...e a que horas volta a casa o teu marido?
Um estudo conjunto de várias universidades norte-americanas concluíu que as pessoas menos atraentes são mais vulneráveis à chacota à crueldade dos colegas de trabalho, e alvos principais de situações de “bullying”. Isto parece tão sensacional como a descoberta da pólvora seca, mas os objectos do estudo eram na maioria pessoas consideradas “tolerantes” e “sociáveis”, daquelas que não se inibem de demonstrar que “a aparência é irrelevante”. A situação torna-se ainda mais preocupante se tivermos em conta que a aparência física é cada vez menos um critério a ter em conta no mercado de trabalho, o que pode significar um aumento dos comportamentos agressivos contra os menos dotados em termos de beleza ou elegância. Um dos testes realizados na Universidade do Michigan consistia em mostrar aos sujeitos fotos de indivíduos pouco atraentes, e nem o facto de não os conhecerem evitou que produzissem alguns comentários menos abonatórios a seu respeito. Os sujeitos “pouco atraentes” entrevistados na pesquisa queixam-se de comportamentos agressivos por parte dos seus colegas, sendo evidente a diferenciação de tratamento que lhes é dado comparado com o de outros mais atraentes. Os mais baixos, os obesos ou demasiado magros e os calvos são os que mais se queixam. O estudo foi denominado “Percepção de Beleza, Personalidade e Afeição como Antecedentes de um Comportamento Contraproducente no Trabalho”, e vem na sequência de uma série de estudos que associam a aparência ao desempenho, vencimento auferido e sucesso profissional. É próprio da natureza humana que a nossa reacção varie conforme a percepção inicial dada pelo sentido da visão. É como quando escolhemos um bolo com melhor aspecto em vez de outro com um ar moribundo: pode até nem ser o mais saboroso, mas os olhos também comem.
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