segunda-feira, 15 de julho de 2013

Da próxima vez entre pela porta, sra. vaca


Caíu do telhado mas não é o Pai Natal

A nossa casa, o nosso porto seguro. Todos temos uma tendência inata para considerar que não há nada mais seguro do que estar rodeado das quatro paredes do nosso lar, do nosso “castelo”, onde a palavra “conforto” lidera a tabela de palavras que “casa” nos sugerem. As possibilidades de nos entrar um avião pela janela são tantas como a de ganhar o Euromilhões, e longe dos pontos do globo onde se situam as falhas tectónicas, nem nos passa pela cabeça que se dê um terramoto que nos deixe debaixo de toneladas de entulho. Os acidentes domésticos acontecem, claro, e normalmente quando menos se espera, e na maior parte das vezes são evitáveis. Mas o choque da uma tomada, uma bolha de óleo de fritar que salta para o olho, o incêndio na cama quando se adormece enquanto se fuma um cigarro, a fuga de monóxido de carbono da lareira que mata todos durante o sono sem que dêm por nada, enfim, tudo coisas que podem ser prevenidas com um pouco de cuidado. Distrações tão simples como escorregar na banheira ou contrair botulismo ao comer uma conserva muito além do prazo de validade são fruto do mais puro dos desleixos, e pouca gente simpatiza com um trapalhão que se calhar andava mesmo a pedi-las. O pior mesmo é quando entra o elemento do azar, levando a que a tragédia aconteça sem que se tenha contribuído com qualquer negligência ou descuido.

Foi o que aconteceu com um pobre homem no Brasil, que enquanto dormia tranquilamente na sua cama, no seu quarto e na sua casa, foi esmagado por uma vaca, e viria depois a falecer. Mas esperem, o quê? E de onde veio esta vaca assassina? Bem, isto explica-se com o facto do sr. João Maria de Souza, de 45 anos, residir na pequena cidade de Caratinga, Minas Gerais, uma localidade situada no meio de montes onde normalmente pasta gado. A vaca, por sinal bem grandota, pastava tranquilamente quando decide meter as patas no telhado da casa do sr. Souza, que não resistiu ao peso de quase uma tonelada do animal e cedeu. Debaixo do local onde a vaca resolveu fazer a sua visita surpresa estava, por azar, a cama do sr. Souza. Refeito do susto e já com a família toda acordada com o insólito acontecimento, o homem aparentava estar em boas condições, e nem o impacto do megaquilo bovino o deixou inconsciente, ou sequer combalido. No dia seguinte começou a sentir dores, foi para o hospital e viria depois a falecer de homorragia interna. O desfecho trágico podia ser evitado se fosse assistido logo após o incidente, mas talvez o facto de ter levado com uma vaca em cima o tivesse deixado ainda mais fatigado, e preferiu ir dormir. Curiosamente este é o terceiro incidente do género em Caratinga nos últimos três anos, e todos com contornos idênticos: uma vaca entrou pelo telhado. Da primeira vez não estava ninguém em casa, e da segunda a má pontaria da vaca evitou que caísse em cima de uma mulher e um bebé que dormiam ao lado do ponto de aterragem. É altura desta cidade mineira repensar o local onde deixam as vacas quando vão dormir. Ou então reforçar os telhados…

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