quinta-feira, 5 de junho de 2014

Provedor do leitor



Em relação ao "post" do último Sábado, intitulado Espalha-Brasas, recebi o seguinte comentário de um leitor anónimo:

São poucas as coisas no Facebook que são publicadas pelo autor original. Tal como o caso de quem fala. É muito feio, para além de ilegal, andar a difamar o alheio!
Eu vi a publicação de que fala, publicada por várias pessoas. Serão todas tresloucadas?! Tenha juízo...


Isto começa logo bem..."São poucas as coisas no Facebook que são publicadas pelo autor original". De facto, mas não faltam macaquinhos de imitação. Veja só que eu próprio tenho o desplante de escrever quer no blogue, quer no Facebook, em língua portuguesa, algo de que não sou o autor original. Mas falando a sério, "feio" é meter o dedo no nariz, cuspir no chão ou ser malcriado com a vizinha. O que é de "ilegal", e vou mais longe, é crime punível pelo Código Penal, é a difamação, ou a injúria, que diferem uma da outra por uma ténue linha, mas que vão dar ao mesmo. Não fui eu quem acusou ninguém de estar a obter favorecimentos ilícitos do Governo de Macau. Não fui eu quem insinuou que o Governo de Macau arrendou a um particular um terreno para que este construísse ali uma moradia de luxo, com estacionamento privado e jardim particular. Não fui eu quem inclusivamente deixou o "link" para o despacho do Boletim Oficial onde consta o despacho que autoriza a tal construção, e que não passa de uma mera revisão de uma concessão da qual o titular do imóvel adquiriu o direito através de compra em 1995, incluíndo a propriedade de construção. O despacho em causa não só não contém qualquer ilegalidade, como não levante qualquer suspeita de favorecimento da parte de seja quem for, como ainda deixa bem claro que para o proprietário do imóvel poder constuir ali uma moradia unifamiliar - o que parece estar a incomodar muito boa gente - pagou um prémio de quase um milhão e meio de patacas. Ou seja, para o titular do direito desta propriedade poder fazer com ela o que muito bem entender, precisou de pagar ao governo para poder alterar o que ele próprio não definiu como finalidade para o terreno que, repito, comprou, e que lhe pertence.

Compreendo que muita gente nutra pouca ou nenhuma simpatia pela pessoa em questão, mas não vei ser a acusá-lo do que não fez, ou do que fez cumprindo escrupulosamente a lei, que vão fazer dele uma pessoa melhor - antes pelo contrário. Se esta pessoa tem mil e um defeitos, se é avarento, mesquinho, ganancioso e mau para as crianças e para os animais, mas não está a ir contra nenhuma lei, o melhor é esperar por Dezembro, altura em que existe uma possibilidade - remota, mas uma possibilidade - de ser visitado pelos espíritos do Natal passado, presente e futuro, e que depois disso, tal como no conto de Dickens, se torne numa pessoa boa e generosa . Enquanto isso não acontece, acusá-lo de algo que ele não fez e arrastar o seu nome pela lama na praça pública é mais que incorrecto: é crime. Quando eu chamo a alguém de palerma, atrasado mental ou tresloucado, esta é a minha opinião, quer concorde ou não com ela. Pode ser que revele algum mau carácter da minha parte, mas tal como o adultério, condenável apenas pelos cânones da moral, não constitui um ilícito - e ainda bem, porra, era o que faltava. Portanto recomendo que guarda a sua liçãozinha de moral de trazer por casa para as "várias pessoas" que publicaram essa falsidade, e recomendo-lhe que da próxima vez não acredite em tudo o que lê, e que se informe dos assuntos antes de retirar conclusões tão imbecis quanto perigosas. Passar bem.

No artigo de terça-feira (publicado na manhã de ontem) intitulado O (muito) que ficou por dizer, onde faço uma análise pessoal da entrevista de António Katchi ao programa "TDM Entrevista", recebi e publiquei o seguinte comentário:

"é um professor ideal para quem "gosta de ouvir", ou seja, que não promove a participação ou o debate na sala de aula" - a sério?!?! Para quem condena os outros por falarem do que não sabem, estás a enfiar a pata bem fundo na poça! Fala do que sabes e deixa os palpites para o futebol!

Reparem como a sabujice desta gente ignorante e pequenina que até dá dó não tem a elasticidade cerebral nem sequer para usar frases fora de contexto. Fossem eles criativos e ainda faziam uma ou outra interpretação descabida, ou tentavam fazer segundas leituras, mas o seu estado de retardação e de semi-estupor não lhes permite. O que está e sempre esteve escrito no texto é o seguinte:

"Nunca assisti a uma aula de Katchi, mas conheço quem tenha sido seu aluno, e a opinião que têm dele é positiva, contudo deixam bem claro que é um professor ideal para quem "gosta de ouvir", ou seja, que não promove a participação ou o debate na sala de aula."

Reparem como aquele ou aquela cavalgadura, que deve ter demorado duas horas a tentar perceber o mecanismo do "copy-paste" retira a segunda metade da frase julgando estar a dar a entender que que esta é não só uma opinião minha fundamentada numa experiência pessoal, como também pretende demonstrar que tenho alguma coisa contra o Professor António Katchi, que nem conheço pessoalmente, e de quem tenho um respeito e uma admiração que já havia deixado patentes noutras ocasiões. O que digo ali é que conheço pessoas que são ou foram seus alunos, e que me transmitiram que o método didáctico utilizado por ele é esse, o da oratória sem espaço para o debate ou para a participação dos alunos. É um método como qualquer outro, perfeitamente legítimo, e se querem que vos diga serve melhor o propósito a que é destinado do que os restantes - afinal pagam-lhe para dar aulas, e não para passar metade do tempo a debater parvoíces ou a escutar inanidades.

O que não entendo muito bem é de que forma "enfiei a pata bem fundo na poça" - e notem como são precisas oito palavras quando bastava dizer "meteste a pata na poça", o que deixa bem claro que as únicas frases com algum sentido que esta pessoa consegue deixar escritas não passam senão de banalidades e redundâncias com laivos de tolice. O que os "palpites sobre futebol" têm a ver com o caso não sei, mas isto deve ser mais alguma indirecta que não chega nem perto do destinatário, pois se a intenção é dar a entender que "falo muito de futebol", permitam-me para efeitos de estatística dizer que em Maio, mês que marcou o final da esmagadora maioria dos campeonatos de futebol na Europa, realizaram-se as finais das competições da UEFA e ficou a faltar menos de um mês para o início do mundial de futebol, publiquei 56 "posts" dedicados a futebol, de um total de 170. Pouco mais de um terço, portanto, o que acaba por ser muito menos que a maioria dos media, com destaque para a televisão, que dedica quase metade - e agora com a selecção mais do que isso - ao futebol. Lamento mas não colou.

Este blogue é em português, e apesar de alguns "pontapés" na gramática, coisa normal para quem se dedica a isto de forma completamente amadora, penso que não cometo erros de palmatória, e nunca me comprometi ao que quer que seja, e posso escrever o disparates que quiser. Se mesmo sendo em português V. Exa. tem dificuldade em ler ou interpretar o que está aqui escrito, recomendo que peça a alguém que lhe explique, ou em alternativa procure outros "sites" com mais bonecos, ou filmes, ou qualquer coisa que não lhe faça puxar muito pela cabeça. E isso já nos deixou entender que não é propriamente o seu forte. E se chegou ao fim deste texto e leu tudo desde o início, passando pelo meio e chegando agora ao fim, aconselho que vá descansar, pois deve-lhe estar a doer a cabeça.

Posto isto, cumprimentos. Obrigado pela atenção dispensada.

Leocardo.


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