sábado, 7 de junho de 2014

Brasil 2014: Grupo A



BRASIL

Palmarés: 19 participações (totalista)

Melhor classificação: Campeão (1958,1962,1970,1994,2002)

Ranking FIFA: 3º lugar (Junho 2014)

Qualificação: Isento (país organizador)



O Brasil parte como o grande favorito para o segundo mundial que realiza em casa, e esse mesmo factor casa pode jogar tanto a favor do "escrete" como pode ser também elemento de pressão. Depois da desilusão de foi a derrota com o Uruguai no mundial de 1950, os adeptos da "canarinha" não ficarão satisfeitos com menos do que o 1º lugar, ainda mais motivados pela vitória na Taça das Conferações realizada o ano passado também no Brasil, onde derrotaram a Espanha por 4-0 na final. O lote de 23 jogadores escolhido por Scolari tem como pontos fortes a experiência internacional da maioria deles, especialmente da defesa e do meio-campo, onde o "núcleo duro" alinha em grandes equipas europeias. E o ponto fraco é exactamente situado fora dessas duas áreas do terreno; o Brasil continua sem ter um guarda-redes que transmita segurança, sendo mais que certo que a titularidade será entregue ao veterano Júlio César, e no ataque Neymar parece desacompanhado, sem um finalizador por excelência, como seriam Robinho ou Alexandre Pato, ambos em baixa de forma e preteridos por Jô e Fred, ambos a alinhar no campeonato brasileiro, no Atl. Mineiro e no Flamengo, respectivamente.



A ESTRELA: NEYMAR

Nome: Neymar da Silva Santos Júnior

Data de nascimento: 5 de Fevereiro de 1992 (22 anos)

Clubes: Santos (2009-2013), Barcelona (2013-)

Internacionalizações: 49 (31 golos)

Considerado a grande promessa do futebol brasileiro desde que se estreou aos 17 anos na equipa principal do Santos, Neymar foi adiando a transferência para um grande clube europeu, e finalmente em 2013 assinou pelos espanhóis do FC Barcelona, onde alinhou em 41 partidas e marcou 15 golos. Não se pode dizer que a época tenha correspondido às expectativas, pois inicialmente a ideia era fazer dupla com Messi no ataque dos catalães, mas uma lesão prolongada do argentino fez recair sobre ele a responsabilidade de assumir as despesas do ataque, o que não conseguiu com pleno sucesso, uma vez que o Barcelona não venceu qualquer título esta temporada. Mesmo assim todas atenções vão recair sobre o camisa 10 do Brasil, de quem os adeptos esperam que mostre o caminho para o hexa-campeonato mundial.



O TREINADOR: LUIZ FELIPE SCOLARI

Nome: Luiz Felipe Scolari

Data de nascimento: 9 de Novembro de 1948 (65 anos)

O "sargentão", ou "Filipão", como é conhecido devido à sua fama de disciplinador, teve uma carreira discreta como jogador, mas como técnico deu nas vistas em pequenos clubes do seu estado natal, de Rio Grande do Sul, e após curtas passagens pelo futebol árabe, chegou ao Grêmio de Porto Alegre, onde conquistou a Taça dos Libertadores em 1995, com a ajuda do instinto goleador de um tal Mário Jardel, a quem se pode atribuir a Scolari a sua "descoberta". Ainda no Grêmio foi campeão do Brasil, e já no Palmeiras voltou a repetir a repetir a vitória na Libertadores em 1999, ganhando a fama de treinador especialista em jogos de alta tensão, onde o factor psicológico é da maior importância. Com este aspecto em mente, a CBF contratou-o para selecionador do "escrete", e apesar das críticas, nomeadamente o facto se ter recusado a apostar em Romário, Scolari levaria o Brasil ao quinto título mundial em 2002, na Coreia e no Japão, e depois disso a Federação Portuguesa de Futebol contratou-o com vista ao Euro 2004, organizado por Portugal, e onde Scolari levaria a selecção das quinas à final, perdendo com a Grécia. Ficou para o mundial de 2006, onde obteve o 4º lugar, e para o Euro 2008, onde se ficou pelos quartos-de-final. Depois de uma experiência menos feliz no Chelsea, de Inglaterra, passou pelo Usebequistão, onde foi campeão em 2009 pelo FC Bunyodkor. De regresso ao Brasil voltou a treinar o Palmeiras, e desde 2012 assumiu novamente o cargo de selecionador da "canarinha", vencendo em 2013 a Taça das Confederações. Este ano tenta igualar o recorde do italiano Vittorio Pozzo, o único treinador a vencer dois campeonatos do mundo, ambos pela Itália em 1934 e 1938.



CAMARÕES

Palmarés: 6 participações

Melhor classificação: 8º lugar (quartos-de-final, 1990)

Ranking FIFA: 56º lugar (Junho 2014)

Qualificação: 1º lugar Grupo I, CAF; Play-off: Tunisia 0-0 Camarões, Camarões 4-1 Tunisia



Depois do brilharete em 1990, os "leões indomáveis" não mais se conseguiram "encontrar" numa fase final de um mundial, e desde então em quatro participações não mais passariam da fase de grupos, conseguindo apenas uma vitória em 12 jogos, frente à Arábia Saudita por 1-0, no mundial de 2002 na Coreia e Japão. Com uma equipa essencialmente composta por "emigrantes" (apenas 2 dos 23 selecionados jogam nos Camarões) foram colocados num grupo extremamente complicado, com o país organizador, o Brasil, o México, que se qualifica sempre da fase de grupos desde 1994, e a Croácia, uma das equipas europeias que melhor futebol pratica. Uma vitória seria considerado um resultado positivo, e a passagem à fase seguinte seria sensacional



A ESTRELA: SAMUEL ETO'O

Nome: Samuel Eto'o Fils

Data de nascimento: 10 de Março de 1981 (33 anos)

Clubes: Real Madrid (1997-2000), Mallorca (2000-2004), Barcelona (2004-2009), Inter Milão (2009-2011), Anzhi Makhachkala (2011-2013), Chelsea (2013-2017)

Internacionalizações: 117 (56 golos)

Conhecido pelo seu temperamento imprevisível, Samuel Eto'o continua, aos 33 anos, a ser a grande referência da selecção dos Camarões - pode-se dizer com uma grande margem de segurança que é o melhor jogador camaronês de sempre, e um dos melhores africanos. Recrutado pelo Real Madrid à Kadji Sports Academy no seu país natal quando tinha apenas 16 anos, nunca conseguiu afirmar-se pelos "merengues", que o cederam ao Mallorca, onde deu nas vistas, assinando depois pelo Barcelona em 2004. Com os catalães venceu três campeonatos espanhóis e duas ligas dos campeões, antes de se transferir para o Inter, onde foi campeão da Serie A na época de estreia, e no ano seguinte campeão europeu pela terceira vez. Atraído pelo dinheiro russo, representou o Anzhi Makhachkala durante dois anos, antes de vir para o futebol inglês pela mão de José Mourinho, treinador do Chelsea, que trabalhou com Eto'o no Inter. Pelos Camarões foi campeão africano em 2000 e 2002, e campeão olímpico em 2000, em Sydney. Participa pela terceira vez num mundial, onde já marcou por três vezes.



TREINADOR: VOLKER FINKE

Nome: Volker Finke

Data de nascimento: 24 de Março de 1948 (66 anos)

Os Camarões são uma das selecções deste mundial que aposta no rigor alemão para fazer boa figura. Volker Finke é responsável pela selecção africana desde o ano passado, sucedendo Jean-Paul Okono, e é mais conhecido pelo seu trabalho nos alemães do Friburgo, que treinou entre 1991 e 2007, tornando-se o técnico que mais anos trabalhou no mesmo clube da Bundesliga. Iniciou a carreira de treinador em 1975, passando por clubes de divisões secundárias antes do Friburgo, e depois disso orientou os japoneses do Urawa Red Diamonds, onde foi finalista da Taça do Japão em 2011. Entre 2011 e 2012 exerceu funções de director técnico do Colónia, e estreou-se como treinador de selecções com os camaroneses.



CROÁCIA

Palmarés: 3 participações

Melhor classificação: 3º lugar (meias-finais, 1998)

Ranking FIFA: 18º lugar

Qualificação: 2º lugar Grupo A, UEFA; Play-off: Islândia 0-0 Croácia, Croácia 2-0 Islândia



A Croácia adquiriu a independência da ex-Jugoslávia após a infame guerra das balcãs, e participou de uma fase final de um mundial em 1998, onde conseguiram um sensacional 3º lugar, com jogadores que ainda tinham passado pelo sistema de formação jugoslavo. Voltariam em 2002 e 2006, nunca passando da primeira fase, e estiveram ausentes em 2010. Este ano têm talvez a melhor equipa desde o memorável ano de 98, e têm argumentos para discutir a passagem à fase seguinte como Brasil, que realisticamente tem a passagem garantida.



A ESTRELA: LUKA MODRIC

Nome: Luka Modrić

Data de nascimento: 9 de Setembro de 1985 (28 anos)

Clubes: Dinamo Zagreb (2003-2008), Tottenham (2008-2012), Real Madrid (2012-)

Internacionalizações: 74 (18 golos)

Franzino, 1,74 de altura, uma amostra de gente, Luka Modric é um dos protagonistas do título europeu do Real Madrid este ano, um "maestro" no meio-campo. Nascido em Zadar, na altura ainda na Jugoslávia unificada, formou-se no clube da sua cidade natal, antes de se transferir aos 16 anos para o Dinamo Zagreb, onde como sénior deu nas vistas, conquistando o tri-campeonato croata e exibindo o seu talento na Liga dos Campeões, o que lhe valeu uma transferência para os ingleses do Tottenham em 2008. Em três anos na Premier League alinhou em 159 e marcou 17 golos, mas ficaria mais conhecido pelas assistências para golo, sendo um exímio passador de bola com grande visão de jogo, contudo o seu desempenho seria afectado por uma série de lesões. No Real Madrid, para onde foi recomendado por José Mourinho, apontou seis golos em 104 jogos nos últimos dois anos, mas foi o "artesão" de 18 outros golos dos madrilenos.



TREINADOR: NIKO KOVAC

Nome: Niko Kovač

Data de nascimento: 15 de Outubro de 1971 (42 anos)

Assim como Modric, Niko Kovač fez a sua carreira de futebolista como médio-centro. Nascido em Berlim Ocidental numa família de croatas étnicos originários da Bósnia-Herzegovina, iniciou-se como sénior no Hertha Berlim, passando depois pelo Bayer Leverkusen e pelo Bayern de Munique, onde venceu a Taça Intercontinental em 2001 e a Bundesliga em 2003. Depois foi para a vizinha Áustria, onde se sagrou campeão pelo Red Bull Salzburg, antes de terminar a carreira onde começou, no Hertha Berlim. Foi internacional pela Croácia 86 vezes, marcando 14 golos, e apesar de não ter feito parte da equipa que obteve o pódio em 1998 (tinha apenas 17 anos), jogou nos mundiais de 2002 e 2006, e nos europeus de 2004 e 2008. Como treinador trabalhou na academia do Red Bull Salzburg entre 2009 e 2011, e das esperanças da Croácia, cargo que assumiu em 2013, passou a treinador principal em 2013, após a saída de Igor Stimac.



MÉXICO

Palmarés: 14 participações

Melhor classificação: 6º lugar (quartos-de-final, 1970,1986)

Ranking FIFA: 20º lugar (Junho 2014)

Qualificação: 4º lugar CONCACAF; Play-off: México 5-1 Nova Zelândia; Nova Zelândia 2-4 México



O México é uma presença regular em fases finais dos mundiais, tendo-se qualificado sempre para os oitavos-de-final desde 1994. Há quatro anos haviam ficado também integrados no Grupo A, com a equipa da casa, a África do Sul, além da França e do Uruguai, e qualificavam-se para a fase seguinte com estes últimos. Apesar da sensação de "dejá-vu", este ano a selecção anfitriã é o Brasil, o grupo igualmente complicado, e os mexicanos estão menos confiantes, após uma qualificação mais difícil que o habitual, que obrigou a um "play-off" intercontinental com a Nova Zelândia. Apesar das reticências, os mexicanos aparecem no Brasil na máxima força, e com a nova geração de internacionais que venceu o título olímpico em 2012, em Londres.




A ESTRELA: JAVI HERNANDEZ

Nome: Javier Hernandez Balcázar

Data de nascimento: 1 de Junho de 1988 (26 anos)

Clubes: Guadalajara (2006-2010), Manchester United (2010-)

Internacionalizações: 58 (35 golos)

Filho do ex-internacional mexicano Javier Hernandez Gutierrez, "Chicharito", ou "pequena ervilha", como é conhecido, prepara-se para imitar o seu pai, elemento da selecção do México em 86, e disputar um mundial de futebol pela primeira vez. Formado nas escolas do Guadalajara, chamou a atenção dos "olheiros" do Manchester United em 2009, quando obteve a sua primeira internacionalização e marcou 21 golos no campeonato mexicano. Sob a orientação de Alex Ferguson, tornou-se um verdadeiro "matador", e nas quatro épocas que leva com a camisola dos "Red devils" apontou 59 golos em 152 jogos. Apesar da época menos conseguida em Old Trafford este ano, é o jogador a temer pelas defesas adversárias este ano, no Brasil.



TREINADOR: MIGUEL HERRERA

Nome: Miguel Ernesto Herrera Aguirre

Data de nascimento: 18 de Março de 1968 (48 anos)

Apesar da sua moldura física, Miguel Herrera foi internacional mexicano, fazendo a sua carreira como defesa, vestindo por 14 vezes a camisola do seu país, apesar de nunca ter jogado num mundial. Como treinador passou por vários clubes, e durante o ano passado, quando os aztecas viam a qualificação complicada, optaram por Herrera, que havia acabado de vencer o campeonato da Clausura pelo America.

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