sábado, 7 de fevereiro de 2015

Comem o Papa todo


O Papa Francisco está no centro de mais uma polémica, mas esta é uma em que dá mesmo vontade de perguntar a certas pessoas se não têm panelas para lavar ou um chão para varrer lá em casa. No encontro habitual das quartas-feiras com os fiéis, Francisco contava que um dia conversou com um pai, que então lhe confessou que "de vez em quando tem que dar uma ou outra palmada nas suas crianças, quando se portam menos bem", acrescentando de seguida "mas nunca na cara", concluíndo que "isto é bonito: educar as crianças com firmeza, mas sem as humilhar". Parece-nos bem, mesmo vindo de alguém que nunca teve filhos e por isso não tem que aturar birras e outros caprichos das criancinhas, mas há quem discorde. É o caso da Ministra da Família, Terceira Idade, Mulheres e Juventude (um cargo que já foi ocupado por Angela Merkel, curiosamente, em 1991 num dos governos de Helmut Kohl), Manuela Schwesig, que disse ao jornal Die Welt que "não existe forma digna de bater nas crianças". A Associação Alemã de Apoio à Criança, por seu lado, pede ao Papa que "repense as suas afirmações", sem deixar deixar de sublinhar que o Papa "é especialmente humano", a associação considera "que desta vez Francisco esteve mal". Entretanto do Vaticano chegou a resposta, por intermédio do Pe. Thomas Rosaica, do Gabinete de Imprensa da Santa Sé, esclarecendo que "naturalmente que o Papa não se estava a referir a um acto de violência", mas antes no sentido "de ajudar alguém a crescer e a amadurecer". Ora essa, a indignação está aí, tão fresquinha que ainda mexe, portanto para quê chover no molhado? Dá vontade de rir quando se imagina esta "gente de bem" a tentar chamar à razão os fedelhos, quando estes ligam o "turbo" da molequice e do vandalismo.

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