quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Monster Mash



Feliz Halloween! Fiquem com "Monster Mash".

万圣夜 (ou apenas Halloween)


Hoje é dia 31 de Outubro, vésperas do Dia de Todo os Santos, e noite de Halloween, ou em português, "Noite das Bruxas". Este é o nosso equivalente àquele dia de Agosto em que no calendário chinês se abrem as portas do Inferno e os fantasmas andam por aí à solta. Ers giro se isto fosse mesmo verdade, e podiamos ir beber uns copos com os nossos antepassados, e eles sempre nos podiam ir prepraranso para o inevitável. Cruzes canhoto, que eu não sou supersticioso, mas como dizem nuestros hermanos, não acredito em bruxas, pero que las hay, hay.

Neste dia em Portugal juntava-me aos amigos e iamos jogar ao prego, que para quem não sabe consistia em ir tocar às campainhas das casas dos outros e fugir. Ou seja, iamos chatear as pessoas. A única diferença em relação aos outros dias em que brincávamos ao prego era que faziamos barulhos fantasmagóricos quando alguém respondia no inter-comunicador (sim, já exisitiam), e riamos imenso. Quando éramos mais velhos saltávamos o muro do cemitério e iamos beber umas jolas e fumar em cima das campas. Coisas que davam direito a um grande raspanete caso os pais soubesem. Era divertido, em retrospectiva. Infelizmente não existe em Portugal a tradição americana do "trick or treating", quando os jovens visitam os vizinhos mascadarados de monstros e recolhem guloseimas - ou partem-lhes os vidros com uma pedra.

Em Macau o Halloween é celebrado, sobretudo pela gente mais jovem. Pasme-se, que os chineses são maluquinhos pelo Halloween. Desconhecem por completo o significado da data, mas é "giro" andar por aí vestido de morto-vivo e ir a festas (gastar dinheiro, enfim...) e apanhar umas bebedeiras. Pode-se dizer que o Halloween foi aqui bem comercializado, um pouco como aconteceu com o Oktoberfest. Não passa pela cabeça de ninguém que os chineses festejem o fim das colheitas (!) à boa maneira bávara. Imaginem que em tsingtao, na China, se celebravam as colheitas com uma festa da cerveja. Os decotes iam ser uma desilusão. Pelo menos no Halloween as moças parecem muito mais sexy - o preto fica-lhes sempre bem.

É contudo curioso que os chineses não aceitem tão bem o Carnaval, uma festa muito mais castiça e caliente que esta chanchada anglo-saxónica do Halloween. O melhor de tudo isto é que na sexta-feira é feriado, e temos um fim-de-semana de três dias. Vem mesmo a calhar, pois estou morto de tanto trabalhar estes dias, que nem tenho tido tempo para actualizar aqui a tasca. Ah mas hoje vou andar outra vez por aí, regressado dos mortos. Afinal, é Halloween. E já agora um feliz Dia das Bruxas, para quem gosta.

domingo, 28 de outubro de 2012

Vídeo da semana


Uma jovem loira alcoolizada na Austrália foi expulsa de uma carruagem do metro em Sydney depois de ter agredido, insultado e cuspido noutros pasageiros da composição. Como os australianaos ainda são semi-desenvolvidos e meio selvagens - apesar de se considerarem o pináculo da civilização - é um bocado difícil perceber todos os "Oi! Oi!" a que eles chamam "inglês", mas percebe-se que a moça bebeu uns copos a mais. No fim foi expulsa da carruagem (tarde demais, na minha humilde opinião) por um grupo de jovens, e ficou deitada no chão a bradar profanidades. Lindo.

sábado, 27 de outubro de 2012

Notas de fim-de-semana


1) Já foi inaugurada a exposição “Human Bodies”, no Venetian, e pela módica (?) quantia de 120 patacas por cabeça, o visitante pode ver (e tocar) nos cadáveres plastinados, provavelmente de pobres diabos da China que foram condenados à morte e não tinham uma família que reclamasse o cadáver. Acontece, num país onde existem 200 milhões de trabalhadores migrantes (ouviram bem? 20 vezes a população de Portugal), e dos quais a única prova de vida é o dinheiro que mandam para a família lá na santa terrinha. Assim sendo, a exposição tem “um grande interesse científico”, como disse um artista ex-soviete residente em Macau no Telejornal de ontem. Epá é uma loucura de facto, desde que não seja alguém da nossa família que esteja ali exibido com as tripas de fora. Aliás eu só queria lá ir se me mostrassem em detalhe as trompas de falópio, o meu detalhe preferido da anatomia humana. É que eu só as conheço da parte de fora. O meu zarolho é que as conhece por dentro, mas como o nome indica, é ceguinho e não consegue ver.

2) Francisco Manhão, presidente de uma associação de velhotes de Macau (a APOMAC), quer sentar-se na Assembleia Legislativa, essa grande ambição de quem, erm, “faz trabalho em prol da comunidade” blah blah blah. Pois, lérias. Só que o senhor que ir lá parar pela via indirecta, aquela tal que ninguém percebe muito bem como funciona. Pela via directa, ou seja, eleito pela população, é que não, pois eles são “uma equipa”, e para isso já lá está Melinda Chan, mulher de David Chow, o “padrinho” dos reformados, enfermeiros e afins, inimigos fidagais de Pereira Coutinho, representante dos Funcionários Públicos. Correr ao lado de Melinda Chan e ser eleito como nº 2 da lista está for a de questão, portanto, porque os eleitores não são parvos e não há assim tantos reformados e enfermeiros que cheguem aos mais de 10 mil votos necessários. Pois sim, pela via indirecta talvez, caso reste alguma das vagas já garantidas pelos restantes parasitas da sociedade de Macau, ora eleitos pelos “interesses sociais, religiosos, comerciais e desportivos”, mais coisa menos coisa.

3) Uma circular que foi posta a circular (passo o pleonasmo) em alguns serviços na Função Pública foi mal recebido por alguns funcionários e noticiada na edição do Hoje. Na circular em questão apela-se (ameaça-se?) aos funcionários públicos que não divulgem documentos a que tenham acesso no exercício das suas funções. Como sou FP, tive acesso a esta circular, que se contradiz em termos: ora diz que não se devem divulgar documentos confidenciais, e mais à frente anuncia que “viola o segredo profissional o funcionário que fotocopia ou fotografa documentos do serviço, ainda que não confidenciais”. Quer dizer, no que ficamos? Já sabemos muito bem a quem se dirige esta circular, e quem atingiu directamente. A polémica é conhecida e tem sido bastante publicitada. Só é pena que não tenha uma conclusão em que se faça realmente justiça. Hmmm…”justiça”…”administração”. Palavra puxa palavra. What’s the password?

Vieira forever


Luís Filipe Vieira, também conhecido por "Orelhas", foi ontem reeleito para mais um mandato de três anos à frente dos destinos do Benfica, uma notícia que fez respirar de alívio os adversários mais directos do clube encornado, perdão, encarnado. Vieira obteve 83% dos votos nas eleições mais concorridas de sempre. O adversário, o juíz Rui Rangel, fica a ver navios, e os benfiquistas mostram mais uma vez que são uns demagogos. Este é o quarto mandato consecutivo do Khadaffi dos pneus (outro epíteto de Vieira), sócio do FC Porto, e em dez anos a lista de títulos conquistados pelo senhor é realmente espectacular: no futebol 8 títulos - metade deles na Taça da Liga. Nas "outras modalidades", 71 titulos, a maioria deles obtidos no Futsal, também conhecido por "futebol a fingir" e no Râguebi feminino...e nos matraquilhos...ah sim, e conquistaram há dois anos a Taça das CERCI no hóquei em patins, e o primeiro título nacioal em 12 anos. Viva o Vieira! Hic!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Gato por lebre


Para quem ainda não leu, aqui fica o artigo de ontem publicado no Hoje Macau. Bom fim-de-semana.

I

Um amigo contou-me um episódio que se passou há alguns meses num restaurante “português” em Macau (digo “português” entre aspas e já explico porquê), onde um turista da China continental pediu um prato de sardinhas assadas. Chegado o prato à mesa, o senhor chamou a empregada e explicou-lhe num tom paternalista que “a pele das sardinhas tinha que ser retirada antes de serem assadas”. E aparentemente estava mesmo a falar a sério. Desconheço o resultado da reclamação deste ‘sardinhólogo’ de trazer por casa, mas é bem demonstrativo o que a maior parte dos turistas e mesmo alguns residentes sabem da típica comida portuguesa: nada. A culpa também não é deles, pois afinal contam-se pelos dedos de uma mão os restaurantes em Macau que servem a genuína comida portuguesa. É verdade que não é fácil fazer igual ou parecido com o que se faz em Portugal; faltam-nos alguns ingredientes, a qualidade dos legumes é outra, e sobretudo falta o nosso mar, que é único. Mas em muitos casos existe uma grande dose de laxismo por parte de alguns empresários da restauração, que podiam fazer bem melhor. Muitos restaurantes ditos “portugueses” oferecem uma interpretação local e mesmo pessoal da comida portuguesa, especialmente alguns na Taipa bastante frequentados por turistas de Hong Kong e do continente. Por mais de cem patacas por dose servem 1 (um) camarão-tigre assado, ou uma casca de caranguejo sem nada que se coma mergulhada num molho inexplicável, pastéis de bacalhau com vestígios do fiel amigo, ou nem isso, filetes de um peixe anónimo encharcados de óleo, pratos cheios de arroz ou de batatas fritas congeladas com o único intuito de encher a barriga ao freguês. E como é isto comida portuguesa? Simples: juntam-se umas azeitonas, umas lascas de chouriço e umas rodelas de pimento e ‘voilá’, comida portuguesa. Era urgente que existisse uma certificação, como já alguém sugeriu, que indicasse os restaurantes onde se serve a autêntica comida portuguesa. Com o que temos por aí, a nossa cozinha, uma das mais ricas e originais do mundo, fica muito mal representada. Era importante que se deixasse de vender gato por lebre. E eu adoro lebre!

II

Estava eu no último sábado no Festival da Lusofonia, que mais uma vez foi um espectáculo, quando ouvi uma conversa entre dois jovens casais portugueses que me chamou a atenção. Um deles tinha encontrado um T2 espaçoso num dos edifícios novos da zona norte da cidade pela “módica” quantia de 8500 patacas por mês. O outro casal decidiu depressa, e todos concordaram em alugar o apartamento e dividir a renda, antes que esta magnífica oportunidade fosse aproveitada por outros. Fiquei a pensar da primeira vez que aluguei uma casa em Macau, um T2 em frente ao Hospital Kiang Wu, por 2500 patacas, num prédio antigo. Depois mudei-me para outro T2 num famoso edifício na Areia Preta por apenas 3300 patacas mensais. É verdade que os tempos eram outros, mas fico sem perceber muito bem porque é que os preços dos alugueres mais que duplicaram, e em alguns casos triplicaram, em menos de vinte anos, sem que nada o justifique. A qualidade da construção é a mesma, o espaço é reduzido e as localizações são irrelevantes. E por falar em qualidade, o caso do Edifício Sin Fong fez soar o alarme: algumas das construções que por aí andam não valem metade daquilo que se pede por elas. O que aconteceu com o Sin Fong até teria alguma piada, não fosse pelo facto de centenas de famílias terem ficado do dia para a noite sem um sítio para morar. Para piorar a situação, os edifícios circundantes naquela área aumentaram as rendas em 10% quase imediatamente. Que gente sem escrúpulos é esta que se aproveita da desgraça alheia para meter mais alguns patacos ao bolso? Na realidade muitos dos proprietários até não são más pessoas de todo, mas são puxados pelas agências de fomento imobiliário – muitas vindas de fora de Macau – a praticar verdadeiros assaltos a quem procura casa. E isto sem que ninguém ponha um travão ou meta uma mão. É triste que existam pessoas que tenham que pagar mais de 300 patacas por dia para ter um tecto, que não tenham a sua privacidade porque precisam de dividir a renda com outros, às vezes estranhos, ou que em Macau, onde há dinheiro para tudo e mais alguma coisa, a despesa com a habitação pese no bolso dos residentes e que lhes dê dores de cabeça. A famosa afirmação do nosso Chefe de que “o mercado é livre e não se pode interferir” arrisca-se a fazer parte do já largo anedotário dos responsáveis do Executivo da RAEM, que deviam antes zelar pelo bem-estar e pela qualidade de vida da população. Será mesmo preciso uma interferência e um puxar de orelhas vindo lá de cima?

O pior Sporting de sempre?


A crise no Sporting não parece ter fim, e nem o anúncio da contratação de um novo treinador motivou os jogadores ontem em Genk, na Bélgica, onde a continuação na Liga Europa ficou seriamente comprometida. O Sporting até não começou mal, marcando o primeiro golo na prova logo aos sete minutos, graças a um golo de Schaars, beneficiando de um desvio de um defesa belga. O Genk empataria pouco depois, por Ceulaer , e completaria a reviravolta a três minutos do fim por Barda. O Sporting soma apenas um ponto em três jogos, ocupa o último lugar do seu grupo e está obrigado a vencer os três jogos remanescentes para passar à segunda fase. Mais uma vez foi uma jornada negativa para as equipas portuguesas; a Académica perdeu no Vicente Calderón por 2-1 frente a um Atlético de Madrid desfalcado de Falcão, e o Marítimo não foi além de um empate caseiro frente aos franceses do Bodeaux, a uma bola. Nenhuma das equipas portuguesas na Liga Europa venceu ainda qualquer jogo.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

To the bar!


E assim, meus meninos, chegámos à última quinta-feira do mês, e é dia de ir ao bar paralizar os neurónios. Vemo-nos no Irish Bar, junto do Nam San, na Taipa. Até logo!

Porto salva a honra do convento



O Porto bateu ontem à noite no Dragão o Dinamo Kiev por 3-2 e segue vitorioso no Grupo A da Liga dos Campeões, O colombiano Jackson Martínez esteve em grande destaque ao apontar dois dos golos da equipa de Vítor Pereira, que soma agora nove pontos em três jogos - mais três que os franceses do PSG, que venceram em Zagreb por 2-0. Ao Porto basta agora um empate em Kiev para carimbar a paasagem aos oitavos-de-final. Além do Porto, apenas o Barcelona, o Man. United e o seurpreendente Málaga somam apenas por vitórias todos os jogos disputados na Liga milionária.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Anda comigo ver a plastinação


Passados 10 anos desde a sua visita a Hong Kong, eis que chega a Macau a exposição das múmias plastinadas, a "Human Bodies", criação do Dr. Frankenstein, perdão, do Dr. Gunther von Hagens, curiosamente um alemão. O Dr. Josef Mengele também era alemão. Os alemães são uns gajos muito pragmáticos, que até experimentaram com cadáveres verdadeiros em testes de segurança rodoviária nos anos 80. Uns tipos porreiros, de facto. A exposição vai estar, portanto, a partir de amanhã no Venetian - o que vale por dizer que pouco menos de uma semana antes do Halloween o Venetian vai estar repleto de cadáveres. Buhhhh! A tal exposição é disfarçada de uuma causa muito nobre: aprender sobre a anatomia do corpo humano. Para isso nada melhor que ver uns tipos mortos e mumificados e escalpelados com as tripas de fora. Chamem-me antiquado, mas eu ainda prefiro aprender dos livros. Não penso ir ver a exposição, e quem vai só o fará por curiosidade mórbida, com toda a certeza.

Além da questão ética e moral, esta exibição vem carregada de uma fortíssima componente política; a maioria dos cadáveres são provenientes da China, de homens e mulheres condenados à pena capital. Nunca foi segredo, e isso até é fácil de depreender das fotografias dos corpos publicados nas edições de hoje do Hoje Macau e do Ponto Final (o JTM abordou timidamente o assunto e o Jornal Ou Mun ignorou-o completamente, óbvio). O próprio Dr. Hagens sempre assumiu que a China era o melhor local para obter cadáveres fresquinhos. E como esta exposição corre mundo e é assaz lucrativa, quanto mais cadáveres chegarem à fábrica em Dalian (onde se faz a tal plastinação), mais dinheiro entra nos bolsos de...bem, sabe-se lá quem, mas de alguém, é claro. Quanto mais prisioneiros executados, mais dinheiro, ora em orgãos para transplantes, ora para corpos plastinados, ora para fábricas de salsichas ou carne enlatada. E isto não é novidade para ninguém.

A exposição é contestada por um grupo de activistas ligados à Associação Novo Macau Democrático, a "Consciência de Macau", e liderada pelo seu presidente Jason Chao, e que exige que se comprove a origem dos cadáveres. Eles estão fartos de saber que a origem é tudo menos transparente. Quem trafica cadáveres é tudo menos um santinho. As ramificações chegam a Bo Xilai, político chinês caído em desgraça, do tempo em que era "mayor" de Dalian, e terá aproveitado a sua posição para providenciar a fábrica com mortos fresquinhos. Especula-se mesmo que o corpo de uma mulher com um feto no útero presente na exposição seria uma amante do ex-dirigente chinês. Isto vale o que vale; para quem quer acreditar em teorias da conspiração, isto é claro como água. Seja como for, onde há fumo, há fogo. Digo eu sem me querer alongar muito sobre o assunto que envolve essa complicada coisa que é a política e a corrupção inerente a ela na China.

O que me deixa triste é a forma como a vida humana continua a ser tratada no continente. Continua a valer menos que um saco de pevides de melancia. A pena de morte é de uma forma geral bem aceite, pois caso contrário "seria o caös", com "imensos crimes" a serem cometidos "a toda a hora", caso não existisse esta "medida intimidatória". Isto parece-me bem discutível, pois mesmo com a pena capital em vigor, o que não falta são condenados, e nem por isso o número de crimes parece estar a diminuir, antes pelo contrário. Quanto às pobres criaturas que trabalham na tal fábrica de plastinação de Dalian, o que me resta dizer? É um emprego como qualquer outro, pronto, e é preciso trabalhar para viver. Seja a coser calças, a fazer sapatos e brinquedos, ou a mumificar os mortos.

Benfica perde na Rússia, Braga infeliz em Manchester


Zero pontos, é o balanço das equipas portuguesas nos jogos de ontem da 3ª ronda da fase de grupos da Liga dos Campeões. O Benfica perdeu em Moscovo por 2-1 contra o Spartak, e o Braga foi a Manhester perder por 3-2 - depois de ter estado com uma vatagem de dois golos aos 20 minutos. Os encarnados caíram para o último lugar do Grupo G, com um ponto em 3 jogos. Rafael Carioca abriu o marcador aos 3 minutos, Lima emapataria aos 33, mas um lance infeliz do defesa brasileiro Jardel ainda nates do intervalo deitou tudo o perder. O Benfica precisa obrigatoriamente de vencer os próximos dois jogos em casa, frente ao Sprtak e ao Celtic, para acalentar esperanças de passar à segunda fase. O Braga adiantou-se em Manchester com dois golos de Alan nos primeiros vinte minutos, mas o poderoso Manchester United foi calmamente recuperando a desvantagemm, eo mexicano Javi Hernandez foi o carrasco dos minhotos, apontanodo dois golos. O Braga ocupa o 3º lugar do Grupo H com três pontos, menos um que o 2º classificado, o CFR Cluj.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Banho Maria



Aí está um novo grupo, O Martim, que apresentou no programa "Cinco para a meia-noite" o seu novo single, "Banho Maria". Um espectáculo, do melhor que se vai fazendo na múscia portuguesa.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Lusofonia, até para o ano meu amor


Terminou mais um Festival da Lusofonia, que decorreu entre a última sexta-feira e ontem, e que mais uma vez soube a pouco. Um amigo meu que não foi (nunca vai, o palerma) ao festival quis saber se foi bom, eu disse-lhe que sim, e então perguntou-me se devia ser assim uma coisa permanente, se devia acontecer todas as semanas. Acho que não, todas as semanas seria enjoativo, mas pelo menos mais que uma vez por ano era perfeitamnente justificável. Aliás penso que se alguns locais de Macau que têm capacidade para acolher este tipo de festa (a Doca dos Pescadores, por exemplo) e estão completamente às moscas (Doca, outra vez), tinham a ganhar com a animação que decorreu este fim-de-semana na zona do Carmo, na Taipa. Foi um Festival lindo, e até o tempo ajudou, ameno, sem chuva, fresquinho, uma delícia.

Claro que será um pouco dom-quixotesco pensar numa edição deste tipo uma vez por mês.. Vá lá, durante os 4 ou 5 meses que o tempo em Macau não é uma autêntica merda, quando faz um calor do caraças, ou quando se rapa um briol do c... (desculpem a linguagem, isto sou eu a voltar às minhas raízes marialvas, fruto da frequência do festival). O Festival dá trabalho, montar as barracas, pagar aos artistas, o som, a paparoca, a certa altura a malta ia desinteresar-se por isto. Ia falir. Quem sabe uma vez por ano é o ideal. Mais uma vez a parte da tarde contou com os turistas chineses e os residentes locais, sempre prontos a satisfazer a sua curiosidade "under the sun", e a parte da noite foi reservada à malta lusófona propriamente dita. Isto de cantar e dançar, e beber, e amar, não está ao alcance de qualquer um. A Lusofonia é uma festa nocturna. O dia seguinte é para dormir, e depois voltar e curtir um pouco mais, já depois da tardinha.

As estrelas da companhia voltaram a ser os matraquilhos, sempre ocupados pelos mais novos, as caipirinhas brasileiras, e o palco da lusofonia, sempre cheio, onde a malta se sentou, cantou, dançou, e os fedelhos brincaram em frente ao palco. O costume, para não ser diferente. Jorge Vale, sempre muito cool cat, voltou a animar a rádio da lusofonia, com a a jjuda da incomparável Isa Manhão, que é uma natural, nasceu para comunicar, a moça. O palco foi animado pelos artistas da Lusofonia e não menos pelos locais, desde Fabrizio Croce até à Tuna Macaense, e Rudy Souza, o Elvis de Macau, ainda em grande forma. Que Deus lhe dê muitos e bons anos, que ele merece isso e muito mais. O artesananto e a boa comezaina esteve também no seu melhor, com os países da Lusofonia a dar o litro e a mostrar o melhor que se faz nos PALOP, no Brasil, Timor-Leste e Índia portuguesa. Estão todos de parabéns, mais uma vez.

E o que tenho a apontar de negativo no meio disto tudo, que é quase impossível de dizer mal? Os preços! Quer dizer, não quero falar sem saber como funcionam os trâmites do aluguer do espaço e tudo mais, mas considero que os preços foram exagerados em alguns casos. Quer dizer, 30 patacas por uma bifana? Vinte lecas por uma Super Bock geladinha? Setenta patacas por três sardinhas e uma salada? Outras 70 patacas pelos "sabores lusófonos" - é verdade que não se encontram em mais lado nenhum, mas um pouco de conduto e um prato cheio de arroz não deviam ser assim tào caros. E as caipirinhas estão a 30 patacas a "dose", apesar de se venderem ao milhar. E não me venham dizer agora que "nunca foi 20 patacas". Vai aumentando paulatinamente sem que ninguém se importe muito com isso. Mas olhem, esqueçam lá isso. É só uma vez por ano, afinal. E viva a Lusofonia!

Odeio-te, Messi


Deportivo La Coruna - Barcelona Highlights HD 20... 发布人 iNfRaS0NiC
Voltei a casa no Sábado depois de mais uma noitada na Lusofonia, e aproveitei para assistir ao jogo entre o Deportivo e o Barcelona, no Riazor, confronto entre entre as maiores equipas de duas províncias separatistas da Espanha, que anda toda remendada, coitada. O Barça entrou "a matar", e aos 20 minutos já vencia por 3-0. Pensei ir dormir, mas eis que um penalty mal assinalado e um frango de Valdés deixam o resultado em 2-3 - tinhamos jogo, e afinal não ia dar o meu sono por perdido. Só que os catalães contam nas suas fileiras com um gajo muito chato (não surpreende que o apelidem de "pulga") que dá pelo nome de Lionel Messi, que ainda antes do intervalo colocou o resultado em 4-2, o seu segundo golo no jogo, ainda por cima. Começa a segunda parte e o português Pizzi reduz para 3-4 na marcação de um livre. Um golo espectacular! O Depor voltava a entrar na discussão do resultado. Ainda houve incerteza quanto ao vencedor durante uma boa meia-hora, mais eis que Messi volta a fazer das suas, vai por ali fora sem que ninguém lhe dê um tiro ou lhe parta uma perna (as únicas formas de pará-lo), e pimba!, 5-3, e completa mais um "hat-trick". O Depor ainda reduziu pouco depois com um autogolo de Jordi Alba (o jogo teve de tudo), mas a situação estava controlada. O Barcelona de Messi e mais dez ganhava mais uma vez. Assim isto começa a perder a piada. E é melhor não ter ilusões; a Bola de Ouro 2012 está entregue. Como te odeio, Messi...

Sporting bate no fundo


Não há maneira do Sporting entrar nos eixos. Os leões foram ontem eliminados da Taça de Portugal por 3-2 (após prolongamento) pelo Moreirense, e ainda só venceram dois dos 11 jogos oficiais esta época. Oceano não está a conseguir motivar a equipa, e com a procissão ainda no adro, o Sporting já foi eliminado da Taça, corre o risco de não passar a fase de grupos da Liga Europa, e está a oito pontos dos líderes Porto e Benfica no campeonato - à 6ª jornada. O que mais irá acontecer aos leões?

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sylvia Kristel (1952-2012)


Morreu a Emmanuelle, ídolo e mulher do sonho dos homens dos anos 70. Batamos hoje uma em sua homenagem.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Isolados do mundo


Hoje foi a Hutchinson, uma das concessionárias da rede móvel em Macau, a fazer das suas. Entre pouco antes das as 12:00 e até às 18:30 os clientes daquela companhia ficaram sem serviço, ficaram sem rede, ficaram isolados do mundo, coitadinhos. Foi um apagão do estilo CTM, só que desta vez com uma das suas parceiras de vigarice. Como sou um rapaz muito ocupado e não tenho tempo a perder com parvoíces, fiquei sem perceber porque é que uma das minhas colegas me perguntou por volta da hora de almoço se eu usava Hutchinson ou CTM, bem como a outros dos meus colegas. Mais tarde fiquei a saber a razão do seu pranto: queria alguém com quem partilhar a sua miséria. Apesar de tudo, a CTM continua a ser o servidor preferencial dos pobres escravos das telecomunicações da RAEM. Desta feita quem ficou fornicado e mal pago foram os clientes da Hutchinson. Vi mais tarde nas notícias um grupo de clientes que se apinhou nas lojas da Hutchinson queixando-se da vida, e a querer saber o porquê da sua desgraça. Quase que choravam, os miseráveis. Alguns ficaram com menos cabelos, os que foram arrancados em desespero.

No Telejornal foram entrevistados alguns clientes da Hutchinson, e achei sobretudo graça a um chico-esperto que disse que "ficou à espera por chamadas toda a manhã", que não chegaram, obviamente, e agora queria saber "quem o vai indemnizar". Ah ah ah. Um indivíduo esquisito de camisola de alças e cara de parvo, daqueles que alega que "perde milhões" cada vez que fica sem telemóvel. Faz lembrar um bêbado famoso que certamente muitos leitores conhecem, que só faz merda e depois pede para ser indemnizado cada vez que leva porrada ou é corrido ao pontapé dos sítios que frequenta. Os restantes clientes da Hutchinson foram pedir explicações - mais por despeito do que por outra coisa - e os pobres funcionários da companhia lá foram explicando que foi uma avaria, e tal, e o que mais podem fazer? O Governo que pague, como costume. Não faz mal, que isto das concessionárias e dos monopólios faz dinheiro que chegue para compensar meia dúzia de parvalhões por uma ocasional falha. Amanhã voltam a facturar milhões.

Ainda me lemnbro do tempo em que as pessoas viviam sem telemóvel e sem internet. Eu próprio só tive o meu primeiro telemóvel quando tinha quase 30 anos, e nunca fiquei incomunicável por causa disso. Pode ser que muita gente não saiba, mas ainda existem redes fixas, campainhas de portas, ou aquela coisa muito arcaica chamada "e-mail", lembram-se? Hoje em dia alguém fica sem rede de telemóvel durante cinco minutos sente-se sozinho, abandonado, quase suicida. E berra a viva voz: "O que se passa! É uma injustiça!". É que no fim de contas andam a pagar centenas! (mais que milhares, centenas!) de patacas por um serviço que depois, uma ou duas vezes por ano, não funciona! É de fartar vilanagaem! Meus amigos, tenham calma. Façam os vossos aparelhos trabalhar para vocês, e não o contrário.

Idade não é documento


Ramajit Raghav, um agricultor de 96 anos da Índia foi notícia ao tornar-se no pai mais velho do mundo. Mas não é tudo. A sua mulher, Shakuntala Devi, de 52 anos, alega que o senhor "tem relações com ela até 4 vezes por noite". Ramajit, apesar de estar cada vez mais magro à medida que se aproxima do centenário, atribui a sua longevidade e saúde a uma dieta de leite, amêndoas e manteiga. Garante que não toma qualquer medicação que lhe estimule o líbido e que o ajude no seu (mais que) regular desempenho, e diz apenas que "ama a sua mulher", e que "é importante que um casal faça amor com regularidade". Ora vejam e aprendam, meninos.

Portugal compromete mundial


Portugal 1-1 Irlanda do Norte 发布人 Ricardo109x
Portugal hipotecou ontem as hipóteses de qualificação para o mundial do Brasil em 2014 ao empatar a uma bola com a modesta Irlanda do Norte, no Estádo do Dragão.Foi pena, uma vez que o ambiente era de festa; estádio cheio, C. Ronaldo fazia o 100º jogo pela selecção e até Rui Reininho foi convidado para cantar A Portuguesa. Debaixo de chuva, um clima mais propício aos irlandeses, Portugal não conseguiu furar a muralha defensiva dos unionistas traidores vendidos aos ingleses, essa gente sem pátria, e chegou mesmo a ser surpreendido aos 30 minutos com um golo de McGinn. Portugal só viria a despertar na segunda parte, e élder Poatiga - muito desinspirado - obteve o golo da igualdade a dez minutos do fim. Os últimos dez minutos foram os melhores para os comandados de Paulo Bento, mas não foi suficiente para impedir que se perdessem dois pontos que podem ser cruciais na decisão do primeiro lugar do grupo F. A Rússia bateu o Azerbaijão por 1-0 e lidera já com cinco pontos de vantagem sobre a selecção lusa.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Uns abanam, outros caem


1) Foram entregues os prémios Nobel, e mais uma vez o "melhor" foi deixado para o fim. Depois dos prémios de mérito científico, sempre mais objectivos e por isso menos passíveis de discussão, foram entregues os nobéis da Literatura e da Paz, sempre com o seu quê de polémico. O da Literatura foi para a China, pela primeira vez (Gao Xingjian é tecnicamente cidadão francês), e para Mo Yan, um escritor alinhado com o regime, o que foi visto por muitos como uma tentativa de reconcialiação da Academia sueca com o regime chinês. O artista dissidente Ai Weiwei foi uma das vozes mais críticas, alegando que Mo Yan é uma pobre escolha, e que em nada ajuda o combate à censura na China, entre outros argumentos altamente politizados. Não sei porque é preciso politizar o Nobel da Literatura, nem acho que exista uma regra de que os laureados chineses tenham que ser obrigatoriamente dissidentes. O Nobel da Paz, esse, foi para a União Europeia. Curioso, logo numa altura em que a UE vive uma das suas maiores crises de sempre, e o ano foi tudo menos pacífico em países como Portugal, Espanha, Grécia ou Itália, onde a contestação subiu de tom devido às medidas de austeridade impostas por quem realmente dita as regras do jogo: a Alemanha e a França. Terá sido mais uma "private joke" da Academia, como quando em 2009 atribuiram o Nobel ao presidente norte-americano Barack Obama. Henri Dunant, La Fontaine e Martin Luther King devem estar a dar voltas na cova.

2) Mais um prédio a "abanar" em Macau, desta vez o Edif. Koi Fu, situado na Estrada do Repouso, perto do cinema Alegria, e não muito longe do tal Sin Fong, que tanta tinta fez correr na passada semana. Aparentemente a zona do Patane anda mesmo aos caídos, decadente e abandonada, a pobrezinha. Desconhece-se se algum empresário "pato bravo" ou deputado vivam nessa zona. O exemplo do Sin Fong parece ter sido mesmo o grito de alerta que há muito fazia falta em Macau. Antigamente ninguém se importava com os maus acabamentos, com as infiltrações ou com as rachas nas paredes, mas isto agora pode mesmo significar a ruína, e em casos extremos pode mesmo significar a tragédia e a perda de vidas humanas. "Ai se ele cai", pensam agora os residentes dos prédios antigos de Macau que antes não se importavam de viver em edifícios condenados com escadas sempre húmidas e sujas e caixas de contadores de electricidade arcaicos com fios suspeitos a sair de fora, Para mim este aviso do Sin Fong é sinal de evolução. Talvez assim se repense na foram como se constrói em Macau, que tem sido completamente alheia à estética e à segurança, tudo em nome de encaixar mais milhões nas contas bancárias de alguns enfiando os pobres residentes em verdadeiras caixas de fósforos.

3) Uma notícia que me deixou triste foi o fim aunciado do restaurante Riquexó, situado na Av. Sidónio Pais, para o final deste ano. O restaurante serve há 35 anos a típica comida macaense, desde o minchi ao porco Bafassá, passando pela capela e o Porco tamarinho balichão, tudo quitutes que só de pensar fazem-me crescer água na boca. Vou ter imensas saudades do meu favorito, o Chai di Bonzo, o melhor prato vegetariano do mundo. Mas tudo que tem um início tem obrigatoriamente um fim, e os responsáveis daquele espaço "já não têm a mesma genica", e parece que o espaço já foi vendido, e as rendas dos espaços comerciais - aí está - não dão para pensar em novas aventuras. Assim termina mais um aspecto cultural importante do Macau antigo, que se vai dissipando sem que as novas gerações tenham vontade de carregar esta herança, que nem é assim tão pesada quanto isso. Os segredos da culinária macaense e algumas especificidades da sua cultura vão-se perdendo, porque parece que os jovens macaenses de hoje têm mais vontade de se "adaptar", e optam por caminhos mais diversos dos seus pais e avós, e alguns de cariz bastane duvidoso. Mas sim, vou ter saudades do Riquexó, e de certeza que não vou ser o único.

O homem que caíu do espaço


Felix Baumgartner saltou de uma altura de 38600 metros, da estratoesfera terrestre, e sobreviveu! O austríaco de 43 anos bateu todos os recordes possíveis e imaginários, tendo saltado da maior altura e à maior velocidade que alguém alguma vez saltou. E não sofreu um arranhão! Não foi preciso muito para atingir o feito, apenas 5 anos de preparação física e o patrocínio da Red Bull. Eu até era capaz, mas não me apetece. Mais palavras para quê? Vejamos o vídeo.

domingo, 14 de outubro de 2012

Cabo Verde faz história


A selecção de Cabo Verde fez esta noite (tarde em África) história, ao qualificar-se pela primeira vez para a Taça das Nações Africanas, que se realiza no próximo ano na África do Sul. Os caboverdeanos não fizeram a coisa por menos, e eliminaram a super-favorita selecção dos Camarões, com uma vitória 2-0 na Cidade da Praia no último dia de Setembro, e uma derrota por 1-2 em Yaoundé hoje. Cabo Verde começou a fazer a festa logo aos 13 minutos quando Nhuck inaugurou o marcador na marcação de um livre, de forrma espectacular - os camaroneses precisavam agora de 4 golos para garantir a passagem. Emana empatou logo dez minutos depois, mas os camaroneses só garantiram a vitória no período de descontos, aravés de Idrissou. Nem Eto'o, nem Alexandre Song nem as restantes estrelas dos Camarões bateram a força e a humildade da equipa dos PALOP, que participa assim em Janeiro pela primeira vez na maior competição de selecções do futebol africano.

Também Angola conseguiu a qualificação para o África do Sul 2013, ao bater há instantes a selecção do Zimbabwe no Estádio 11 de Novembro, em Luanda, depois de derrota em Harare por 1-3. Manucho resolveu cedo o jogo para os palancas negras, com dois golos de rajada, aos 6 e 7 minutos. Os angolanos participam pela 7ª vez no CAN. Menos sorte teve Moçambique, que foi goleado em Marraquexe por 4-0 pela selecção de Marrocos, depois de ter ganho em Maputo há pouco mais de um mês por 2-0. Quanto aos restantes países da Lusofonia, S. Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau, tinham já sido eliminados na primeira ronda por Serra Leoa e Camarões, respectivamente.

Em contacto com Timor

Uma paisagem "urbanizada" em Timor-Leste.

Tive a oportunidade de ver esta manhã o programa "Timor Contacto", da RTPi. Mais uma vez fiquei desiludido, pois voltei a ver muito pouco de Timor-Leste propriamente dito. O programa devia chamar-se antes "O que andam alguns portugueses a fazer por Timor-Leste". Apresentado pelo incomparável Fernando Sávio - e digo "incomparável" porque ele na verdade é único - contra paisagens de deserto, pedras e muros de latão, hoje ficámos a conhecer uma senhora que vende artesanato, um produtor de vinhos e um centro de dia para a terceira idade. Na realidade vemos poucos timorenses neste "Contacto"; ficamos a saber como há portugueses que gostam muito de lá estar, como é tudo muito "giro", e como continuamos a tratar os timorenses como se fossem uns coitadinhos abandonados na borda do mundo.

O caso do asilo, um tal "Centro de dia S. José" ("centro de dia" é um eufemismo para "depósito de velhos abandonados"), é o primeiro em Timor-Leste! Inaugurado em 2010 por, adivinharam, missionários, e dirigido por freiras. Se Sobral de Monte Agraço já tem um parque infantil, como se dizia naquele bordão dos anos 90, agora Timor-Leste já tem um Centro de Dia. E fica localizado em Baucau. Curiosamente em Timor-Leste fica tudo ora em Díli, ora em Baucau. O resto do país não existe, ou é apenas selva. Foi deprimente ver como os velhos timorenses passam o resto dos seus dias a jogar à sueca, a dançar ou a aprender a eacrever. Chamou-me a atenção um deles que não conseguia desenhar a letra "b". A responsável daquele centro é uma freira enjoada, que não sorriu uma única vez. Também para quê? Aquilo é uma coisa muito séria, não é para brincadeiras. No exterior do centro vemos pneus usados com inanidades pintadas, tais como "Deus é nosso pai" ou "Deus é o maior, altíssimo". É para que saibam o que (não) lhes espera quando sairem dali na posição horizontal.

E mais uma vez foi assim, fiquei sem saber nada sobre Timor-Leste, a não ser que continua pouco recomendável. Pelo menos agora tem um centro de dia, pronto, e que também vai começar a "produzir vinho". Deve ser tão bom quanto o café. Foram 30 minutos bem passados, de boca aberta em incredulidade.

sábado, 13 de outubro de 2012

Portugal perdeu na Rússia...e nós não vimos!


Portugal perdeu ontem na Rússia em Moscovo por uma bola a zero, em jogo de qualificação para o mundial de 2014 no Brasil. O único golo d encontro foi marcado logo aos 6 minutos por Kerzhakov - uma das tais estrelas do Zenit que está desavinda com o clube por causa dos vencimentos de Hulk e Witsel. O golo nasceu da um passe errado do médio português Ruben Micael, que deixou a bola na posse dos jogadores russo, que numa jogada rápida deixram o avançado d Zenit isolado na cara de Rui Patrício, que não teve qualquer hipótese. Com esta vitória a Rússia isola-se na liderança do Grupo F com 9 pontos, mais 3 que a selecção das quinas.

Em Macau o jogo não foi transmitido pela TDM, como tinha sido anunciado na grelha de programação, e ainda por cima sem qualquer justificação. Era perto das 11 horas quando terminou a enfadonha série "Febre do Ouro Negro", e quando todos esperavam que fosse feita ligação ao Olimpiyskiy stadion Luzhniki, eis que surge o TDM News. Oh yes. Eu até gosto da Mia Villanueva, mas ontem não gostei nada de ver a cara dela enquanto C. Ronaldo e seus pares evoluíam em terras russas. E nem uma notinha de rodapé a dizer qualquer coisa como "desculpem lá, mas os russos queriam um milhão pelos direitos" ou algo que nos valha. Foi mau, e ainda por cima o jogo era transmitido a horas decentes. Portugal perdeu pois, mas nós não vimos. Assim não valeu.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Negócios da China


Mas uma vez aqui fica o artigo de ontem no Hoje Macau, para quem ainda não leu.

A Rua dos Ervanários, situada aqui perto de casa, é uma das mais antigas e típicas de Macau, um dos pilares da identidade da cidade velha, não muito longe do centro histórico. Lá encontramos lojas de ofícios cada vez mais raros nos dias que correm. Desde lojas de quinquilharia, a latoarias ou papelarias e mobília chinesas, passando por lojas de selos e numismática, e até uma famosa loja de cocos conhecida por vender os “cocos da felicidade conjugal”, usados em casamentos, e que serve um gelado de coco famoso na região, e procurado por turistas de Hong Kong e da China continental. Foi com grande tristeza que constatei que pelo menos quatro lojas nesta rua encerraram recentemente. Foram completamente abandonadas. Ao ponto de já terem afixado um aviso de interrupção do fornecimento de energia por falta de pagamento. Falta pouco para que se comece a acumular lá a correspondência, o pó e o lixo, o abandono completo, aquilo que se pode esperar de um cenário pós-guerra nuclear.
Infelizmente vai sendo cada vez mais assim em Macau. Os negócios tradicionais não conseguem competir com negócios milionários ou com o crescente aumento das rendas para os espaços comerciais. Quando se aluga um espaço comercial perto do centro da cidade ou na Taipa nova por 50 mil patacas ou mais, não se pode pensar em fazer algo de criativo ou interessante. Precisa de ser algo lucrativo. Suponhamos que alguém quer abrir um café no centro da cidade. Com 50 mil – para ser simpático – de renda, mais o salário dos empregados e a despesa com os fornecedores, é quase preciso cobrar 200 patacas por uma bica para ter algum lucro. E além do mais, quem é que quer saber de bicas por estes lados, a não ser os “tugas” e um ou outro turista ocidental e acidental? Quem quer apostar em espaços comerciais onde venda qualquer coisa de diferente ou original, pode tirar o cavalinho da chuva. O que dá lucro é o que os turistas da China continental compram: jóias, relógios, roupas de marca ou aquelas souvenirs de Macau muito “foleirotas”, tipo carne seca, bolos de amêndoa ou a imitação plástica dos pastéis de nata, que alguém ousou chamar de “portuguese egg tarts”. Um insulto aos nossos pastéis de Belém, que digam o que disserem, são mil vezes melhores que aquela porcaria.
O que não falta mesmo em cada esquina são lojas de “chau min”. Esqueçam a cozinha ocidental ou a restante cozinha asiática, demasiado “estranha” para o gosto local, e para os turistas do continente, que no fundo são o combustível da nossa economia. O que dá mesmo dinheiro é abrir uma loja de massas chinesas, e aparentemente o mau cheiro, as panelas sujas e a falta de higiene são sinónimo de “bom sabor”. Eu que o diga, que cada vez que entro no escritório pelas nove da manhã os meus sentidos são assaltados por um misto de caril de lulas e massas com costeleta de porco. Um deleite para os indígenas, que ainda não atingiram o padrão ocidental de comer o pequeno-almoço em casa – uma opção muito mais saudável – em vez de optar por fazer “ta pao” em lojas, e ainda por cima para isso param o carro no meio da rua para ir buscar a merenda nas lojas da especialidade, originando uma orquestra de buzinas dos restantes motoristas que têm pressa para chegar ao trabalho. Sabem o que é um negócio que não falha em Macau de certeza? Caixas de esferovite, rectangulares e redondas, para comportar as massas, os mins e o diabo a sete. Isto se a renda não for muito cara, mas qualquer vão de escada povoado de ratos e baratas serve para vender massas, “chu pa pao” ou caixas de esferovite, passo o desabafo.
Provavelmente o leitor fica fascinado, como eu fico, cada vez que vai a Hong Kong e encontra diversidade de lojas que apresentam uma variedade de produtos que não encontramos em Macau. Mas esperem, não serão as rendas em Hong Kong muito mais caras que em Macau, mesmo para os espaços comerciais? Talvez seja porque a população da região vizinha tenha um gosto mais eclético, e não sofre do síndrome de invasão de turistas da China continental por dá cá aquela palha. Aqui são recebidos por empresários de olhos esgazeados, língua de fora e a esfregarem as mãos de contentes. Talvez por uma questão de educação, de cultura, de preservação da sua qualidade de vida. São tudo questões que importa reflectir. Que hipótese estamos a dar ao artesanato, à cultura, ao tal “entretenimento e lazer”, de que tanto se fala? Porque será que qualquer boa ideia é imediatamente aniquilada por causa da falta de interesse ou das rendas elevadas? Com rendas a 100 ou 200 mil patacas por mês em alguns espaços no centro de Macau, qualquer dia temos lojas de transplante de órgãos vivos – algo que “justifique” o investimento.
É tudo uma questão do que queremos para Macau no futuro; uma cidade onde os turistas da China continental, abençoados sejam os meninos que vêm aqui lavar o dinheirinho que depois se transforma em cheques para andarmos todos caladinhos, ditam as regras do comércio, ou uma cidade onde as pessoas pensam pela própria cabeça e investem em coisas originais? O cenário é assustador, mas qualquer dia a bolha rebenta. Depende tudo de nós, acho. Já tive mais esperança, e hoje vou esperando sentado.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Um dia a casa vem abaixo


Um prédio localizado na zona do Patane, o Sin Fong Garden (é irónico chamarem isto de "garden") foi notícia em Macau. O edifício foi ontem completamente abandonado pelos seus residentes devido a falhas na sua estrutura - abanava, o magano - aparentemente devido às obras de outro edifício em construção ali ao lado. Resumindo, os moradores pegaram nas malase foram dormir num hotel ou na casa de familiares, com medo que o tecto lhes caísse em cima das cabeças durante a noite. Ala que se faz tarde, e o seguro morreu de velho.

O Chefe do Executivo e outros políticos locais visitaram o local do "desastre" durante o dia de hoje. Para uns uma dor de cabeça, para outros uma oportunidade para fazer real politik. Enquanto Chui Sai On pensa na forma de resolver o problema, o deputado Ho Ion Sang, da Associação de Moradores, aproveita para carregar umas malinhas e fazer campanha para as eleições do próximo ano. O gajo está mesmo preocupado com as centenas de desgraçados que agora vêem a casa ir abaixo.

Mais uma vez fica em cheque a qualidade das estrutras no território. O edifçio é já bastante antigo - cerca de trinta anos - e na altura não se terá pensado no futuro quando se investiu na estrutura. Foi o costume e pouco mudou desde então: construções rápidas, materiais baratos e acabamentos miseráveis. O que interessa é vender as fracções, facturar, e agora todos apontam o dedo ao "grande proprietário", que é como aqui é chamado o construtor do prédio, e proprietário inicial, que terá vendido gato por lebre. Tantos anos depois, e só por acaso, enfim.

Agora isto vai ser um grande nó a desatar. Das duas uma: ou se reforçam as estruturas do Sing Fong, ou se indemnizam os proprietários. Mas regressar ao edifício, mesmo com gaantias que é seguro, será difícil, e no caso de indemnização, quem indemniza, afinal? E este é apenas um dos muitos edifícios decadentes existentes na zona baixa da cidade. Enquanto o reeordenamento dos bairros antigos continua adiado, é possível que muitos prédios entrem em coma, como este. E para quando uma verdadeira tragédia que chame realmente a atenção para este problema?

Camisolas


Os jogadores de futebol, já se sabe, não são conhecidos por terem dentro das cabecinhas muita massa cinzenta, só que alguns exageram. Os casos do guardião espanhol Casillas e do defesa português Miguel Lopes são casos de decisões infelizes quando se trata de escolher a roupinha certa do armário. Casillas apresentou-se no estágio da selecção espanhola com uma camisola da França - o adversário directo da "roja" no Grupo I de qualificação para o mundial de 2014. Ainda por cima os espanhóis defrontam os gauleses na próxima terça-feira em Madrid. Não sei se Casillas está a ser irónico ou se é algum tipo de superstição, mas se calhar é apenas um rapaz que usa o que lhe apetece quando quer. Eu próprio tenho camisolas da Itália e do Dinamo Kiev, por exemplo, e estou-me a cagar para a "squadra azzurra" e para aquele clube ucraniano: uso-as quando vou despejar o lixo ou quando vou ao 7-11 comprar umas jolas. Já quanto a Miguel Lopes, o rapaz apareceu no estágio da selecção lusa com uma camisola onde se lia "Fuck You You Fucking Fuck". Ora toma. Isto para quem sabe inglês é o equivalente a dizer "Vai-te f..., filho da p...", mais coisa menos coisa. Não sei se o Miguel sabe inglês, mas muito provavelmente sabe o que aquilo quer dizer e resolveu apenas ser ousado. Eu próprio tenho uma camisola do Stewie, da série Family Guy, que diz "I'd like to stay here and chat, but you're a total bitch", e isto é o mais longe que consigo ir. Existe aqui perto de casa uma loja que estampa camisolas por encomenda, e já cheguei a pensar usar uma onde se lesse "All Portuguese are stupisd (except me)" ou ainda "I have a delicious dick. Wanna try?", mas a pancada depois passa. Em todo o caso, quem se sente ofendido por camisolas não tem muito mais que fazer. Eu sentia-me mais ofendido se visse alguém na rua de tronco nu - do sexo masculino, entenda-se. Parabéns ao Casillas e ao Miguel Lopes que assim foram notícia. Não que precisassem muito dessa publicidade...

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O caminho do coração passa pelo estômago


1) Já o tinha dito aqui há alguns dias e não é novidade para ninguém: o preço dos produtos alimentares está cada vez mais caro. Cansada de pagar cada vez mais, a população procura agora saber o porquê dos víveres aumentarem tantas vezes no mesmo ano, e se há alguém a ir-nos ao bolso. Aparentemente há; os intermediários que importam a carne fresca e outros produtos alimentares da China por A+B diz que está tudo mais caro, que é o transporte, o renminbi e não sei que mais, mas já não convencem ninguém. Quer dizer, a habitação está ao preço que está. Querem meter-nos a viver na rua. Os cuidados de saúde públicos cada vez mais degradados e o privado cada vez mais caro e inacessível. Querem matar-nos de doença. E agora isto chega ao estômago: querem matar-nos de fome. Os preços nos mercados estão tão altos que qualquer dia quando formos a um casamento em vez de oferecer os tradicionais lai si é melhor oferecer um pacote de bifinhos do lombo. E por falar em casamentos, os banquetes andam tão caros que já nem as ofertas pecuniárias dos convidados os pagam: dá prejuízo. Está tudo pela hora da morte. Isto tudo era lindo e fantástico se os salários médios da população andassem pelas 30 ou 40 mil patacas mensais. Aí andávamos todos a pagar com gosto e era uma festa. Infelizmente não é este o caso, e as famílias vão cada vez fazendo mais contas para esticar o dinheiro até ao fim do mês. Isto numa cidade que era suposto ser um oásis no contexto da crise mundial graças aos (cada vez maiores) lucros do jogo, é mau sinal. Sobretudo é sinal que há por aí alguns a enriquecer e outros a definhar. O Governo anunciou hoje que "vai tomar medidas" para combater o crescente preço da habitação e a inflação. Como assim? Mais cheques? É preciso que não se esqueçam de quem vota neles e...ah esperem. Esqueci-me que não são eleitos. Oh shit.

2) Agora falemos de coisas mais alegres. Está a chegar mais um Festival da Lusofonia, o que vale por dizer, mais um tiro no escuro na pasmaceira que a cidade vive durante a maior parte do ano. Uma notícia que contudo não me agrada muito: a cozinha dos países de expressão portuguesa vai ser transferida da zona das casas-museu da Taipa para o novel restaurante (?) Lusitanvs, perto das ruínas de S. Paulo. Por um lado talvez seja mais acessível consumir uma boa cachupa, um bom sarapatel ou um excelente caldo de chabéu sem ser no meio dos mosquitos e em pratos de plástico, mas por outro lado isto desvirtua um pouco o espírito do festival. A malta ia lá acima comer, depois vinha cá abaixo beber a bica, dançar, mamar caipirinhas e Super Bocks, e assistir aos espectáculos. Agora tem que ir para a Taipa já "jantada", para poder curtir o festival sem o estômago a dar as horas. Além disso no Lusitanvs a jantarada fica por 180 paus por cabeça, fora as bebidas, o que também significa que é mais caro. Pelo menos espero que valha a pena. E eu adoro comida africana!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sporting that I used to know


Diogo Sena, um adepto sportinguista frustrado, resolveu fazer uma versão muito própria de "Somebody That I Used to Know", de Gotye: "Sporting that I used to know". O vídeo já tem mais de 700 mil visualizações no YouTube. Mais uma pequena crueldade feita à lagartagem, que atravessa uma das maiores crises de sempre. Coragem, verdinhos!

domingo, 7 de outubro de 2012

Romney, o cromo


Falta pouco mais de um mês para as eleições nos Estados Unidos, e desta vez é entre Barack Obama, o actual presidente, que não é nenhuma jóia, e Mitt Romney, o branco-republicano-mormon, ex-governador do Massachusetts, com um sorriso de plástico. Dos dois males mais vale aquele que já conhecemos, Obama. "Better the devil you know", como dizem os ingleses. Este Romney, a quem Vasco Pulido Valente tinha previsto que seria presidente há quatro anos mas falhou a nomeação republicana para John McCain, é um cromo do caraças. Um daqueles idiotas americanos que tresanda a George W. Bush. É um homem perigoso. Este vídeo que publico aqui, a entrar na conferência republicana em Tampa Bay, na Florida, há um mês, não diz tanto assim dele, mas dá a entender que se trata de um pateta. O pior mesmo são as ideias, no que diz respeito aos benefícios fiscais para os americanos mais ricos, ao ódio visceral pelo "Big Bird" (ou na versão portuguesa, o "Popas") da Rua Sésamo, ou ao facto de não saber que as janelas dos aviões não se podiam abrir. Quer dizer, nem os Estados Unidos nem o mundo merecem mais oito anos de uma cópia de Bush. Quem sabe se é o início do fim da humanidade, já que Romeny afirmou que uns EUA militarmente fortes são uma garantia de "estabilidade". Para esse peditório já demos, e foi uma tragédia. Sabendo que não tenho qualquer tipo de influência no resultado final da decisão dos americanos, fico a torcer para que ganhe Obama. Pelo menos é mais do mesmo, que não chateia ninguém.

sábado, 6 de outubro de 2012

Um país ao contrário


A nossa querida República comemorou ontem o 102º aniversário, coitadinha. Ainda mais jovem que o realizador Manoel de Oliveira, respira no entanto menos saúde. Anda ligada ao respirador. Já sabemos que na boca dos portugueses anda agora a palavra "austeridade", um palavrão que muitos desconheciam, e que só agora aprenderam a pronunciar, para mal dos seus pecados. Isto é um povo alegre e festivo, de sangue quente, habituado ao bem bom, ao papo para o ar e ao "não me chateiem". Ao contrário dos alemães, suecos, noruegueses e outros nazis que só pensam em trabalhar e quase precisam de assistência hidraúlica para dar uma queca. É injusto que venham por aí dentro esses germânicos, lapões e o caraças dizerem-nos que devemos trabalhar mais, não devemos gastar, enfim, o que devemos e não devemos fazer. É triste que tenhamos chegado a este ponto e que estejamos nas bocas do mundo pelos piores motivos, nós que enchemos o peito lusitano de orgulho e nos chega uma lágrima ao canto do olho cada vez que vemos a nossa bandeira ou toca suíno. E quando joga a selecção? Epá aquilo é que é. E ninguém nos ganha aos matraquilhos!

Ontem as comemorações solenes do aniversário da República foram tudo menos aborrecidas, como aliás é (ou era) habitual. Contou com todos os ladrões, perdão, figurões da nação, com destaque para o presidente Cavaquinho. As hostilidades abriram com o sr. Presidente a içar a bandeira na varanda do Município de Lisboa...ao contrário. A bandeira estava ao contrário! "C...! F...-se para esta m..., era o que mais faltava", deve ter pensado o garboso algarvio, enquanto os restantes (ir)responsáveis da nação faziam um enorme "facepalm". Claro que o momento foi capturado, já extensamente ridicularizado, e é já uma imagem pop, que "espelha bem o estado da nação, que está virada do avesso", diz muito filosoficamente o povo. Por acaso virar o país do avesso nesta altura do campeonato até não era má ideia, se percebem onde quero chegar. São tantas as nódoas na camisa que pelo menos virada do avesso parecia mais limpinha. A bandeira ao contrário é, juntamente com a demissão de Sá Pinto, o tema mais comentado nas redes sociais. Mas não só...

Houve um pouco de tudo nesta sessão solene que assinala o 5 de Outubro, que para o ano deixará de ser feriado - de tão importante que é. O Pátio da Galé foi invadido por uma senhora de 57 anos que se queria aproximar do Presidente para se queixar da vida: não consegue viver com 227 euros por mês (ainda há quem consiga, nem eu sei como), e foi expulsa pela segurança, que levou a senhora para fora do edifício da câmara, enquanto esperneava e gritava "filhos da p...". Mulher valente, que se tornou imediatamente o centro das atenções da imprensa ali presente. Menos agressivo foi o protesto de uma cantora lírica, Ana Maria Pinto, que interpretou "Firmeza", de Lopes-Graça. Uma forma de protesto tão "soft" que até se pensou fazer parte das comemorações do aniversário da República. Se calhar devia ter cantado antes "A Luta Continua" dos Ena Pá 2000, ou "Vamos ao Trabalho" dos Peste & Sida. Tinha mais impacto.

Ainda aconteceram sete detenções à porta da Assembleia da República, de alguns rapazes que se calhar queriam ir lá limpar as pratas, e Mário Soares saíu cá para fora para dizer que "o 5 de Outubro é do povo!". E que "sem povo não há 5 de Outubro". Olha este anjinho, que até parece que é inocente. O que vale é que são cada vez menos as oportunidades que este tem de mandar bitaites. E como para o ano nem é feriado, pode ser que se esqueçam dele. E vai assim a nossa pobre e já centenária República. De cortes em cortes, de greve em greve, de protesto em protesto. É um doente sem melhoras aparentes, e não querendo ser pessimista...ora bolas, sou pessimista sim, que se lixe. O futuro é negro e vocês estão feitos ao bife meus amigos. Bem, aproveitem bem o fim-de-semana, enquanto ainda não for obrigatório trabalhar ao Domingo, e enfim, as melhoras. Mas eu não acredito, desculpem lá. E tenho pena.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Desculpem-me a sinceridade


O Telejornal de hoje inaugurou uma nova rubrica, "Reportagem". Parece-me bem, e espero que tenham sucesso. Só que hoje fiquei chocado e boquiaberto com a tal "reportagem", que era sobre os preços absurdos do arrendamento em Macau. Concordo que os inquilinos têm razão de queixa, nomeadamente no que diz respeito aos contratos de um ano, que permitem que os senhorios ponham e disponham sobre os preços das rendas. O problema é que o mercado "é livre" (é provavelmente uma das poucas coisas que é "livre" em Macau), e quem não se sujeita a esta palhaçada, bem pode ir viver na rua, que ainda é de borla. Claro que as agências não são inocentes, e muitas delas são sucursais de outras de Hong Kong, e ainda dizem com um grande à vontade que em Macau "ainda é mais barato" que na colónia vizinha. No shit, Sherlock. Ainda ninguém paga 10 mil por um quarto do tamanho de uma retrete em Tsim Sa Tsui, felizmente.

Agora o que me deixou pasmado foram as "vítimas" deste mercado livre entrevistadas nesta Reportagem. Quer dizer, uma das senhoras, que parece viver sozinha, queixa-se que mudou de casa quatro vezes nos últimos quatro anos, porque não pode, vejam bem, suportar uma renda de um T4! Um T4 para uma pessoa? Ah sim, e para os meninos tem que ser na Taipa, que parecem ser alérgicos a Macau. Ora bem, um T2, com 100 m2 na Taipa, anda por 13 mil HKD por mês. Cem metros quadrados? Querem jogar ténis lá dentro ou quê? Outro precisa de viver nos Helen Gardens em Coloane, coitado. Em frente à praia. Como é possível explorarem um pobre desgraçado que ir viver em frente à praia num complexo de luxo com quase 200 metros quadrados por apartamento? Assassinos!

É verdade que a especulação imobliária tem que ser combatida, e mesmo que alguém queira terminar esta verdadeira chantagem das agências imobliárias e dos proprietários - que ainda por cima são mentirosos e dizem depois que "qurerem vender", ou pior ainda, que "querem ir viver para lá". Aldrabões. Ora bem, quem quiser evitar isto precisa, obviamente, de comprar uma fracção. Mas isto nunca fica por menos de um ou dois milhões, claro, para as casas mais modestas, e o banco só empresta a quem tiver umas centenas de milhar à cabeça, e como se sabe os nossos compatriotas não são de juntar esse tipo de dinheiro, ao contrário dos chineses, que depois põem e dispõem dos kwai lous quando chega a hora de cobrar as rendas. É uma pescadinha de rabo na boca.

Entretanto Albano Martins, entrevistado pela Reportagem, vai dizendo que o preço da habitação vai acompanhando o crescimento do jogo em Macau, que vai continuar pelo menos durante os próximos 4/5 anos, enquanto os novos empreendimentos casineiros vão abrindo. E a maioria destes empreendimentos abrem na zona do COTAI, entre a Taipa e Coloane. Agora o problema é mesmo este: quem não está para investir em Macau, e prefere continuar a pagar a casa lá na santa terrinha, não pode pensar em usufruir do mesmo estilo de vida que tem na vivenda lá no Cadaval ou na Atouguia da Baleia, onde existe terreno para dar e vender. Aqui quem quiser viver em T3 ou T4, com salão de baile, quintal para o cão e kitchnette, em frente à praia, tem que pagar, lógico. Queriam que fosse grátis? E isto não é nenhum drama, desculpem-me a sinceridade...

Pimenta na língua


Artigo publicado na edição de ontem no Hoje Macau, para quem ainda não leu.

Quando cheguei a Macau, e já lá vão uns bons vinte anos, fui acometido da maior das ingenuidades – pensava que pelo menos a maioria da população falava português. Afinal este ainda era um aquartelemento lusitano, o fim do famoso império português. Dissipada essa ilusão, acreditei que pelo menos os mais jovens falavam inglês. Puro engano. Andei um bocado perdido até aprender algumas palavras em chinês, nem que fosse apenas os nomes das comidas, de maneira a não morrer de fome. Em Macau falar uma língua estrangeira é privilégio de poucos. Apenas daqueles cujos pais investiram numa educação no estrangeiro, uma espécie de ratice que na cultura chinesa nem sempre é bem aceite. O mais importante é que os jovens aprendam quanto mais cedo possível o maior número de caracteres chineses, como se um futuro emprego dependesse disso. Não cabe na cabeça de ninguém minimamente civilizado este conceito: quanto melhor se sabe uma língua, mais acessível é o mercado de trabalho, ou que aprender mais que uma língua leva a que no fim não se consiga dominar nenhuma delas – outro preconceito utilizado como argumento.
Não surpreende que a Escola Portuguesa tenha encontrado tantas dificuldades nestes anos iniciais depois da fundação da RAEM, e tenha perdido tantos alunos desde a sua criação. Ninguém acreditou, ou investiu, no ensino em português. O conceito que vigorava era o mais básico que se possa imaginar: isto agora é a China, e quem não sabe falar chinês está “tramado”. Isto levou a que muitos macaenses – que estudaram no ensino corrente em língua portuguesa – inscrevessem os filhos em escolas chinesas, mesmo herdando os nomes portugueses dos pais. Um cenário demasiado pessimista, pois uma vez que foi garantida pelos executantes da transição que Macau manteria as suas características únicas. Abandonar a cultura ocidental, nomeadamente a portuguesa, era assinar uma sentença de morte e receber de braços abertos uma eventual integração no regaço do Continente. Isto seria fazer de Macau apenas uma extensão de Zhuhai, só que com mais vantagens, as tais consagradas na Lei Básica. Mas com tal passividade, até quando seria isso possível?
Não me incomoda que as pessoas se adaptem às novas circunstâncias, ou que se preparem para o futuro, se bem que ainda longínquo. Mas se queremos que Macau se mantenha dentro da sua originalidade, para quê cumprir sermões que nunca foram encomendados? Às vezes somos vergados pela batuta patriótica do “a China quer assim”, sem que a própria China nos tenha dado qualquer orientação nesse sentido. Algumas das decisões são feitas na base do chico-espertismo, da antecipação daquilo que agrada ao Governo Central. É por isso que Macau é sempre considerado o bom aluno desta coisa complicada que é o segundo sistema. É verdade que muito boa gente sofre dessa coisa que é o orgulho nacional, mas será mesmo assim? Será que os peitos-feitos que se consideram chineses acreditam no que lhes está a ser vendido?
Como dizia Goethe, “quem só conhece a sua própria língua, não conhece nem a sua língua”. E é sempre bom conhecer outra(s) língua(s), nem que seja apenas para encher a cabecinha de mais qualquer coisa. Aprender uma língua estrangeira implica ainda aprender outra cultura, descobrir coisas novas. É um facto que a nossa língua é também a nossa identidade, mas aprender outras não significa que a estamos a perder, ou a hipotecá-la. Não é verdade que é fundamental aprender mandarim para se poder entender com um chinês; ninguém deixa de fazer negócios ou de se entender, se isso for mesmo necessário, por causa da barreira linguística. É deprimente conhecer um jovem – chinês ou qualquer outro – que em pleno século XXI não tenha pelo menos umas noções de inglês, o que lhe facilitaria muito a vida numa ida ao estrangeiro, ou no contacto com gentes e culturas diferentes. É preciso soltar a língua, e sobretudo abrir essas cabecinhas e pôr lá dentro qualquer coisa que vai para além dos nossos próprios horizontes.

Sporting nas lonas


O Sporting perdeu ontem na Hungria por 3-0 frente ao Videton, em jogo da segunda jornada do Grupo G da Liga Europa. Os leões sofreram uma humilhante derrota perante uma das equipas da segunda divisão europeia, e o resultado estava já feito ao intervalo. O Videoton, finalista da Taça UEFA em 1984/85 e actualmente treinado pelo português Paulo Sousa, e que conta com o ex-leão Marco Caneira nas suas fileiras, chamou um figo ao Sporting. Como resultado deste desastre Sá Pinto deixou o cargo de treiandor principal do Sporting, depois do pior início de época desde 1966 - curiosamente no ano seguinte ao Sporting se ter sagrado campeão nacional, em 1965/66. Quanto às restantes equipas portuguesas, a sorte também não lhes sorriu. A Académica pode-se queixar da pouca sorte, ao empatar a uma bola em casa frente ao Hapeol Tel-Aviv em jogo do Grupo B. O golo dos israelitas surgiu já em tempo de descontos. O Marítimo perdeu na Bélgica frente ao Club Brugges por 2-0, e ocupa agora o último lugar do grupo D, onde pontificam ainda Newcastle e Bordeaux. Não parece sorridente o futuro para as equipas portuguesas na Liga Europa.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Tirem-me deste(s) filme(s)!


A TDM tem passado todas as quartas-feiras cinema português a horas indecentes, mais ou menos por volta da meia-noite. Gostava de poder dizer que isto é mau, mas não é. O cinema português é, se o pudesse descrever numa palavra, "deprimente". Interdito a menores de 88 anos que não estejam já em coma declarado. E ontem realizou-se mais um teste a este preconceito que tenho contra o nosso cinema, com a exibição de "Jaime", de António Pedro-Vasconcelos, uma fita de 1999. Sentado no conforto do meu lar, meio insomníaco, comecei a ver o filme, que passado dois minutos contava já com uma criança com os dedos arrancados por uma prensa numa padaria e dezenas de "foram-se" e "carvalhos" debitados pelo personagem de Rogério Samora, o dono da tal padaria. O personagem principal é o tal Jaime, que dá título ao filme, um puto de 13 anos que fuma, trabalha e em suma, come o pão que o diabo amassou. É difícil encontrar um personagem genuinamente feliz nestes filmes melo-dramáticos tugas; quem anda contente é normalmente bandido, malandreco ou chulo. A mãe de Jaime, interpretada por Fernanda Serrano, é puta, coitada. Não no sentido da mulher que se prostitui pelas esquinas, mas é uma caixa de supermercado que vende o corpo a qualquer um que lhe possa "proporcionar uma vida melhor", que é como quem diz, é uma mulher burra, fácil e sonhadora. Jaime trabalha à noite, à revelia da mãe, para "juntar dinheiro para comprar uma mota ao pai para que este volte a trabalhar e a família possa ficar outra vez junta". Chuif, chuif. O pai é um alcoólico desempregado e vive num buraco, rodeado de garrafas de Super Bock. Numa cena absolutamente deprimente, Jaime visita um colega de escola, Ulisses, para lhe dar um safanão (não me perguntem porquê). Num dos cantos do quarto está Artur, o irmão de Ulisses, a chutar para a veia em plena luz do dia e com a família toda em casa. Jaime pergunta o que se passa com "aquele" e Ulisses responde-lhe que "aquilo é uma espécie de doença, e ele precisa de apanhar injecções". Ah sim, esqueci-me de mencionar que a acção decorre no Porto, portanto a maioria dos personagens fala com um sotaque nortenho que ainda por cima imita mal. Não vi muito mais a partir daí porque a minha mãezinha mandou-me para a cama.

Quer dizer, já sei o que muitos leitores estão a pensar: "isto é a realidade blah blah blah" e não sei que mais. Mas epá, não quero saber! Não é a minha realidade e apetece-me, para variar, ver um filme português que me que entretenha e que me divirta. Estas sessões das quartas-feiras ficam a a ganhar muito mais quando se exibem aqueles filmes do tempo da maria Cachucha, como "O Pai Tirano", "Aldeia da Roupa Branca" e que tais. Mas mesmo assim é triste que a única forma de rir um pouco com um filme português seja com actores que já nem estão entre nós, coitados. Alguns que morreram mesmo antes de eu nascer. Mesmo no cinema português moderno quando se tenta fazer qualquer coisa engraçada ou diferente descamba-se logo para a parvoíce ou para o "neo-realismo", como eram exemplo os filmes de João César Monteiro ou mais recentemente os "Call Girls" e afins. Temos de certeza absoluta gente com capacidade para nos fazer rir e pensar ao mesmo tempo, sem cair no habitual melodrama, mas cenas compridas e "artísticas" sem sentido nenhum, enfim, tinhamos mais a ganhar sendo mais espontâneos sem tentar comportar-nos sempre como gente grande - que não somos. Mas abençoado seja o Canal Macau por passar estes filmes. Assim sempre tenho qualquer coisinha para cortar na casaca. E a culpa não é deles por os filmes serem maus. Olha, chamem-lhe antes "serviço público"...

Porto seguro


بورتو 1-0 باريس سان جيرمان - الجولة 2 - دوري... 发布人 MediaMasrTv
O FC Porto obteve ontem uma vitória importante na Liga dos Campeões frente ao Paris SG, de França, por uma bolaa zero. Um jogo que se adivinhava difícil para os campeões nacionais, uma vez que os franceses foram uma das equipas que mais se reforçou este ano, juntando aos seus quadros jogadores caros, como é exemplo o sueco-kosovar Zlatan Ibrahimovic, a mais cara contratação de sempre do clube orientado por Carlo Ancelotti. O Porto jogou bem, foi paciente, pragmático, e chegou à vitória a sete minutos do fim, com um golo de James Rodríguez, o jovem colombiano que já parece ter feito esquecer Hulk. Com mais estes três pontos os dragões lideram o Grupo A com seis pontos, mais três que PSG e Dinamo Kiev, que bateu o Dinamo Zagreb por duas bolas a zero. O Porto recebe no dia 24 o Dinamo Kiev, e caso vença fica com um pé nos oitavos-de-final da Liga milionária.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Contra Messi não há argumentos


O Benfica foi derrotado ontem à noite na Luz pelo Barcelona porduas bolas a zero, em jogo da 2ª jornada do Grupo G da Liga dos Campeões. Messi e companhia não deram hipóteses aos encarnados, e inauguraram o marcador logo aos seis minutos por Alexis Sanchez, após cruzamento de Messi. O Benfica bem tentou remar contra a fortíssima maré blaugrana, mas a juntar-se a alguma falta de imaginação estava a compacta defesa do Barça e um par de boas defesas de Valdés, que nem sequer foi muito incomdado. Do génio de Messi voltou a nascer omais um golo, aos dez minutos da segunda parte, quando o "pulga" assiste Fabregas, que fuzilou o brasileiro Arthur. O domínio dos catalães foi avassalador, com uma percentagem de posse de bola próxima dos 80%, e o resultado só pecou por escasso. Destaque para a lesão do capitão do Barcelona, Carles Puyol, que caíu mal e torceu o braço. Um moomento doloroso e arrepiante. O Barcelona lidera o grupo com seis pontos, mas dois que o celtic que foi ocom alguma surpresa vencer o Spartak em Moscovo. O Benfica tem um ponto e ocupa o terceiro lugar, ainda sem qualquer golo marcado.


Galatasaray [0 - 2] Braga ## HighlightS 发布人 f1297772168
Entretanto na Turquia o Braga redimiu-se da derrota na jornada inaugural do Grupo H frente ao Cluj, e foi vencer o campeão Galatasaray por 2-0. Com um onze inicial que incluía seis jogadores portugueses - um feito, nos tempos que correm - os guerreiros do Minho adiantaram-se no marcador por Rúben Micael, ainda na primeira parte. O Braga soube sofrer, agarrou-se à vantagem e marcou o segundo já no tempo de descontos. O manchester United lidera o Grupo com seis pontos, mais três que Cluj e Braga, enquanto Galatasaray é último com zero pontos.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Tragédia em Hong Kong


Tragédia em Hong Kong no dia Nacional. Ontem à noite um ferry colidiu na ilha de Llama, ao lado da ex-colónia britânica, matando 36 tripulantes e deixando outros nove feridos. Foi o pior acidente de navegação desde a criação da RAEHK em 1997. O acidente deu-se pouco depois de uma exibição de fogos de artifício em comemoração do 1 de Outubro. As vítimas são na sua maioria empregados da Power Assets Holdings, uma filial do Cheung Kong Group, detido pelo bilionário Li-Ka Shiing, o homem mais rico de Hong Kong. Os sobrevivetes do acidente dizem ter sido abalroados por um barco mais rápido, e que as vítimas mortais foram as primeiras a cair do barco, não tendo qualquer chance de colocar os coletes salva-vidas antes da embarcação ir ao fundo. A outra embraca'~ao registou alguns feridos e sofreu um rombo no casco, mas mesmo assim prosseguiu a viagem até ao porto de Hong Kong. As buscas pelos corpos das vítimas prosseguia até à manhã de hoje.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Notas de feriado


1) Comemorou-se hoje o Dia Nacional, que marca o 63º aniversário da fundação da R.P. China. Uma imagem distante de tempos já idos, mas que curiosamente ainda encanta alguns saudosistas, normalmente aqueles que vão a rir a caminho do banco e mais beneficiam com o bafiento regime. Em Macau foi feriado, assim como será amanhã - o dia seguinte à implantação da R.P. China, e quarta-feira há tolerância de ponto para os funcionários públicos, devido à coincidência com o feriado do Bolo Lunar, que se assinalou ontem. Caprichos do tal calendário chinês. Em Macau realizou-se esta tarde uma manifestação com cerca de dois mil participantes, que exigiam melhorias nas políticas sociais e um fim à especulação imobiliária, que impede que a classe média adquira habitação decente, que como se sabe anda pela hora da morte. Fico satisfeito que a manifestação se tenha realizado, e ao mesmo tempo fico triste que alguns dos manifestantes tenham aderido por terem recebido as "senhas de arroz". São aqueles velhos e velhas que só não vendem o cu porque ninguém quer. Outro grupo aproveitou o dia para se manifestar a favor da épica epopeia da China pelas ilhas Diaoyu, esse novo desígnio nacional. Foram perto de 50, com os habituais excessos anti-Japão. Bem, é preciso dar-lhes um desconto, e sempre fica bem para contrabalançar o tom contestário do momento. Entretanto, e um detalhe engraçado, muitos residentes colocaram a bandeira chinesa à janela, assim como tradição, por respeito, sei lá. Os taxistas, esses anjinhos, colocaram uma bandeirinha da China na antena do carro. Pelo menos hoje enganaram os turistas "a bem da nação", que os benza Deus. O que dizer? Penso que se devem aproveitar estes momentos para reflectir o que é feito da nossa querida China - sim, querida, porque é a nossa casa - mais de seis décadas depois. Sobretudo pensar onde se encontra agora, e esperar que não se repitam os inúmeros erros do passado.

2) Sauda-se o regresso do programa Contraponto, da TDM, emitido aos Domingos à noite. Esta semana o painel foi constituído por Carlos Morais José, Emanuel Graça e José Luís Sales Marques, um estreante nestas andanças. Dos temas em debate, moderado sempre com competência por Gilberto Lopes, destaco dois. O primeiro tem a ver com o tal edifício concessionado ao jornal Ou Mun, que tem sub-arrendado a várias associações, desde os operários à escola de enfermagem, num exemplo de promiscuidade entre o público e o privado, e com valores monetários bastante elevados. Tenho-me abstido de comentar esse assunto aqui no blogue, pois como dizia aquele treinador-poeta de bigode farfalhudo, "é uma situação perfeitamente normal". Isto já nem precisa de ser feito às escondidas; ninguém se importa. Não há vergonha nenhuma na cara. A certa altura CMJ diz que "há um limite", e que a população vai tomar consciência e deixar de achar graça a tudo isto, e tal. Mas pergunto eu: que limite a esse? Os milhões vão voando pelos bolsos dos gajos do costume, e a opinião pública limita-se a olhar para o lado e dizer "suen", ou em bom português, "que se lixe". Os rapazes do Ou Mun, da Fundação Macau e o Hospital Kiang Wu fazem isto pela mesma razão que os cães coçam os tomates com os dentes: porque podem. Outro tema foi a animosidade anti-Japão em Macau. Como se sabe a participação da equipa do Japão no 24º Festival de Fogo de Artifício foi cancelada, e substituída por uma companhia pirotécnica de Macau (também eu pergunto, se existe uma companhia pirotécnica em Macau, porque não participa no Festival?). No TDM News de ontem entrevistaram alguns dos espectadores do festival, e foi-lhes perguntada a opinião sobre a exclusão da equipa japonesa. Entre o habitual chorrilho de disparates, houve um rapaz que até disse qualquer coisa de jeito; que isto era "ridículo". E não é? É um festival de pirotecnia, por amor de Deus. Ainda bem que houve bom senso e meteram o microfone à frente da boca de alguém minimamente inteligente. CMJ escreveu no HM de sexta-feira um artigo em que fala da possibilidade do Grande Prémio de Macau não se realizar este ano, devido à ausência dos pilotos e das marcas japonesas. Disse entretanto que "estava a brincar". Ora esta "brincadeira" não é assim tão disparatada quanto isso, e tenho a certeza que os organizadores do GP devem estar a perder horas de sono com esta dor de cabeça. Ainda por cima não sabemos até que ponto esta "guerra" vai evoluir até à altura das corridas, dentro de um mês e meio. Apesar de eu próprio não ser um grande adepto dessa parafernália que envolve o GP de Macau, espero que tudo corra dentro da normalidade, e que o bom senso impere, acima de tudo.

Marley


Há quatro anos escrevi aqui um artigo sobre a vida badalhoca do cantor jamaicano Bob Marley, artigo esse que levantou alguma celeuma e gerou discussão na secção de comentários. Ora parece que afinal a predisposição do cantor em fazer filhos a torto e a direito não teve resultados tão positivos quanto isso, como prova o documentário "Marley", do realizador escocês Kevin McDonald - o primeiro autorizado pela sua (vasta) família. Saiba mais aqui no Expresso.