Qual é o rio mais poluído do mundo? Se respondeu "o Trancão, em Loures", andou lá perto, mas há um ainda pior: o Citarum, na Indonésia. Este rio cujo caudal se estende por mais de 300 km, e pode-se avistar a 40 km leste de Jakarta foi vital para o povo indonésio durante séculos da sua história, e é ainda hoje importante para 30 milhões de habitante, sustentando a pesca, a agricultura e a produção de energia eléctrica. Contudo a partir dos anos 70 a crise energética e o aumento do preço do petróleo levou a que muitas fábricas localizadas na sua margem desinvestissem na área do tratamento de resíduos, e as populações ribeirinhas têm também a sua quota parte de culpa, abusando do rio e fazendo dele um depósito de lixo e de excrementos. O resultado é este que se vê: em certas partes do Citarum não se vê sequer a água, e o rio tornou-se um dos mais tóxicos do mundo.
Ironicamente alguns habitantes das aldeias mais pobres ganham o seu sustento recolhendo material de plástico e outros detritos do rio, mas as devantagens são muito mais, obviamente, e a poluiço tem o seu impacto na agricultura, na pesca e na quantidade de água potável, que vai sendo cada vez mais escassa. Com vista a melhorar a situação, o Banco Asiático de Desenvolvimento entrou em acção, disponiblizando um empréstimo de 100 milhões de dólares em 2008 com vista a limpar e revitalizar o curso de água. O grupo anunciou um empréstimo Graças aos esforços do banco e a cooperação do governo local, o estado do rio Citarum melhorou. O progresso tem sido lento, mas constante; há uma melhora visível, mas ainda há muito trabalho a ser feito. Os detritos já não persistem em grandes áreas, mas as fábricas ao longo das margens ainda expelem resíduos tóxicos. O rio continua a servir como um repositório de excrementos humanos para as áreas de Java onde faltam sistemas de esgotos modernos. Enquanto o objectivo não for alcançado, passos positivos recentes dão a esperança de uma solução no futuro.
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