Morreu ontem aos 48 anos o mexicano Manuel Uribe, que foi em tempos o homem mais gordo do mundo, chegando a pesar 597 kg - mais que um boi adulto, dos maiores. Uribe sofria de obesidade mórbida, e passou uma vida bastante triste, quer pela forma como precisava de arrastar as banhas, quer pela perspectiva de terceiros, e deviam ser frequentes os casos em que as criancinhas apontavam para ele e diziam: "¡madre, mira lo mamaracho!" (é preciso não esquecer que o senhor era mexicano). Uribe diz que se tornou obeso "já na idade adulta", e que até aos 20 anos "nunca teve problemas de peso" - foi então que começou a enfardar que nem uma besta. Quando o seu "caso" se tornou do domínio público, houve quem tivesse pena do pobre homem, e especialmente da sua esposa - sim, Uribe era casado com uma cidadã norte-americana, e graças a esse casamento foi viver nos Estados Unidos, onde há mais comida enfarta-brutos que no México - e planearam uma dieta que o fez perder 200 quilos. Foi pouco, porque o que ele devia era ter perdido 400 quilos, o equivalente a dois Fernando Mendes. Em 2006 recusou ofertas (sim, ofertas grátis, passo o pleonasmo) de Itália para implantar uma sonda gástrica, e culpava o seu excesso de peso pela vida sendentária que levava: "Na América é assim...praticamente só se sai de casa para o trabalho, e do trabalho para casa, de secretária para secretária". Pois, pois, com meia dúzia de encomendas no Taco Bell pelo meio, claro. Assim, pesando "apenas" 394 quilos, foi internado no último dia 2 com arritmia cardíaca e insuficiência hepática, e ontem deixou o mundo mais leve.
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