Um paradoxo interessante: uma juíza nos Estados Unidos decidiu aplicar a um arguido condenado por assédio uma pena muito ao estilo da Revolução Cultural chinesa. O arguido em questão, Edmond Aviv, de 62 anos, passou a última década e meia a atazanar a vida aos seus vizinhos na localidade de South Euclide, no estado do Ohio. Aviv não poupava ninguém com os seus comentários desagradáveis, insultos racistas e comportamento hostil, e nem as crianças e os deficientes escapavam à sua má disposição permanente. A chefe de família vítima deste rufia, Sandra Pugh, tem um marido que sofre de demência, um filho com paralisia cerebral e outro paraplégico - digamos que não será a vizinha ideal para um indivíduo deste calibre. Sem querer julgar pelas aparências, a própria foto do indivíduo dá a entender que já nasceu com dentes, para que lhe começassem logo a doer. Assim a juíza Gayle Williams-Byers ordenou que Aviv ficasse ontem durante cinco horas segurando um cartaz onde se lia: "SOU UM BULLY! Sou intolerante com crianças e deficientes, não consigo aceitar pessoas etnicamente diferentes de mim, e o meu comportamento no reflecte a comunidade onde estou inserido" - mais ou menos isto, traduzido um bocado à pressa. Além disso foi condenado a 15 dias de prisão, obrigado a frequentar aulas de auto-controlo ("anger management", como são chamadas na América), e apresentar um pedido de desculpas por escrito. Vendo bem é até bastante ligeiro; uma carga de porrada, era o que este gajo merecia.
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