Os efeitos nocivos da “fast-food”, ou comida rápida, são piores do que se pensava. Segundo alguns especialistas em nutrição, uma dieta regular de comida rápida está a causar efeitos devastadores na juventude dos países industrializados, e o seu valor nutritivo é inferior ao dos racionamentos em tempo de guerra. Uma ração no Reino Unido durante 1940 e 1954 consistia de um ovo, 100 gramas de margarina, 50 de manteiga e chá, uma fatia de queijo, quatro fatias de bacon e duzentas gramas de açúcar. Não parece grande coisa, mas é certamente mais nutritivo que um Big Mac meal ao almoço e uma lasanha congelada ao jantar. A única guerra que se trava nos dias de hoje nas grandes cidades é a do quotidiano, e muitas famílias optam por refeições rápidas para alimentar o seu agregado. Para os pais é mais económico que os filhos almocem numa das cadeias de “fast-food”, para os miúdos é mais rápido e normalmente mais saboroso que a comida da cantina da escola, e ao jantar opta-se cada vez mais pela comida de microondas, que se prepara em poucos minutos. O resultado é o regresso de doenças que apenas tinhamos conhecido através dos livros de História, como o escorbuto (carência de vitamina C) e o raquitismo (carência de vitamina D, calico e fósforo). As deficiências vitamínicas causadas pelo consumo regular de alimentos produzidos à escala industrial sem outra qualidade de monta que não seja encher a barriga, provocam um agora um retrocesso inesperado em matéria de saúde pública. Um reconhecido dietista britânico, Sioned Quirke, afirma que a maior parte das dietas actuais “são piores do que há cem anos”, e teme um aumento de doenças oportunas causadas pelo enfraquecimento do sistema imunitário, derivado de uma dieta desequilibrada. Dados preocupantes, sem dúvida. A este ritmo as próximas gerações urbanas não reconhecem uma laranja ou uma cenoura.
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