Robert Mugabe está de volta, não que tivesse ido a algum sítio ultimamente, mas porque andava há muito tempo calado, e por isso resolveu dar sinais de vida, pegando num dos seus temas de eleição: o ódio contra os homossexuais. É que falando de "eleição", o presidente vitalício por decreto daquele país africano está debaixo de sanções por parte da União Europeia devido à forma pouco ou nada democrática como realiza as eleições que o vão mantendo no poder. Ontem, num discurso durante as comemorações do 34º aniversário da independência do Zimbabwe, criticou aquilo que chama "o absurdo da homossexualidade na Europa", referindo-se às sanções impostas a outros países africanos que proibiram as relações entre pessoas do mesmo sexo, como no caso do Uganda. "A Europa de ontem se foi, hoje temos uma Europa que não tem princípios", disse Mugabe, sugerindo que a EU iria punir o seu país caso votasse uma lei que proibisse o casamento "gay". "Que a Europa guarde o absurdo da homossexualidade para ela e que não venha aqui com isso", acrescentou, dizendo ainda que "expulsará qualquer diplomata estrangeiro que se oponha às leis do Zimbabwe. Mugabe, de 90 anos, é mais conhecido por ter enlouquecido e arruinado completamente a economia daquele que foi em tempos um dos países mais prósperos do continente africano. E isto, a meu ver, é que foi uma grande paneleirice.
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