Cabo Verde viveu um fim-de-semana histórico, ao ver ordenado o seu primeiro Cardeal da Igreja Católica. D. Arlindo Gomes Furtado, de 65 anos e natural da ilha de Santiago, é a partir de Sábado o Cardeal de Cabo Verde, com honras de ordenação em plano Vaticano, no mesmo dia em em que D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa e antigo Bispo do Porto, teve também a sua investidura. A praça mais simbólica de Roma ficou cheia de fiéis, que de Portugal, quer de Cabo Verde, que vieram participar deste momento tão especial para o clericado dos seus países.
E de Macau vieram também católicos para assistir à consagração de D. Arlindo Furtado. Ou pelo menos veio um: Adelino Correia, advogado e cabo-verdiano residente no território, para onde partiu da terra da "morabeza" vai já para um quarto de século (ena!). Curiosamente enquanto ouvia a transmissão em directo do Vaticano pela RTPi reconheci imediatamente a sua voz - e também ajudou um pouco o facto de saber que ele estava lá para o evento, claro. No entanto das suas palavras, na maior parte de admiração pelo seu compatriota agora tornado Cardeal, há algumas que retenho: "isto é também a prova da consolidação da nossa democracia". E de facto é assim mesmo; quantos países africanos de confissão católica gostariam de ter este reconhecimento da parte da Santa Sé, mas entretanto não se proporciona um clima de paz para que - e tal como D. Arlindo - tenham um representante que é elegível para Papa? Cabo Verde é de facto um exemplo a seguir no que diz respeito à democracia no continente africano, e quer por isso, quer pela festa que agora fazem, estão de parabéns.
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