quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Tratando da saúde


Estava ontem a ver o programa "Entre Nós" da RTPi, e entre os convidados estava um adolescente, doente oncológico, que aguarda um transplante de medula óssea, um drama como muitos outros na sua situação conhecem, tal como os seus pais. Primeiro a boa notícia: durante o programa ficou-se a saber que foi encontrado um dador de medula compatível, o que embora sendo apenas um passo na recuperação total dos pacientes de leucemia, é um grande avanço - às vezes a televisão ainda produz estes "pequenos milagres". Antes disso ficámos a saber que alguns meses já havia sido encontrado outro dador, mas este viria a desistir do processo para o qual se tinha inscrito voluntariamente, e a pergunta que gostava de deixar no ar é esta: para quê? Meus amigos, se procuramos fazer o bem, temos que o fazer bem feito, senão não vale a pena, e uma situação destas não só se torna embaraçosa como revela fraqueza de carácter, e cobardia. Quem se inscreve como dador de medula óssea está a assumir um compromisso, que não tendo valor judicial (devia ter), mexe com a vida das pessoas, do doente e dos seus familiares, dá-lhes esperança, neste caso falsas esperanças. No caso de ser encontrado um dador inscrito que seja compatível com o doente oncológico, é preciso que este saiba que apesar de existirem processos indolores para realizar o processo, há ainda uma possibilidade de se precisar de recorrer ao método antigo, que requer uma intervenção cirúrgica, e na maioria dos casos com anestesia. Agora a brincar é não pode ser; o ano passado só em Portugal há registo de 81 (oitenta e uma!) desistências. Então isso é que é ser um bom samaritano? Se é para brincar, não tem mesmo graça nenhuma.

No programa "Há Tarde", que actualmente tem Herman José na apresentação, um dos convidados era um médico oftalmologista, que alertou para a necessidade de se fazer um "check-up" aos olhos com a regularidade de "uma vez por ano". O médico, cujo nome não registei, fez saber ainda que existem doenças oculares que podem ser detectadas a tempo de prever complicações que em algumas situações, e passo a citar, "podem levar à cegueira". Uou, uou, uou...calma lá, quem vai fazer "check-ups" aos olhos regularmente, a não ser que tenha mesmo uma doença, ou que no passado teve um problema grave que requer acompanhamento obrigatório. O Herman ainda fez uma comparação com as idas ao dentista, com o senão de que hoje em dia a odontologia está tão avançada que já não existe a associação que se fazia em tempos à dor, e ao "dentista sádico", enquanto os olhos "continuam a ser um tabú". Pessoalmente acho que nem tanto ao mar, nem tanto à terra; assisto frequentemente a casos de pessoas que necessitam de óculos, ou de pelo menos uma consulta para saber mais sobre a sua visão, mas falar de glucomas e de cegueira é levar a preocupação ao extremo. Afinal os olhos ainda são um dos nossos adereços que ainda não precisa de pagar o preço de comer, beber ou fumar. Enfim, até ver...

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