segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Hear no evil, say no evil


Durante as LAG para a Segurança da semana passada, o director do Estabelecimento Prisional de Macau (EPM), Lee Kam Cheong, anunciou a contratação de 100 funcionários prisionais originários do Nepal, com o pretexto de que "não entendem o dialecto cantonense, e por isso torna-se mais difícil corrompê-los". O deputado Leong Veng Chai, nº 2 da lista da Nova Esperança de Pereira Coutinho, sugeriu que se esse é o problema, "porque não contratar surdos-mudos?", pois esses não só não entendem cantonense como não entendem outras línguas, e a não ser que um dos presos conheça linguagem gestual, torna-se difícil pedir-lhes favores ilícitos. Isto dá vontade de rir, mas o deputado estava a falar a sério, e alegou mesmo a empregabilidade dos deficientes auditivos para ilustrar a sua sugestão.

É claro que esta proposta é perfeitamente ridícula, e Leong Veng Chai sabe muito bem disso, uma vez que é guarda prisional aposentado, e conhece por dentro o EPM. A ideia de contratar guardas e outro pessoal prisional natural do Vietname e do Nepal não tem a ver apenas com a questão linguística, mas também pelo facto destes trabalhadores importados não terem família em Macau, e torna-se mais difícil ameaçá-los ou chantageá-los. Parece que o sr. Leong Veng Chai tem alguma questão mal resolvida com o director do EPM, e só é pena que a leve consigo para o hemiciclo, e logo numa altura tão importante como é a discussão das LAG. Continuam a cavar e a apanhar minhocas, estes deputados estreantes na Assembleia Legislativa.

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