A selecção da Bósnia-Herzegovina, a única estreante neste mundial do Brasil, foi eliminada da prova ao perder ontem com a Nigéria por uma bola a zero. Os bósnios, e permitam-me uma opinião pessoal, saem do torneio por culpa própria, pois apesar da qualidade técnica que demonstraram, e apetrechados de estrelas como Edin Džeko, Zvejzdan Misimović, Vedad Ibišević ou Sejad Salihović, apresentaram-se com um timidez confrangedora, como se tivessem vindo para o torneio apenas com a esperança de não sairem goleados em todos os encontros que disputariam. Contra a Argentina temeram o que não havia para temer, e contra a Nigéria foi mais do mesmo, com o treinador Safet Sušić a hesitar de uma forma arrepiante - tivessemos um selecionador destes e era linchado na chegada à Portela. É certo que desta vez se podem queixar do árbitro australiano Peter O'Leary, que logo nos primeiros minutos anulou mal um golo a Džeko, por pretenso fora-de-jogo. Nem é preciso recorrer à repetição em câmara lenta para perceber que na altura do passe de Misimović, o defesa nigeriano Efe Ambrose coloca o avançado do Manchester City em jogo. Mas golo a mais ou golo a menos, os bósnios tiveram sempre medo de arriscar, e aos 29 minutos a Nigéria marcou, e desta vez a valer, com uma jogada de combinação entre Peter Odemwingie e Emmanuel Emenike, com este a receber a bola do primeiro, a trabalhá-la pelo lado direito, deixando o defesa Emir Spahić "nas covas", e depois devolvendo a bola ao colega que o desmarcou, que só precisou de atirar para o fundos das redes de Asmir Begović. Emenike foi o melhor jogador da Nigéria, que venceu o primeiro jogo em fases finais de mundiais desde 1998, quando bateu a Bulgária por 1-0 na fase de grupos. Os nigerianos nem fizeram muito para merecer o triunfo, mas perante uma equipa tão cerimoniosa como esta Bósnia-Herzegovina, bem podem eles dizer "que venham mais dos mesmos". O grupo F ficou praticamente decidido após esta segunda ronda, com a Argentina a somar seis pontos e a garantir o apuramento, a Nigéria tem quatro, o Irão tem um ponto e a Bósnia-Herzegovina tem zero. Este será talvez o mais desinteressante de todos os grupos até ao momento, com apenas 5 golos marcados nas quatro partidas realizadas, e para os nigerianos seguirem em frente, basta-lhes um empate com a Argentina, e não surpreenderia ninguém se ambas as selecções combinassem uma "peladinha" entre elas na próxima quinta-feira em Porto Alegre, que dessa forma ninguém se aleijava, e ambas passavam à fase seguinte - e é mais do que merecem, sinceramente.
Sem comentários:
Enviar um comentário