Esta notícia ainda vem com o espírito do Natal passado, mas não deixa de ser pertinente. O Papa Francisco, que ontem teve um dos seus dias mais atarefados do ano, proferiu no último Domingo uma declaração interessante durante o
Angelus, a sua habitual aparição dominical aos fiéis. E foram muitos milhares deles que escutaram o sumo pontífice da janela do seu apartamento na Praça de S. Pedro dirigir-se aos líderes mundiais, apelando que façam todo o possível para que os pobres tenham uma casa. "Há tantas famílias sem casa, seja porque nunca tiveram ou porque a perderam por tantas razões diferentes. Famílias e casas andam de mãos dadas. É muito difícil levar uma família para a frente sem ter uma casa", disse o bom padre Chico, acrescentando que "todas as pessoas, serviços sociais e autoridades a fazerem tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que todas as famílias têm uma casa".
Sua santidade, e é com uma vénia tamanha que quase me deixa prostrado no chão que me dirigo a sua imaculadíssima e insuspeita pessoa, pedindo misericórdia por qualquer molécula de atrevimento que possa parecer implícita nesta questão: já ouviu falar de Macau? É um pequeno território no sul da China, ainda mais densamente povoado que o Vaticano que serve de morada a Sua Emintíssima Santidade, e discutivelmente mais rico. E por acaso existe uma grande comunidade católica, e imagine que até chegou a ser conhecida por "Cidade do Santo Nome de Deus". Acontece que por aqui, nem pobres, nem remediados, nem mais-que-remediados, e alguns ricos, Deus sabe, têm casa. Sua Santidade Padre Francisco representante do mais-que-tudo na Terra: assegure-se que a sua mensagem é ouvida aqui tão longe, quase do outro lado do mundo, ou faça um dos seus célebres telefonemas a quem de direito pode ainda evitar que nos tornemos todos pobres. Mais que pobres, pobrezinhos. Por favor considere a minha humilde súplica, e tenha em mente que quantos mais pobres, mais alminhas para o Reverendíssimo pedir ao Todo Poderoso que dê uma mãozinha. E eu não lhe queria dar trabalho, sabe? Amen.
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