segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O Rei Coutinho e o rei na barriga


Pereira Coutinho está aí, Pereira Coutinho vai a todas, Pereira Coutinho sabe o que quer. E que Pereira Coutinho quer agora depois de já não existir eleição em Macau que ele já não tenha ganho? A Assembleia da República, instituição do "parlapié" nacional, à qual o deputado de Macau concorre agora pelo partido “Nós, Cidadãos!”. Confesso que desconhecia a existência de tal partido, mas deve ser um daqueles "contra-partidos", que no fim acabam por querer a mesma coisa. O quê?


Exacto. Nem fui pesquisar sobre este tal partido que vai ter Pereira Coutinho como nº 1 e Gilberto Camacho como nº 2 para o Círculo de fora da Europa, pois tudo indica que os dois lugares em disputa vão parar ao PS ou ao PSD, e muitos serão os expatriados que votarão numa dessas cores políticas por filiação ou simplesmente por simpatia, sem conhecer sequer qualquer um dos candidatos. Eu pessoalmente penso que seria interessante ver como Pereira Coutinho encararia mais esse desafio, e no que diz respeito ao que isso poderia representar para Macau, socorro-me de uma velha máxima muitas vezes aplicável a estas circunstâncias: pior não iamos ficar.

Quem não pensa dessa forma é Arnaldo Gonçalves, aqui já muitas vezes referenciado pela sua enorme soberba e aquele ar de quem sabe alguma coisa que mais ninguém sabe (porque não interessa a ninguém, normalmente) que na edição de quinta-feira do Ponto Final diz cobras e lagartos de Coutinho, vá-se lá saber porque carga de água. Deve ser "feitio", pronto. Com o mote "Pereira Coutinho tem uma visão deturpada da política portuguesa" (o quê? pensa que é composta por gente séria e honesta?), Arnaldo Gonçalves dispara em todas as direcções, e repare-se como se refere ao eleitorado-base do presidente da ATFPM:

“é confrangedora a forma como [Pereira Coutinho] se utiliza dos sindicalizados da ATFPM para a sua agenda política em Macau e fora de Macau, como se fossem soldadinhos de chumbo”.

"Confrangedora" é a meu ver a forma como o dr. Arnaldo Gonçalves se dirige ao eleitorado de José Pereira Coutinho, e entre o qual estará muita gente das suas relações. Por esta lógica, todos os eleitores são "soldadinhos de chumbo", com a grande diferença de que estes pelo menos não ganham nem perdem nada votando em Coutinho - pelo menos este não lhes vai mais tarde ao bolso, enquanto em Portugal, é o que se vê. Mas no que da sua análise podemos tirar de nuclear, eis o que nos diz Arnaldo Gonçalves:

“O deputado tem uma enorme dificuldade em perceber que Portugal com 40 anos de democracia já evoluiu para outro tipo de intervenção política que não tem nada a ver com a postura de chefe de grupelho que o doutor Pereira Coutinho assume com os filiados da sua associação”

Aqui é que eu me ri à brava. Portugal com 40 anos de quê teve o quê? Repita, s.f.f.? Nada tem a ver com o quê? Pois olhe que para mim Portugal "evoluiu" para um sistema bipolar de fartar vilanagem, com um dos dois pólos a necessitar de um terceiro partido como "muleta", e curiosamente é a direita que anda "manca". Faz-lhes falta a douta sabedoria de Arnaldo Gonçalves, que ganharia esta eleição e qualquer outra que lhe surgisse pela frente. Isto é, se lhe apetecesse, lá está. Eu não sei é como é que em "40 anos de democracia" ainda sobram estes da escola do "respeitinho é bonito e eu gosto"...


A liga dos...antepenúltimos (sim, isso...)


Aí está, finais de Agosto e os futebóis andam a todo o gás, com a Premier League inglesa que NÃO vamos poder ver devido à TDM local ter achado os direitos de antena dos jogos "muito caros", até à Série A, passando pela Bundesliga, a La Liga espanhola e sem esquecer a Champions League, onde o Sporting e Jorge Jesus NÃO vão estar. Mas tiveram início também as divisões secundárias, e em Portugal queria dar aqui os meus "props" (é assim que se diz?) para a maltósia da Cova (da Piedade), do Real Massamá (o único "get Real" que há), os "gansos" do Casa Pia, e ainda o Grupo Sportivo de Loures, que mantêm o futebol do sul mesmo "south side", oh yeah, "merdafrucka!". 


E "props" para o nosso "main man", David Kong Cardoso, que vai esta temporada jogar precisamente no Grupo Sportivo Loures, às ordens do técnico João Sousa, por empréstimo do Mafra. O Loures foi ontem ao Vale Abraão, em Queluz, derrotar o Real Massamá por uma bola a zero, numa partida equilibrada, e onde o golo decisivo chegou a dez minutos do fim pelo suplente Nogueira, avançado de 26 anos formado nas escolas do Sporting, e que já vai no seu quarto clube, depois de regressar de três anos a jogar no Chipre. Isto tudo na Série G, sem dúvida a mais competitiva do Campeonato Nacional de Seniores! Além de Loures e Real estão lá também o Casa Pia, Sacavenense e 1º de Dezembro, que ontem goleou por 3-0 o grande favorito...


...o Sport Clube União Torreense, de Torres Vedras, que investiu bastante na sua equipa principal para esta época. O plantel inclui quatro jogadores chineses, todos jovens promessas a ser integradas nas selecções de formação do seu país, e lado a lado com jogadores guineenses e outros africanos. Deve ser um mundo de perguntas, quando se encontram no chuveiro depois de um treino ou de um jogo. Ah ah. E é ainda no Torreense que pontifica...


...Idelino Colubali, avançado da Guiné-Bissau transferido esta época do U. Leiria, e que com os seus 2,05 metros de altura será com quase toda a certeza o atleta mais alto dos campeonatos nacionais em Portugal!


E para terminar, um pulinho até ao norte, e já que falei de chineses, destaque para Yeerzati Yeerjieti,  guardião de 22 anos, natural de Xinjiang, e internacional sub-21 e sub-23 pela China. "Jiet", como é conhecido entre os colegas, chegou em 2013/2014 ao Gondomar Sport Clube, e depois da devida adaptação parece já estar dono e senhor da baliza daquele clube da área metropolitana do Porto. Esta época nas duas partidas da Série C do CNS o Gondomar saiu vencedor e o "keeper" asiático manteve as suas redes invioláveis! Um nome a seguir, o de Yeerzati Yeerjieti..."Jiet", pronto.


sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Provedor do Leitor: o idiota



Aqui estou com mais um Provedor do Leitor, rubrica predilecta da criançada, pois normalmente quer dizer que vou debitar mais uma litrada de má língua, vinda de onde já toda a gente me pergunta: "quanto fígado tens nessa tua bílis". E como tenho andado demasiado ocupado para actualizar o blogue com a habitual frequência (ainda para mais estamos em Agosto) só agora posso responder a um comentário que me foi enviado há quase uma semana, e que só no Domingo tive a oportunidade de detectar, Deus meu! Quer dizer, vosso, ou isso. Ainda por cima ou eu muito me engano, ou o tal comentário vem da parte de um pitoresco personagem que tem animado aqui a tasca neste Verão. O "post" em que aparece é "A Guarda não dorme", e nele ladra-se exactamente como vos vou mostrar aqui, agora, ao vivo e a cores:


Ora, se "vele" a pena? Tudo "vele" a pena, quando a alma não é "paquana", já dizia um Pessoa. Agora, posso não poder afirmar categoricamente que este comentário é da autoria do Nuno Miguel Oliveira, mas faço um desconto: tenho 99% de certeza que é. Porquê? Primeiro porque parece que foi escrito por uma criança em processo inicial de alfabetização - e diga-se em abono da verdade que esse processo não está a correr nada bem. Segundo porque só o Nuno Miguel Oliveira seria capaz de se defender contra-atacando, e ainda me chamando de "difamador". Que desplante! Agora levas para não seres parvo. 


Já falei disto aqui uma mão cheia de vezes, mas parece que a teimosia leva a que passe por cima do dicionário, dos códigos jurídicos, e todo o resto, porque o cavalheiro pensa que basta dizer "difamação", e eu ponho-me de joelhos a chorar, implorando por perdão, e que "ai Jesus, que não me acuse de difamação, que eu não quero ser preso". Desta vez decidi elaborar, deixar tudo muito, mas muito bem explicadinho, para que finalmente fique bem claro o que é isso da "difamação". Pode começar ali pelo dicionário, onde se lê o significado de "difamar": basicamente significa imputar em alguém actos e palavras que o possam desacreditar ou colocar em causa o seu bom nome. No caso de desconhecer o significado de "imputar", que possivelmente julga ser uma palavra feia (é mais que possível...), deixo ali na esquerda a definição. Qualquer pessoa normal, que tenha pelo menos uma noção do que estas palavras querem dizer, "difamação" implica que sejam "imputados" delitos, faltas ou responsabilidades que não são da competência de quem os vê a si atribuídos, mas neste caso...


...pela boca morre o peixe. Tudo o que fiz não foi mais do que apresentar o Rei LOL em todo o seu esplendor (não confundir com o "Rei Gob", aquele...yuck). Não fui quem disse que V. Exa. era um orgulhoso republicano às segundas, quartas e sextas, e um saudosista monárquico às terças, quintas e sábados. Se quiser por as coisas nestes termos, pode-se dizer que se "difamou" a si mesmo. Tudo o que fiz - que confesso e reitero - foi chamá-lo de "idiota" - e é preciso dizer porquê? 



Como é possível verificar, ninguém imputa nada ao cavalheiro, o cavalheiro é que se "imputa" todo, dos tornozelos até ao pescoço. Imagine que qualquer coisa deste tipo era usada como prova (outra coisa séria com que o menino gosta de brincar e acha muita graça) de que você era um tremendo idiota, um possível risco para a sociedade, e devia ser considerado inimputável? Ainda por cima de muito fraco gosto, diga-se de passagem:


Bem, não sei se alguém que me está a ler costuma frequentar o tal grupo do Facebook intitulado "Ponto de Encontro da Malta Lusófona", cujo administrador teima em chamar um "blog" (outra "prova" da idiotice, portanto), pois é capaz de ter uma opinião diferente da minha: aquela imagem ali em cima não é normal. Não é normal que se coloque ali sem qualquer tipo de comentário da parte de quem a pôs. É suposto querer dizer o quê, exactamente? É para mim, é? Uh? Aquilo é para mim?!?! - isto é apenas uma das mil e uma reacções que se pode ter deste quadro urbano tão ambíguo. Não confiava o dia do mês ou as horas ao indivíduo que apresentasse este conteúdo, e desta forma, a quem diz ele "entreter" com o seu, ahem, "discurso livre, sem censura e alheio ao politicamente correcto". Deve ser isto de que ele diz eu ter "inveja" (vem-me dizendo isto desde dez segundos depois de ter tido contacto comigo). Mas cães a chuparem as pilas e a sodomizar-me mutuamente à parte, vamos antes ao que interessa.



Isto da difamação, meu caro, não é a professora da primária a quem o menino vai fazer queixinhas quando lhe partem o lápis ou lhe borram o caderno. É uma figura jurídica que existe para proteger as pessoas, não para atacá-las porque a princesa ficou ofendida e fez um bu-bu quando lhe chamaram de tonta. Seria difamação, por exemplo, se alguém andasse a espalhar que  certo bar ou restaurante tem o "stock" fora do prazo, e é um risco para a saúde frequentar o estabelecimento, o que levaria o proprietário a ter fortes razões para defender a sua honra e seu bom nome. Ou se alguém andasse a espalhar que outro tem uma doença contagiosa. E trata-se de um crime privado, pelo que o ofendido tem que encontrar um advogado que patrocine o caso, e nenhum advogado no seu perfeito juízo ia patrocinar um caso onde um idiota se sentisse lesado "na sua honra e bom nome" por lhe terem chamado...idiota. Pelos vistos a melhor forma de aprender seria com o exemplo, não acha? E digo isto porquê? 


Tudo isto porque teima em mexer em coisas que rebentam, ardem e cortam sem saber o que está a fazer. Isto que está aqui é a difamação que o menino pediu. Repare-se nesta prosa delirante: "interesses dos portugueses em Macau são prejudicados em nome da Maçonaria, cujo cabecilha local é...". Eu nem quero terminar aquela frase, Deus me livre. Portanto de quem estamos aqui a falar, e a quem o menino imputa todas aquelas acusações? Penso que pelo perfil que descreve, não vai ser difícil deduzir-se de quem está a falar. Eu é que não estou aqui para me chatear com isso, não é problema meu, mas isto tudo era para lhe demonstrar mais uma vez que V. Exa. é efectivamente um idiota, e quanto menos estrebuchasse quando eu chamo a atenção para esse facto, melhor era para si. Capisce? Pense nisso, tenha um bom fim-de-semana, e não se esqueça que estou de olho em si. Idiota...


domingo, 23 de agosto de 2015

Odeio cachorros (alguém faça alguma coisa, por amor de Deus!)


Pronto, chega de festinhas e vira para cá a crica, ó humana. 

Como os meus caros leitores devem ter notado, uma das psicoses que mais me deixa intrigado é a dos "direitos dos animais", aquele grupo de gente transtornada que acredita que um ser vivo pode ter direitos, mesmo não sendo ele próprio capaz de racionalizar que tem direitos, porque os tem, ou porque raio devia ter - os cães não fazem a mínima ideia do que é a PETA, ou do que lhes acontece se forem abandonados e recolhidos por um canil, e mais importante, não pediram aos humanos para os usarem como pretexto para praticar o desporto preferido do Homem: o ódio. As pessoas que comparam o activismo pelos "direitos  dos animais" com a libertação dos escravos ou com a emancipação feminina, não está mais do que a perpetuar a velha cantilena de que pretos e mulheres são criaturas "inferiores", coitadinhas, e por isso há que lhes dotar de direitos, e dar-lhes coisas e não sei quê para darmos a entender que somos superiores ao resto da humanidade, essa escumalha. Ahem, imaginem vossemecês que uma pessoa com quem eu nunca falei, comuniquei por escrita, código morse ou mímica, ou possivelmente nem terei visto em carne e ossos e vice-versa...odeia-me! Odeia-me, não me deseja a morte mas considera essa eventualidade uma forma de "justiça poética", ou "karma", bloqueou-me do Facebook sem nunca termos estado na lista um do outro (deve ter sido "pelo sim, pelo não, like  I give a f*ck), e porquê? Porque não faço de dama-de-honor à procissão dessa insanidade, dessa...promiscuidade, até, que leva ao ponto de afirmar que quem come carne está a ser tão selvagem como um canibal. Enfim, uma mulherzinha histérica e infeliz; nem preciso de vos dizer quem é, pois só uma pessoa em Macau corresponde ao protótipo da psicopatia a que me refiro, que embirra com toda a gente, em suma, aqui estou eu a dizer-lhe tudo o que nunca lhe disse, pois pensei que não era necessário. Aqui fica, portanto. 


Que bonitinho...se calhar o cãozinho tem fome...ou pensa que ali é a sanita.

Gostava de poder ter pena destas pessoas, mas não consigo - não sei ladrar, nem coço o saco escrotal com os dentes, lamento muito - ou não. Não sei que desgosto pode levar alguém a desistir de pertencer ao género humano, mas se é verdade que "quem se deita com cães acorda com pulgas" (e acredito que é mesmo verdade), então agradecia que fosse mantida uma distância segura, por obséquio. Mas talvez o facto de obrigar um animal a viver em Macau já pode ser considerado um tipo de crueldade não nos deixe perceber a dimensão desta doença (sim, doença), esta estende-se à escala mundial, principalmente em países onde os supermercados transbordam de frutas e legumes, soja, cereais e produtos com glúten, que não são carne, mas deixam a barriga cheia. Deus nos livre de ter que apanhar um rato para comer, certo? E que tal ter de comer um cão ou um gato para sobreviver. Ah, não, coitado do bichinho, não é? Morre-se de fome e pronto, não se pensa mais no assunto. Sim, há um mundo de gente muito fanática fora de Macau que se dedica a esta forma de terrorismo de cu-para-o-ar, onde as balas são na forma de bitaites - não doem, mas aborrecem.


Mamã, acorda! Está na hora de irmos chafurdar nas nossas fezes!

 Estes tristes acharam que a internet seria a melhor forma de propagar a sua mensagem, não de um mundo melhor, mas de uma imensa pocilga, onde todos são felizes, copulando com as mães, filhas e irmãs. Uma maravilha. Reparem como o/a génio/a se lembrou de comparar a dor que os animais sentem com a dor dos humanos, e mais uma vez para o efeito é preciso ignorar completamente o facto de que os animais não racionalizam a dor, e nem suspeitam de que a única razão por que cá andam é para serem comidos...por nós. Exacto, senão para que outro fim se ia investir na criação destes animais. "Ah, e tal, há porcos selvagens e não sei quê". Pois há, e então, alguém chateia esses? Qual é o problema, afinal? Deixem cá ver se eu entendo a vossa lógica: portanto os criadores de suínos continuam a criar suínos, alimentando-os, protegendo-os das agressões naturais e dos predadores, e isto tudo para quê, fazer presuntos? Não! Para se fazerem mais imagens parvas como aquelas ali em cima!


Porcos pintados, felinos sorridentes, foca brutalmente chacinada...há de tudo para todos! É como a Feira Popular!

E pronto, o Facebook está repleto de merda desta. Sim, merda, o que mais se pode chamar a algo que nos diz que o ódio pode ser justificado? Foi isso que vos ensinaram na cataquese, ó caramelos e caramelas? Ensinaram-vos a amar o próximo, ou ao cão do próximo? É que mesmo que fosse uma iniciativa mais ou menos válida bastava, sei lá, meia dúzia de páginas em vez de centenas? Incrível como odiar quem odeia pode ser entendido como uma forma de justiça, e tudo num exercício de vaidade frouxo, que nem é reconhecido pelo objecto de todo este sacrifício: os cães sabem lá que vocês "lutam" pelos "direitos" deles? Porquê sacrifício? Ora, e que tal essa miserável figura que fazem ao tratar os cães como se fossem crianças, chamando-lhes "meu menino" e "meu amorzinho", dando-lhes papinha, vestindo-lhes roupinha e falando com eles, como se os bichos entendessem! Ainda se lembram como é que se chamam as pessoas que falam com animais e objectos? Isso mesmo: ma-lu-cos! Não deixou de ser assim só porque vocês se passaram para o outro lado, peço desculpa. Mas do que falam estas pessoas que partilham os seus sentimentos pelos animais, tantas vezes a roçar a bestialidade, nessas páginas e grupos no Facebook?


A raça humana "apodreceu" mesmo? Ou é só a menina que não se lava? Ai, ai...

Basicamente isto. Comentam-se notícias sobre maus tratos a animais, chora-se baba e ranho pelos bichos, e deseja-se mil vezes o mesmo mal ao autor da façanha. Portanto, gostar de animais, opor-se à crueldade e à tortura e querer o bem para todas as criaturas da Terra parece a fórmula para a paz, certo? Finalmente vamos ter paz, é isso? Ah bem, então quem se opõe ou se mostra pouco interessado É UM FDP DESUMANO E DEVE MORRER UMA MORTE LENTA E HORRÍVEL! E só depois haverá paz. O mais incrível é que estas pessoas que se dizem "da paz", e são as primeiras a opor-se à pena de morte em todas as suas formas, são também as primeiras a achar que quem abandona um cão deve ser acorrentado nu numa masmorra fria e húmida, condenado a uma eternidade a pão e água, e ocasionalmente caganitas de rato. "Eles vão pagar", "eles um dia vão ver", "já denunciei, você está f..." (sempre mentira, numa tentativa torpe de "assustar"), ou "vem cá para te meter as tripas de fora, seu grande f&%^o d* p£%a" são alguns dos mimos com que se presenteiam aqueles que não concordam com esta ideia escroque na ordem dos 110%. No fundo as pessoas odeiam, e amam odiar - precisam odiar, especialmente desde que já passaram 70 anos desde a última carnificina horrenda a escala global, e a malta anda com "fome de bola", por assim dizer. Ah, mas isto é tudo da boca para fora, claro, porque na hora de agir:


Há quem chame a isto "ajudar a tornar mundo melhor". Juro, já me disseram que é isso.

A minha favorita sem dúvida: "alguém faça alguma coisa" - eis que acidentalmente alguém cunhou o expoente máximo do niilismo, melhor que "só sei que nada sei". Temos um problema, portanto "alguém faça alguma coisa". O quê? Alguma coisa, porque "não fazer nada" é a antítese de "fazer alguma coisa", o que neste caso não adianta nada, e pior do que isso, torna quem nada faz tão culpado como que causou a situação. Agora quem ficou de rabo sentado em frente ao PC a engordar enquanto pede em tom de desespero que "alguém faça alguma coisa", fez o seu papel! Não é culpa sua se o cão for para fazer sabão: ele "fez tudo o que estava ao seu alcance". Patético. 


...e pelos vistos os cachorros "odeiam" um bocadinho, também.

E eis que surge o primeiro trabalho de investigação sério sobre este assunto: uma "contra-página", feita por alguém no Brasil (mais que uma pessoa, segundo o interlocutor), e que não fazia mais do que afirmar que não simpatizava com cães, ao mesmo tempo que publicava fotos de cães fazendo...coisas que os cães fazem? Nunca por um único instante o indivíduo ou indivíduos deram a entender que maltratavam animais, que aprovavam maus tratos a animais, ou publicaram uma única imagem de cães mortos, feridos, mutilados ou em qualquer situação que possa ser remotamente considerada "desconforto", quanto mais crueldade. Mas claro que isso não chega para os defensores desta descabida causa:


Quanto mais ladras, mais gosto de ti  - e mais comentários a página tem!

Logo que a página surgiu, no dia 3 de Agosto, aparece logo uma tal Rosa Furtado Sucena, que deve ser a MIB destas páginas, que são para todos os efeitos consideradas "spam". É engraçado como vem apelar a que outros não façam aquilo que ela própria fez (comentar) e aquilo que está mortinha para fazer (insultar o autor e ameaçá-lo de morte). Sabendo-se o que a casa gasta, é lógico que poucas horas depois a página tinha centenas de comentários odiosos, como neste caso, por exemplo:


Feio desse jeito, tens que pagar para "ir às cadelas", parceiro...

Para começar, não se passa nada de errado com este cão, que é apenas "feio" - isto para quem entende de estética quadrúpede. Este é um dos candidatos ao concurso do "Cão mais feio", um bom exemplo  de uma idiotice a que esta gente submete os bichos, Acho que esta fantochada devia ser considerada crueldade, isso sim - qual é a diferença entre isto e o circo, em termos de valor cultural ou de bom gosto? O autor usa a imagem, que repito, não representa um cão em agonia para dizer que "odeia quando os cachorrinhos ladram de noite, atrapalhando o seu sono". Ora aqui está uma afirmação de todo completamente personalizada, os cães ladram, o gajo não dorme, fim da história. Achando que estava a contribuir para o bem geral, uma tal Viviane Teixeira apresenta uma sugestão para o problema, e não faz a coisa por menos: que o tipo dê um tiro na cabeça. Este é um caso onde é evidente a boçalidade, o baixo nível e a iliteracia deste tipo de pessoas que defende este tipo de causas. Desconfio que "amar os animais" é a única coisa tida pelo geral como "positiva" que esta gente sabe fazer, e nem precisa para isso de grande esforço: basta dizer, e como que para "selar" a informação, insulta toda a gente que não comunga desse sentimento. Palmas.


Ai Jesus meu Deus! Alguém faça alguma coisa!!!

Mais uma entrada onde o autor desta página evidencia um brilhante jogo de cintura. Um idiota qualquer mascarou um cão (!) de tarântula, e aqui sim, é patente algum que o animal não se sente propriamente confortável naqueles trejeitos. O autor usa a imagem e aproveita para inventar uma história qualquer sem pés nem cabeça, de que esta era uma "espécie mutante de cães", que "só existe na Escandinávia", mas que mesmo assim "causou muitas mortes". Não vou ao ponto de dizer que alguém "acreditou", mas reparem como a Sofia Perez fez questão de deixar claro que "tem cinco cães, e nunca foi mordida". Isto deve ser para nos explicar que há cães que mordem e outros que se abstêm de o fazer, e em ambas as valências ninguém sabe explicar porquê - nem os próprios cães, quanto mais. Obrigado, Sofia, e vá tomar banho que essa "comichão" toda deve ser causada pela "intimidade" que tem com os seus "amores". 


Já? Mas ainda agora tinha começado a gostar...

Que era tudo uma brincadeira qualquer pessoa com o mínimo de senso tinha entendido desde o início, pelo que se excluem os defensores dos "direitos" dos animais, lá está. Mesmo assim o autor da página vem esclarecer isso mesmo no dia 9, apenas cinco dias depois de a ter iniciado (devia estar cansado de responder a comentários-ameaça), explicando que foi inspirado por uma outra que fazia mais ou menos a mesmo coisa com os cultos protestantes. Se por acaso há um paralelo que se pode aqui estabelecer, é entre estes dois tipos de fanatismo, o religioso e o "animalesco". Até consegui um bom exemplo e tudo, vejam lá se é ou não é assim?


Bíblia e animais: um outro tipo de "altar".

É um facto que na Bíblia os animais são em geral mal-tratados, ou raramente aparecem noutra forma que não como ameaça, alimento ou o objecto de sacrifício. Pelo menos neste aspecto o livro sagrado consegue ser até bem progressista em comparação com a nossa era: trata as pessoas como pessoas, e os animais como animais, como convém. Mas atenção que a Bíblia não é para aqui chamada, porque...


Não se preocupe, querida, que Deus todo misericordioso manda um raio que parte o cara ao meio!

...porque dá choque? Pelo menos é o que parece querer dizer a Ana Clara Ribeiro Sousa, que achou melhor levar a discussão para o território do místico e do sobrenatural. Reparem como no fim surge uma tal Alana Suematsu, que em jeito de garantia diz a Ana Clara que o tipo que não fez absolutamente nada de errado, quer aos olhos da lei, quer da moral, "pagará pelos seus actos no julgamento final". Suponho que aqui não estarão a falar do Tribunal Superior de Justiça, que tem mais que fazer o que tratar de gente parva, mas não deixa de ser curioso que este Deus a que apelam agora é o tal que na referida Bíblia requer mais que uma vez que se esfolem cordeirinhos inocentes "em Seu nome". Uma daquelas contradições em termos que o autor da página parece saber usar para sua recreação. E vejam só como ele se diverte:


Será ele o "chefe" dos outros três, de quem "até os peidos cheiram bem"?

Não há como negar: o cabrão tem razão. Os cães não só têm contacto íntimo com os ânus uns dos outros (além do próprio escroto, que coçam os dentes, como eu já referi) como ainda bebem água do sanitário e da sarjeta, lambem um cagalhão quando sentem a boca "muito doce", sei lá, metem a boca em tudo o que é sítio. Isto não inibe os seus donos mais "ousados" (e porcos) de enfiar a sua língua lá dentro, o que segundo eles é uma "demonstração de afecto" para com "o melhor amigo do Homem". Ahem. Mas curiosamente esta temática deu o mote para um discussão no mínimo original:


E as coisas que podemos ficar a saber sobre pessoas que não conhecemos de lado nenhum...Por exemplo, sabia que a Lucia Garcia (comentário assinalado com o nº 1) anda com tanta fomeca, que nem homens, nem cães nem nada ela anda a conseguir abocanhar? Em 2) vemos Gieiziane Oliveira - certamente uma badalhoca do piorio - a tentar insultar o autor da página, acabando no fim apenas por demonstrar que é uma pessoa sem nível. Contudo é ela quem dá o mote para em 3) Elisabete Oliveira (serão parentes?) recordar quantas vezes somos capazes de ter dado um chocho para cumprimentar alguém conhecido, depois deste ou desta terem acabado de executar um imperial fellatio, ou um cunnilingus épico, que figurará nos orais e anais da História, tudo sem lavar a boca - e nem atrevo a considerar a possibilidade de bukkake. Mas em 4) Maria Clara Rodrigues diz que "é para a desgraça", e que "não vai morrer" por ter enfiado a língua do cão na boca (a porca). Pois, lá morrer não morre, mas olhe, a menina já experimentou comer merda? Pode ser que goste, e der por onde der, "não morre". Seguem-se dois comentários idiotas em 5) e 6), com Martones Madison a concluir em 7), questionando-se se as senhoras dos comentários anteriores "são muçulmanas". O quê??? É preciso ser muçulmano para achar nojento fazer linguados a cães? Tenham dó.

Isto, recorde-se, tudo depois do autor ter anunciado que tudo não passa de uma brincadeira, e de que nada tem contra animais, censura os maus tratos, etc. etc. Mas nada disto é suficiente para estes fanáticos psicopatas, para quem o mais importante é odiar quem odeia animais, ou odiar quem odeia os que os odeiam, enfim, um mensagem de paz, amor e liberdade. E para quando podem ser abatidos, já agora?


sábado, 22 de agosto de 2015

Repórter Globo: Peníscola na Espanha



Gostava em primeiro lugar de saudar os meus amigos espanhóis (oiga, Curro!), pois é a eles que volto hoje, mesmo que não seja pelas melhores razões, infelizmente. Ou pelas melhores para alguns, ou neste caso "algumas", não sei, e até para alguns...bem, é confuso, pois o que acontece é o seguinte: na Espanha há Peníscola. Pronto, já disse. P-e-n-í-s-c-o-l-a. E o que tem isto de especial, perguntam-me agora vossemecês? Ora essa, para quem exulta com localidades com o nome de "Coina" e "Picha", e ri-se à fartazana quando aprende que "pilhas" (baterias de alguns electrodomésticos) em espanhol de diz "pilas", esta Peníscola foi feita à medida. Sim, porque há mais do que uma simples Peníscola nesta história; há um enredo de traição, de decepção, de sexo, drogas e rock'n'roll. Bem vindos à Peníscola.


Portanto situemos a Peníscola, que fica à beira do mar Mediterrâneo, mais precisamente na Comunidade Autónoma de Valência, província de Castellón - mas geograficamente isto tem muito que se lhe diga, e já lá vamos. Peníscola foi fundada pelos fenícios e o seu nome é uma derivação local de...Península. Que diabo, como é que esta gente, os "peniscolanos" (delirante) foram transformar "península" numa coisa destas? Por acaso a primeira coisa que pensei quando ouvi falar na "peníscola" foi isto:


Pois, de facto podia ser pior. Mas devo ser eu que tenho os pensamentos turvos a atirar para o ordinário e para o vulgar, pois quem vai à Peníscola repete! E porquê?


Aqui temos um primeiro olhar sobre a Peníscola, e logo notamos lá em cima um castelo! Eu adoro castelos. Ou será "castéis"? Bom, não interessa, vamos antes olhar para o célebre castelo da Peníscola.

Pronto, dizem que quem viu um posição fortificada viu todas, mas "a mi me encanta" os "castéis", pá, pronto, é feitio, e isso. Ainda não perdi a esperança de encontrar o castelo dos meus sonhos, onde  possa encontrar um esqueleto acorrentado numa masmorra. Este castelo da Peníscola foi construído no século XIII pelos cavaleiros da ordem dos Templários, e foi ali que entre 1415 e 1423 residiu Pedro Martínez de Luna y Pérez de Gotor (olé!), mais conhecido por Papa Bento XIII, ou o "anti-Papa", assim chamado por fazer planos de trazer a sede da Igreja Católica para Avinhão, em França - em suma, uma bagunça, que mesmo assim...


...os peniscolenses assinalam todos os anos, com festa brava em 2011, ano em que se assinalou o sexto centenário do cisma. Mas e que mais tem Peñiscola de interesse além de "Papa Luna"?


Vinho por exemplo, uma vez que Peñiscola é ponto de passagem da rota vinícola valenciana, e para quem não gosta de se enfrascar em vinhaça...


Há um festival de cinema, outro de "jazz", além de todos os outros pontos de interesse culturais, e como se tudo isto não chegasse...


...há a paisagem magnífica com um clima espectacular, as praias a perder de vida, o mar azul, e tal como no resto da Espanha, come-se bem, e aqui ainda mais, com o Mediterrâneo ali mesmo à mão, mas...Peniscola? Penis? Cola?


Aqui está o problema: em Peñíscola um tal Pedro de Luna, residente na Urbanização Penisol, vai buscar a Carabela, e pelas Rodas do Carro (de automóvel, portanto) vão até a Urbanização Parajes Roquettes, e é aí que o Pedro pega na Carabela e dá Lloma Bella f.... Entenderam? Ou ainda...



...quem vai querer ficar na Urbanização Penismar??? Está bem que é mesmo à beira do mar, mas...penis? Penis Mar? O que acontece a quem entrar na água? Mas que tropa fandanga é esta com tantos "penis" à mistura? E que apartamento "acuasol" é aquele? 

Peñiscola...um paraíso com um nome infeliz. Para visitar, e o melhor é depois não contar.

domingo, 16 de agosto de 2015

Receita mal aviada



Na terça-feira passada rebentou a "bomba": o Macau Hoje noticiava que uma médica de Macau de ascendência portuguesa havia sido recusada pelos Serviços de Saúde de Macau (SS) por "motivos obscuros", e que já tinha recorrido aos tribunais da RAEM, onde aparentemente o processo decorre. Inicialmente não foi dado muito mais a saber a não ser que em causa estaria um exame e uma série de equívocos que parecem ter deixado muitos egos "tocados". O que cá que fora se especulou foi que a razão da não-admissão da médica em questão teria a ver com motivos relacionados com a componente étnica da candidata, o que foi motivo mais que suficiente para se soltar a lebre da xenofobia, do ressentimento, do trauma colonial, blá, blá, blá, blá, palha, palha, palha, palha. Será que nem este calor tira a vontade a esta gente de fazer uma peixeirada destas? E calma aí com as pedras, apaguem a pira inquisitorial, pois não me refiro a V. Exas., cuja mola da indignação fez imediatamente soltar a tampa:


Estes são apenas alguns dos comentários deixados na página electrónica do HM, onde se vão buscar argumentos escabrosos, com teorias da conspiração à mistura. O de cima fala de como uns são bonzinhos porque deixam fazer, os outros "taossekagando" e não deixam nada, e o melhor é a médica "voltar a Portugal onde o seu mérito é reconhecido" - uma boa pergunta seria o que a levou a vir bater a esta porta em primeiro lugar, ainda mais sabendo o que a casa gasta. Quanto a essa do país "reconhecer méritos", só pode ser uma piada, e este Fernando Graça (lá está...) dever ser o Patch Adams português, ou algo que lhe valha. Eu até me ria, mas não estou quase a morrer, portanto peço desculpa. . O comentário de baixo fala de como isto é uma chatice, precisar urgentemente de médicos, com a carência que se sabe, e aparecer aí um "a dar a sopa" e ainda se fazerem de finórios. Ora lá pode isto ser, meus senhores? Depois toca na ferida, mas por não devia tocar: a questão da legalidade. Não sei se estou a interpretar mal, mas sr. Manuel Pinto Almeida sugere portanto que se admita a médica "porque sim", e que se meta na rua os tipos que lhe "pisaram a cauda", é isso? Mas do que é "certo e errado", falamos depois, primeiro o que "é legal".

Pois, é um bocado deprimente, eu sei. Mas no fundo o que esperar de quem opta por um logótipo que  só podia ser de cor vermelha, mas por causa das cores da bandeira da RAEM é...verde? La, la, la, um coração verde, la, la, la, sangue verde, la, la, la, deve ser vegetariano, la, la, la, mas ao mesmo tempo parece que vemos quatro pessoas juntas em círculo formando uma cruz branca, todas vestidas de verde, la, la, la. Pronto vou dispensar a piada que tinha sobre aquela associação humanitária de ajuda médica que foi vencedora do primeiro Nobel da Paz do pós-guerra, em 1945, a Cruz VERDE internacional. E a outra, que se eu fosse suíço e ecológico ia adorar o logo. Ou ainda de como o pessoal médico, quer no hospital público, quer no "negócio de família e amigos" com sede na Estrada do Repouso, devia usar bata verde - para evitar qualquer confusão, entenda-se. Sim senhor, isto tudo para dizer que sim senhor, os SSM são um bocadinho a atirar para o desleixado e incompetente (para ser simpático), mas quem o roto que diz a este nu "porque não te vestes tu". Não deve existir um único serviço público imaculado na RAEM, e estes só dão mais nas vistas porque quando erram as pessoas morrem. Sim, a sério, morrem, falecem, batem a bota, dão o traque final, etc. E quando se morre há sempre muita gente que fica pior que estragada, e tudo porque é impossível remediar o mal ou atenuar a angústia causada por uma eventual fatalidade que podia ser evitada, os SSM são isso tudo e muito mais, estamos carecas de saber. A propósito, pareceu-me que esta notícia teve muito maior eco do que outras falhas dos responsáveis da saúde, como quando morre um bebé, por exemplo. Não me levem a mal, eu só acho é que um bebé morto é muito mais trágico do que patetices que vão atirar para os "ressentimentos coloniais" e quejandos, coisas que não ajudam nada, antes pelo contrário, e no fim é tudo da boca para fora  - em suma: hipocrisia. As pessoas que se degladiam nestas questínculas da treta teriam mais a ganhar praticando entre eles a cúpula. Isso mesmo, leram bem: em vez de atirar com um "estes não gostam dos outros", e "ninguém gosta de nós", despiam-se e tinha relações sexuais uns com os outros, e iam ver como era muito mais divertido (as modalidades ficam ao critério do gosto de cada um). Posto isto...


Aí está: quase uma semana depois de terem escrito o "Mein Kempf" em versão adaptada aos médicos portugueses e macaenses, eis que os SSM respondem ao caso da semana anterior, e afinal parece que já não é necessário pegar no lança-chamas e praticar genocídio "em legítima defesa", pois não? Estes tipos só podem ser mesmo sádicos e sacanas, e do piorio. Então deixa-se o tribunal popular dar a sentença, que foi xenofobia, e tal, e só depois é que se diz alguma coisa? Pior: esclarece-se a coisa!  Ainda por cima o próprio Alexis Tam secretário da tutela, ficou tão preocupado com o caso que garantiu ir pessoalmente ver o que se passa! Agora pode tudo não ter passado de mais uma das suas fúrias do açúcar, afinal. Pois, afinal parece assim como a tal médica teve "a ideia pioneira de vir trabalhar em Macau" (ahem, o desfasamento...), também os SSM seriam para muitos pioneiros na função de deixar trabalhar lá quem quiser com o pretexto de que está qualificada para o fazer. Não, não me interpretem mal, mas ou foi do "barulho das luzes", ou na notícia da semana passada a médica começa com qualquer coisa deste género:


E como podemos ver, a valorosa rapariga foi estudar medicina com os interesses da RAEM em perspectiva, sim senhor, ganha uma medalha. Resta saber é se os SSM tiveram conhecimento desse facto, e em caso afirmativo porque não lhe reservaram logo a vaga, assim que terminasse a sua formação. E por isso achou estranho, que dissessem que precisavam e iam contratar, e ela a oferecer os seus serviços, qual fruto caído da macieira direitinho em cima da cachola de Newton, e os tipos, prrrr...cortam-se. Era só garganta afinal - tribunal com eles todos, porra! Eu não entendo letra de médico, confesso, mas há por aí algum que tenha passado esta receita, por acaso? Uma médica com 13 anos de formação fala disto que se tivesse acabado de recolher da montra de uma boutique o cartaz onde se lê "balconista precisa-se", e fica logo contratada? Eu quando li a notícia fiquei um bocado ofuscado com tanto desplante, de como quem detém o monopólio da aspirina durante uma epidemia de dor-de-cabeça. Afinal parece que a questão é "inter-pares", pois os SSM vêem agora dizer que afinal não estavam a contratar ninguém, e parece que afinal as coisas não eram tão claras assim, e há requisitos, papelada para preencher, reuniões e o camano, e é assim que funciona: bem vindos ao mundo da administração pública - isto para quem pensa que ainda não chegámos à Madeira e um dia é possível exigir um emprego bastando para tal provar que se está habilitado a fazê-lo. Olha se os advogados em Portugal se lembram desta? 

O meu problema com isto, se ainda não o detectaram é muito simples e basta reler a notícia do dia 11 agora, sabendo o que se sabe, e nota-se um forte choque de egos, com uns a exigirem o tratamento que lhes é dado em casa (mais ou menos isso, se pensarem um bocadinho encaixam esta no enredo de uma forma ou outra). A certo ponto a médica fala de que olhavam para ela com "cara de gozo", durante a tal prova em que foi reprovada, o que ficámos também a saber ser "impossível", uma vez que a candidata "tinha uma média de 19,6 valores em Coimbra", o que é como ter um...qual é mesmo a mão mais alta num jogo de "poker"? O resto, se uns admitem assim aqui e outros admitem assado acoli, isso é lá entre os médicos, não nos diz respeito, comuns mortais que somos. Finalmente o grande mistério prende-se com o facto da médica ter pedido o anonimato. A sério, para quê, se os SSM saberão sempre de quem se trata? É para se proteger de nós, durante de um acesso de ódio a médicos? Será isto ódio..."profissional", paralelo ao "racial"? Portanto ela está no seu direito quando quer salvaguardar a identidade, e eu não estarei no meu quando prefiro não acreditar fielmente numa história contada por quem eu não conheço de parte alguma? Já estou é imaginar muita coisa, e deve ser força do hábito. Vejam lá que até imaginam "apartheids" à pala de uma questão que tem ar de ser nada mais do que pessoal. Agora os tribunais que os aturem. Mais papéis, menos receitas médicas.

Aos filhos o El Dorado


Quando vemos esta imagem de Macau, o que nos ocorre logo à ideia é que se está a dar qualquer coisa. Um cupão de 10 patacas valendo um hamburguer do McDonald's? Um jornal grátis de apenas 6 páginas composto quase inteiramente por anúncios? Ou quem sabe se estes idosos estão na fila para adquirir alguma edição comemorativa de selos ou moedas, e já ali estão desde as três da matina, incluindo aqueles que não querem selos nem moedas nenhumas mas vão vendendo o lugar a outros que chegam quando a fila já chega a dar duas voltas ao quarteirão? Não, desta vez é aquela associação que pede a "Reunificação das famílias", ou seja, que os filhos das residentes que nasceram na China possam vir para Macau viver de subsídios, uma vez que são pouco escolarizados, e de um modo geral já não têm idade para receber formação - e nem é essa a ideia, aparentemente. Esta associação manifesta-se amiúde, e de um modo geral pacificamente, sendo participação regular nas manifestações do 1 de Maio, e especialmente do 20 de Dezembro, mas na última quarta-feira fizeram chinfrim à porta da Assembleia Legislativa, onde era esperado Chui Sai On, Chefe do Executivo. Apesar da aparência frágil e inofensiva, estas velhotas são raçudas, vão à luta e principalmente "fazem-se ao penalty", podendo representar na perfeição um ataque de apoplexia, caso em jogo estejam 200 ou patacas, ou melhor ainda, uma quinhentola - por essa elas até entram em comatose. Como se recordam ainda há um ano Chui Sai On mal podia sair de casa, e um simples latido de caniche a vinte metros de onde passasse era suficiente para que seis guarda-costas sacassem logo da arma, e talvez ainda tenha algumas feridas, daí que foi a polícia, e não ele quem recebeu as mães dos filhos, que sonham vir para a terra dos filhos-da-mãe.


Pois é, o tempo não estava para passeatas, mas elas ali estavam: as mães da invenção, dispostas a vender cara a derrota caso não lhes fosse permitido ter uma conversinha com o CE. Noutras acções do género estas idosas chegam a fingir desfalecer (depois de se certificarem que alguém as segura, claro), e não há petição que vão entregar no Palácio do Governo que não tenha uma delas a entrar em transe, enquanto diz que "não quer continuar a viver se o filho não se juntar com ela em Macau" - por "filho" aqui entenda-se um marmanjão de 30 ou 40 anos, muito possivelmente desempregado e com a quarta classe como habilitações literárias. Ninguém a impede que vá em frente com o suicídio - afinal ninguém a está obrigar a nada - ou porque não vai ter com o filho na China, se são tantas as saudades? Mas isso é demasiado fácil para uma questão que é muuuuuuuiiitto complexa, como já vamos perceber.


Aqui a algazarra terminou com três pessoas a serem assistidas no hospital, e aposto que em duas até teve qualquer coisa a ver com o ácido úrico ou com hipertensão. A terceira, este velhote na imagem, estaria provavelmente aborrecido, mas não queria ir a pé para casa e pediu boleia à ambulância dos Bombeiros. Por muitos males que possam apontar aos agentes da autoridade, antes ainda pensam dez vezes antes de arrear num idoso ou numa idosa, prevalecendo quer o bom senso, quer o respeito pelo anciões. Mas os velhotes não perdoam, e basta que a polícia lhes dirija a palavra num tom mais alto  para se queixarem de "brutalidade" -  mesmo que em muitos casos os velhos se façam de surdos. 


Esta é Lei Iok Lan, líder desta tropa fandanga, que na sexta-feira deu uma conferência de imprensa a explicar que a manifestação era inicialmente "pacífica". Sim, não sei era necessário convocar um batalhão para deter uma mole de múmias ululantes, mas tudo bem, nunca questiono situações relacionadas com a segurança, e correram rumores de que alguns idosos abusaram do "pa fa iao" nesse dia (isso explica as máscaras dos bombeiros). Lei diz que foi detida "injustamente", e mostrou nódoas negras nos braços, alegando que a polícia "usou força sobre ela", e de seguida pediu "respeito pelos cabelos brancos". Ora aí está, se estavam à procura de uma vantagem em se ser velho: podem-se comportar como uns autênticos selvagens, ou ser tão rudes e chatos, como quem está mesmo a pedir um par de selos na testa, e nada acontece! 


Esta senhora diz que tem dois filhos - daí o gesto faz na imagem - "que estão na China", e mais uma filha em Macau. Só que "a filha não quer saber dela", segundo a própria idosa, e por isso a sua vida "é muito miserável". Ah...Esta razão para querer cá os filhos era um espectáculo, caso a filha da senhora fosse mesmo uma má criatura, e pelo menos um dos filhos fosse um enfermeiro registado. Mas afinal para que querem estas "cotas" trazer para cá os filhos, que já não encontram igualmente na flor da vida? 


Quem nos explica com sinceridade o principal motivo de todas estas saudades é esta senhora, aqui com, e segundo a própria, "a filha da sua filha" ao colo. E onde está a mãe da criancinha? Na China, claro, e não pode estar cá, buh uh - esta até chorava lágrimas de verdade, imaginem! Enquanto fica por explicar se o bebé foi raptado, ou até que ponto tem alguma relação familiar ou outra qualquer com esta senhora, ela dá-nos pistas sobre as razões de toda esta peixeirada; quando lhe perguntam o que responde às pessoas que lhe perguntam porque não se vai reunir com os filhos na China, dá-lhe um ataque de sinceridade: "Eu já vim para cá há mais de 30 anos, porque devia voltar para o continente? Toda a gente quer vir para Macau, pois aqui é que há dinheiro". Na mouche, apesar de ser evidente que esta senhora está muito desactualizada em relação à China - alguns destes "filhos da mãe" conduzem Ferraris, lá no continente!


Já esta outra senhora aparentada de mandril, vem dizer que "não há maneira de fazerem chegar as suas preocupações ao CE", e não sei que mais. Bem, este "problema" da reunião das famílias é uma daquelas "chinesices" onde todos ralham e ninguém tem razão. Estas senhoras, naturais do continente, foram mães relativamente jovens,  e os filhos ainda eram pequenos quando vieram para Macau trabalhar durante os bons velhos tempos da indústria do vestuário, e outra actividade fabril onde em Macau não existia mão-de-obra para responder à procura. Depois de sete anos a trabalhar legalmente no território, as operárias obtiveram o título de residente, e querem agora (e este "agora" já são uns bons 20 anos) que os filhos de juntem a elas, e igualmente como residentes de Macau. As duas únicas certezas que  temos são que não virão para cá trabalhar em nenhuma fábrica, e de que o Governo de Macau não tem nada a ver com o assunto - a vinda ou não dos filhos das residentes depende da autorização de Pequim. E de vez em quando lá tem o executivo de fazer de ama-seca, num filme com um guião muito mal escrito, e ainda pior representado.