domingo, 27 de maio de 2012

Suécia vence Eurovisão plea quinta vez

A Suécia foi a grande vencedora do 57º Festival da Eurovião, realizado ontem em Baku, no Azerbeijão. A canção sueca, "Euphoria" foi interpretada de forma soberba por Loreen, uma marroquina de origem, que venceu destacada sobre os "docinhos"do ano, as Babushkas da Rússia, um grupo de avozinhas que cantavam "Party Eeverybody", uma mistura de disco com folcore russo daquele mais fraquinho. Foi um ano relativamente bom comparado com os anteriores, com algumas interpretações a ficarem acima da média; dessas destaco a Irlanda, Grécia, Moldávia e lá está, a Suécia. Mais uma vez a votação foi altamente politizada, com vizinhos e aliados a distribuir pontos como se fosse ajuda alimentar. Mesmo assim Loreen pareceu recolher o consenso de telespectadores e júris da maioria dos países, e para o ano o Festival realiza-se naquele país nórdico. Fica aqui a canção vencedora.

A Bíblia é um plágio

Como hoje é Domingo, dia do Senhor, eis a minha contribuição. Vide este vídeo, ó crentes (Coitados...)

sábado, 26 de maio de 2012

Racismo (ele existe)



Estava no outro dia a ver o programa "5 para a meia noite", que passa agora nas manhãs de terça a Sábado na RTPi. O apresentador era o desengraçado Nuno Markl, e nele mais uma vez assistimos a piadolas sem graça sobre "os chineses", ainda na sequência da compra da EDP pela empresa "Três Gargantas", algo que parece incomodar os falidos lusitanos. Tenho pena que ainda seja assim. O nosso orgulho (ignorância?) ainda nos deixa olhar para os chineses como uns tipos "engraçados", exóticos e vilões. Ainda são os tais que figuram no pacote do pudim flan El Mandarin (que ainda por cima é espanhol), ou dos filmes de kung-fu. Os chineses ainda são os gajos dos restaurantes...chineses. Ou das lojas dos trezentos, agora chamadasas lojas dos chineses. Os chineses ainda são uma piada. Ahahah. E nós ali todos falidinhos da Silva. Ahahah. E eles a maior economia emergente do mundo. Ahahah. Dá mesmo vontade de rir. Aqui em Macau estamos mais que vacinados para isto. Quem vive no território há pelo menos 3 anos sabe que os chineses são um povo empreendedor, trabalhador e sério. Não há lugar para piadas e bocas racistas. Nós somos os convidados, e eles até nos respeitam, e na volta ainda querem aprender qualquer coisa connosco. Duvido que na televisão chinesa existam programas onde façam piadas sobre os tesos dos portugueses, que imploram que lhes comprem a dívida, que se afundam na miséria e no desemprego. Enfim, os chineses não têm tempo para isso. Se calhar a maioria deles nem sabe onde Portugal fica, e se isso pode ser entendido por ignorância ou falta de cultura geral, também pode ser entendido por desprezo. Desprezo do bom e do fresquinho. Deste lado, dos do oumunian, existe uma espécie de descriminação com que deparo todos os dias. É sabido que os chineses não gostam muito de misturas, e ainda é-lhes difíci axceitar casamentos mistos, com estrangeiros ocidentais ou africanos. A coisa não muda muito de figura quando se trata de imigrantes do Sudeste asiático. Falo das filipinas e das indonésias. Não é muito normal um chinês de Macau casar com uma filipina ou indonésia, e basciamente - e isto chamando os bois pelos nomes - porque elas são consideradas "sujas". Isto tem a ver com um tipo de preconceito antigo, a ver com as tankaian, ou tancareiras, ou seja, a versão macaenses das "boat people". As tancareiras eram mulheres originárias da China continental que imigraram para Macau sobretudo depois dos anos 40. Viviam em embarcações estacionadas na zona do Porto Interior, eram bronzeadas do sol e cheiravam a peixe podre. Muitos portugueses, especialmente soldados, casaram e miscigenaram-se com elas, dando origem a muitos macaenses que ainda hoje são vivos. Mas quanto aos chineses que não eram "boat people", estes sempre lhes deram uma grande dose de desprezo, que passou para as tais imigrantes do Sudeste Asiático. Os oumunian preferem as mulheres "branquinhas", se bem que, e falo pro experiência própria, branqura de pele nunca foi sinónimo de higiene. São preconceitos com que convinha acabar. Porque não?

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O Papa e o infiel

No plano oposto, neste caso, no anonimato, temos o «moscardo» da blogosfera, ou seja, o autor do «Bairro do Oriente». O Leocardo (nome pelo qual assina) teve tudo para ser um nome de referência da blogosfera lusófona. Contudo, parece que lhe subiu a fama à cabeça, por causa das citações e/ou das entrevistas nos Órgãos de Comunicação Social, de Macau e de Portugal. Como resultado, decidiu entrar numa onda mais «heavy», com «posts» xenófobos e, quiçá, ofensivos. Terá sido, assim, a forma que escolheu para chamar ainda mais à atenção! O certo é que terá sido silenciado, talvez por alguém; porventura, ele próprio percebeu que tinha de se acalmar durante alguns meses. Leocardo reapareceu, entretanto, mais ponderado nas suas observações (em vários casos bastante interessantes), supostamente, por estar agora a tomar os medicamentos a tempo e a horas! E aí está! Quem é vivo sempre aparece! O Papa Pedro Daniel das Oliveiras, calvo escrevinhador d'O Clarim, semanário da Igreja Copofónica, resolveu lembrar-se deste vosso servo num artigo (mais um) sobre a blogosfera. Fiquei comovido, a sério, cehgou-me uma lágrima ao canto do olho. Apesar do blogue andar a meio-gás, ainda bem que alguém ainda se lembra que existe. Quanto àquilo de que o PDO me acusa (?), fico confuso. Confesso que a primeira reacção que tive quando li este pequeno parágrafo foi rir. Achei piada. Primeiro quanto à queestão do anonimato: a minha identidade é um segredo de polichinelo; já muita gente sabe quem eu sou realmente, e quem ainda não sabe é porque não fez um pequeno esforço para saber. Curiosamente ainda ninguém me "partiu a cara", ou "os dentes", como havia sido prometido. Foram mais as nozes que as vozes, ou mais olhos que barriga. Depois o Kojak d'O Clarim passa ao ataque. "Posts" xenófobos e ofensivos? Silenciado? Isso da xenofobia tem muita piada. Que me lembre foi um elemento da redaccção desse jornal que se candidatou às últimas eleições legislativas pelo círculo fora da Europa por um partido conotado com a extrema-direira e a xenofobia. Silenciado? Silenciado foi esse jornal o ano passado a propósito de um certo caso relacionado com sepulturas. Pode-se mesmo dizer que n'O Clarim se fez um silêncio sepulcral. É caso para se usar a velha máxima: "quem tem telhados de vidro não atira pedras ao vizinho". Ou neste caso, telhados de papel vegetal muito fininho. Quanto ao meu "desaparecimento", já o expliquei. A minha vida mudou muito nos últimos oito meses a nível pessoal e profissional, o que não e permitiu actualizar o blogue com a mesma regularidade com que o fazia. Aliás a ideia inicial foi acabar com o blogue, mas mesmo assim com muito esforço o actualizo quando considero pertinente. Quanto às "bocas" da medicação, olhe meu caro, tomo sempre que estou doente, como um bom menino. E levo sempre o guarda-chuva quando chove, pois não gosto de andar com o cabelo molhado. Penso que o meu amigo não terá o mesmo problema. Sorte sua...

quinta-feira, 17 de maio de 2012

CTM - Continua Esta Merda

"Não batam mais no ceguinho", é o que se pode dizer da CTM hoje me dia. gora imaginem que pagavam a este ceguinho" por um serviço que não presta, sem que exista outro invisual por onde escolher? É a isto que chegámos: a CTM presta um mau serviço, e o Governo (sim, a culpa é do Governo) fica de braços cruzados. Macau, o tal oásis por onde a crise económica mundial não passa - ou pelo menos oferece sedativos contra a mesma - tem um serviço de rede móvel e internet digno do Burkina Faso ou do Butão. E não sei se não é pior, não sei o que passa nesses países. A verdade é que na última segunda-feira houve mais um apagão, 17 mil clientes ficaram sem rede durante mais de duas horas, e tudo por causa de um "erro humano". Um funcionário reiniciou o controlador da rede remota, e oops, ficaram milhares de clientes incomunicados. Se calhar foi o filho de um funcionário, a pensar que o tal controlador era alguma PlayStation e então apeteceu-lhe brincar. Sabendo que existem pessoas que não passam cinco minutos sem usar o telemóvel, deve ter sido uma "ressaca" descomunal. A CTM não planeia oferecer descontos ou outras benesses para compensar por mais esta merda que fizeram. E porque haviam de oferecer? O que podeis fazer? Mudar de serviço? Optar por outra companhia? Nãããoooo...não tendes opção. Viver com a CTM é como sobreviver a um naufrágio e ficar numa ilha deserta com o nosso pior inimigo. São os monopólios desta vida...

sábado, 12 de maio de 2012

Teve diabo?

Subiu ontem ao palco do Centro Cultural de Macau a peça em Patuá “Aqui Têm Diabo” – crónica dos bons fantasmas”, mais um – sempre aguardado – trabalho dos Doçi Papiaçam di Macau, o grupo de teatro amador da língua maquista liderado pelo incansável Miguel Senna Fernandes. Tinha muita curiosidade sobre o que ia encontrar este ano, uma vez o tema era ambíguo: almas do outro mundo e superstições. Ao contrário de temas de outros anos anteriores, como os pandas, a culinária macaense, os casinos ou os advogados, este podia ser sobre qualquer coisa…ou nada. E não foi mesmo nada de especial. Não fica fácil criticar o trabalho dos Doçi, uma vez que nos trazem algo de único e original. É importante preservar vivo o patuá como anexo da identidade macaense, nem que seja apenas a mexer os olhinhos, e os Doçi fazem isso melhor que ninguém. Posso afirmar sem espécie de dúvida nenhuma que o fim destas peças anuais deste grupo amador seria o fim do patuá. Isto é como visitar um tio ou um avô distante que vemos uma vez por ano. Mas isto não significa que não possamos também ser críticos e exigentes, portanto vamos ao que correu mal ontem. Ao contrário de anos anteriores, o enredo não foi encadeado, ou seja, não existia uma trama central. Existiam quatro histórias, um tanto ou quanto ao estilo de “Twilight Zone”. Umas foram mais bem conseguidas que outras, e as interpretações foram também inconsistentes. A primeira parte era intitulada “Busca Vôs” (À tua procura). Começamos com uma introdução dada por dois fantasmas, interpretados por Luís Machado e Alfredo Ritchie. Fiquei com pena de que não de pudesse tirar mais destes dois experientes actores, que ficaram encarregados de fazer a “crítica dos costumes” habitual nas peças do patuá. Ficou a sensação de que havia pouco para falar. Chegaram mesmo a haver momentos de silêncio desconfortável na plateia. Este ano o risómetro registou um dos níveis mais baixos de sempre. “Busca Vôs” introduziu nestas andanças do patuá quatro jovens actores da Escola Portuguesa de Macau. Os miúdos estiveram bem, e Miguel Senna Fernandes esteve ainda melhor em iniciar estes jovens no “doce veneno” da representação na língua maquista. Gostei especialmente de Vera Amorim no papel de espírito. Fez-me lembrar um Olívia do Rosário dos outros tempos. A aposta na juventude foi uma aposta ganha; a plateia divertiu-se sem se importar muito com o argumento propriamente dito. Um conselho ao jovem Hermes Trabuco: mais naturalidade, s.f.f.. Quedas e cambalhotas até não ficam mal, mas um pouco mais de teatralidade e menos slapstick davam melhor resultado. O segundo sketch foi o meu favorito. “Mofino di Câxa”(O feitiço das caixas) foi de longe o mais hilariante, o mais divertido, o mais original. Nesta cena brilhou Marina de Senna Fernandes, irmã do “vosso próprio”, que merecia quase um Emmy para melhor actriz em musical e comédia. Em resumo, Natalina é uma recém-viúva que leva as cinzas do marido para casa. Numa última noite com o defunto, experimenta vários orgasmos (isso mesmo, os Doçi ultrapassaram a última fronteira!) com a alma do de cujus. Entretanto um funcionário do crematório, Crispim (Carlos Alberto Anok Cabral) bate-lhe à porta dizendo que houve um engano e que as cinzas tinham sido trocadas. Marina, mais preocupada com o próprio prazer, manda Crispim embora com a cinzas do seu falecido (interpretado por Aleixo Siqueira, que dava para fazer de Adolf Hitler), e regressa aos prazeres carnais com o fantasma desconhecido, interpretado pelo nosso Daniel Pinto, vulgo Dani. Gostei do detalhe mórbido-erótico da cena, da insinuação do sexo interracial, foi um momento muito bem conseguido. Seguiu-se ”Vai Casa” (Leva-me para casa), um sketch que apostava na crítica social, nomeadamente (e mais uma vez) aos turistas da China continental. Neste sketch temos José António Carion Júnior e Sheroz Pernencar no papel de dois malandrecos maquistas sempre dispostos a ganhar umas massas, e um fantasma muito “dread”, interpretado por Herman Comandante. Para mim este foi um dos grandes erros deste ano. Herman Comandante tem talento para um papel muito melhor do que o de uma alma penada inspirada no E.T. que fala chinês com uma voz fininha. Mesmo assim, as maiores risadas foram arrancadas por Lou Pui Leong, um veterano dos Doçi, que faz o papel de um guia turístico desleixado e indiferente, que improvisa momentos da história de Macau que foram um dos momentos altos da noite. Mais uma vez, muito pouco para quem esperava rir mais. Aproximava-se o intervalo, e eis que acontece mais uma “banhada”. Durante o vídeo que encerrava a primeira parte, falhou o VT do Centro Cultural, e intervalo de dez minutos deixava muitos ombros encolhidos. Lá fora no fumatório ouviam-se críticas menos positivas. De regresso ao Grande Ausitório, vimos os vídeos, sempre um momento alto no espectáculo. O primeiro, apresentado por Germano Guilherme (que saudades!) versava sobre a nova lei do tabagismo. Foi mais ou menos bem conseguido. O segundo vídeo foi um trailer de oito minutos sobre um putativo filme de terror (Sozinho), em que ficámos decepcionantemente sem saber quem era o assassino. Mesmo assim parabéns a Sérgio Perez que brilhou mais uma vez no departamento da realização. A última parte foi um verdadeiro “tour de force”. O sketch era ambicioso: “Porta-porta di casaram” (Mansão de duas portas), que contava a história de dois arrendatários da mesma casa que tinha duas entradas por ruas diferentes – algo muito comum em Macau. Neste sketch Miguel Senna Fernandes mete a carne toda no assador: Rita Cabral, Sónia Palmer e a lindíssima Nair Cardoso no papel de uma família macaense, e o estreante Vitor Quintã e Ana Cardoso no papel de um casal luso-macaense, que deixou muito a desejar. Fátima Gomes brilhou no papel de uma mestre de feng-shui que estabeleceu contacto com uma alma do outro mundo, intepretada por Rui Carreiro. Deste último tenho a dizer o seguinte: é o melhor casting feito para o papel de vampiro ou alma penada, e nem precisava de maquilhagem. Só o sotaque micaelense já dava para assustar. Ficou a saber a pouco, e foi provavelmente o trabalho menos bem conseguido desde “Sorti Doçi”, de 2008. Faltou o talento de alguns habitués, como Paula Carion ou Miguel Khan, relegados para os bastidores, ou de José Luís Pedruco Achiam, este ano completamente ausente. Passou-se alguma coisa? Vou voltar para o próximo ano, altura em que os Doçi celebram os 20 anos de representação. Miguel Senna Fernandes promete algo de “especial”. Mas sinto que qualquer coisa melhorzinha que a peça deste ano já seria mais que suficiente.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A geração dos curvadinhos

Um pouco por todo o lado vemos os zombies com os seus respectivos aparelhos de bolso. Falo dos indígenas de Macau e os seus telemóveis, a que passam a vida agarrados, quer seja na rua, no autocarro, nos cafés ou nas repartições públicas. Não há quase ninguém - com a excepção de eu próprio e poucos mais - que não tenha aderido aos iPhones e afins e se mantenha concomitantemente ligado à rede, normalmente perdendo tempo em coisas inúteis. Não admira que as pessoas estejam cada vez mais desumanizadas e respondam apenas a impulsos ditados por beeps de mensagens de chatrooms, sejam eles o Facebook ou tal de Watzup, tão popular entre os locais. Não percebo a necessidade de partilhar fotografias de porras inúteis, mensagens parvas e outras palermices que retiram horas de vida diárias que podiam ser usufru'ídas de outra forma...sei lá...a fazer amor ou através de outras formas de contacto humano. Às vezes até desejo que seja verdade aquilo que dizem sobre a relação entre as radiações do telemóvel e os tumores cerebrais. Não me levem a mal, mas só para que as pessoas despertem e levantem a cabeça de vez em quando.

O Grito sai caro

"O Grito", de Edvard Munch, é a partir de agora o quadro mais caro do mundo. A obra-prima foi leiloada por qualquer coisa como 120 milhões de dólares, um preço astronómico. Não é preciso ser um amante de arte para conhecer a pintura datada de 1895, um quadro um tanto ou quanto tétrico, com o seu quê de psicodélico antes do tempo. Quando estava no Liceu um professor perguntou-nos qual era o nosso pintor favorito, ao que respondi "o Américo". Perante a perplexidade (e ignorância!) do meu professor, expliquei-lhe que o Américo era o gajo que pintou a cozinha lá de casa no Verão antes, e sem deitar um pingo de tinta! Isto apesar do chão estar completamnete forrado de jornais. O Américo tinha também talento, mas é "O Grito" do Munch que vale os tais 120 milhões de dólares. Não que o senhor possa agora aproveitar um centavo que seja da sua obra...