Mariza passou mais uma vez por Macau, e deu o seu terceiro concerto no território no espaço de cinco anos, se não estou em erro. Desta vez a nova rainha do fado actuou na arena do Venetian, e ao contrário dos espectáculos anteriores, a lotação do anfiteatro não ficou esgotada. Longe disso, ao ponto da cantora lamentar o facto, em jeito de desabafo, e depois resolver muito desportivamente o problema, convidando o público a chegar-se aos luagres vagos mais próximos do palco. O sucesso internacional alcançado por Mariza nos últimos anos valeram-lhe o estatuto de diva, que a fadista tem conseguido gerir com inteligência e profissionalismo, e como qualquer diva que se preze, não reage bem à existência de clareiras nas salas de espectáculo por onde passa. Foi um pouco embaraçoso para todos que o maior nome do fado, a canção nacional por excelência, não tenha sido recebido com casa cheia logo em Macau, a última jóia do império português. Talvez isto se explique com o facto de estarmos na segunda metade de Julho e muitos dos nossos expatriados aqui residentes estarem já em pleno gozo das suas férias, ou talvez muitos ainda não tenham digerido a última passagem de Mariza pelo território. Seja qual for o motivo, não será certamente pela falta de qualidade do artista que a Arena do COTAI não encheu. Apesar de não ser um fã, gostei da forma como a cantora reagiu. Amália talvez virasse as costas à plateia incompleta. E com toda a certeza que Mariza continuará a sentir pelo público de Macau o carinho especial que demonstrou aquando das suas passagens anteriores, e a incluir-nos nas suas futuras tournés. E com um reportório renovado com a qualidade a que habitou o seu público, a adesão será com toda a certeza correspondente com os seus pergaminhos. Por enquanto é melhor dar um tempo...
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