Uruguai e Inglaterra protagonizaram na Arena do Corinthians, em S. Paulo, aquele que foi provavelmente o melhor jogo deste mundial. Ambas as equipas estavam proibidas de perder, depois de terem entrado com derrotas nesta fase de grupos; os sul-americanos tinham perdido com a Costa Rica por 3-1, naquela que foi a maior surpresa da primeira ronda, e os ingleses tinham sido derrotados pela Itália por 2-1, apesar de terem deixado uma impressão positiva. Desta vez o Uruguai transfigurou-se por completo, e tudo graças a Luis Suarez, o avançado do Liverpool que tinha sido operado ao menisco em Maio, chegando a temer-se que não estivesse recuperado a tempo do mundial do Brasil. Mas afinal recuperou, sim, e apesar da ausência no jogo contra os costa-riquenhos, fez o seu regresso em grande estilo contra a selecção do seu país de acolhimento, e cometeu uma pequena "traição", apontando os dois golos da "celeste". O primeiro surgiu aos 39 minutos, após jogada de entendimento entre Nicolas Lodeiro e Edison Cavani, com este último a mandar a bola para o centro da área inglesa, onde Suarez apareceu a cabecear para o poste esquerdo da baliza de Joe Hart. Velocidade, oportunidade e instinto de matador do avançado que este repartiu a bota de ouro com Cristiano Ronaldo, tendo ambos marcado 31 golos nos seus respectivos campeonatos, inglês e espanhol. Os uruguaios pareciam controlar os acontecimentos, mas a Inglaterra, que apesar de não ter aparecido no Brasil como uma das favoritas tem apresentando um futebol mais solto, mais bonito, e realmente é pena que tenha caído num grupo tão complicado, empataria por Wayne Rooney aos 78 minutos. O avançado do Manchester United, protagonista nos últimos dois mundiais, marcou finalmente um golo, assistido pelo lateral-direito Glenn Johnson. O empate era mau para as duas equipas, que ficavam obrigadas a fazer contas na derradeira jornada, mas quem tem Suarez tem tudo, e a cinco minutos dos 90 o avançado recebe uma bola dividida do meio-campo, recebe a bola na quina da área inglesa, e remata cruzado fora do alcance de Joe Hart. Não existe posição irregular, uma vez que é Steven Gerrard, capitão inglês, o último a tocar na bola antes desta chegar a Suarez. A Inglaterra fica praticamente eliminada do mundial logo na fase de grupos, o que não acontece desde 1950. Só um milagre poderá salvar a equipa de Roy Hodgson, e um empata hoje entre Itália e Costa Rica confirma a saída prematura dos "três leões". Os uruguaios, por seu lado, ficam a depender de si mesmos, mas para facilitar as contas convem-lhes que a Itália vença os costa-riquenhos hoje, para não precisarem de discutir com os italianos uma das vagas nos últimos 16.
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