terça-feira, 4 de março de 2014

A noite das facas longas


Foram momentos de terror, os que se viveram na noite de Sábado passado na estação central de comboios de Kunming, na província chinesa de Yunnan. Um grupo de homens vestidos de preto e armados de facas com lâminas que chegavam aos 50 cm e comprimento atacaram indiscriminadamente civis, causando mais de 30 mortes e um número de feridos acima da centena. As autoridades agiram com a prontidão que lhes era possível numa situação destas, onde aparentemente não existiam suspeitas de que um atentado desta natureza fosse levado a cabo naquele momento e naquele local. Cinco dos autores do ataque foram abatidos no local, e os restantes foram detidos nos dias seguintes, bem como alguns dos seus cúmplices, que planearam a ofensiva. Mas uma vez o dedo é apontado a grupos terroristos ligados à minoria uigur de Xinjiang, que reclama uma maior autonomia do Governo central. Estes grupos já tinham dado dores de cabeça a Pequim num passado ecente, mas este é um dos episódios mais graves, e pior do que isso: um insulto que deixa a nu as fragilidades do regime em controlar ume eventual escalada de atentados.

Deste lamentável episódio, há uma conclusão que se tira de imediato: nem a China está imune ao ataque de extremistas que são capazes de sacrificar a própria vida em nome de uma causa. Os ataques de Kunming fazem o país entrar no mapa negro dos alvos da "jihad" islâmica, e tudo isto apesar da competência dos seus agentes, dos seus serviços secretos, e da boa vontade dos seus dirigentes, que já manifestaram o seu mais sincero pesar às famílias enlutadas, e prometem reforçar o combate a este tipo de criminalidade. O que também é importante para China é reflectir na sua posição bno xadrez mundial, deixando-se de uma vez por todas dessa teimosia que insiste em tartar dos problemas como sendo "assuntos internos", recusando a cooperação com outros países, ou remetendo-se ao secretismo quando o mais importante é a partilha de informação que possa evitar que tragédias destas se repitam. O terrorismo é um problema que a todos diz respeito, e se por um lado as bombas não têm olhos, e vitimam apenas quem por infortúnio é apanhado numa explosão, fanáicos armados com facas fazem vítimas entre seja quem for que encontrem pela sua frente.

Sem comentários: