quarta-feira, 9 de abril de 2014

O avião? Não, não vi...


Passou ontem um mês desde o desaparecimento do vôo 370 da Malaysia Airlines que fazia a ligação entre Kuala Lumpur e Pequim, levando a bordo 227 passageiros, na grande maioria chineses, e 12 tripulantes. As operações de busca tiveram início praticamente desde que ficou claro que o avião não chegaria ao seu destino, e inicialmente temeu-se que se tivesse despenhado algures no mar do sul da China, na costa do Vietname. Mais tarde surgiram pistas que teria sido perto do sub-continente australiano, o que levantou questões sobre as razões que levaram o piloto a desviar-se da rota, mas por enquanto não foram encontrados quaisquer destroços ou sinais do avião da companhia de bandeira malaia. Falou-se inicialmente da possibilidade de terrorismo, levantando-se suspeitas sobre dois passageiros que embarcaram com passaportes falsos, hipótese que foi rapidamente descartada e já ninguém sequer considera ou comenta. Desde então têm sido inúmeras as teorias sobre o que terá acontecido, com uma única certeza: é bastante improvável que hajam sobreviventes, e as famílias dos passageiros já terão passado pela fase de aceitação deste facto, se bem que se torna bastante mais difícil sem o resgate dos corpos.

Tem-se dito tudo e mais alguma coisa, e toda a gente tem uma opinião, por mais descabida que possa essa ser, desde especialistas em aeronaútica e ex-pilotos, a varredores de rua e ratos de taberna. O pior é que se torna impossível desmentir qualquer tese, por mais absurda, uma vez que não existe uma prova física do contrário. Já escutei a teoria do motim a bordo, de uma conspiração para abater o aparelho, de extra-terrestres, de anjinhos, e um novo "triângulo das Bermudas", e até uma muito ao estilo de um "thriller" sobrenatural de Hollywood, do filme "The Forgotten": o avião e o vôo nunca existiram realmente, e tudo não passou de uma alucinação colectiva. Buhhh!!! Um X-File que vai ficando mais composto à medida que o tempo passa, e que aumenta a consternação entre os familiares das mais que provável vítimas. Se me perguntarem o que penso de tudo isto, acho lamentável que se especule por "dá cá aquela palha" sobre um caso onde estão envolvidas vidas humanas, e sobre o que aconteceu realmente, não sei; não vi o avião, e se soubesse onde estava, juro que dizia. Agora, se tivesse que apostar numa teoria - e teriam que me obrigar a isso com uma arma encostada à nuca - diria que o avião se terá despenhado algures no imenso oceano Indico, e é possível, aliás, como alguns especialistas adiantam, que nunca se descubra um parafuso do avião ou um único corpo de um passageiro. Sobre os comos e os porquês do que aconteceu ter escapade a radars, satélites e tudo isso, é algo que me ultrapassa, mas é possível - porque não? Fico no entanto a fazer figas para que se encontre pelo menos uma pista que ponha um fim a toda esta escusada e ridícula especulação. E que os que pereceram em mais esta tragédia da história da aviação comercial descansem em paz.

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