O Hoje Macau publicou na semana passada a tradução de excertos de uma entrevista que Wan Kwok Koi, mais conhecido por “Dente Partido”, deu à revista “Next”, uma publicação em língua chinesa de Hong Kong. Na tradução do artigo do HM era possível ler que o ex-líder sa seita 14 quilates teria “dado dinheiros aos portugueses”, que “eram estes que lhe pediam”, e que o total das ofertas teria ficado em “mais de cem milhões de patacas”. Na edição de ontem do mesmo jornal
o visado vem desmentir ter proferido essas afirmações, e que tudo no terá passado de um erro na tradução. Na realidade algumas pessoas que dominam o chinês escrito já me tinham dito que em lugar algum da entrevista à “Next” tinha Wan Kwok Koi mencionado a dádiva de dinheiro a governantes da administração portuguesa ou a quem quer que seja. Eu próprio estranhei esta “confissão”, especilamente por vir da parte de alguém que não terá nada em ganhar com este tipo de confissões. Afinal trata-se de uma forma de corrupção active, mesmo que provocada. O Hoje publicou a carta do ofendido na íntegra apresentou um pedido de desculpas. Fico sem perceber muito bem onde o sinólogo de serviço do jornal terá lido isto dos cem milhões, pois não será certamente um carácter ou dois mal traduzidos que originam um equívoco desta natureza, ou a interpretação errónea do sentido de uma frase que se transforma em algo tão sério como uma afirmação destas. Contudo isto vale o que vale, e nem chega a haver palha para alimentar o fogo da polémica, até porque não são mencionados nomes nem especificado quando e porquê o visado teria alegadamente oferecido dinheiro aos portugueses. Fico aliviado que os nossos governantes saiam disto sem que a sua imagem de gente séria e impoluta seja beliscada por alegações de que eram na verdade corruptos pedinchões e gulosos. Quanto ao próprio Wan Kwok Koi, está no seu direito em esclarecer a situação, e no seu lugar fariamos a mesma coisa. É deveras aborrecido quando nos atribuem a autoria de frases que nunca saíram da nossa boca, especialmente quando se tratam de acusações não concretizadas ou difíceis de provar. Mas outra vez, detalhes sem muita importância. Não foi por ter andado a corromper as altas patentes da adminsitração portugueses que o “Dente Partido” cumpriu a pena de prisão a que foi condenado. Antes fosse, que assim ainda podia chamar alguns dos “bois” pelos nomes…
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