deste eleitorado. Se Coutinho se lembra de meter a "máquina" a trabalhar a todo o vapor, ainda vamos ver o seu nº 2, o simpático Gilberto Camacho, também de malas aviadas para Portugal.

Caso se concretize esta eleição de Pereira Coutinho - e não é nenhum disparate afirmar que as possibilidades disso acontecer rondam os 50%, senão mais - é possível que em Macau os seus inimigos políticos do lado chinês se vejam livres dele. Já se fala nos bastidores da incompatibilidade em exercer os dois lugares de deputado, e mesmo que tecnicamente não seja bem assim, é muito difícil provar que não há mesmo problema nenhum em representar os orgãos legislativos de dois países diferentes. Mas isso são contas de outro rosário, pois agora as que se seguem são estas. Para Pereira Coutinho, pelo menos o mérito de tornar as legislativas de 4 de Outubro interessantes, isso já ninguém lhe consegue tirar.

Deus é meu amigo (tenho medo Dele)


Já sei, já sei, vão-me acusar de não respeitar nada, de ser um palerma com a mania que é engraçado, blá, blá, blá, nem sei como não se cansam de repetir sempre a mesma coisa, e no fundo estão a dar-me mais corda. Estas imagens foram recolhidas por mim no último Domingo, perto da hora de almoço, aqui perto de casa, na Travessa do Mata-Tigre, por onde passo cada vez que me desloco à Rua da Praia do Manduco, e neste dia já nem me lembro ao que lá fui - julgo que para levantar dinheiro na caixa do BNU, mas isso é o que menos interessa. Resolvi recolher as imagens, e principalmente o som porque achei deveras pitoresco o que se estava ali a passar, na forma e no feitio. Não pude entrar para ver mais (ia dizer "saber", mas certamente que "desaprendia" mais do que poderia possivelmente aprender) mas detive-me a tentar entender o que dizia aquele coro de vozes filipinas desafinadas. Inicialmente parecia que entoavam qualquer coisa como "I am afraid of God/He gives me bread" - "tenho medo de Deus/Ele dá-me pão". A primeira parte ainda fazia algum sentido, e cheguei a pensar que estava perante um culto composto por gente bem-informada: quem lê MESMO o que está na Bíblia, vai ter medo de Deus. Depois o que não faz sentido nenhum e estarem a louvá-Lo, ou se "dar pão" é a razão pela qual o Criador lhes inspira pavor.

Aproximando o plano, ficamos a saber que este um culto que se denomina "Lord of the Nations", que lembra uma canção dos Black Sabbath adaptada para uso da UNICEF, e é mais uma de mil e uma semelhantes que, no fim de contas, são uma aldrabice. Aquilo não é uma "igreja", e sim uma fracção de rés-de-chão destinada a comércio, e se há algo que tive pena de não registar foi os "fiéis" a produzir os gritos de êxtase que se ouvem no meio da cantoria - isso é que ia ser só rir, verificar a temperatura da "fé" através das figuras ridículas a que certas pessoas se aprestam para provar...bem, para provar que se aprestam facilmente a figuras ridículas. Agora, podia dizer que "fui saber mais" sobre este culto, mas não fui, porque não interessa nem ao Menino Jesus (aposto que a criança chorava com o chinfrim), e quem quiser pode saber aqui no site oficial, que é deprimente, e outra coisa não seria de esperar, mas de onde tirei esta "mensagem" que talvez explique muita coisa:



Pois, como se pode ver, esta é uma daquelas "igrejas" onde é impossível ter uma conversa normal com qualquer um dos seus elementos que leve aquilo mesmo a sério. Já tive essa experiência, e garanto que a resposta desta gente para todas as perguntas é: "Deus". Se for uma pergunta difícil de responder (ou impossível, e quase sempre é) sai logo um "Deus sabe porquê". E quando falam de Deus, ficam com uma expressão gazeada, como que com um brilho nos olhos, e dá vontade de perguntar: "queres que eu vá embora para poderes saltar da janela à vontade"? Sinceramente, quem vive para depois da morte não está a viver de todo. Mas reparem na parte que destaquei, "a nossa missão". Amarem Deus e amarem-se uns aos outros (parece mais divertido do que realmente acaba por ser), viver "de acordo com a palavra de Deus", que alguém com toda a certeza lhe dirá qual é, Deus para aqui e para ali, Deus etc., e no fim "servir Deus, liderar, e com isso ter impacto em todos os aspectos da vida". Isto mais parece um plano com vista à dominação global e escravização de toda  a raça humana, mas deixem lá, que quem só arranja um buraco daqueles para louvar alto e bom som, não deve representar uma ameaça por aí além. O que eu queria saber mais era sobre a canção cujo refrão repetiam "ad naseum", e que me soava a "tenho medo de Deus". Fui pesquisar e cheguei à conclusão de que estava errado no acessório, mas certo no essencial. Por um lado não se cantava "tenho medo de Deus", mas fico a pensar que se calhar era melhor assim. Pelo menos não perdiam a réstia de respeito que ainda tinha por eles. Afinal há pessoas a quem a fé, mesmo esta de latão a fingir de prata, é tudo o que lhes resta. Coitados. Mas o que estavam eles para ali a balir, afinal?


E perante isto, membros do júri, não me resta senão pedir para declarar a falência dos cânticos e hinos religiosos. Ah afinal era "I am a friend of God" - "sou amigo de Deus" - e não "tenho medo de Deus" que estavam ali a bradar naquela tentativa de canto, e é "He calls me friend", "ele chama-me de amigo", e não "he buys me bread". Amigos, amigos, contas da padaria à parte. Deduzo ainda que os tais urros de êxtase deviam ser alguns elementos daquela pobre desculpa para um coro dizendo os últimos três versos, assinalados ali por "Bridge", ou "Ponte". Agora, o que é isto, e quem é o autor? Um tal Israel Houghton, que segundo a Wikipédia é uma celebridade do oculto mundo do "rock cristão". Nascido na Califórnia, filho de pai negro e mãe branca, esta engravidou dele aos 17 anos e considerou fazer um aborto - isto é terrível por inumeras razões, mas é o que lá está. Como é fácil perceber, acabou por não ir para a frente com o seu plano, e baptizou a criança com o nome "da primeira palavra que viu quando abriu a Bíblia, e assim descobriu Deus. Julgo que isto não é lá muito boa ideia, e Israel devia dar-se por contente por não se chamar agora "Fornication Houghton", ou  pior. Agora reparem nos primeiros versos desta e-la-bo-ra-dí-ssi-ma canção, que traduzidos ficam qualquer coisa como isto:
 Quem sou eu para que penses em mim
Para que me escutes quando te chamo
É verdade que estás a pensar em mim
O jeito como tu me amas, é fantástico
(Quem sou eu, Senhor?)
Peço desculpa pela tradução meio "despachada", mas também não se pode dizer que estamos aqui na presença de algum Bernie Taupin. Se não soubesse de antemão que isto é um tema de "rock" cristão diria que se tratava de uma canção "irópita" (para ir ao...pois, já perceberam), uma daquelas com Jon Bon Jovi "gave love...a bad name". Em suma, uma canção de engate, a cera que se passa no ringue da vulva antes de meter lá o careca a patinar, e acho que já me fiz entender com estas coloridas imagens. Mas atenção, que o reportório do artista não fica por aqui no toca a esta ambiguidade "amar a Deus/amar Deus a noite toda pela frente e por trás", nada disso. Vide:


Se excluirmos de mais esta elaborada letra deste muito original cântico a parte do meio, onde o autor  insiste em deixar saber que "venera Deus", como se estivesse a dirigir-se a alguém duro de ouvido ou de raciocínio lento, encontramos aqui a mesma tendência: "Senhor tu és bom, e a tua graça é eterna" no primeiro verso, e no fim "Tu és bom todas as vezes/todas as vezes tu és bom" - um toque mais sensual seria terminar com "tu és boooom". Blasfémia? Aparentemente Deus não se importa, ou até gosta. Ou não existe. Portanto, concluindo e resumindo, se eu tivesse o desplante de passar para o papel a adoração que teria por Deus, caso tivesse alguma, isto...
Senhor tu és tudo para mim
Deixa-me sentir a tua glória,
Deixa-me senti-la esta noite,
Toda à noite, por trás e à bruta.
Não me deixes sem sentir
Toda a Tua jactância, ó Senhor.
Deixa-a no meu rosto e nas minhas mãos.
...seria um cântico, também. Se chegaram até aqui, pode ser que alguns de vocês se sintam "ofendidos" pela forma leviana como me refiro ao vosso amigo imaginário predilecto, mas até prova em contrário, isto podia muito bem ser um êxito do "rock" cristão. Pronto, admito que está ligeiramente mais denunciado que os dois exemplos que dei mais acima, mas apenas LIGEIRAMENTE, portanto. Tira-se o "por trás e à bruta", por exemplo, os filipinos decoram em minutos, cantam com as velhinhas, toda a gente chora, e no fim todos ficam mais felizes. Especialmente o Israel Houghton, que nem precisa de esperar por um milagre para ver os dígitos aumentarem na sua caderneta bancária. Respeito? Aprendam a respeitar-se a vocês mesmos primeiro, meus anjinhos.