segunda-feira, 9 de junho de 2014

As Malvinas serão nossas outra vez



Os argentinos lembraram-se subitamente das Malvinas, umas ilhotas no Atlântico Sul, localizadas ao largo da província da Patagónia, com menos de 3 mil habitantes. Apesar de não possuir petróleo ou outros recursos naturais, nem ser um ponto geo-estratégico de interesse, as Malvinas, ou em inglês, as "Falkland", estiveram na origem de um conflito militar entre o Reino Unido e Argentina, que deurou entre Abril e Junho de 1982. Os argentinos deviam estar aborrecidos à espera que saísse a última colectânea de tangos, e por isso resolveram ocupar as ilhas que estavam debaixo da soberania britânia - só para chatear, suponho eu. Só que do outro lado estava uma tal Margaret Thatcher, uma tipa que não levava desaforo para casa, e muitos menos vindo de hispânicos sebosos de lá de um canto qualquer do fim do mundo. Os dois países foram para guerra, e guerra a sério, com aviões de combate, e navios de guerra, e mortos! Imaginem, só - mortos! Em termos de casualidades ainda existiu algum equilíbrio, mas quando a 11 de Junho de 82 as tropas britânicas tomaram a capital das Malvinas, Stanley, fizeram cerca de 10 mil soldados argentinos prisioneiros de guerra, e para evitar uma chacina sem antecedentes, os "degos" capitularam, e em boa hora, pois assim caíu com a sua ofensiva a junta militar que governava o país em regime de ditadura, e então liderada por Leopoldo Galtieri, que abdicaria, seria preso e em Dezembro de 1983 seriam realizadas eleições democráticas. A questão das Malvinas seria a partir de então um polo de rivalidade entre ingleses e argentinos, com reflexos nos encontros entre as selecções dos dois países cada vez que se encontram em campeonatos do mundo. O próprio Maradona dedicou a sua infame "mão de Deus" à questão das Malvinas, e têm sido comuns as provocações dos argentinos, povo de "sangue quente", ao contrário dos ingleses que os olham com desdém. Esta iniciativa muito "vintage" da selecção das pampas já mereceu uma reacção da federação inglesa, que apelou aos jogadores no mundial no Brasil que não respondam à provocação. Muito "british"e muito "gentleman" esta atitude. Eu simplesmente perguntava: "estão a querer levar nas orelhas outra vez ou quê?".

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