Dongguan, cidade chinesa na província de Cantão, situada no delta do Rio das Pérolas, é conhecida como a "cidade do pecado", não apenas na China, mas em toda a Ásia oriental - uma verdadeira meca do sexo, drogas e "rock'n'roll", este presente nos bares de karaoke onde o álcool tem lugar de destaque. Mas às vezes é preciso colocar um pequeno travão neste deboche, não vão os deuses imitar o Tal que um dia reduziu a cinza as dissolutas Sodoma e Gomorra, que dizem as más línguas, eram "um jardim de infância" comparadas com a pouca-vergonha que vai lá por Dongguan. Assim foi criada uma polícia dos vícios, composta por 6000 elementos, e que nos últimos três meses levou a cabo uma campanha de "purificação", que terminou com a detenção de milhares de prostitutas e seus "empresários", e levou ao encerramento de vários locais de "diversão nocturna" - e diurna, porque não, já que Dongguan era assim como um 7-11 da devassidão. Os residentes de Dongguan estão preocupados, pois esta "indústria" punha o pão na mesa de centenas de milhares dos mais de 8 milhões de habitantes da cidade, e calcula-se que o prejuízo desta operação de cosmética seja na ordem dos 50 milhões de yuan.
O mais surpreendente foram as declarações de Yuan Baocheng (袁宝成), que é "mayor" de Dongguan desde 2012, e diz-se "surpreendido" com a quantidade de profissionais do sexo detidos na cidade que administra vai para dois anos. Se calhar Yuan é um daqueles cavalheiros "à antiga", e considera que as meninas só fazem bem em cuidar da sua apresentação, e mostrar aos restantes cavalheiros aquilo que eles querem ver, e assim retribuirem retirando-lhes o chapéu à sua passagem. Enquanto os comerciantes suspiram pelo regresso das prostitutas, o "mayor" é ferozmente criticado nas redes sociais, onde os implacáveis cibernautas chineses não perdoam o facto daquele dirigente não se aperceber do que está mesmo à frente do seu nariz. Num dos seus recentes discursos, o presidente Xi Jingping apelou aos oficiais do partido único da China que "estejam em contacto permanente com a população", e desta forma "tomem ao pulso aos problemas que o país necessita de resolver". A julgar pela ignorância deste "oficial" em particular, há alguns que precisam é de sair da casca de ostra onde estão confortavelmente anichados.
Sem comentários:
Enviar um comentário