quarta-feira, 11 de junho de 2014

Brasil 2014: Grupo F



ARGENTINA

Palmarés: 15 participações

Melhor classificação: Campeão (1978,1986)

Ranking FIFA: 5º lugar (Junho 2014)

Qualificação: 1º lugar CONMEBOL



A Argentina participa pela 11ª vez consecutiva, e desde que foi finalista em 1990 no mundial de Itália, ainda na era de Maradona, não passou dos quartos-de-final, que atingiu por três vezes em 1998, 2006 e 2010. Jogando no Brasil, país do seu maior rival na América Latina, os argentinos querem fazer boa figura, e mesmo não sendo campeões, terminar à frente da "canarinha" seria um resultado brilhante para eles. O treinador Alejandro Sabella levou entre os 23 convocados três jogadores a alinhar na Liga Portuguesa: o defesa Ezequiel Garay e o médio Enzo Perez, ambos do Benfica, e o central Marcos Rojo, do Sporting.



A ESTRELA: LIONEL MESSI

Nome: Lionel Andrés Messi

Data de nascimento: 24 de Junho de 1987 (26 anos)

Clubes: Barcelona (2004-)

Internacionalizações: 86 (38 golos)

O "pulga" terá neste mundial do Brasil uma oportunidade única para igualar Maradona, que foi campeão mundial mais ou menos com a sua idade (Maradona tinha 25 anos). É o terceiro mundial de que participa, e o primeiro como capitão, e das duas últimas tentativas não passou dos quartos-de-final, "esbarrando" em ambas as ocasiões com a Alemanha. Um dos maiores problemas de Messi é o entendimento com os seus colegas de selecção, uma vez que foi muito jovem, com 13 anos, para a Catalunha, e identifica-se pouco com a cultura das "pampas". Ultrapassado esse detalhe, e caso não se ressinta da lesão grave que o afectou no início da temporada, há que contar com ele para uma das grandes figuras deste Brasil 2014.



O TREINADOR: ALEJANDRO SABELLA

Nome: Alejandro Mario Igalo Gerardo Sabella

Data de nascimento: 5 de Novembro de 1954 (59 anos)

Como jogador, Sabella formou-se nas escolas do River Plate como médio-ofensivo, jogando pelos "los millionarios" entre 1974 e 1978, antes de uma passagem de três anos pelo futebol inglês, onde alinhou no Sheffield United e Leeds, regressando depois ao clube que mais o marcaria como jogador e treinador: os Estudiantes de La Plata. Terminou a carreira nos mexicanos do Irapuato e iniciou a carreira de treinador como adjunto de Daniel Passarella, passando com ele pela selecção argentina, pelos italianos do Parma, a selecção uruguaia, os mexicanos do Monterrey e os brasileiros do Corinthians. Fez a estreia como treinador principal em 2009 nos Estudiantes, e logo em grande estilo, vencendo a Taça dos Libertadores. Depois da eliminação precoce da Agentina na Copa América em 2011, substituíu Sergi Baptista no cargo de selecionador.



BÓSNIA E HERZEGOVINA

Palmarés: Estreante

Melhor classificação: -

Ranking FIFA: 21º lugar (Junho 2005)

Qualificação: 1º lugar Grupo G, UEFA



A ex-república jugoslava obteve finalmente a qualificação para um grande torneio depois de ter perdido com Portugal nos "play-off" para o mundial 2010 e Euro 2012. Contudo pode-se dizer que os bósnios foram felizes, pois num grupo de qualificação com Grécia, Eslováquia, Lituânia, Letónia e Liechtenstein, era agora ou nunca. Mesmo assim um prémio merecido para esta geração de jogadores talentosos de uma nação que, como é do conhecimento geral, teve uma independência muito sofrida. A Bósnia e Herzegovina é a única estreante no mundial do Brasil.



A ESTRELA: EDIN DŽEKO

Nome: Edin Džeko

Data de nascimento: 17 de Março de 1986 (28 anos)

Clubes: Željezničar (2003-2005), Teplica (2005-2007), VfL Wolfsburgo (2007-2011), Manchester City (2001-)

Internacionalizações: 62 (35 golos)

Džeko é sem margem para dúvidas o melhor jogador da ainda curta história da Bósnia e Herzegovina. Nascido em Sarajevo e formado nas escolas do Željezničar, estreou-se na equipa principal aos 17 anos, e dois anos depois mudava-se para a Rep. Checa, onde seria um dos melhores marcadores da Gambrinus Liga em 2007, aos 21 anos. Seguiu-se a Bundesliga e o Wolfsburgo, onde seria campeão na época 2008/2009, apontando 26 golos, apenas menos dois que o melhor marcador da prova, o brasileiro Grafite, seu companheiro de equipa. Džeko e Grafite formaram o "duo dinâmico" dessa temporada, apontando juntos 54 dos 80 golos da sua equipa, e na época seguinte o bósnio seria o artilheiro do campeonato alemão com 22 golos, apesar do Wolfsburgo não ter passado de um modesto 8º lugar. A veia goleadora levou-o até aos milionários do Manchester City, que pagaram por ele 32 milhões de euros na abertura do mercado de Inverno em 2010/2011. No ano de estreia ganhou a Taça de Inglaterra, no ano seguinte a sua primeira Premier League, e já este ano a segunda, a que juntou ainda a Taça da Liga. Pelos "citizens" apontou 66 golos em 154 jogos oficiais, e foi jogador bósnio do ano em três ocasiões consecutivas, entre 2009 e 2012. Aos 28 anos esta é a sua grande oportunidade de brilhar no palco do mundial de futebol, e inteiramente merecida, diga-se em abono da verdade.



O TREINADOR: SAFET SUŠIĆ

Nome: Safet Sušić

Data de nascimento: 13 de Abril de 1955 (59 anos)

Nascido em Zavidovići, na então Federação Jugoslava da Bósnia, formou-se no FK Saravejo, onde jogaria até aos 27 anos, sendo então transferido para os franceses do Paris SG. No Parque dos Príncipes foi uma das figuras dos anos 80, fazendo parte da equipa que ganhou o primeiro título francês em 1985/86. Participou dos mundiais de 1982 e 1990 e do Europeu de 1984 com a selecção jugoslava, por quem foi 54 vezes internacional, apontando 21 golos. Como treinador fez a maior parte da carreira na Turquia, em clubes como o Ankaragücü, Istanbulspor, Çaykur Rizespor e Ankaraspor, nunca tendo conseguido qualquer título. É selecionador bósnio desde 2009, tendo encontrado Portugal nos "play-off" do mundial de 2010 e Euro 2012.



IRÃO

Palmarés: 3 participações

Melhor classificação: 20º lugar (Primeira fase, 1998)

Ranking FIFA: 43º lugar (Junho 2014)

Qualificação: 1º lugar Grupo A, AFC



O Irão participou pela primeira vez em fases finais de mundiais em 1978, na Argentina, mas depois veio a Revolução Islâmica, e os tempos conturbados que se seguiram, o os persas voltariam apenas em 98, em França, onde obtiveram a sua primeira, e até agora única vitória, e logo frente aos Estados Unidos. Voltariam a participar em 2006, ficando na ocasião no mesmo grupo de Portugal, quedando-se mais uma vez pela primeira fase. Este ano têm um grupo onde podem aspirar à qualificação juntamente com os argentinos, mas repetir um triunfo como em 1998, onde contavam com jogadores de categoria internacional como eram os casos de Ali Daei, Mehdan Mahdavikia ou Karim Bagheri, já seria bastante bom.



A ESTRELA: JAVAD NEKOUNAM

Nome: Javad Nekounam

Data de nascimento: 7 de Setembro de 1980

Clubes: Pas (1998-2005), Al-Wahda (2005-2006), Al-Sarjah (2006), Osasuna (2006-2012), Esteghlal (2012-2014), Al-Kuwait (2014-)

Internacionalizações: 140 (37 golos)

Uma curiosidade: o segundo guarda-redes do Irão é Alireza Haghighi, titular no Sp. Covilhã, ma II Liga portuguesa; no entanto o jogador com mais "calibre" nesta selecção é o veterano Javad Nekouman, capitão de equipa e 140 vezes internacional, apenas a nove jogos do mítico Ali Daei. Actualmente no Al-Kuwait, destacou-se na liga espanhola, onde jogou durante seis anos no Osasuna, antes de regressar ao Irão, onde se sagrou campeão com o Esteghlal. A nível internacional fez parte da equipa que venceu a medalha de ouro nos Jogos Asiáticos em 2002, e da selecção que ficou em 3º lugar no Asiático de 2004.



O TREINADOR: CARLOS QUEIROZ

Nome: Carlos Manuel Brito Leal Queiroz

Data de nascimento: 1 de Março de 1953 (61 anos)

Carlos Queiroz, nosso bem conhecido, tem uma folha de serviço muito mais completa como selecionador do que ao nível de clubes. Depois de uma curta carreira como guarda-redes no Ferroviário de Nampula, cidade moçambicana de onde é natural, regressou a Portugal onde foi professor de Educação Física e treinador-adjunto no Estoril-Praia. Saltou para a ribalta em 1989 quando venceu o mundial de juniores na Arábia Saudita, repetindo o feito dois anos mais tarde em Lisboa, tornando-se assim o "pai" da famosa "geração de ouro" do futebol português. Depois de uma primeira passagem pela selecção principal portuguesa que culminou o falhanço na qualificação para o mundial de 94 nos Estados Unidos, treinou o Sporting, onde apesar de ter vencido a Taça de Portugal na primeira temporada - o primeiro título dos leões desde o campeonato de 1981/82, se não incluirmos a Supertaça de 86/87 - foi despedido a meio da época seguinte devido aos maus resultados. Foi aí que deu início à sua carreira internacional, passando pelos MetroStars da MLS, a liga de futebol americana, e depois pelos japoneses do Nagoya Grampus Eight, passando depois pelas selecções dos Emirados Árabes Unidos, e em 2000 a África do Sul, que qualificaria para o mundial de 2002, mas viria a demitir-se antes do torneio na Coreia e no Japão. Foi então que teve o seu primeiro período como adjunto de Alex Ferguson no Manchester United, tornando-se um ano depois treinador principal dos "galácticos" do Real Madrid. Não foi feliz na capital espanhola, sendo despedido a meio da época 2002/2003, e em 2004 voltaria a Old Trafford para trabalhar com Ferguson, mantendo-se aí durante quatro anos, antes de ser chamado de volta à selecção portuguesa. Fez a campanha para o mundial de 2010, qualificando Portugal apenas nos "play-off" e ficando pelos oitavos no torneio final na África do Sul. Saíria novamente em diferendo com a federação lusa após um mau arranque na qualificação para o Euro 2012, e resolveu mudar de ares, indo treinar a selecção do Irão, que seria a terceira a qualificar para um mundial. Tido como um treinador teórico e pouco espectacular, dando primazia ao rigor defensivo, Queiroz conseguiu mesmo assim, de mal a mal, granjear um currículo invejável como treinador. Tornar-se-á herói nacional, caso leve os iranianos pelo menos aos oitavos-de-final.



NIGÉRIA

Palmarés: 4 participações

Melhor classificação: 9º lugar (Oitavos-de-final, 1994)

Ranking FIFA: 45º lugar (Junho 2014)

Qualificação: 1º lugar Grupo F, CAF; Play-off: Etiópia 1-2 Nigéria, Nigéria 2-0 Etiópia



Depois de um deslumbramento inicial, em 94 e 98, onde a Nigéria recheada de estrelas a jogar nos maiores clubes europeus chegou aos oitavos-de-final, seguiu-se uma "idade do gelo", e nas duas únicas qualificações - em 2002 e 2010, não passaram da fase de grupos ou venceram qualquer desafio. Com a equipa mais equilibrada dos últimos 15 anos, vencedora da última edição da Taça das Nações Africanas, disputada o ano passado na África do Sul, os nigerianos têm tudo para fazer o seu regresso aos dias de glória dos anos 90.



A ESTRELA: JOHN OBI MIKEL

Nome: John Michael Nchekwube Obinna

Data de nascimento: 22 de Abril de 1987 (27 anos)

Clubes: Lyn (2004-2006), Chelsea (2006-)

Internacionalizações: 60 (4 golos)

Formado no Plateau United, do seu país natal, foi para a Noruega jogar no FK Lyn, onde deu nas vistas e despertou a atenção de José Mourinho, que o trouxe para o Chelsea com apenas 19 anos, em 2006. Titular habitual no meio-campo dos "blues", fez 313 jogos pelo clube inglês, fazendo de "tampão" no zona mais recuada do meio-campo. Venceu uma Premier League em 2009, quatro taças de Inglaterra, uma Liga dos Campeões em 2002 e uma Liga Europa na época seguinte. É com ele que as "super-águias" contam para ser o "patrão" do meio campo da sua selecção neste Brasil 2014.



O TREINADOR: STEPHEN KESHI

Nome: Stephen Okechukwu Keshi

Data de nascimento: 23 de Janeiro de 1962 (52 anos)

Como jogador foi um autêntico "globetrotter", passando por clubes da Nigéria, Costa do Marfim, Bélgica, França e Estados Unidos, terminando a carreira no Perlis, da Malásia. Foi 64 vezes internacional, actuando na posição de defesa-central, e fez parte da equipa que se estreou em mundiais nos Estados Unidos em 1994. Como treinador conseguiu o feito de qualificar a selecção do Togo para o mundial de 2006, mas antes do torneio final seria substituído pelo alemão Otto Pfister. Seguiu-se uma passagem pelo Mali até a federação nigeriana requerer os seus serviços a partir de 2011, vencendo a Taça das Nações Africanas em 2013, tornando-se o segundo a fazê-lo quer como jogador, quer como treinador, depois do egípcio Mahmoud El-Gohary.



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