domingo, 8 de junho de 2014

Brasil 2014: Grupo D



URUGUAI

Palmarés: 11 participações

Melhor classificação: Campeões (1930,1950)

Ranking FIFA: 7º lugar

Qualificação: 5º lugar CONMEBOL; Play-off: Jordânia 0-5 Uruguai, Uruguai 0-0 Jordânia



O Uruguai, a nação mais pequena a conquistar um mundial de futebol, voltou à ribalta há quatro anos no mundial da África do Sul, onde foi eliminada nas meias-finais pela Holanda. Com uma equipa recheada de estrelas e um treinador experiente, os uruguaios estão confiantes em seguir em frente neste grupo considerado "o grupo da morte", onde estão outros campeões mundiais, a Itália e a Inglaterra. O único senão foi a forma com que os "celestes" obtiveram a qualificação, ficando em quinto lugar na zona sul-americana, obrigados a jogar um "play-off" com a Jordânia. Dúvidas persistem ainda sobre a condição física de algumas das suas pedras principais, mas a partir do dia 14, data da estreia com a Costa Rica, os adeptos "charruanos" vão ficar a saber com o que podem contar. E não há adversário melhor neste grupo para afinar os últimos detalhes.



A ESTRELA: LUIS SUÁREZ

Nome: Luis Alberto Suárez Díaz

Data de nascimento: 24 de Janeiro de 1987 (27 anos)

Clubes: Nacional Montevideu (2005-2006), Groningen (2006-2007), Ajax (2007-2011), Liverpool (2011-)

Internacionalizações: 77 (38 golos)

O ponta-de-lança uruguaio tinha sido ofuscado em 2010 por Diego Forlán, que também faz parte da convocatória do selecionador Oscar Tábarez, mas tem agora 35 anos, e posto isto é a hora do jogador do Liverpool assumir as despesas do ataque "celeste". Produto das escolas do Nacional de Montevideu, foi ainda com 19 anos para a Holanda jogar no Groningen, apontando 10 golos na primeira temporada na Eredivisie. Chamou a atenção dos responsáveis do Ajax, onde foi subindo de rendimento, apontando 17, 22 e depois 35 golos (em apenas 33 jogos) nas três épocas que passou em Amesterdão, valendo esta última o título de campeão, em 2010/2011. Contratado pelo Liverpool, , passou pelo mesmo processo de maturação, e na época que agora concluíu apontou 31 golos na Premier League, partilhando com Cristiano Ronaldo o prémio de melhor marcador europeu. É nele que os uruguaios depositam todas as esperanças no departamento da finalização.



O TREINADOR: OSCAR TÁBAREZ

Nome: Óscar Wáshington Tabárez Sclavo

Data de nascimento: 3 de Março de 1947 (67 anos)

Tábarez teve uma carreira discreta como jogador, mas como treinador tem andado sempre "de mala feita", treinando 16 clubes nos últimos 30 anos. Entre os momentos altos destaca-se a vitória na Taça dos Libertadores pelo Peñarol em 1987, e quem tiver boa memória, recorda-se dele como treinador da equipa que perdeu para o FC Porto a final da Taça Intercontinental em Dezembro desse ano. Treinou de seguida o Desportivo de Cali, na Colômbia, e foi o selecionador do Uruguai no mundial de 1990 em Itália, ficando pelos oitavos-de-final. Voltaria a saborear um título dois anos mais tarde, ao serviço dos argentinos do Boca Juniors, com quem venceu o torneio de Abertura. O restante dos anos 90 foram passados com algumas experiências menos bem sucedidas na Europa, pelos italianos do Cagliari e do AC Milão, onde ficou apenas durante alguns meses em 1996, e pelos espanhóis do Oviedo, regressando no início do milénio à América do Sul, nomeadamente à Argentina, onde treinou o Velez Sarsfield e outra vez o Boca Juniors. Responsável pelo Uruguai desde 2006, obteve um sensacional 4º lugar no mundial de 2010 e venceu a Copa América em 2011, o que lhe valeu a distinção de melhor treinador sul-americano nesses dois anos. Esteve também nos jogos olímpicos de Londres em 2012, onde não passou da fase de grupos. Para os adeptos da "celeste", continua a ser o homem certo no lugar certo.



ITÁLIA

Palmarés: 17 participações

Melhor classificação: Campeões (1934,1938,1982,2006)

Ranking FIFA: 9º lugar

Qualificação: 1º lugar Grupo B, UEFA



A Itália, a selecção com mais títulos depois do Brasil, espera recuperar a sua boa imagem neste mundial, depois de não ter conseguido defender com sucesso em 2010 o título mundial obtido quatro anos antes. Os mais pessimistas consideram que a renovação da equipa ainda não está completamente conseguida, enquanto os mais optimistas depositam a sua confiança no equilíbrio entre a experiência e a juventude, além da irreverência de jogadores como Mario Balotelli ou Alessio Cerci, estreias absolutas em mundiais, mas com provas dadas ao nível de clubes. Com o Uruguai e a Inglaterra como adversários neste Grupo D, a passagem à fase seguinte será certamente um atestado à capacidade da "squadra azzurra".



A ESTRELA: ANDREA PIRLO

Nome: Andrea Pirlo

Data de nascimento: 19 de Maio 1979 (35 anos)

Clubes: Brescia (1995-1998), Inter Milão (1998-2001), AC Milão (2001-2011), Juventus (2011-)

Internacionalizações: 109 (13 golos)

Parece mau sinal quando a "estrela" da equipa tem 35 anos, mas Andrea Pirlo está para "lavar e durar", e prova disso é o seu papel no "tri" da Juventus conseguido esta temporada, de que foi o estratega, organizador e distribuidor, "enchendo" o meio-campo com a sua presença. Formado no Brescia, clube da sua cidade-natal, passou pelos dois grandes de Milão, e ao serviço do AC ganhou tudo o que havia para ganhar nos dez anos que ali jogou, incluíndo o mundial de selecções de 2006, de onde é um dos poucos "sobreviventes". Contratado pela Juventus em 2011 para ajudar a levantar a equipa da ruína provocada pelo "calcio caos", tem feito isso mesmo, e depois dos 30 anos deu início a uma espécie de "segunda carreira". Os italianos contam com o seu sub-capirão para orientar a "azzurra" no caminho das estrelas.



O TREINADOR: CESARE PRANDELLI

Nome: Cesare Claudio Prandelli

Data de nascimento: 19 de Agosto de 1957 (56 anos)

Como centro-campista, Prandelli chegou a jogar pela Juventus no início da década de 80, mas nunca chegou a internacional pela "azzurra". Depois de terminar a carreira na Atalanta em 1990, começou por treinar nos escalões jovens daquela equipa, pegando nos séniores do Lecce em 1997, passando depois por Verona, Venezia, Parma e Roma, até à reconstruída Fiorentina, onde ficou por cinco anos desde 2005, levando os "viola" à Liga dos Campeões em 2008/2009 e 2009/2010. Após o fiasco na África do Sul, foi convidado pela federação italiana para tomar conta da selecção, que levou à final do Euro 2012, onde perdeu por 0-4 com a Espanha.



INGLATERRA

Palmarés: 13 participações

Melhor classificação: Campeões (1966)

Ranking FIFA: 10º lugar

Qualificação: 1º lugar Grupo H, UEFA



Campeões apenas em 1966, mas com um orgulho do tamanho do mundo, os ingleses voltam a uma fase final de um mundial com a convicção de que são mais uma vez candidatos à vitória final - apeasar da melhor classificação desde 66 ter sido um quarto lugar em 1990. Não vai ser fácil passar a fase de grupos, com a concorrência de Uruguai e Itália, mas os ingleses têm-no feito sempre desde 1998. Dos pontos fracos há que realçar o eterno problema do guarda-redes, apesar de não existir alternativa a Joe Hart, motivado pelo título de campeão ao serviço do Manchester City. A defesa foi praticamente toda restruturada desde o último mundial, notando-se as ausências de Rio Ferdinan, John Terry, e Ashley Cole, e no meio-campo Steven Gerrard e Frank Lampard destacam-se sobretudo pela idade, com 34 e 35 anos respectivamente, e torna-se imperativo perguntar: onde estão Michael Carrick e Aaron Lennon, e no ataque o que é feito de Theo Walcott? A seu favor os ingleses têm a liderança de Roy Hodgson, um treinador "à antiga", capaz de impôr a disciplina e o respeito, e resta saber se a sua aposta na renovação vai surtir efeitos no Brasil.



A ESTRELA: WAYNE ROONEY

Nome: Wayne Mark Rooney

Data de nascimento: 24 de Outubro 1985 (28 anos)

Clubes: Everton (2002-2004), Manchester United (2004-)

Internacionalizações: 92 (39 golos)

Rooney é a referência da selecção inglesa, quer se queira, quer não. Apesar da época menos conseguida por parte do Manchester United, o avançado mal-encarado apontou 19 golos em 40 jogos, e no ano passado foi o mais concretizador na selecção, com seis golos em dez partidas. Um jogador irreverente, um "rato" de área, Rooney tem tudo para decidir uma partida, podendo concretizar uma jogada colectiva, ou arrancar de trás e levar atrás consigo a defesa adversária - isto desde que a equipa colabore, é claro.



O TREINADOR: ROY HODGSON

Nome: Roy Hodgson

Data de nascimento: 9 de Agosto 1967 (66 anos)

Ora aqui está um treinador incaracterístico, outro sempre com a casa às costas. Como jogador, Hodgson foi um jovem promissor saído das escolas do Crystal Palace, mas nunca se chegou a afirmar, e antes dos 30 anos, quando já se "arrastava" pelas ligas amadoras, decidiu pendurar as chuteiras e foi ser professor na Monks Hill Comprehensive School, actualmente The Quest Academy, na sua Croydon natal. Em 1976 aceitou um convite para orientar os suecos do Halmstads, onde ficou quatro anos e foi campeão da primeira divisão sueca logo na primeira temporada, e novamente em 1979. De regresso a Inglaterra orientou o Bristol City durante dois anos, mas voltaria à Suécia, onde levou o Örebro SK ao título da segunda divisão, e de seguida treinou os gigantes do Malmö FF, onde foi campeão cinco vezes em cinco anos, pasme-se. Um novo desafio surgiu em 1990 com os suíços do Neuchatel-Xamax, e apesar de não ganhar títulos, encantou os helvéticos, que fizeram dele selecionador, e ele correspondeu à confiança que lhe foi dada, levando a Suíça à primeira fase final de um mundial em 28 anos. Nos Estados Unidos ficaria pelos oitavos-de-final, e em 95 atingia um novo patamar na sua carreira, ao treinar o Inter de Milão, levando os "nerazzuri" à final da Taça UEFA dois anos depois, onde seria derrotado pelos alemães do Schalke 04. Depois passou pelo Blackburn Rovers uma temporada em 1997/98, antes de voltar a Milão, onde fez de treinador temporário em 99, e de seguida em dois anos passou por três clubes, todos de países diferentes: Grasshoppers (Suíça), FC Copenhaga (Dinamarca) e Udinese (Itália), aproveitando pelo meio para se sagrar campeão dinamarquês na época de 2000/2001. Seduzido pelos petrodólares, treinaou a selecção dos Emirados Árabes Unidos entre 2002 e 2004, antes de seguir para a Noruega para treinar o Viking FC durante um ano e meio. Em Janeiro de 2006 é convidado pela federação finlandesa para orientar a selecção, a sua terceira experiência neste particular, mas falharia a qualificação para o Euro 2008, saíndo ainda em 2007 para o Fulham, onde ficou três anos, que culminariam com mais uma final da Taça UEFA, que perderia desta feita para os espanhóis do Atletico de Madrid. Depois de passagens pelo Liverpool e pelo West Bromwich, tornava-se selecionador inglês a 14 de Maio de 2012, orientando os "três leões" no europeu da Polónia e da Ucrânia, acabando por cair nos quartos-de-final frente à Itália, nas grandes penalidades. Pode-se dizer que pelo menos em termos de currículo, os ingleses estão bem servidos de treinador



COSTA RICA

Palmarés: 3 participações

Melhor classificação: 13º lugar (oitavos-de-final, 1990)

Ranking FIFA: 34º lugar

Qualificação: 2º lugar, CONCACAF



Num grupo com três pesos pesados como o Uruguai, Itália e Inglaterra, poucos acreditam que os costa-riquenhos passem à fase seguinte, mas por outro lado isto tira pressão à equipa centro-americana, que assim pode considerar qualquer coisa que não sejam três derrotas nos três jogos da primeira fase algo de "positivo". O desempenho no primeiro jogo com o Uruguai, teoricamente considerado o adversário com que mais se identificam, poderá ser decisivo para o desempenho desta equipa, que regressa a fases finais de um campeonato do mundo depois de ter estado ausente em 2010, na África do Sul.



A ESTRELA: BRYAN RUIZ

Nome: Bryan Jafet Ruiz González

Data de nascimento: 18 de Agosto de 1985 (28 anos)

Clubes: Alajuelense (2003-2006), Gent (2006-2009), Twente (2009-2011), Fulham (2011-2014), PSV (2014-)

Internacionalizações: 62 (12 golos)

Se estiverem recordados do inflamado discurso de Paulo Futre em 2011 durante a campanha de Dias Ferreira para a presidência do Sporting, lembram-se certamente de um tal "Ruiz, que jogou aqui há uns tempos e partiu tudo". Na realidade o costa-riquenho alinhou pelos holandeses do Twente no "play-off" da Liga dos Campeões na época 2009/2010, mas não há memória de que tenha partido nada, uma vez que o jogo em Alvalade terminou empatado sem golos, tendo o Sporting passado à fase de grupos após um empate a um golo em Enschede. Mesmo assim é garantido que Bryan Ruiz é a grande figura da Costa Rica, o jogador com mais experiência internacional, jogando na posição de nº 10 ou de segundo avançado. Será o jogador com que os adversários do Grupo D precisarão de ter atenções redobradas.



O TREINADOR: JORGE LUIS PINTO

Nome: Jorge Luis Pinto Afanador

Data de nascimento: 16 de Dezembro 1952 (61 anos)

Jorge Luis Pinto tem um currículo que o precede...na América Latina, onde foi campeão em quatro ligas diferentes: Costa Rica, Venezuela, Perú e Colômbia - nenhuma delas merecedor de grande destaque, há que dizê-lo em abono da verdade. Como selecionador passou pela Costa Rica entre 2004 e 2005, e após se sagrar campeão colombiano pelo Cucúta Deportivo em 2006, foi convidado para treinar a selecção daquele país, mas seria despedido após falhar a qualificação para o mundial de 2010. Redimiu-se agora ao fazer a Costa Rica regressar aos grandes palcos dos campeonatos do mundo, mas com adversários deste calibre, não lhe devem restar muitas horas de sono.

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