sábado, 7 de junho de 2014

Brasil 2014: Grupo B



ESPANHA

Palmarés: 13 participações

Melhor classificação: Campeões (2010)

Ranking FIFA: 1º lugar (Junho 2014)

Qualificação: 1º lugar Grupo I, UEFA



A Espanha chega ao Brasil para defender o título com uma equipa em tudo semelhante à que conquistou o mundial na África do Sul - só que 4 anos mais velha. Del Bosque manteve-se, e pelo meio conquistouo Euro 2012, só que a "armada invencível" mostrou que afinal também "mete água" quando no ano passado perdeu para o Brasil a Taça das Confederações, com goleada de 0-4 na final. Qualificando-se em 1º lugar num grupo onde estava também a França, mostrou continuar sem rival a nível europeu, mas com a Holanda neste grupo B, selecção que derrotaram na final em 2010 e que certamente quer ajustar contas, a Espanha "arrisca-se" a defrontar o Brasil logo nos oitavos-de-final.



A ESTRELA: ANDRES INIESTA

Nome: Andres Iniesta Luján

Data de nascimento: 11 de Maio de 1984 (30 anos)

Clubes: Barcelona (2001-)

Internacionalizações: 95 (12 golos)

Iniesta nasceu numa pequena localidade do distrito de Albacete, na província de Castilla-La Mancha, e foi no Albacete Balompié que começou a dar os primeiros pontapés na bola, nos escalões de formação. Aos 12 anos chamou a atenção dos "olheiros" do Barcelona durante um torneio de futebol de sete, e com a autorização dos pais entrou na La Masia, a famosa escola de futebol dos "blaugrana". Já a nível dos séniores fez duas épocas na equipa "B", entre 2001 e 2003, seguindo para o plantel principal, onde se afirmou na época 2004/2005, aos 20 anos. O seu currículo é para lá de invejável: pelo Barcelona ganhou seis campeonatos de Espanha, duas taças, três Ligas doss Campeões, duas Supertaças Europeias e dois mundiais de clubes, e pela "roja" fez parte das grandes conquistas, quer os europeus de 2008 e 2012, quer o mundial de 2010, onde apontou o único golo na final contra a Holanda. Ainda no início da fase descendente da sua carreira, é considerado um dos maiores médios-centro da história, com muitos jogos nas pernas, há que contar com ele como candidato a um dos melhores jogadores do torneio este ano.



O TREINADOR: VICENTE DEL BOSQUE

Nome: Vicente del Bosque Gonzalez

Data de nascimento: 23 de Dezembro 1950 (63 anos)

Del Bosque é um caso único de sucesso; como jogador fez toda a sua carreira sénior no Real Madrid como médio-defensivo, e apesar de ter sido internacional nunca participou num campeonato do mundo. Depois de "pendurar as chuteiras" em 1987, treinou os escalões jovens dos "merengues", sendo chamado a treinar a equipa principal a título temporário, após o despedimento de John Toshack em 1999. A direcção madrilista foi mantendo Del Bosque, que assim conquistou dois campeonatos e duas ligas dos campeões, saíndo em 2003 para dar lugar a Carlos Queiroz (?). Passou uma época na Turquia, orientando o Besiktas, mas a experiência não correu muito bem, e depois de três anos de "reflecção", assumiu o comando da selecção em 2008, após Luis Aragonés ter conquistado o campeonato europeu. Campeão mundial em 2010 e europeu em 2012, tornou-se o único treinador até hoje a conquistar estes dois títulos mais a Liga dos Campeões. Em 2011 o rei Juan Carlos fez dele o primeiro Marquês de Del Bosque, um título normalmente hereditário, mas criado para o treinador por serviços de grande valor à nação espanhola.



HOLANDA

Palmarés: 9 participações

Melhor classificação: 2º lugar (finalista, 1974,1978,2010)

Ranking FIFA: 15º lugar (Junho 2014)

Qualificação: 1º lugar Grupo D, UEFA

Os holandeses detêm um dos recordes mais amargos em mundiais de futebol: o de equipa mais vezes derrotada na final. Uma selecção discreta até aos anos 70, altura em que o treinador Rinus Michels e o jogador Johann Cruijff criaram o mito da "laranja mecânica", os holandeses perderam o último mundial frente à Espanha no prolongamento, e a seguir passaram por uma dura renovação, terminando o europeu de 2012 só com derrotas. Louis Van Gaal tomou conta da selecção depois deste "desastre", e a Holanda qualificou-se no seu grupo na zona UEFA com nove vitórias e um empate em dez jogos. Para o Brasil Van Gaal leva uma equipa praticamente nova, com uma maioria de jogadores que nunca alinharam numa competição internacional, a que junta a experiência de outros como Wesley Snijder, Arjen Robben, Robbie van Persie, Dirk Kuijt ou Nigel de Jong. Daqui a poucas semanas saberemos se a aposta foi acertada ou não.



A ESTRELA: ARJEN ROBBEN

Nome: Arjen Robben

Data de nascimento: 23 de Janeiro de 1984 (30 anos)

Clubes: Groningen (2000-2002), PSV Eindhoven (2002-2004), Chelsea (2004-2007), Real Madrid (2007-2009), Bayern Munique (2009-)

Internacionalizações: 75 (23 golos)

Apesar dos seus 30 anos, Robben parece que joga há uma eternidade, tal tem sido o seu protagonismo nas equipas por onde passa - e tem passado pelos maiores clubes europeus nos últimos dez anos. Um misto de poderio físico, técnica e velocidade, tem feito uma carreira algo irregular devido às várias lesões que tem sofrido, mas revela-se sempre pivotal nas conquistas dos clubes que contam com os seus serviços. Campeão das ligas holandesa, inglesa, espanhola e alemã, conquistou finalmente a glória da Liga dos Campeões em 2013 com os alemães do Bayern, e participa pela terceira vez numa fase final de um mundial



O TREINADOR: LOUIS VAN GAAL

Nome: Aloysius Paulus Maria van Gaal

Data de nascimento: 8 de Agosto de 1951 (62 anos)

Van Gaal teve uma carreira mediana como jogador, e como técnico começou a assistente no AZ Alkmaar, e depois no Ajax, onde assumiria o comando da equipa principal em 1991. Nesta função "descobriu" jogadores como Dennis Bergkamp, Marc Overmars, Patrick Kluivert, Nwanko Kanu, entre outros, e com uma equipa recheada de jovem talento, venceria a Liga dos Campeões em 1995, e dois anos depois passou pelo Barcelona, onde ficou até 2000, seguindo-se a primeira experiência na selecção, que correu mal, pois falhou a qualificação para o mundial de 2002 na Coreia e no Japão. Depois de mais uma curta passagem pelo Barcelona, em 2002/2003, treinou o AZ durante cinco anos, conquistando o título holandês em 2009, o que lhe valeu a contratação pelos alemães do Bayern de Munique, e apesar de ter conquistado a Bundesliga na primeira época, permitiu depois que o Borussia Dortmund se superiorizasse aos bávaros na época seguinte. Depois da campanha desastrosa da Holanda no Euro 2012 e a saída de Bert von Marwijk, voltou à selecção, e desta vez não falharia a qualificação para o mundial. Depois de terminar o campeonato do mundo vai assumir as funções de treinador principal do Manchester United, onde vai tentar ajudar os "red devils" a reencontrar o caminho das vitórias.



CHILE

Palmarés: 8 participações

Melhor classificação: 3º lugar (1962)

Ranking FIFA: 14º lugar (Junho 2014)

Qualificação: 3º lugar, CONMEBOL



A selecção do Chile vai participar pela nona vez numa fase final de um mundial, e com excepção de 1962, quando foram o país organizador, nunca passaram dos oitavos-de-final, e nunca venceram a Copa América, apesar de terem sido finalistas por quatro vezes. Os chilenos reconhecerão que esta é uma das suas melhores selecções de sempre, com vários jogadores a alinhar nos principais campeonatos europeus, inclusivé alguns pivotais no sucesso das suas equipas, casos do defesa Mauricio Isla e o médio-avançado Arturo Vidal na Juventus, onde acabaram de se sagrar tri-campeões. Os mais optimistas pensam que o Chile tem pelo menos a possibilidade de passar a fase de grupos, como aconteceu aliás nas duas últimas participações, em 1998 e 2010, enquanto os mais cépticos recordam que no Grupo B estão as duas equipas finalistas do mundial da África do Sul, a Espanha e a Holanda. Aparentemente a equipa sul-americana terá que contar com a desinspiração de um destes para poder sonhar com a qualificação.



A ESTRELA: ALEXIS SANCHEZ

Nome: Alexis Alejandro Sánchez Sánchez

Data de nascimento: 19 de Dezembro de 1988 (25 anos)

Clubes: Cobreloa (2005-2006), Udinese (2006-2011), Barcelona (2011-)

Não há prova maior de sucesso para um jogador chileno do que afirmar-se num dos grandes de Espanha ou de Itália. Aconteceu com Ivan Zamorano e com Marcelo Salas, e acontece actualmente com Alexis Sanchez, o extremo do Barcelona que muito ajudou os catalães a manterem as suas ambições intactas na conquista dos principais títulos na ausência de Lionel Messi por lesão. Nascido em Santiago do Chile, Sanchez é produto das escolas do Cobreloa, onde na primeira época como sénior se destacou, valendo-lhe então a oportunidade de assinar pelos italianos da Udinese, em 2006. Emprestado primeiro ao Colo-Colo, o maior da capital chilena, e depois ao River Plate da Argentina, ganhou lugar na equipa de Udine em 2008, e foi fundamental no 4º lugar da Serie A em 2010/2011, que valeu uma presença no "play-off" da Liga dos Campeões. O Barcelona foi então buscá-lo, e na sua segunda época na Catalunha sagrou-se campeão. Esteve no mundial da África do Sul, mas é agora no Brasil que tem a responsabilidade de fazer o Chile chegar o mais longe possível.



O TREINADOR: JORGE SAMPAOLI

Nome: Jorge Luis Sampaoli Moya

Data de nascimento: 13 de Março de 1960 (54 anos)

O argentino Jorge Sampaoli pode ser praticamente desconhecido da maioria dos adeptos do futebol, mas é quase venerado no Chile, onde desempenha as funções de selecionador desde 2012. Um teórico do futebol, como Mourinho, Eriksson ou Scolari, sem carreira como jogador, depois de contrair uma lesão grave aos 19 anos (!). Depois de uma carreira no futebol amador argentino, foi em 2002 treinar no Peru, chegando a "manager" do Sporting Cristal, o maior clube daquele país andino. Depois de uma passagem pelos ecuatorianos do Emelec, foi contratado pelo Universidad do Chile, conquistando o torneio de abertura em 2011 e 2012, e o de "clausura", ou encerramento, em 2011 - na maior parte das ligas da América do Sul a época é dividida em dois campeonatos, ambos com o mesmo valor. A isto juntou ainda a Copa Sudamericana em 2011, o equivalente sul-americano à Liga Europa A sua filosofia atacante, com um futebol de pendor ofensivo, encantou os chilenos, e em pouco mais de um ano após a chegada àquele país foi nomeado selecionador, e na campanha para o mundial do Brasil obteve o 3º lugar na CONMEBOL, a zona de qualificação da América do Sul, apenas atrás da Argentina e da Colômbia. As partidas fora com os colombianos (empate 3-3), e em casa (vitória 3-1), além da vitória caseira sobre o Peru por 4-2 ilustram bem a preferência de Sampaoli pelo futebol espectáculo, sempre com sentido de baliza e na procura do golo. Um treinador a observar neste mundial.



AUSTRÁLIA

Palmarés: 3 participações

Melhor classificação: 16º lugar (oitavos-de-final, 2006)

Ranking FIFA: 62º lugar

Qualificação: 2º lugar Grupo B, AFC



Os australianos tornaram-se presença regular em fases finais de mundiais, após se terem juntado à AFC, garantindo desde 2006 uma das quatro vagas continentais, dando assim expressão à evolução do futebol no sub-continente australiano, que tem exportado jogadores para a Europa desde os anos 90, com primasia para o futebol inglês. Este ano levam para o Brasil uma equipa onde se mistura a experiência com a juventude, e se isto à partida já seria um problema, pois os atletas mais experientes ou nunca se afirmaram no futebol internacional ou estão limitados pelo peso da idade (Mark Bresciano e Tim Cahill têm 34 anos), ou os mais jovens são virtuais desconhecidos, há ainda a juntar o facto dos "socceroos" estarem num grupo que não deixa muito espaço para experiências. Só alguém muito crente acredita que a Austrália passe da primeira fase.



A ESTRELA: TIM CAHILL

Nome: Timothy Filiga Cahill

Data de nascimento: 6 de Dezembro de 1979 (34 anos)

Clubes: Millwall (1998-2004), Everton (2004-2012), New York Red Bull (2012-)

Internacionalizações: 68 (32 golos)

Nascido em Sydney de pai inglês com ascendência irlandesa e mãe samoana, Tim Cahill é um produto das escolas do Sydney Olympic, e com 18 anos foi para Inglaterra, para o Millwall, clube das divisões secundárias. A intenção era juntar o futebol aos estudos, mas rapidamente ganhou protagonismo no Millwall, e seria preciso esperar seis anos para assinar pelo Everton, da Premier League. Pelos "toffees" tornou-se uma peça-chave na equipa então orientada por David Moyes, assinando 68 golos e fazendo 38 assistências nos 257 jogos em que alinhou, e já em fase descendente da carreira, foi tentar a sua sorte na MSL norte-americana, nos recém-criados New York Bulls. Esta é a terceira vez que participa num campeonato do mundo, sendo memorável os dois golos que marcou ao Japão em 2006, na vitória por 3-1 dos australianos, a primeira da sua história.



O TREINADOR: ANGE POSTECOGLOU

Nome: Angelos Postecoglou

Data de nascimento: 27 de Agosto de 1965 (48 anos)

Agora devem estar a perguntar: "Quem?". E de facto este grego de nascimento que imigrou para a Austrália aos cinco anos de idade é, digamos, "conhecido na rua dele". Como jogador fez carreiro no South Melbourne, retirando-se em 1993, numa altura em que o futebol dos cangurus dava tímidos passos na direcção do que é hoje. Como treinador iniciou-se também no South Melbourne em 1996, e em 2000 passou a conhecer a Federação por dentro, desempenhando o cargo de responsável máximo peli futebol jovem, orientando os sub-20 no mundial da categoria em 2001, 2003 e 2005. Desde Outubro de 2013 assumiu as funções de selecionador principal, já com os australianos confirmados no mundial do Brasil.





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