sábado, 31 de outubro de 2009

Leituras


- No Hoje Macau Pinto Fernandes fala de uma "silly season" de Outono (bem, eu não me queixo...), em Evidente falta de assunto.

- O Crepúsculo dos ídolos, coluna da responsabilidade de Arnaldo Gonçalves, faz uma análise sobre as escolhas do primeiro-ministro José Socrates para o segundo governo, em O segundo governo de Sócrates.

- O JTM está de parabéns. O diário comemora agora o seu 27º aniversário, e a esse propósito o seu director José Rocha Dinis assina hoje um editorial. Para quem não conhecia, fica aqui também o Estatuto Editorial do JTM.

- Também no JTM, Sérgio Terra fala da primeira sessão do plenário da nova Assembleia Legislativa, em Talvez no seja mais do mesmo...

- No Ponto Final também se fala da primeira sessão do plenário, em Naquela casa ninguém se entende. Um trabalho da jornalista Isabel Castro.

- Ainda no Ponto Final, conheça a resposta da CTM às acusações de alegada censura, a propósito de uma notícia do do South China Morning Post, em CTM não faz censura.

- N'O Clarim, jornal da Igreja Católica de Macau, António Robarts fala d'O papel hilariante dos agentes policiais.

- Também n'O Clarim, Luís Barreira fala de Homossexuais! Preconceitos e algo mais....

- Este mês de Outubro foi muito produtivo no Bairro do Oriente: 200 posts, 10.357 visitas (mais uma que em Setembro), e muitos, muitos comentários e discussões de interesse. Obrigado aos leitores e espero que gostem do que tenho guardado para Novembro.

Bom fim-de-semana!

Escravatura moderna


Sri Harini tem sobrevivido nos últimos seis meses com 200 dólares de HK por mês, depois de uma agência de emprego lhe ter cobrado trinta vezes mais o que a lei permite. Mais do que isso, a empregada indonésia tem sido também sujeita a abusos físicos. Harini, de 22 anos, foi obrigada a fazer um empréstimo de 10,800 HKD para pagar uma "despesa de colocação" quando chegou a Hong Kong à seis meses. Os pagamentos do empréstimo têm sido descontados do seu vencimento de 3580 HKD. Ninguém avisou Harini de que a taxa está muito acima do que é legalmente permitido, que é apenas 10% do seu vencimento, ou seja, 358 HKD. Trabalhou para dois empregadores. O segundo agrediu-a por ter feitos pequenos erros, ou por não conseguir encontrar qualquer coisa que ele pedia. Tem nódoas negras visíveis nos braços. Está actualmente desempregada. Harini é uma das muitas mulheres que têm pedido ajuda à Hong Kong Coalition of Indonesian Migrant Workers Organization, uma organização que seguiu o ano passado 1289 empregadas domésticas indonésias e descobriu que 31% delas eram pagas menos que o salário mínimo. Três em cada cinco têm os seus documentos na posse dos empregadores ou das agências que as contrataram. Apenas 1,6% dizem receber perto de 5 mil dólares de Hong Kong mensais - são as que tiveram sorte. A maioria, 73%, diz ter pago entre 20 e 25 mil dólares às agências de emprego, 70 vezes mais que o limite legal. Segundo o deputado Lee Cheuk-yan, "é a falta de cooperação entre os governos indonésio e de Hong Kong que permite esta exploração sistemática". O Labour Department, o equivalente à nossa DSAL, tem o dever de inspecionar estas situações. Contudo, este orgão governamental recebeu apenas 42 queixas este ano, e puniu duas destas agências, cassando-lhes as licenças. Muitas outras passam incólumes. São situações de desespero, da vida real, que muitos de nós não consegue nem imaginar. Verdadeiros exemplos de escravatura moderna.

Volta à China


PEQUIM - A ausência do popular apresentador de televisãio Ma Bin de um programa de televisão da CCTV está a causar polémica, e suspeita-se que esteja suspenso. Foram divulgadas este mês na internet fotografias de Ma parcialmente nu deitado numa cama, enquanto outras fontes alegam que a razão da suspensão se deve ao facto do apresentador ter dito um palavrão durante o programa no dia 13 de Outubro.

LIAONING – A polícia de Shenyang oferece uma recompensa de 100 mil yuan por informações que levem à captura de uma família que obteve 70 milhões através de esquemas de angariação de fundos fraudulentos. Os suspeitos são uma família de três (pai, mãe e filha) e encontram-se fugidos das autoridades há três anos. Foram vistos pela última vez em Guangxi o ano passado.

XANGAI – O governo municipal está a levar a cabo uma proibição para evitar que os cidadãos de Xangai saiam à rua de pijama, com vista à Expo 2010, que se realiza na capital económica chinesa. Uma pesquisa rcente indica de 7,5 milhões de xangainenses saem “ocasionalmente” à rua de pijamas, para comprar o jornal, o pão, ou deitar fora o lixo. Muitos protestam contra a proibição, mas o conselho municipal considera esta prática “pouco civilizada”.

JIANGSU – Um homem casado do districto de Pei foi condenado a seis anos de prisão suspensos por dois anos depois de ter sequestrado uma massagista. Zhou Yanwei, 24 anos, levou a jovem de um restaurante onde esta se encontrava a lamoçar, e obrigou-a a ir com ele a um salão de fotografias de noiva, de onde a mulher conseguiu escapar e alertar as autoridades.

HUNAN – Dezenas de residentes saíram à rua no districto de Dao para festejar a demissão do secretário do Partido Comunista local, Yi Guangming. Yi foi colocado num regime disciplinar chamado shuanggui devido a irregularidades, mas o núcleo do Partido em Hunan absteve-se de providenciar mais detalhes sobre o assunto.

HUBEI – Um segurança da Universidade de tecnologia de Wuhan foi detido depois de ter obtido 90 mil yuan de um estudante a quem garantiu colocar colocação naquela instituição de ensino. O guarda mentiu ao estudante, dizendo-lhe que era licenciado, e que tinha “contactos próximos” na direcção da universidade, mas precisava de dinheiro.

SHAANXI – O director do Bureau do Controlo de Qualidade e Supervisão Técnica em Xian, Deng Zhengsheng, foi demitido depois de se ter envolvido num caso amoroso com uma das suas subordinadas. O caso foi descoberto depois da mulher ter deixado uma nota de suicídio, mas depois desistiu de se matar.

GUANGDONG – Um oficial publicou uma colecção de livros em dez volumes sobre educação sexual. Zhang Feng publicou a série “Irmão Feng fala de sexo” onde aborda temas como as posições sexuais, sado-masoquismo ou sexo dentro de automóveis, tudo temas ainda considerados tabú na China.

GUANGDONG – Um jovem de 15 anos encontra-se em estado de coma depois de ter sido atacado por quatro bullies na sua escola, na última quarta-feira. O jovem vinha sendo vítima de assédio por parte dos bullies há mais de um ano. Suspeita-se que o jovem era assediado por ser filho de trabalhadores migrantes.

HAINAN – O governo de Wanning apelou à população que procurem e capturem 18 crocodilos que se encontram à solta pela cidade. Quarenta e seis crocodilos escaparam de uma quinta em Changfeng no último dia 21.

Belenenses "empata" Dragão


O FC Porto perdeu ontem à noite os primeiros pontos em casa esta época ao empatar frente ao Belenenses no Estádio do Dragãos. Os azuis do Restelo chegaram mesmo a adiantar-se no marcador por intermédio de Lima, já na segunda parte, mas o avançado argentino Ernesto Farías evitou um mal maior para os pupilos de Jesualdo Ferreira, marcando o golo do empate aos 63 minutos. Com este resultado o Porto pode ficar a cinco pontos de Braga ou Benfica, que se encontram hoje na capital minhota.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Vacina do mal


Não queria contribuir aqui para uma certa paranóia a que se tem assisitido baseada em factos não comprovados, de que as vacinas para a gripe são "más", mas eis um episódio que dá que pensar. Desiree Jennings era uma cheerleader normal, de 25 anos, embaixadora dos Washington Redskins, atleta e ávida corredora, que treinava para a maratona. Em Agosto comprou uma vacina contra a gripe numa farmácia local, e dez dias depois de a tomar ficou doente. O seu estado de saúde piorou desde então, e Desiree tem agora dificuldades em andar, falar, e até comer. A causa é uma doença neurológica chamada distonia, e suspeita tratar-se de uma raríssima reacção à vacina contra a gripe. O efeito é irreversível. Vejam o vídeo, realmente impressionante.

Os blogues dos outros


Existe um curioso cartaz publicitário num conhecido café da cidade que consegue juntar um escritório de advogados, o Cristiano Ronaldo, uma bica e um pastel de nata.

El Comandante, Hotel Macau

No bairro da Torre, em Cascais, ao início da tarde, Pedro e Carlos Marques, de 54 e 51 anos, residentes na zona da Malveira, realizavam trabalhos de jardinagem num condomínio fechado na Rua dos Castanheiros, quando um indivíduo, vestido com um camuflado e botas militares, com cerca de 30 anos, os abordou. O homem, que alegadamente sofre de perturbações mentais e que é conhecido na zona por alguns moradores, “implicou com os dois irmãos por estes terem a carrinha mal estacionada e pela localização de um escadote”, disse ao 'Público' um amigo da família. As queixas terão originado uma troca de palavras e pouco depois o indivíduo esfaqueava mortalmente um dos irmãos na zona da cabeça. Ao tentar socorrer o irmão, a outra vítima foi esfaqueada no peito. Ainda foi transportada com vida para o Hospital de Cascais, mas não sobreviveu aos ferimentos. Após o crime, o suspeito fugiu do local. Foi detido pela PSP a várias centenas de metros da Rua dos Castanheiros e entregue à Polícia Judiciária, que está a investigar o caso. O indivíduo foi presente a um juiz do Tribunal de Cascais. Ao 'Público', o amigo de Pedro e Carlos Marques disse que a família dos dois irmãos “está em estado de choque” e que lamenta as declarações da presidente da Associação de Moradores do Bairro da Torre. À agência Lusa Maria José afirmou que o crime ocorreu “no seguimento de rixas antigas sobre mulheres e deve ter sido um ajuste de contas”. A família nega que o homicídio tenha sido motivado por um caso passional, acusando a presidente da associação de moradores de prestar declarações sem “saber os pormenores” do que se passou.

João Severino, Pau Para Toda a Obra

A forma como têm surgido as notícias na comunicação social relativas à Operação Face Oculta (ainda um dia há-de haver alguém que me explique a escolha de nomes ~tão bizarros para as operações da PJ), para além da evidente curiosidade que o assunto desperta, faz-me pensar que pelo menos por uma vez a investigação da PJ não se limitou a aguardar sentada, ao contrário do que aconteceu noutros processos que deram em nada, a transcrição de escutas telefónicas. Até agora, os relatos da imprensa e as imagens das televisões têm todos muito "molho". A ascensão, queda, morte e ressurreição de um caixeiro que chegou a banqueiro, condimentada com a generosidade de um grupo empresarial de Aveiro [é pena que uma terra com a tradição liberal, republicana e democrática de Aveiro seja hoje mais conhecida pelas proezas dos seus figurões do que pela sua história, excelente gastronomia e simpatia das suas gentes] e a ambição de um rapazinho nado e criado numa jota e que, por acaso e só mesmo por acaso, é filho do "patrão" das REN, tem todos os condimentos para servir de guião a uma novela policial. Condimentos, refeições abundantes, carros topo de gama, gente obscura que se move com facilidade nos meios políticos e empresariais, membros do Governo que não se deixam corromper, pagamentos em dinheiro e tipos com ar parolo, com os bolsos cheios e ávidos de promoção social, é coisa que parece não ter faltado. Para já só faltam as louras, mas com sorte elas ainda hão-de aparecer. Como assinalava ontem o João Gobern na sua revista da imprensa diária, agora o importante é saber se tudo isto tem consistência, se desta vez a PJ fez o trabalho de casa bem feito e se de uma vez por todas será possível começar a agarrar na maltosa que se apoderou dos partidos, dos negócios com as empresas do Estado e da vida pública, e que à custa deles ganhou educação, estatuto, notoriedade, posição, uma carreira e um pé-de-meia, atropelando todos os valores que lhes permitiram guindar-se às posições que ocupam. Para já, a única certeza, atendendo à pormenorização dos relatos das operações e ao detalhe das vigilâncias, é que a PJ tem paredes de vidro. E nem sequer é fosco.

Sérgio Almeida Correia, Delito de Opinião

O último escândalo de tráfico de influências e compra de posições em consursos públicos envolvendo figuras gradas do Partido Socialista - José Penedos e Armando Vara - é a comprovação de algo que à boca pequena se falava nos corredores do poder, em Lisboa: começou já a fase do aboletamento por parte dos lobies político-económicos que se movem na sombra do Partido Socialista. O processo "face oculta" é o resultado de vários meses de invstigações envolvendo figuras gradas do PS, homens de confiança do antigo Ministro Jorge Coelho e muito próximos do Grémio Lusitano. O oculto vem por aí. São doze os arguidos constituídos afirmando a polícia poderem haver novas prisões. A constituição dos arguidos funda-se, ao que se percebe, em conversas gravadas. Espera-se que desta vez tenha havido o cuidado de as fazer sob direcção de um juíz. Trata-se de um rombo no prestígio do Primeiro Ministro que se recatou no "segredo de justiça" para não fazer declarações e na estratégia do mesmo grupo tomar posições no BCP e em empresas dominantes do mercado. Em termos judiciais trata-se de um processo complicado e seguramente com enormes ramificações. A experiência dos "grandes processos" revela uma reduzida capacidade da Justiça de os decidir em tempo útil. Aqui a utilidade são os próximos dois anos, tempo presumível de vida deste segundo governo do PS. Sócrates foi ágil e despachou rapidamente dois ministros que podem ter a ver com isto: o da Economia e o das Obras Públicas. Dois acidentes na persistência do Primeiro Ministro abrir as cadeiras do poder a "independentes".

Arnaldo Gonçalves, Exílio de Andarilho

Independentemente da eventual politização do caso Face Oculta, algo que decorre e práticas do Ministério Público ou de quem lá dentro gere as sistemáticas e cirúrgicas fugas ao segredo de justiça, a verdade é que este processo cheira mal e alguns dos nomes envolvidos não são novos nestas tropelias. A ser verdade aquilo que tem saído na comunicação social este caso revela a urgência em sanear o Estado e as empresas públicas, pondo fim a uma imensa teia que se foi tecendo ao longo de muitos anos e que hoje domina vastos sectores da sociedade. Esse tal Manuel Godinho um vasto currículo e este processo só surpreende pelo facto de alguém que há muito deveria ter sido escorraçado dos negócios do Estado dá-se ao luxo de oferecer jantares caseiros a altas personalidades e, pelos vistos, até pretende decidir quem gere as maiores empresas públicas. Recorde-se que este senhor, a quem os jornalistas ainda designam por “empresário” (se fosse italiano pertenceria à Camorra ou à Máfia) esteve em tempos envolvido num carrossel de negócios com a sucata graças ao qual terá conseguiu obter 100 milhões de euros em reembolsos fraudulentos. Acresce-se que na ocasião foi notícia que parte desse dinheiro foi investido num fundo imobiliário de uma empresa chamada Valor Alternativo, o Valor Alcântara, que era gerida por Dias Loureiro, na qual Jorge Coelho detinha uma participação e cujo maior accionista era um tal Rui Vilas, homem que já tinha estado na Fincor, uma corretora que criou o Banco Insular, banco que viria a ficar famoso quando estalou o caso BPN. Na gestão da Valor Alternativo, para além de Dias Loureiro que era o “chairman” (cargo que nalgumas empresas significa que em vez de se trabalhar trata-se da gestão de influências), Rui Tavares da Silva e a ex-chefe de gabinete de Luís Arnault, Rita Marques Guedes. Temos, portanto, um sucateiro bem sucedido, que se movimenta ao mais alto nível das “elites” políticas e que beneficia de uma imensa teia de dirigentes de empresas públicas. Há muito que aqui se denuncia a existência de gangs que dominam importantes sectores de decisão do Estado, que sobrevivem às mudanças de governo e que, não raras vezes “abatem” directores-gerais e mesmo governantes que os incomodem. Basta ler os jornais com atenção, para se perceber que muitas da informação que alimenta alguns processos duvidosos tem origem nestas personagens. Esta gente não brinca em serviço, aos poucos não só nomeiam administradores de empresas, directores-gerais, subdirectores-gerais, directores de serviços e chefes de divisão como vão posicionando os seus “amigos” de forma a assegurar que os cargos importantes serão sempre ocupados pelos seus. Quando se pensa que se saneou alguém duvidoso não raras vezes fica no lugar alguém que foi promovido pela mesma quadrilha. De nada serve adoptar leis que apenas servem para inglês ver, se ao mesmo tempo se permite que o Estado seja infiltrado por mafiosos que ao longo do tempo instalam as suas metástases de tal forma que chegam a dominar importantes cadeias de decisão. Toda a gente sabe como se chega a dirigente em muitos serviços, há subdirectores-gerais que foram chefes de gabinete de conhecidos mafiosos ou cujas esposas foram secretárias de conhecidos banqueiros, toda a gente sabe quais são as empresas que empregam os filhos de altos quadros do Estado E quando aqui se denunciaram alguns destes casos chegou-se ao ridículo de se apresentarem queixas por supostas ofensas ao bom nome das instituições, chegou-se mesmo ao absurdo de vasculharem os mails de funcionários do fisco com o argumento ridículo das fugas para a imprensa. É urgente sanear o Estado, acabar de vez com a influência de gangs, máfias e camorras que vão ganhando dimensão e, mais tarde ou mais cedo, vão ter poder financeiro para derrubar governantes e governos, tal como agora terão tentado derrubar gestores incómodos. É urgente acabar com esta farsa que muita gente insiste em fazer de conta que não vê e que, não raras vezes, tem sido alimentada pela partidarização dos cargos públicos.

Jumento, O Jumento

Sou um homem vulgar daqueles que com demasiada facilidade se maravilha com a beleza de uma mulher. Apenas o meu "estatuto" e a noção de ridículo me impedem de tropeçar enlevado com alguma carinha laroca que se cruze no meu caminho. Digo “carinha laroca” porque, ao contrário do que possa parecer, é pelo charme e beleza da sua cara que uma mulher verdadeiramente seduz. Admito que há atributos mais berrantes, mas após um impacto imediato, sem a uma verdadeira Graça, rapidamente se esvaziam (salvo seja). Tudo isto para dizer que me desgosta o aspecto daquelas mulheres que se escondem atrás de betumes coloridos com que se entretêm feitas Paulas Regos nas filas de trânsito. Responder-me-ão que uma maquilhagem bem feita, mal se nota. Essa teoria que vem reforçar a minha ideia: se é para não se notar, para quê mascarar? Por influência das séries juvenis norte-americanas até a minha filha de oito anos anseia por cremes e pinturas. Ando a tentar convencê-la de que ela é uma privilegiada, que não estrague a sua pele imaculada. Enfim, na minha modesta opinião, uma cara bonita é uma cara bonita, com as suas marcas de expressão, com sombras e acidentes de percurso até chegar aos olhos onde só um verdadeiro brilho, reflectido por uma alma feliz, pode impressionar o mais empedernido príncipe. A mim parece-me que o resto da traquitana é mero placebo de outras maleitas, ou então um simples entretenimento para engarrafamentos de trânsito, ou atrasar um jantar ou uma cerimónia qualquer. Palavra de admirador.

João Távora, Corta-Fitas

O autarca Luis Filipe Menezes defende a localização de uma estação Porto-Sul, em Gaia, a ligação ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro e à Galiza. E já agora em Matosinhos, Maia, Vila Franca de Xira, Entroncamento - para trazer espanhóis para verem os fenómenos, Fátima - a malta deixa de ir no meio da estrada, Setil - porque acho o nome giro, Aveiro, Ovar, Espinho - tenho lá um bom amigo. Quase me esquecia da Mealhada foda-se, olha a malta ia num tirinho mamar um leitão e voltava, isso é que era! Alguém que explique ao Pipo, e não só, que o TGV foi idealizado para longas distâncias, ter um TGV a fazer paragens de 2 em 2 kms é quase como a TAP lançar um voo Lisboa - Montijo ou Lisboa - Tires. Mas também podemos fazer um novo aeroporto em Cascais, para o pessoal da Quinta da Marinha vir de jacto para Lisboa, que me dizem? É a classe politica que temos, o último a sair deste país que feche a luz. Onde querem vocês uma estação de TGV? Pelos vistos vale tudo.

Francis, O Dono da Loja

A sacralização das crenças é uma forma de totalitarismo que serve de pretexto para amordaçar convicções diferentes e impor a lei do mais forte. Nos países onde funciona a democracia há quem tente os constrangimentos sociais para limitar a liberdade. A recente polémica em torno do último livro de José Saramago deve fazer-nos reflectir sobre a fé e a liberdade. Que a um crente seja proibido interrogar-se sobre a crença que abraçou é um direito da sua Igreja, mas cabe ao Estado laico garantir-lhe a liberdade de mudar ou, simplesmente, de a abandonar. É aqui que reside a diferença entre teocracias e democracias. A apostasia, crime gravíssimo nos estados confessionais, é um direito inalienável nos estados laicos. Qualquer livro sagrado é considerado como tal por alguns e, seguramente, desprezado por outros, assistindo a todos o mesmo direito. Se não se contestassem as crenças ainda hoje o Sol continuaria a girar à volta da Terra. Se não pudéssemos discutir a Tora, a Bíblia ou o Corão com que direito alguém condenaria o Mein Kampf ou o Manifesto Comunista? É tão legítimo combater uma religião, ou todas, como combater qualquer sistema político. As crenças podem e devem ser combatidas, os crentes é que merecem ser respeitados. Entendo, pois, que Saramago tem o direito de escrever tudo o que escreve (e quanto lhe agradeço) e de dizer tudo o que diz tal como as Igrejas têm igual direito de contradizer o que diz e escreve Saramago. Passo ao lado dos dislates de um infeliz eurodeputado que pretende definir o critério de nacionalidade em função das suas crenças. Há sempre um clone de Sousa Lara, ensandecido, à espera de cinco minutos de glória. A Igreja católica teve logo a solidariedade de outras, menos recomendáveis, e tem todo o direito de não gostar de Saramago e de combater as suas ideias, não tem é o direito à imunidade das tolices que prega e ao monopólio da interpretação do Antigo Testamento. Se hoje considera literatura esse livro violento da Idade do Bronze, só a partir do século XIX é que a exegese católica o começou a considerar como tal. E a liberdade religiosa só foi admitida pelo Concílio Vaticano II. Os judeus das trancinhas que pretendem derrubar o Muro das lamentações à cabeçada e anexar a Palestina, assim como os cristãos evangélicos, que tiveram um presidente dos EUA que falava com deus e invadiu o Iraque, exigem uma leitura literal para o Antigo Testamento. Alguns pretensos ateus, sôfregos de bênçãos dos leitores, afirmam que a Tora, a Bíblia e o Corão só devem ser avaliados pelos descrentes como obras literárias, à semelhança da Ilíada, Odisseia ou das obras de Shakespeare. Acontece que nenhum destes livros serviu para justificar cruzadas, guerras, tribunais do Santo Ofício ou códigos de conduta. Não se conhece uma só morte provocada por um fanático para convencer um céptico do dogma do cavalo de Tróia.

Carlos Esperança, Diário Ateísta

Hoje tive mais um choque brutal daqueles que puxam a gente para baixo. Convocado para uma audiência de julgamento para as 14 horas num dos juízos e numa das secções do Tribunal de Família e Menores de Lisboa, lá estava eu pontualmente ás 14 horas. Esperei e ninguém me perguntou nada. Às 14h 25m dirigi-me à secretaria do juízo (que é noutro andar) e perguntei se a audiência tinha sido adiada. Respondeu a senhora, algo aborrecida: «Aqui não fazemos a chamada!» Ora bolas, careca de saber isso estava eu ou não seja juiz social desde o ano de 1993 – ainda era no velho palácio da Justiça, ali no alto do Parque. (Recordo com saudade a coluna «Um juiz no alto do Parque» do meu amigo Manuel Geraldo no Diário de Lisboa…) Pois isto é tudo fruto das circunstâncias, o pessoal anda nervoso e saem estas respostas. Então se até o polícia que está à porta me cumprimenta como «velho» frequentador, é claro que a senhora já me conhece mas não, teve mesmo que ser assim. Lá esperei até às 15h e 10m para constatar que dos quatro convocados (dois efectivos e dois suplentes) era eu o único presente. Fui dispensado pois só podemos funcionar «em asa» e eventualmente receberei 3 euros e 99 cêntimos gastando na ida e na volta 1 euro e 58 cêntimos. Não sei nem tenho que saber das razões de cada um (cansaço, desmotivação ou outros compromissos) mas a verdade é que passar uma tarde num tribunal a participar em nome do Povo no julgamento de uma criança ou um adolescente que precisa de um rumo para a sua vida não se paga com 3 euros e 99 cêntimos. Parece que somos muito civilizados e temos o Povo nos Tribunais mas depois pagar 3 euros e 99 cêntimos de ajudas de custo aos juízes sociais não lembra ao Diabo.

José do Carmo Francisco, Aspirina B

Não percebo porquê tanto barulho se o salto "à Vara" até é permitido nos Jogos Olímpicos...

João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária

Steve Wynn loves Macau


A ideia de que Steve Wynn é um gajo bestial que trata os seus empregados como se fossem “família” tem-me feito um bocado de confusão. É verdade que a Wynn Macau tem sido uma mina de ouro para o grupo de Las Vegas, mas também não é menos verdade que, além dos 40% que pagam à Administração local, têm mandado muito do lucro para tapar os buracos na capital do Nevada, em vez de o investir localmente. É verdade que Steve Wynn se tem desfeito em elogios ao Governo de Macau, chegando ao ponto de dizer que a população está contente com quem os governa (“satisfeita” ou “resignada” é uma coisa, “contente” é outra), e que ataque a administração Obama. Parece tudo mais um choro de apelo ou algum tipo de raiva contida do que outra coisa. A razão porque a Wynn Macau tem tido os bons resultados que tem, é graças a uma gestão responsável, experiente, cautelosa, e sem a arrogância do compatriota Adelson, a quem Macau tem dado muitas dores de cabeça. Pode ser que a Wynn não tenha despedido durante a recente recessão, nem reduzido horas e vencimentos, nem obrigado os trabalhadores a tirar férias. Mas daí a tratá-los como se fossem “família”, vai uma enorme distância.

Festa de Halloween


Está aí o Halloween e as suas habituais festas. Hoje na EPM houve tarde livre para os alunos que desfilaram as suas fantasias, e até uma "casa assombrada". Amanhã os adultos podem divertir-se numa das muitas festas organizadas pelas discotecas do burgo. Destaque para este HALLOW TO THE MOON, organizada pela 3SIDEDSQUARE events, a realizar no Restaurante Miramar, em Coloane. A festa começa às 10 da noite e acaba já de manhãzinha - e depois pode continuar na praia, para os mais resistentes, que podem ainda optar pelo pequeno almoço na Praia a partir das 6:30 da manhã ou um passeio num junco pelas águas do Delta do Rio das Pérolas, a partir das 7:00. Um bilhete custa 120 patacas para os residentes de Macau, e apenas 100 para os membros da 3SidedSquare, com direito a uma bebida (vá lá, é carote). Será providenciado transporte gratuito do NAPE, Universidade de Macau e terminal de Jetfoil. A música ficará a cargo de 6 DJ's (incluindo o nosso "very own" DJ D'Mond, e vão haver duas pistas de dança. Saiba mais aqui!

Senhores passageiros: rezem, se faz favor


O Halloween chegou mais cedo para um grupo de passageiros de um vôo da Aseman Airlines, do Irão, e não foi brincadeira nenhuma. O vôo saíu de Teerão com destino a Moscovo quinze minutos depois da meia-noite de quinta-feira, e regressou ao local de origem 45 minutos depois. O entretanto foi assustador para passageiros e tripulação; o piloto anunciou poucos minutos depois da decolagem que o avião "encontrava-se em dificuldades técnicas", e pelo sim pelo não, pediu aos passageiros para começarem a rezar. Refeitos do susto, os passageiros embarcaram num avião em melhores condições seis horas mais tarde. A aviação civil iraniana tem um historial recente de tragédia. Em Julho um avião da Caspian Airlines despenhou-se em Qazvin, nordeste do Irão, matando 168 pessoas. Estes já ganharam para o susto.

S. Paulo vence Inter, Palmeiras goleia


Tivemos jornada a meio da semana no Brasileirão, com destaque para o embate entre S. Paulo e Inter Porto Alegre, no Morumbi. Os paulistanos venceram por uma bola a zero, e aproveitaram para se isolarem no segundo lugar. Isto porque o antigo inquilino da vice-liderança, o Atlético Mineiro, foi ao Rio perder no terreno do último classificado, o Fluminense, por duas bolas a uma. Quem não "bobeou", em linguagem local, foi o líder Palmeiras, que goleou o Goiás por quatro bolas a zero, e manteve assim o primeiro lugar isolado. O Flamengo, que se podia isolar no terceiro lugar caso vencesse o Grêmio Barueri, enjeitou a poportunidade, tendo saído do reduto do time dos arredores de S. Paulo com uma derrota por 0-2. O Cruzeiro igualou os flamengistas no quinto lugar, ao bate em casa o aflito Santo André por três bolas a duas. O Vitória continua a desiludir, e perdeu peranto o seu público, na Bahia, frente ao Corinthians por uma bola a zero. Para os corintianos foi uma vitória providencial, uma vez que subiram dois lugares na classificação, encontrando-se agora em nono lugar. O Grêmio bateu o Avaí por três bolas a uma e subiu ao sétimo lugar por troca com o Goiás, e o Botafogo bateu o Naútico por 1-0, em jogo de aflitos, e saíu temporariamente da zona de despromoção. Os jogos Sport-Coritiba e Atlético Paranaense-Santos terminaram empatados a um golo. Palmeiras lidera com 57 pontos, mais dois que S. Paulo e mais quatro que Atl. Mineiro, Inter PA tem 52 pontos, Cruzeiro e Flamengo 51.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Todos diferentes, todos iguais


Sendo pai de dois miúdos macaenses, considero-me em posição priveligiada de notar alguns comportamentos interessantes no que toca à convivência deles com o lado chinês da família. O convívio do dia-a-dia com os primos, apesar de pacífico, de um modo geral, não deixa de ser curioso observar umas pequenas diferenças de cultura que levam a alguns mal-entendidos. É um verdadeiro “clash” entre a cultura do chá e a cultura do chouriço assado.

Quando chega a hora dos trabalhos de casa, ainda conseguem encontrar alguma coisa em comum: a matemática e o chinês, este último com vantagem para os primos, naturalmente. No resto os miúdos chineses até têm alguma curiosidade, pois o ensino em português é diferente. Não passa pela cabeça dos chineses aprender o aparelho reprodutor, por exemplo, logo o 3º ano. Sendo verdadeiros macaenses na acepção do termo, os meus filhos conversam um com o outro ora em português, ora em cantonense.

Quando estão com os primos optam pelo cantonense (ensinei-lhes que falar “em código” na presença de outros é feio), mas às vezes esquecem-se das limitações da família chinesa e misturam no meio das frases em cantonense algumas palavras em português. É uma especificidade interessante da cultura de Macau. Quando se desentendem, é ainda mais extraordinário. Os meus filhos “explodem” ao mínimo incidente, os primos “enchem”, de só depois exteriorizam o desagrado.

Mas não me entendam mal, os miúdos dão-se maravilhosamente bem, e têm imenso em comum, o que naturalmente me deixa feliz. No fundo são como todos nós, portugueses e chineses, na nossa convivência em Macau. Nem sempre nos entendemos, mas damo-nos bem. Em linguagem mais popular, “vamos à bola” uns com os outros, fruto de séculos de convivência. Tenho a certeza que os chineses de Macau, os tais “ou mun ian”, têm um carinho e uma consideração especial por nós. Enquanto os outros ocidentais são apenas “estrangeiros”, nós somos os “portugueses”, a malta que divide aqui o burgo com eles. Os vizinhos do lado.

Claro que a convivência é cheia de pequenos senãos. Nós consideramos os chineses “frios” e distantes, eles consideram-nos “bárbaros”. Deve ser desde o tempo que os primeiros navegadores lusos chegaram à Ásia, e comiam ainda com as mãos, enquanto os chineses já usavam os pauzinhos. Talvez seja culpa do tal sangue latino que nos corre nas veias.

O que mais nos surpreende é provavelmente a forma passiva como eles reagem a certas injustiças, ou o modo muito "zen" com que aceitam certas fatalidades como "inevitabilidades do destino". Ou ainda a forma como evitam a afeição ou o contacto físico com quem conhecem mal. Para nós os "amigalhaços" e as suas fêmeas são corridos a abraços e beijinhos, coisa que eles abominam. É aquilo que muita vez chamamos sub-repticiamente "sangue de barata".

Temos uma atitude muito expressiva, uma presença muito forte, uns gestos muito largos. Gostamos de aparecer na televisão, na rádio, nos jornais. Gostamos quando falam de nós, mesmo que seja mal. Em linguagem futebolística, procuramos o contacto e fazemo-nos ao penalty. Os chineses são mais discretos, pacientes e menos presentes. Jogam pelo seguro, desconfiam da fama, entregam-se com menos facilidade e menos paixão. Para nós a “paixão” é importante, para eles é um risco que precisa de ser bem calculado.

Quando nos aborrecemos com alguém ou com alguma coisa, “partimos a loiça toda”, e não levamos desaforo para casa. Os chineses tiram a chapa à situação, medem-na, e são capazes de esperar anos até resolver uma contenda: é a famosa “vingança do chinês”, o momento em que se “salva a face”. Para um chinês não há nada pior do que “perder a face”, e essa é a pior das humilhações, uma conta que mais cedo ou mais tarde tem que ser saldada.

Mesmo aquilo que para nós é considerado "corrupção" (que palavra tão feia), para eles é considerado a maior parte das vezes uma gratificação. O chinês gosta de simplificar, nos negócios e em todo o resto, e não gosta de ficar a dever nada a ninguém. Conhecem os amigos e dificilmente os traem. Não têm a memória curta - para o bem e para o mal - e são fiéis a quem os trata com deferência. Isso era algo que podiamos aprender com eles, a não ser mal-agradecido.

Eu próprio considero-me um indivíduo impaciente, ansioso e até nervoso, se calhar. Ainda fervo em pouca água, e nem o facto de ter escolhido uma família chinesa como a minha adoptiva melhorou este estado de coisas. Isto causa-me alguns dissabores, pois não sabendo dominar a língua, as minhas atitudes são muitas vezes mal interpretadas. Como fiel da balança tenho a minha mulher, que me vai salvando às vezes de cometer atitudes mais impensadas. Como diz um amigo meu, ainda tenho que "trocar o bacalhau pelo peixe salgado".

Mesmo com culturas tão díspares, com mentalidades diferentes, e com um sentido de humor tão incompatível (que é uma das coisas a que mais me custa habituar), conseguimos ainda viver juntos neste pedacinho de terra que é Macau. E que diabo, damo-nos até bastante bem. É assim que vai funcionando Macau: obrigado é "tou ché", e amigo é "pang yao".

Gangue de travestis julgado em Xangai


Cinco travestis filipinos estão a ser julgados em Xangai acusados de ter drogado homens e depois assaltá-los. De acordo com a acusação "os cinco homens vestidos de mulher levavam as vítimas para hotéis, davam-lhes chocolates e bebidas temperadas com soporíferos, e depois roubavam-nos". Entre o produto dos roubos estão telemóveis, cartões de crédito e um relógio Rolex. Os travestis usaram os cartões de crédito para comprar perfumes e ouro. Os homens, com idades compreendidas entre os 26 e os 30 anos cometeram os crimes entre Dezembro de 2008 e Fevereiro deste ano, sendo o produto do roubo calculado em 340 mil yuan. Os travestis consideram-se culpados, e expressaram remorsos "pelas vítimas, pelo Governo chinês, pelo seu país e suas famílias". O veredicto está marcado para a próxima semana.

Eis o Tianhe


O Ministério da Defesa chinês apresentou hoje em Changsha, província de Hunan, um novo super-computador que é capaz de fazer mais de mil biliões (1000000000000000) de cálculos por segundo! O computador chama-se Tianhe (via láctea), e faz num dia os cálculos que um computador normal demoraria 160 anos a fazer. O Tianhe pesa 155 toneladas, tem 103 unidades de refrigeração e ocupa uma área de 1000 metros quadrados. O novo computador vai ser utilizado para analisar dados sísmicos para a exploração de petróleo no subsolo, conduzir computação biomédica e ajudar no design de veículos aeroespaciais. Custou 600 milhões de yuan (cerca de 88 milhões de USD) e é actualmente o quarto computador mais potente do mundo. A China espera lançar outro super-computador no mês de Novembro.

Muito gordo para matar


Um homem da Florida acusado de homicídio tem um alibi original: é demasiado gordo para ter cometido o crime. Edward Ates, 62 anos, está a ser julgado num tribunal de New Jersey pelo homicídio de Paul Duncsak, um farmacêutico de 40 anos, em 2006. O advogado de Ates, Walter Lesnevich, alega que o seu cliente nunca conseguiria subir o lance de escadas para disparar sobre a vítima, e depois colocar-se em fuga à velocidade que o homicida alegadamente fugiu. Ates tem 1,75 metros e pesa 130 quilos. Na altura que foi cometido o crime, Ates foi diagnosticado com asma, apneia do sono e outras doenças relacionadas com a obesidade. Stacy Ates, filha do arguido, e Duncsak estavam envolvidos numa amarga disputa pela custódia da filha de ambos, depois do divórcio em 2005. A acusação julga ter sido esse o móbil do crime. Lesnevich concluíu a argumentação da defesa dizendo: "basta olhar para o meu cliente para perceber que ele nunca teria sido capaz de perpretar o crime; nem precisam que um médico vos diga".

O amigo russo


Vladimir Putin prepara-se para oferecer a Arnold Schwarzenegger uma prenda: um busto de bronze a mostrar os músculos (?). O escultor russo Alexander Chernoschekov - aqui visto na imagem a trabalhar no modelo na cidade de S. Petersburgo - vai ser o autor da obra. O governador da Califórnia coleciona figurinos de personalidades da ex-União Soviética, tendo já estátuas de Mikhail Gorbachev, Staline e Lenine, e deverá receber o busto de Putin em Março próximo. Durante a sua carreira de actor, Schwarzenegger chegou a desempenhar o papel de polícia soviete no filme "Red Heat", em que contracenou com James Belushi.

Olha quem está de volta!


É Liu Xiang, o campeão chinês dos 110 metros barreiras nos Jogos de Atenas em 2004, e que deixou os fãs chineses desapontados com a desistência em Pequim o ano passado, devido a lesão. Liu voltou à grande forma, ao vencer a prova em que é especialista nos Jogos Nacionais, disputados em Shandong. Liu ficou de calções depois de ter atirado a sua camisola para o público em delírio.

Chávez da guerra


Chávez desafia os seus vizinhos sul-americanos num raggae. O presidente venezuelano diz que não tem medo de Obama, que resolve tudo a "dialogar". Mais uma imaginativa charge de Fernando Maurício no seu Charges Brasil.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Cavar é preciso


Um dia destes estava aqui sentado em frente ao PC a trabalhar no Bairro do Oriente, quando a minha filha me pede para usar o computador por alguns minutos, para "alimentar as pessoas". Fiquei comovido com tão nobre gesto vindo de uma menina de apenas 11 anos, e pensei que se tratava de um daqueles websites onde se dá arroz aos países do terceiro mundo, ou isso assim. Mas afinal tratava-se de um jogo o Facebook, o "Restaurant City", e tinha chegado a hora de alimentar os empregados, cozinheiros e faxineiros. Fiquei perplexo. Que perda de tempo!

A rede social, da qual não faço parte (caso estejam curiosos, mas ainda vou pensar nisso), serve normalmente para amigos trocarem mensagens, fotografias, ideias, ou juntarem-se a grupos. Mas muita da malta que anda pelo Facebook passa o tempo inteiro em joguinhos onde não se aprende nada: "Mafia Wars", "Farmville", "Cafe World", "Fish World" (um aquário virtual), o já mencionado "Restaurant City" e outros. Depois de uma consulta rápida pela conta dos miúdos, encontrei alguns jogos que até têm algo de educativo. Por exemplo o "Word Challenge", uma espécie de "scrabble" onde se pode testar o conhecimento vocabular, o "How big is your brain", um teste de QI, ou o "Geo Challenge", onde se testam conhecimentos de Geografia. Mas pouco mais.

O Ou Mun publicou ontem um artigo onde falava de um desses jogos, um tal de "Happy Farm", que à semelhança do "Lil'Farm Life", "Farmville" ou "Yoville", os jogadores tratam de uma plantação. O que mais choca o articulista é o facto dos jogadores poderem "roubar" parte das colheitas dos outros jogadores, o que consideram "um mau exemplo". Não estou em crer que alguém se vá tornar um ladrão a sério apenas por surrupiar umas melancias ou uns morangos virtuais, nem que sejam questionados quaisquer valores. É um jogo, pronto.

A pensar neste artigo, entrevistei hoje uma colega que joga o "Happy Farm". Ficou felicíssima por responder às minhas perguntas, e considera este "o jogo mais divertido do Facebook". Perguntei-lhe ainda se utilizava a rede social para mais alguma coisa que jogos, e respondeu-me que "não". Afirmou ainda que joga "uns seis ou sete jogos", não sabendo precisar exactamente quantos. Escusado será dizer que gasta algum do seu horário laboral a "tratar da quinta". E não é a única. Conheço muito boa gente (sim, até portugueses) que o fazem. Na maior parte dos casos gente com mais que idade para ter juízo.

É grave que se chegue ao ponto de perder o emprego por passar o dia todo à volta dos melões e das batatas em frente a um computador quando se devia estar a trabalhar, e mau para quem usa a internet no trabalho para qualquer coisa de mais útil, pois pode perder esse privilégio por causa de gente que não aprendeu a parar quando está a ir longe demais. Pior ainda é quando se regula a vida inteira pelo horário das cenouras. Acredito que hajam pessoas que tenham pressa para voltar a casa ou encontrar um PC antes que o vizinho lhe assalte a horta.

Li hoje um artigo da Wikipedia sobre o "Farmville" que diz que muitos agricultores consideram o jogo "irrealista", pois algumas das plantações que se podem fazer ao mesmo tempo não crescem na mesma época. Penso que a malta se está completamente nas tintas para esse detalhe. Não sei se toda esta apetência para se dedicarem à agricultura ou à restauração se deve ao facto de Macau ser uma cidade tudo menos rural, e alguns deles nunca terem visto um canteiro de flores ou um pé de ervilhas. Mas pelo menos aqui em casa cortei o mal pela raíz: querem tratar de plantações, restaurantes ou aquários, façam-no na escola, ou na casa da avó. Haja paciência...

Uma questão de interpretação


Abstive-me de comentar sobre a alegada censura no fórum da CTM (a versão chinesa do Bairro do Oriente) até ler os esclarecimentos da mesma. E fiz bem. Ouvi durante o dia de ontem alguns comentários pouco simpáticos dirigidos à companhia de telecomunicações, reagindo à notícia publicada Domingo no South China Morning Post e divulgada ontem pelo Ponto Final, de que as palavras "Chefe do Executivo", na sua versão em chinês, tinham sido censuradas. Assim, sem mais nada.

Falou-se do fim da liberdade de expressão, duma atitude censória da CTM, do Apocalipse. Achei estranho que "Chefe do Executivo" sem nada antes ou depois estivesse a ser eliminado do Fórum CTM, local onde a opinião pública chinesa do território diz de sua justiça. Afinal tudo não passou de um mal-entendido, de um problema de filtragem, dizem.

Dou razão à CTM quando dizem que "não têm o dever de proporcionar liberdade de expressão", e até acho estranho que exista um fórum desta natureza no servidor da única concessionária de telecomunicações do território. Surpreende-me mais ainda que alguém tenha a coragem de ir lá e insultar os altos dignatários da RAEM, mesmo debaixo da capa do anonimato, capa essa que a CTM se encarrega de despir, caso seja necessário.

Ainda se fala de "regras" que têm que ser cumpridas no tal fórum. Regras essas que são sempre pouco claras no que diz respeito à protecção do "bom nome" das pessoas visadas (outra vez as salsichas), e como se sabe certas críticas - por muito que sejam honestas e baseadas na verdade - nunca são bem aceites. Outro problema prende-se com os próprios utilizadores, uma vez que não é necessária a apresentação de um certificado de habilitações ou de aptidão mental para se escrever nestes fórums.

Já quando o comunicado da CTM diz que a companhia "é independente, não faz fretes ao Governo nem o Governo os pede", recordo-me do recente caso do tal metereologista amador que viu a sua página no servidor local fechada pelo simples facto de prever o estado do tempo, e ainda levou um puxão de orelhas da polícia. Notícia avançada também pelo SCMP, curiosamente.

Pode ser que o tom agressivo do comunicado da CTM tenha um destinatário: aquela malta de Hong Kong que está sempre a chatear os deste lado com aquela coisa da liberdade de expressão. Só que a mim não me convencem que são assim tão independentes. Se calhar é tudo uma questão de interpretação...

Pedófilo pede que lhe cortem os testículos


Francis Evrard, de 63 anos, passou quase metade da sua vida na prisão por crimes pedófilos. Quando saiu da penitenciária, em 2007, não resistiu ao que chama os seus "impulsos incontroláveis". Um mês e meio depois violou uma criança, Enis, de sete anos e meio, durante 10 horas.

Pouco antes do julgamento, que teve início ontem em Douai, no norte da França, o "monstro", como o chamam, escreveu ao Presidente Nicolas Sarkozy pedindo que lhe cortem os testículos. Reagindo à carta, a ministra da Justiça, Michèlle Alliot-Marie, disse que a castração física, até agora proibida em França, "pode colocar-se e deve ser debatida na Assembleia".

O julgamento decorre quando o Parlamento francês discute uma nova legislação, mais dura, para os criminosos sexuais reincidentes, que deverá tornar a castração química obrigatória.

O Governo apresentou esta proposta depois do português Manuel Ribeiro da Cruz, de 47 anos, ter violado e matado, em Setembro, uma mulher de 42 anos. O português, casado e pai de quatro filhos, já fora no passado condenado pela violação de uma menor e está agora ameaçado de castração química.

"Desejo que ele seja condenado firmemente pela Justiça, que cumpra a sua pena sem qualquer redução e com, à saída da prisão, a obrigação de tratamento que inclui a castração química", disse ao Expresso Fréderic Lefebvre, deputado e porta-voz da UMP, o partido do Presidente Sarkozy.

Os casos deste português e de Ervrard provocaram polémica, porque realçam falhas inacreditáveis no controlo dos criminosos sexuais perigosos depois da sua saída da prisão.

Manuel da Cruz tinha sido libertado condicionalmente e fora viver para perto da residência da sua primeira vítima. O francês conseguiu mesmo comprar Viagra, depois de o medicamento lhe ter sido prescrito pelo médico da prisão.

In Expresso

McDonald's acabou na Islândia


A Islândia está a evoluir. Os restaurantes McDonald's vão encerrar naquela ilha europeia, devido à descida da krona, a moeda islandesa, e o aumento do custo de produção da "comida" do McDonald's. Não que os três restaurantes na capital Reiquejavique não tivessem procura, mas a multinacional americana "não ia ter lucro", e como se sabe o "lucro" é o mais importante para o McDonald's. Para que se perceba bem a dimensão do "problema", um Big Mac ia custar qualquer coisa como 6,25 dólares norte-americanos, ultrapassando a Suíça, Noruega e Dinamarca na lista dos locais one um Big Mac é mais caro. Curiosamente o local do mundo onde um Big Mac é mais barato é a Malásia (1,70), seguido de Hong Kong (1,71) e China (1,83). O primeiro McDonald's na Islândia abriu em 1993 (antes de Portugal) e a cadeia vai agora ser substituída por outra, a "Metro", que vai ter comida inteiramente produzida no país. A McDonald's considera ainda fechar as suas cadeias de restaurantes na Colômbia e no Quénia, onde o retorno do investimento tem sido mais lento. Existem 106 países e territórios no mundo onde a McDonald's não tem qualquer restaurante, 45 dos quais na África sub-sahariana, incluíndo todos os PALOP. Vivam os PALOP!

Alcor-quê?


Uma notícia incrível: o todo poderoso Real Madrid foi goleado para a Taça do Rei pelo Alcorcón, da II divisão "B". Foram quatro golos sem resposta de um clube com um orçamento inferior ao salário mensal de Cristiano Ronaldo e Kaká. Dudek, Arbeloa, Albiol, Metzelder, Drenthe, Guti, Gago, Van der Vaart, Granero, Marcelo, Raúl, Van Nistelrooy e Benzema participaram do naufrágio. Longe de ser uma segunda equipa. A segunda mão joga-se a 9 de Novembro, e quem sabe se os merengues fizeram de propósito, para tornar a eliminatória mais...emocionante.

Sporting empata em Guimarães


Continua a crise em Alvalade. O Sporting perdeu mais dois pontos, ontem em Guimarães, e pior que isso, na última jogada da partida. Matias Fernandez marcou a cinco minutos do fim, mas Rui Miguel empataria para os vimarenenses três minutos além dos 90 regulamentares. Os leões têm 12 pontos em 8 jogos, e estão a dez do Benfica e Braga, e a sete do FC Porto.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Um olhar sobre os Tintins


Hoje o Bairro do Oriente leva-o até aos "Tintins", uma zona de Macau compreendida entre a Rua dos Mercadores, nas traseiras do Mercado de S. Domingos, e a Rua Cinco de Outubro. Sem ter bem a certeza, suspeito que esta zona foi baptizada de "tintins" pelos portugueses devido aos sao mai lou, um tipo de vendedor ambulante que colectava de porta em porta objectos que as pessoas não queiram, e revendia-os. Para chamar a atenção usava uma espécie de gongo que fazia um estridente barulho de "tin-tin-tin". Se estou errado, agradeço que me esclareçam.


Uma das muitas lojas de ferro velho que se pode encontrar na zona dos "tintins", esta na Rua dos Ervanários.


Também na Rua dos Ervanários, uma pequena loja ambulante que serve pequenos-almoços. Massas, pão e caldos numa manhã de Feriado, para o transeunte que começa o dia.


Um outro tipo de comércio ambulante: um sapateiro. Como estes existem muito poucos hoje em dia nas ruas de Macau.


O ferreiro Hap Lei. "Ferreiro" aqui lê-se tong tit, que significa literalmente "ferreiro de cobre", o que significa portanto que o senhor trabalha principalmente com aquele tipo de metal.


Sim, adivinhram, é uma loja de espelhos. Espelhos de todos os tipos, sendo muito requisitados aqueles que se penduram em cima das portas das lojas, para afastar os maus espíritos.


Esta é uma clínica de medicina chinesa. O senhor Cheng Wai Keong intitula-se de tit ta, que literalmente significa "ferreiro da porrada" (!), que é o equivalente ao nosso endireita. O tit ta trata lesões osséas menos graves, como entorses, e é muito requisitado pelos chineses.


Uma clássica loja de quinquilharia, onde se vende todo o tipo de bonecada. Na Rua da Tercena.


Aposto que esta já não viam há muito tempo, e provavelmente os mais novos nem sabem do que se trata: uma latoaria. Em chinês diz-se pak tit, ou "ferro branco". Como o nome indica, aqui trabalha-se com latão.


Não é bem Victor Emanuel, mas fica perto: é o António Manuel, este alfaiate. E o nome em chinês diz que se especializa em "fatos estrangeiros". Para o kwai lou mais exigente.



Encontrei este Pátio da Eterna Felicidade, e a julgar pela aparência das casas, muitos dos seus residentes já a encontraram...


A loja Chao Io Kei vende côcos. Isso mesmo. Côcos adultos, e portanto cheios de leite. Aconselho o leitor com o estômago mais sensível a beber com moderação, uma vez que estes côcos com um aspecto tão pitoresco podem ser indigestos.


Já na Rua Cinco de Outubro. Não consegui resistir a fotografar mais uma vez o exterior do Pagode do Bazar, localizado no largo com o mesmo nome. Deslumbrante, é o mínimo que se pode dizer.


A casa de chá Tai Lon Fong oferece chá, bolinhos, refeições ligeiras e ópera chinesa! Normalmente fins-de-semana e feriados à tarde, mas o programa das festas costuma estar publicado à porta do estabelecimento.


Nesta loja de antiguidades, além das habituais bugigangas, encontrei ese projector dos antigos, curiosamente muito parecido com um que o meu avô tinha. Uma raridade.


E para o coleccionador mais sofisticado, uma loja da especialidade com um aspecto muito mais profissional.

Espero que tenham gostado da viagem, e se ainda não visitaram os "tintins", não percam a oportunidade. Lá podem encontrar ainda selos, moedas, jornais antigos, e todos os tipos de porcarias.

Germano Guilherme, Macau Superstar


Seguindo a sugestão de um leitor, gostava de deixar aqui um vídeo de Germano Guilherme (古卓文, nome chinês) do programa 亞洲星光大道, ou "Avenida das Estrelas da Ásia", numa tradução literária. Germano, um cantor de Macau mais conhecido por ter sido o intérprete do hino dos 1ºs Jogos da Lusofonia e actor do Grupo Doçi Papiaçam di Macau, está a disputar o concurso há alguns meses, e é um dos finalistas. Para quem tem Facebook, pode seguir aqui a carreira deste jovem macaense que ambiciona ao estrelato. Força, Germano!

Sul-coreano foge para a Coreia do Norte


É como a história do homem que mordeu o cão. Um sul-coreano, funcionário da Samsung Electronics, atravessou a zona demilitarizada do paralelo 38, que divide as duas Coreias, e resolveu começar uma vida nova no país comunista. Kim Dong-rim, de 20 anos, "não cabe em si de contente, e cometeu um acto heroíco que lhe podia ter custado a vida", noticou a agência noticiosa KNCA, da Coreia do Norte, enquanto no Sul ninguém confirmou ainda a notícia. A última vez que um sul-coreano fugiu (?) para o Norte foi em 2005, e segundo a sua família, "estava bêbado". Mais 16 mil norte-coreanos fugiram para o Sul desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953, dois mil deles nos últimos dois anos.

Saco de fezes dá 31 anos


Mão pesada de um tribunal de San Diego, California, para um homem que atirou um saco de fezes ao júri durante um julgamento. Weusi McGowan estava a ser julgado por roubo em Janeiro último, quando de repente tirou do bolso um saco de fezes, esfregou-o no seu advogado e atirou-o aos jurados, danificando um computador. Antes do incidente o advogado de McGowan tinha pedido que o seu cliente fosse considerado "mentalmente incapaz" de se submeter a julgamento, pedido que foi recusado. O juíz Frank Brown juntou ao processo os crimes de "agressão agravada" e "obstrução à justiça". McGowan foi condenado a 31 anos de prisão.

A culpa é do perneta


Esta notícia mais parece uma anedota, mas é mesmo verdade. A polícia de Bruxelas deteve um homem com uma só perna pelo roubo de...um sapato. Acontece na cidade de Maldegem, nos subúrbios de Bruxelas. Quando o funcionário de uma sapataria reportou às autoridades o desaparecimento de um sapato, a polícia suspeitou imediatamente de um amputado que era frequentemente visto nas redondezas. O homem é um russo, que pediu asilo às autoridades belgas e aguarda deferimento. Para a próxima vez, quando quiser roubar uma meia, se calhar é melhor levar duas, e assim não é suspeito...

É muito hummus


Duzentos e cinquenta cozinheiros de Beirute, no Líbano, e os seus ajudantes entraram para o Guiness ao cozinhar o maior prato de hummus do mundo. São duas toneladas daquele delicioso petisco árabe que consiste de grão, tahine, azeite, sumo de limão e alho. Um recorde delicioso!

À meia dúzia é mais barato


O Benfica goleou ontem o Nacional por seis bolas a uma em jogo da oitava jornada da Liga Sagres. Os encarnados somaram assim mais uma goleada, e lideram a classificação a par do Braga, com vantagem no goal-average. E que vantagem! Em oito jogos o Benfica marcou 30 golos em oito jornadas, uma média de quase 4 golos por jogo. Cardozo apontou mais um hat-trick, Saviola marcou dois e até deu para Nuno Gomes fazer o gosto ao pé. Os nacionalistas queixaram-se da arbitragem na segunda parte, e de uma alegada agressão a Ruben Micael nos balneários ao intervalo.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Foi um concerto de rock


Os Delfins passaram por Macau, e deram um concerto na Fortaleza do Monte, no topo do Museu de Macau. Os Delfins são uma banda simpática, e mesmo que não se goste, há que respeitar uma banda que tem pelo menos duas mãos cheias de canções que toda a gente conhece, e sabe mais ou menos de cor. Há quem não goste dos Delfins ao ponto de os considerar "insuportáveis", e quem se congratule pelo fim anunciado da banda, uma vez que que esta torunée "25 anos, 25 êxitos e 1 abraço" é de despedida. Mas epá, esse gajos que se lixem. Os Delfins não são uma banda pretenciosa, que tenta criar "arte" da treta. São um grupo de rock.

Não foram 25 canções, foram menos. Desfilaram pelo palco improvisado da Fortaleza temas como "Canção do Engate", "Ser Maior", "Aquele Inverno", "Num Sonho Teu" ou "Cor Azul", tudo momentos altos. Estariam no concerto umas 300 pessoas, a olho nu, e como é habitual, o público de Macau demora a aquecer. Houve quem não tivesse percebido, ou previsto, que se tratava de um concerto de rock. Os senhores da fila da frente, por exemplo, gente mui digna e respeitosa, muito "no nonsense" que é incapaz de se agitar, cantar, pular, enfim, comportar-se como deve ser. Foi aos primeiros acordes de "Sou Como Um Rio" que Miguel Ângelo convidou a malta lá de trás, que se estava a divertir, a vir para a frente e dançar.

A malta chinesa (e filipina) juntou-se à festa, mas a música dos Delfins era um pouco difícil de "penetrar". Para que se perceba bem o problema, houve gente que estava ali completamente deslocalizada, sabendo que era "música" que ia ali acontecer. Ninguém lhes explicou que era um concerto de rock. Ou o que é um "encore". Quando os Delfins terminaram "Há uma razão" e despediram-se do público, muitos dos locais foram simplesmente embora, provavelmente para evitar o trânsito. E foram três os encores: "1 Lugar ao Sol", "Nasce Selvagem" e "Baía de Cascais", a canção mais emblemática da banda.

Uma nota muito negativa para a organização. É verdade que o concerto se incluía na XXIII edição do Festival de Música de Macau, mas era mesmo necessária aquela caganeira toda? "Desliguem os telemóveis e outros aparelhos sonoros". Porquê? Qual era o telemóvel que ia tocar mais alto que a música dos Delfins? E porque não se podia fumar num concerto de rock ainda por cima ao ar livre? E qual é a ideia de ter os elementos da organização a impedir as pessoas de se mexerem e andar de um lado para o outro? Não eram os Pequenos Cantores de Viena, era um concerto de rock! Posso
estar enganado, mas se na sexta-feira a corda for assim tão apertada para o kuduro electrónico dos Buraka Som Sistema, vai haver merda da grossa.

À entrada do concerto distribuía-se um folhetim com a história e a lista de canções. Havia uma tradução para chinês das canções dos Delfins que a minha sinóloga de serviço (que foi e gostou do concerto) me ajudou a traduzir. "Saber Amar" ficou "Sei amor", "Canção do Engate" ficou "Canção da Tentação", "Aquele Inverno" ficou "Qual Inverno", "Solta os prisioneiros" ficou "Solta os criminosos" e "Nasce Selvagenm" ficou "Bárbaro por natureza". Valeu a intenção. Foi um concerto de rock, e foi muito bom.

Jogador da Ovarense morre ao intervalo


O Troféu António Pratas estava a ser disputado no Pavilhão Municipal de Pousos, em Leiria. Durante o intervalo do jogo, Kevin Widemond (nr: na imagem, 23 anos) caiu inanimado, tendo sido chamado o INEM para reanimar o jogador.

Kevin Widemond ainda reagiu à intervenção do INEM, tendo sido imediatamente evacuado para o Hospital Santo André em Leiria. No Hospital, o atleta norte-americano acabou por não resistir e foi declarado o óbito.

Em declarações à Agência Lusa, o responsável da área desportiva da SAD da Ovarense, José Eduardo relatou o sucedido, “Ao intervalo, o jogador estava sentado no balneário, na extremidade do banco, a ouvir as instruções do treinador (Mário Leite), e caiu para o lado”

Ainda de acordo com o dirigente, o jogador, que “parecia estar a sofrer convulsões, foi, de imediato, assistido por um médico, que lhe fez uma massagem cardíaca”.

“Foi, depois, chamado o INEM, mas o jogador acabou por falecer”, lamentou à Lusa José Eduardo, desconhecendo se a morte do norte-americano aconteceu a caminho ou já no Hospital de Leiria, onde “vai ser autopsiado”.

De acordo com fonte hospitalar, contactada pela Agência Lusa, que confirmou o óbito, o jogador “entrou no hospital em paragem cardio-respiratória e não foi possível reanimá-lo”.

Os responsáveis do Hospital Santa André vão fazer uma comunicação à imprensa entre as 19:00 e as 19:30.

Face a este trágico acontecimento, o encontro entre Ovarense e Académica foi suspenso.

De acordo com Paulo António Rosa, presidente da Associação de Basquetebol de Leiria, também “foi suspenso” o encontro da final, que deveria ser disputado entre o Benfica e o Vitória de Guimarães.

in Sapo

Barça volta às goleadas


O Barcelona voltou às goleadas na Liga espanhola, ao esmagar o Real Zaragoza no Nou Camp por seis bolas a uma. O maliano Seydou Keita esteve em destaque ao apontar um hat-trick, tendo os restantes golos ficado a cargo de Ibrahimovic (dois) e Lionel Messi. Noutros jogos destaque para a vitória folgada do Valência por três golos sem resposta no reduto do Almeria, e para a goleada do valladolid frente ao Deportivo por quatro bolas a zero, em jogo transmitido pelo canal 1 da TDM. Outros resultados: Getafe 2-0 Ath. Bilbao, Rac. Santander 1-1 Osasuna, Tenerife 1-0 Xerez, Villarreal 2-1 Málaga.

Liverpool vence Manchester United


O Liverpool venceu ontem o Manchester Unite dpor duas bolas a zero em jogo a contar para a Premier League inglesa. Os comandados de rafa Benitez deram assim um pontapé na crise de resultados, com golos de Fernando Torres e N'Gog, num jogo que ficou ainda marcado pelas expulsões de Javier Mascherano e Nemanja Vidic. O Arsenal não aproveitou a derrota dos "red devils" e empatou a duas bolas no reduto do West Ham, depois de ter estado em vantagem por dois golos. O mesmo resultado verificou-se no Manchester City-Fulham, com o City a não conseguir aproximar-se dos lugares da frente. Assim o Chelsea lidera com 24 pontos, seguido do Manchester United com 22, Arsenal e Tottenham com 19, Liverpool e Manchester City com 18. Nesta classificação Arsenal e City têm menos um jogo disputado.

Porto tangente


O FC Porto bateu ontem a Académica, último classificado da Liga Sagres, por três bolas a duas, em jogo realizado no Estádio do Dragão. Os golos foram apontados pelos argentinos Mariano Gonzalez e Ernesto Farías (dois). Com esta vitória os pupilos de Jesualdo Ferreira alcançam provisoriamente o Benfica no segundo lugar, sendo que os encarnados só jogam hoje, em casa, frente ao Nacional. Noutros jogos realizados ontem o Marítimo bateu o P. Ferreira por três bolas a uma, e o V. Setúbal bateu no Bonfim o Leixões por uma bola a zero.

Brasileirão ao rubro


Está ao rubro, a Série A Brasileira, que a sete jornadas do fim, vê agora os cinco primeiros separados apenas por três pontos. Isto porque o líder Palmeiras perdeu por duas bolas a zero no reduto do aflito Santo André, e todos os seus perseguidores saíram vencedores. Assim o Atlético Mineiro venceu em casa o Vitória da Bahia por uma bola a zero, e pelo mesmo resultado o Inter PA venceu o Grêmio no grande derby gaúcho. Ainda noutro derby, mas santista, o Santos não resistiu ao campeão S. Paulo, e perdeu em casa 3-4 frente aos paulistanos, jogo de que temos hoje imagens. O Flamengo confirmou o quinto lugar, vencendo outro derby, desta vez do Rio, no terrano do Botafogo por uma bola a zero. O Goiás continua em crise de resultados, e empatou a duas bolas em casa frente ao laterna vermelha Fluminense, e deixou o Cruzeiro, que venceu fora o Corinthians por 1-0, subir ao 6º lugar. O Coritiba está agora mais tranquilo depois de ter batido em casa o Atlético Paranaense por três bolas a duas, enquanto o Naútico continua a lutar pela permanência, vencendo em casa o Grêmio Barueri por 2-1. A outra equipa do Recife, o Sport, empatou a duas bolas no recinto do tranquilo Avai FC. O Palmeiras lidera com 54 pontos, seguido do Atl. Mineiro com 53, S. Paulo e Inter PA 52, Flamengo 51, Cruzeiro 48.

domingo, 25 de outubro de 2009

Viva a Lusofonia!


Pois é, meus estimados leitores. Mais um ano, mais um Festival da Lusofonia, que hoje termina. Foram três dias de muita animação na zona do Carmo, de festa, de cor, de alegria, de muita música e boa comezaina. Discussões sobre orçamentos e coisas que tais à parte, este foi provavelmente o melhor ano de sempre. Mas eu digo isso todos os anos.

É uma ocasião para rever alguns amigos que a azáfama do dia-a-dia vai deixando esquecidos, encontrar umas caras conhecidas, e ver como os miúdos cresceram (todos um anos crescem imenso!). Estes três dias são uma verdadeira desgraça para as dietas, tantos que são os pratos, docinhos e salgadinhos dos países da Lusofonia, que chegam a trazer "aquele petisco" ou "Aquela pomada da terra" de propósito para o Festival.

À mesa da Lusofonia tivemos na sexta-feira a Cachupa, a Galinha chau-chau parida e a feijoada brasileira. No Sábado a caldo de Chabéu, da Guiné-Bissau, a angolana muamba e o vindaloo (de porco, curiosamente). Hoje foi dia de Calúlú, muqueca de camarão e carne de vaca guisada à moda de Cabo Verde. Estiveram também presentes o nosso bacalhau, sardinhas e frango assado, tudo regado com muita Super Bock e ainda as sobremesas do costume para deixar a boca doce.

Pelo palco da Lusofonia passaram os Quinta do Bill e os angolanos Mercado Negro, e os artistas locais. Destaque para o Grupo Axé Capoeira do mestre Eddy Murphy, que deixou os espectadores surpreendidos no Sábado com a aquela arte afro-brasileira que combina a dança com as artes marciais. Ainda do Brasil destaque parao Grupo de Danças Brasil, do incansável Wallas da Silva, que trouxe um pouco de samba e de carnaval (e ainda de dança do ventre) do Brasil para a grande festa das comunidades que falam português.

Da produção local tivemos, como habitualmente, a Tuna Macaense, o Grupo de Danças Portuguesas, o Elvis de Macau e Germano Guilherme, mais conhecido por "Bibi", entre outros. Em relação a este último, gostava de deixar uma crítica em forma de elogio (sim, nem todas as críticas são negativas...). Se Rudy Sousa é o Elvis de Macau, "Bibi" é o nosso Freddie Mercury. O rapaz não só canta (e dança) bem, como coloca muita paixão naquilo que faz. Aos 22 anos é um diamante em bruto, por lapidar, e tem uma carreira brilhante pela frente.

E foi assim. E para recordação, levei para casa muitos dos docinhos que se fazem um pouco por todo o mundo lusófono, que me vão deixar a sonhar pelo menos por mais alguns dias. Mais uma vez gostei muito de tudo, e saio do Festival de barriga cheia, com baterias carregadas para mais um ano até à próxima festa, na Lusofonia.

Mestre Eddy Murphy e o Grupo Axé


Eddy Murphy nasceu Edilson Antonio Santos Almeida em S. Paulo. Prematuro, de seis meses e meio, cabia dentro de uma caixa de sapatos. Ficou um mês no hospital, e durante a infância sofria de sintomas de epilepsia e um metabolismo lento. Foi aos nove anos que se inscreveu na academia do mestre Dinho, namorado da sua irmã, e onde aprendeu capoeira. Dinho baptizou-o de Eddy Murphy porque o sorriso de Edilson lembrava o do famoso actor de Hollywood. Aos 18 anos tornou-se mestre e começou a ensinar na Sociedade Amigos de Bairro Cidade Nova Sao Miguel, wm S. Paulo. Recebeu depois o cinturão de Mestre Axé Capoeira do Mestre Barrão. Ensinou capoeira em Dongguan, na China, e tem estado a realizar uma "workshop" de em Macau nos últimos seis meses, com o sucesso que as imagens documentam.