sábado, 27 de julho de 2013

O rosto da tragédia



Francisco Jose Garzon Amo, um condutor de comboios de 52 anos, é o homem mais odiado em Espanha desde quarta-feira. Amo sobreviveu com ferimentos ligeiros ao trágico acidente com um comboio de alta-velocidade em Espanha, que resultou em 78 mortos e cerca de 170 feridos, o pior acidente ferroviário dos últimos 70 anos no país. O condutor encontra-se hospitalizado debaixo de escolta das autoridades, que o apontam como principal responsável pelo acidente. O comboio TGV que fazia a viagem entre a capital espanhola Madrid e a cidade galega de Ferrol despistou-se perto de Santiago de Compostela, e o excesso de velocidade terá estado na origem da tragédia. Amo fez a curva a 190 km/h quando a velocidade máxima para uma manobra daquela natureza era de 80. O condutor poderá ser indiciado por negligência criminosa, mas por enquanto as autoridades analisam a caixa preta da composição para perceber em detalhe o que realmente aconteceu. Os bombeiros e restantes socorristas que ocorreram ao local do sinistro falam de um cenário de horror nunca visto, e até ao momento foram identificados apenas 72 corpos, pois o inferno de metal e de chamas originado pelo acidente deixou vários cadáveres impossíveis de identificar, dependendo o reconhecimento de exames de ADN. Amo poderá não ter medido as consequências das suas acções, e não lhe terá passado pela cabeça que o atrevimento daria origem a uma tragédia desta dimensão, mas o sangue que agora tem nas suas mãos é demasiado para que tudo se resolva com um simples pedido de desculpas. Foi muito mais do que "um dia mau no emprego".

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