Paul Gascoigne, antiga estrela inglesa de futebol, foi detido um dia destes por ter causado distúrbios devido ao seu estado de embriaguez. Nada de novo, uma vez que o alcoolismo do “Gazza” é público, e ainda no ano passado o ex-atleta decadente confessou já ter estado “perto da morte” por mais que uma vez, e são inúmeras as vezes que prometeu tentar “endireitar-se” – tantas como as cura de desintoxicação a que foi submetido, sem efeito. Gascoigne foi a grande revelação do mundial de futebol de 1990 em Itália, onde a Inglaterra chegou às meias-finais, a melhor classificação de sempre desde a vitória em casa no longíquo ano de 1966. O jovem talento não seu deu bem com as luzes da ribalta, e apesar do evidente potencial, foi mais notícia pelos escândalos provocados pelo consumo de álcool e drogas do que pelo desempenho nos relvados. O facto de ser no fundo uma “boa pessoa” leva a que a opinião pública no Reino Unido sinta por ele alguma simpatia, apesar de algumas das suas bebedeiras o levem a agredir as suas companheiras. O alcoolismo de Gascoigne abre um debate sobre quão difícil é deixar a dependência de uma substância, e de como quem sempre esteve sóbrio dificilmente entende um dependente, e apressa-se a condená-lo.
O britânico John Risby, 41 anos, é um ex-alcoólico que compreende Gascoigne como ninguém. Dependente do álcool desde a juventude e sóbrio há já nove anos, abriu em Janeiro de 2012 em Manchester a
“Alcohol-Free Shop”, uma loja especializada em bebidas alcoólicas…sem álcool. Na “Alcohol-Free Shop”, que realiza entregas ao domicílio, estão disponíveis cervejas, vinhos desde o branco ao tinto e rosé, espumantes, cidras, cocktails, tudo sem álcool, para que se mate o bichinho sem consequências nem complexos. E a clientela alvo vai além dos que querem largar a pinga mas não passam sem um copo na mão: a “Alcohol Free-Shop” serve ainda sumos de fruta. Pode ser apenas um “placebo”, e a eficácia da ideia como cura para o alcoolismo não é comprovada, mas é um bom começo. Vamos a Manchester beber um copo sem fazer um figurão, sr. Gascoigne?
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