sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Bairro do Oriente - 4º mês


Agora que este blogue completou três meses de vida, gostava de fazer um pequeno balanço. Gostava em primeiro lugar de agradecer aos meus queridos leitores. Este mês de Fevereiro o "Bairro do Oriente" atingiu as 5000 visitas, o que nunca pensei que fosse possível. Este foi também o mês em que foram publicados mais "posts", 170. Aproveito também para anunciar algumas novas rubricas: sempre que possível farei a crítica de filmes e discos, em jeito de restrospectiva, e na segunda-feira vou iniciar a publicação de uma série sobre a história da propaganda comunista. Não vão faltar os vídeos, os "polls" e as habituais colaborações dos nossos humoristas e autores. Queria agradecer ao João Severino, a grande inspiração deste humilde autor, ao Conde da Buraca (autor do blogue "Peneirar") pela publicidade, e ao Vítor Castro (xô VICI) pela constante e fiel participação, a esse excelente profissional e um jovem com um futuro brilhante pela frente e que se chama José Carlos Matias, ao Vitório do Rosário Cardoso pelos seus oportunos (e extensivos!) comentários, ao corrector residente, aos restantes comentadores habituais, ao Ricardo Araújo Pereira, Rui Unas, Manuel João Vieira, Patrícia Lemos, Humberto Pinto Fernandes D'Abreu, Carlos Morais José, Paul Chan Wai Chi, José Miguel Encarnação, restante pessoal da imprensa de Macau, um abraço especial à malta da Rádio Macau que me faz companhia todos os dias horas a fio, e todos os que lêem e de alguma forma deram a sua contribuição para este espaço. E agora que isto já parece um discurso de aceitação dos óscares, um grande bem haja a todos.

Nero incendeia Macau


O ZÉNITE nas corridas de touros em Espanha é a morte da besta pelo toureiro. Na arena, a sapiência e o irracional dançam ao som da fanfarra, envolta num mar encarnado. O povo exulta de paixão. Um espectáculo próximo dos vividos no Coliseu romano. E do pedestal, hoje o Rei, tal como ontem Nero, a ver Roma a arder.

A «res publica» há muito se transformou numa arena. Aqui e ali, os Neros vão proliferando, incendiando a paz social e aproveitando-se da dor do inimigo, de quem a morte se vem apoderando dia-após-dia.

Por culpa própria – ou não – as estocadas deixaram feridas impossíveis de sarar. Até à entrada dos campinos, resta agora sobreviver à sombra de paliativos, na esperança de que o próximo espectáculo venha a ser menos viril.

Tal como as praças de touros, a «coisa pública» serve para entreter os menores, alimentando-lhes a agressividade e o prazer do domínio sobre os demais, os indefesos. Em tauromaquia, chamo-lhe faena. Em política, chamo-lhe revolução.

Na realidade, as mutações sofridas pela «res publica», desde 1999, transformaram-na em combustível, pronto a ser usado pelos revolucionários; pelos tais Neros famintos por incendiar o Sistema. Acontece, felizmente, que ao fazê-lo, estão a espetar uma bandarilha no próprio dorso.

Tal como o imperador romano, não tardará muito para que certos Neros venham a cair em desgraça. O espectáculo das chamas é bonito, – sem dúvida! – mas, na hora de apanhar as cinzas e reconstruir a cidade, muitos incendiários serão enforcados.

Sob a capa da democracia, os toureiros e campinos da nossa praça andam já de espada na mão, à espera do momento certo. Por eles matavam toda a ganadaria, esquecendo-se que dela também fazem (fazemos) parte. Mas que lhes importa? A terra queimada sempre esteve na base das ditaduras do proletariado.

O perigo está à espreita: Robin Hoodismo e capitalismo são conceitos antagónicos. É o mesmo que casar com uma velha viúva, à espera da herança; à espera que o Governo impluda, para gáudio dos súbditos. Para depois, sem programa político, sem rumo definido, deixar a economia morrer, com graves consequências para o tecido social.

Por estes dias, falta Ordem. Do Largo do Senado aos Três Candeeiros, as ruas transformaram-se num palco de batalha. De um lado, os Cláudios; do outro, os Neros. A voz da consciência contra a irreverência.

À margem de tudo isto, o Senado, – leia-se, Assembleia Legislativa, – vai funcionando como cartilha materna. No hemiciclo não entram isqueiros, nem bandarilhas. Ali, a Ordem ainda vai sendo o que era. A rua é para os arruaceiros, está provado!

À semelhança da Roma antiga, as ruas funcionam para Macau, como o Coliseu funcionava para os romanos. Entretêm, apenas e só. Já a Assembleia Legislativa é, como o Senado, capaz de destituir os Neros, sem estocadas, mas através das suas fraquezas.

Por muito que custe aos mais sonhadores, o poder político local jamais poderá transformar-se na varanda do palácio de Nero, ou num qualquer camarote de praça de touros.

Dos políticos esperam-se decisões; dos Governos, autoridade. E se for para matar o animal, que seja olhos nos olhos. Acabar-lhe com a vida já ferido no chão, é reduzir a política a cinzas.

O exemplo americano

A inevitabilidade dos povos terem de ser, de tempos a tempos, comandados por Neros, sejam capitalistas ou comunistas, explica o fenómeno George W. Bush.

É verdade que este «ditador» não incendiou Washington, mas fê-lo no resto do mundo. Por isso, os Estados Unidos estão hoje a viver as «passas do Iraque», sem saber que futuro lhes está reservado.

Para além de ter perdido a confiança política de alguns blocos económicos, a Casa Branca perdeu também o carinho dos americanos, sempre habituados a ver naquele símbolo de Poder o remédio para todos os males.

A Administração W. Bush arrisca-se a ficar na história norte-americana como a pior de sempre desde a fundação do País, mais não seja por ter conseguido arruinar com a auto-estima de toda uma nação.

Esta semana, a própria cerimónia de entrega dos Óscares deixou transparecer o quanto os ianques andam desanimados: os filmes nomeados retratam o que de pior há na vida; o glamour de outros tempos foi reduzido ao brilho das estatuetas; a ousadia dos costureiros ficou na gaveta e os guionistas voltaram à rua.

Se Hollywood entrou em ruptura, imagine-se o resto.... Desde a crise na bolsa, até ao aumento da criminalidade juvenil, já pouco ou nada se aproveita do País dos sonhos.

Para alegria da maioria, já não tarda muito para que W. Bush volte para o seu rancho no Texas, de onde nunca deveria ter saído. Aliás, seria desejável que o próximo presidente dos Estados Unidos o convidasse a ficar em casa e não voltasse a aparecer ao mundo. Se fosse vivo, tenho a certeza que Darwin aplaudia esta iniciativa.

Enquanto a purga não acontece, vamo-nos deliciando com imagens sangrentas, com a desvalorização da pataca, com a subida do preço do petróleo e com o desânimo de todos nós.

José Miguel Encarnação in O Clarim

Haja ponte


Está definido o novo e ambicioso projecto da ponte Hong Kong-Macau-Zhuhai. A ponte custará 30 mil milhões de patacas, e o governo da RAEM entra com 14.2% dos custos. O Governo da RAEHK entra com a "parte de leão", pagando mais de metade dos custos.

XIX Festival de Artes - Programa Completo


The Aluminium Show (Israel)
1 e 2/5/2008 Centro Cultural de Macau - Grande Auditório MOP 150, 100, 60

Orquestra de Macau – Ciclo de Música de Câmara
Imagens de Inglaterra 3/5/2008 Teatro D. Pedro V MOP 30

Orquestra Chinesa de Macau
Concerto para Piano Rio Amarelo 4/5/2008 Centro Cultural de Macau - Grande Auditório MOP 100, 60, 40

Noridan (Coreia do Sul)
Ping, Pang, Pong - Noridan Episódio 5 3 e 4/5/2008
Teatro Clementina Leitão Ho MOP 80, 40

Grupo de Teatro Dóci Papiáçam di Macau
Sórti Dóci (Doce Sorte) 10 e 11/5/2008 Centro Cultural de Macau - Grande Auditório MOP 150, 100, 60

Escola de Dança do Conservatório de Macau
Um Jardim no Coração 10 e 11/5/2008
Centro Cultural de Macau - Grande Auditório MOP 100, 60, 40

Pallavi Krishnan – Dança Clássica Indiana Mohiniyattam (Índia) 9~12/5/2008 Casa de Lou Kau MOP 20

Orquestra de Macau - Ciclo Grandes Mestres
Zukerman e A Orquestra de Macau 16/5/2008 Centro Cultural de Macau - Grande Auditório MOP 300, 200, 100

Orquestra de Macau – Ciclo de Música de Câmara
Deutsche Selektion 17/5/2008 Teatro D. Pedro V MOP 30

Espectáculos ao Ar Livre
16~18/5/2008 Jardim Iao Hon Entrada livre

Companhia de Ópera Wu da Província de Zhejiang
A Lenda da Cobra Branca 18/5/2008 Cinema Alegria MOP 60

Sensorama - Experiências Multiperceptuais (México)
Os Quatro Elementos - Cantos Nativos 16~18/5/2008 Casa de Lou Kau MOP 20

4D art (Canadá)
A Tempestade por William Shakespeare 23 e 24/5/2008 Centro Cultural de Macau - Grande Auditório MOP 100, 60, 40

Associação Geral de Ópera e Música Chinesa de Macau
A Travessia –Ópera Cantonense 24 e 25/5/2008 Cinema Alegria MOP 60

Uxu Kalhus (Portugal)
24 e 25/5/2008 Jardim Iao Hon Entrada livre

Sensorama - Experiências Multiperceptuais (México)
Os Quatro Elementos - Cantos Nativos 20~25/5/2008
Casa de Lou Kau MOP 20

Nederlands Dans Theatre II (Holanda)
27/5/2008 Centro Cultural de Macau - Grande Auditório MOP 150, 100, 60

Nuevo Ballet Español (Espanha)
Sangre Flamenca 29 e 30/5/2008 Centro Cultural de Macau - Grande Auditório MOP 150, 100, 60

Associação de Artes Pequena Montanha
A Pedra Mágica - Teatro Infantil 29 e 30/5/2008 Centro Cultural de Macau - Grande Auditório MOP 100, 60

Hotel Bela Vista


O altaneiro Hotel Bela Vista, que até 2049 servirá de residência do Cônsul-geral de Portugal em Macau.

Kelly Chen - Lavender 陳慧琳 - 薰衣草


Aqui temos um exemplo de uma cantora linda, talentosa e impoluta. Um verdadeiro exemplo para a juventude. Kelly Chen e um dos seus maiores sucessos, "Lavender". Uma maneira suave de acabar a semana.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Cargos públicos, dinheiros privados


Não sei se os leitores já receberam alguma vez em casa algum dos jovens da Direcção de Serviços de Estatística e Censos que faz regularmente a recolha de informações sobre os agregados familiares. Eu lembro-me bastante bem da visita da simpática menina dos DSEC, em Outubro de 2006, que entre as questões levantadas, uma prendia-se com os rendimentos singulares. "Quanto é que o senhor ganha?", uma pergunta que não se faz assim de ânimo leve. Não tive qualquer problema em responder, mas de que forma reagiram outros cidadãos, foi a pergunta que ficou por fazer. A maioria provavelmente respondeu sem hesitar, vendo nos jovens dos DSEC alguma figura de autoridade. Outros mais "espevitados" terão dado alguma luta, ou não responderam de todo.

Isto tudo para falar da mais recente matiné na Assembleia Legislativa. Os deputados Ng Kwok Cheong e Au Kam San, do Novo Macau Democrático, apresentaram um projecto de lei (!), que passava pela alteração da lei 11/2003 e pedia a declaração pública de rendimentos dos titulares de cargos políticos e trabalhadores da administração. Não sei qual a motivação dos deputados do NMD, se por acaso a democracia e os seus valores intrínsecos serão suficientes para os inebriar de prazer, ou se são apenas humanos e, como tal, amantes do vil metal. Mas a verdade é que mesmo antes de levar a proposta à votação no plenário, eles próprios apresentaram os seus rendimentos.

Mas que grande bota que tinham os restantes deputados para descalçar, agora. Entre o interesse público e a coragem política, que certamente caía bem no próprio eleitorado, ou a protecção da privacidade (chamemos-lhe assim), os digníssimos deputados optaram pela segunda, deixando tudo na mesma. Muito coçar de cocuruto se ouviu na AL. Não era para menos, pois afinal que imagem é esta que se passa para o povão? Políticos não querem declarar os rendimentos? Têm o quê a esconder, afinal? A presidente da AL, Susana Chao, começou por acalmar as hostes: "só porque votam contra não quer dizer que a população vá pensar que são corruptos, a população é justa". Pois sim.

A proposta foi, evidentemente, chumbada. Quatro votos a favor e quinze contra, com oito abstenções. Razões para votar contra não faltaram, aliás, esta é uma situação em que as desculpas são como as cerejas, e foi um nunca mais acabar de razões para chover no cortejo dos democratas. Tsui Wai Kwan diz que a proposta de alteração à lei não combate a corrupção, e é mesmo ilegal e injusta em alguns aspectos, que toda a gente tem direito ao bom nome e à privacidade, e de que os dados não estariam actualizados, uma vez que ele há deputados e empresários que têm as massas investidas, etc. etc.. Posto este estóico discurso, o sr. deputado absteve-se.

Leonel Alves votou ao lado dos restantes deputados eleitos de forma indirecta ou nomeados pelo Chefe do Executivo, como tem sido o seu timbre, e explicou-se. Caso os deputados e outros detentores de cargos públicos cometam ilegalidades, o problema resolve-se, como aconteceu com o caso Ao Man Long. "Macau é pequeno, e o risco é grande", disse Leonel Alves. Falou-se de "tentações" caso estes valores fossem divulgados: ele há quem possa pensar em raptar algum dos srs. deputados/empresários. Os raptores, como se sabe, inteiram-se dos valores das contas bancárias das vítimas antes de procederem ao rapto. É lógico...

Alguns momentos de humor mais tarde, pois rir é o melhor remédio, procedeu-se à votação. Dos quatro que votaram a favor encontram-se, além dos autores da proposta, José Pereira Coutinho e a deputada Kwan Tsui Hang. Foi curioso observar no entanto como a número 2 da UDT, Leong Iok Wa, se absteve, bem como os dois deputados dos "kai fong", Leong Heng Teng e Iong Weng Ian, sem que explicassem muito bem porquê. David Chow não apareceu e assim não precisou de se chatear. Concordo no entanto com uma das frases que foi dita ontem no plenário: "Macau não é a Alemanha ou o Japão". Pois não. Está muito longe desses países, sem dúvida, e não é só no que diz respeito ao tamanho.

Uxu Kalhus


Fica aqui um gostinho de Uxu Kalhus, o tal grupo português que vem para o XIX Festival de Artes. Um grupo que se considera de Trad Radical, Folc Subversivo e Baile Progressivo. Se quiserem saber mais deles, podem ler o blogue.

XIX Festival de Artes


Polémicas à parte, foi hoje anunciado o programa do XIX Festival de Artes de Macau, que se realiza durante o mês de Maio. São mais de trinta actuações de artistas de Israel, Índia, México, Holanda, Espanha, Canadá e Coreia do Sul, e, como é claro, de Macau e do Interior da China.

É de Israel o espectáculo que inaugura o Festival. No dia 1 de Maio o Grande Auditório do (seu) Centro Cultural será colorido com o "The Alluminium Show", uma apresentação que combina a mecânica e os efeitos visuais. No dia 3 a Orquestra Chinesa de Macau oferece, também no Centro Cultural, “Concerto para Piano O Rio Amarelo”, com participação especial do prodigioso violinista Li Chuan Yun e o pianista Yin Chengzong.

Os Doçi Papiáçam de Macau marcam o seu regresso com mais uma peça, desta vez inteiramente falada no dialecto maquista. Chama-se "Sórti Dóci" (Doce Sorte) e aborda o tema do desenvolvimento súbito da economia de Macau, a febre dos casinos e as perspectivas dos jovens face a estas novas especificifades do território. Será nos dias 10 e 11 no Grande Auditório.

Outros destaques para o Nederlands Dans Theater II (dia 27, CC), o grupo mexicano Sensorama (dias 16 a 25 de Maio, Casa de Lou Kau) ou o Nuevo Ballet Español, que encerra o festival no dia 30 com o ballet "Sangre Flamenca", também no CC. De Portugal vêm Uxu Kalhus (leia-se "os chocalhos") um grupo folk, pouco conhecido, a fazer lembrar os saudosos Pogues. Com as devidas distâncias, claro.

Sou tão feliz


Este era Marco Paulo em 1967. Diabos me levem, mas era mesmo parecido com o Cristiano Ronaldo, ou não? Imaginem só, a cores, com uma camisola da selecção nacional...e já era tão feliz nesse tempo. A canção é que não foi muito feliz, e ficou em último lugar...

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Breves


1) O deputado José Pereira Coutinho pediu à AL a demissão do director dos SAFP, José Chu. O presidente da ATFPM acusa Chu de "grosseira incompetência ao proferir declarações irresponsáveis em vez de admitir os graves problemas e tentar resolve-los da melhor forma". Na origem da ira de Coutinho estará o "mapa Chu", em que o presidente dos SAFP faz comparações entre os vencimentos auferidos entre o sector público e privado na área da segurança e transporte.

2) As autoridades suspeitam de fogo posto em mais um incêndio em Macau, desta vez na Rua Fernão Mendes Pinto, perto da Rotunda Carlos da Maia, mais conhecida por "três candeeiros", em que ficaram queimados mais de 20 motociclos. O incêndio aconteceu por volta das 5 da manhã de ontem, e podia ter tido consequências mais graves, uma vez que cerca de 70 residentes, muitos deles idosos, receberam tratamento hospitalar devido à inalação de fumo.

3) Combater a corrupção eleitoral de modo a ter eleições mais justas é o objectivo do Governo para 2009. Ainda bem que se admite este problema, e não se esconde a cabeça debaixo da areia, mas esta fiscalização tem que ser feita antes, durante e depois do acto eleitoral, e há muito trabalho a fazer. E que tal começar por garantir que os eleitores se deslocam às mesas de voto pelos seus próprios meios?

SIDA aumenta em Hong Kong


Os números de infecções por HIV/SIDA em Hong Kong tem disparado nos últimos anos, e aumentou em cerca de 50% em relação a 2000, com um total de 414 novos casos verificados só no ano passado. O consultor do departamento de saúde da RAEHK, Wong Ka Hing aribuíu este aumento ao ressurgimento de "práticas sexuais inseguras" por homossexuais e bissexuais. "A circulação do vírus entre a comunidade 'gay' é muito maior que nas outras", disse Wong.

Foi ontem, durante a divulgação do relatório do "Centre for Health Protection" que Wong afirmou que os novos casos de HIV foram muito provavelmente transmitidos entre residentes de Hong Kong, com 197 dos casos detectados entre Janeiro de 2006 e Dezembro de 2007. Segundo um estudo do mesmo centro, infecções pela via homo e bissexual foram predominantes desde 1984, tendo sido apenas ultrapassadas pela via heterossexual algures nos meados dos anos 90. O ressurgimento do HIV entre homossexuais e bissexuais tem-se verificado tanto em países desenvolvidos como subdesenvolvidos.

Wong acrescentou que "com a excepção dos preservativos, não temos quaisquer outras medidas eficazes para evitar a propagação do vírus", e acrescentou que quanto mais arriscados e audazes forem os comportamentos, maiores possibilidades existem de contracção da doença. A esmagadora maioria dos novos casos registados no ano passado deu-se em homens, com 342 indivíduos do sexo masculino a serem infectados, enquanto apenas 72 eram mulheres.

Os homens entre os 30 e 39 anos representam o maior grupo infectado, enquanto que nas mulheres a idade de maior risco é os 20-29. Setenta e seis dos casos de infecção por via heterossexual ocorreram em Hong Kong, enquanto 82 aconteceram fora do território. Dos 414 casos no ano passado, 63% dos infectados eram chineses, e 37% eram estrangeiros. O número de infecções através da partilha de seringas entre toxicodependentes tem aumentado significativamente. A tubercolose continua a ser a doença mais comum entre os seropositivos, com 41% dos infectados a receberem tratamento em 2007.

Pátio da Dissimulação


Dissimulação

do Lat. dissimulatione
s. f.,
acto de dissimular;
afectação;
fingimento;
disfarce;
encobrimento de intenções.

Uma bela história se esconde por detrás do nome deste pátio sito algures na área de luz vermelha de Macau. Em chinês chama-se ham wai, ou seja, pátio escuro.

Dia sem sacos


Uma ideia genial do Conselho de Consumidores (os tais que só não fazem mais porque nãos deixam): um dia sem sacos de plástico. No dia 28 de cada mês (ou seja, amanhã), faça as suas compras e traga o seu próprio saco, para bem do ambiente. Depois podemos sentir a diferença que um só dia pode fazer. Valeu?

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Chow vs. Doutores


O locutor e homem de negócios Robert Chow respondeu ontem aos críticos, numa sentida conferência de imprensa em que lembrou que nem sempre um curso superior é sinónimo de competência e dedicação. O experiente locutor da RTHK concorreu ao complicado cargo de director daquela estação governamental, isto depois do governo da RAEHK ter "baixado a fasquia" no que toca às exigências para o posto. Antes era necessário um curso superior, agora apenas "15 anos de experiência no campo dos media". Choveram acusações de "facilitismo" para Chow, que trabalha em rádio e televisão há 40 anos.

Num discurso emocionado, Chow considera as críticas "injustas", e fala de discriminação contra as pessoas que não tendo uma licenciatura, são honestas, competentes e trabalhadoras. O provável novo chefe da RTHK foi mais longe ao afirmar que se trata de "um insulto" aos 6 milhões de hongkongenses que, como ele, não têm um curso superior. Chow considera-se "um modelo" para os jovens, que diz motivar e encaminhar na direcção correcta, dando-lhes bons conselhos.

O director da RTHK aufere um salário mensal de HK$160000 (aprox. 15 mil euros), que segundo Chow, "é pouco" para o tipo de pressão a que está sujeito.

Eurodeputados, Kosovo e Timor


Vi esta manhã o programa da RTPi Eurodeputados em que se falou da independência do Kosovo e da nova crise em Timor.

A deputada socialista Ana Gomes, favorável à autodeterminação kosovar, viu-se 'apertada' pelos deputados bloquista e comunista, Miguel Portas e Pedro Guerreiro, respectivamente, que falam de "Soberania nacional", e de "berço da nação sérvia" para justificar a sua oposição à mais nova nação do mundo. É curioso observar como se comportam os nossos ideólogos em relação ao longínquo Kosovo. A extrema-esquerda e a extrema-direita tocam-se e estão contra, a pseudo-esquerda socialista é a favor, a direita moderada, na falta de uma terceira via, está-se nas tintas.

Já em relação a Timor, confirma-se o pior. Os eurodeputados têm medo de dizer o que já toda a gente sabe mas é politicamente incorrecto dizer: a nação timorense falhou. Dizem que "não falhou mas sofre de profundas carências, e deficiências" etc. etc. mas o povão continua a ter pena, a achar que são uns coitados e mais não sei quê. Curiosa uma afirmação de Miguel Portas, que se questiona sobre o papel de Xanana Gusmão em todo o processo.

As nossas mulheres: Marisa Cruz


O esplendor na relva...ou melhor, na areia.

Eu não sele chinês!


Lembram-se da série "Duarte & Cia"? Realizada por Rogério Ceitil, contava com as interpretações de Rui Mendes, o saudoso António Assunção e Paula Mora. Um dos vilões era um japonês, que trocava os "erres" pelos "eles" e ficava especialmente irritado quando lhe chamavam de chinês. A recordar.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Unga Tiro na Iscuridâm


Foto: Ou Mun

Aparentemente a acção do agente da PSP que disparou cinco tiros para o ar na manifestação do último 1 de Maio fez escola em Macau. Na manhã de Domingo um funcionário da Direcção de Coordenação e Inspecção de Jogos (DCIJ) disparou "um tiro de aviso" para o ar à saída da discoteca D3, na Doca dos Pescadores.

Mais um problema de saias na origem do incidente, conta-se. Um menina na casa dos 20 anos ter-se-á queixado de assédio por parte de um amigo do funcionário em causa, um macaense de cerca de 50 anos, e terá chamado o marido, um tailandês. O marido, furioso, chegou acompanhado de três compatriotas e gerou-se uma confusão. Até que o funcionário da DCIJ, qual John Wayne ou Clint Eastwood, terá colocado água na fervura (eh eh), disparando para o ar, e resolvendo o problema.

A notícia fez imediatamente eco na imprensa em chinês do território e de Hong Kong. Claro. Os primeiros pelam-se cada vez que "um macaense" mete a pata na poça, e os segundos dão pulinhos e batem palminhas quando há tiros em Macau (e aquela imagem no cantinho do ecrã da TV mostrando as Ruínas de S. Paulo com buracos de bala a escorrer sangue?). Não sei se a bebida ou o lado de macho latino apimentado de americanóide débil mental terá tido influência neste desfecho, mas este é o tipo de atitude que não pode passar incólume.

Fala-se de legislação que permite aos funcionários do DCIJ andarem armados, da possibilidade de legítima defesa e por aí fora. A questão da posse de arma, por muito legítima que seja, perde toda a razão quando se dispara para o ar para resolver uma rixa de bar. Quanto à segunda, os meus amigos juristas podem confirmar que o pressuposto essencial para a legítima defesa é a existência de perigo actual e iminente, o que dificilmente se consegue justificar, uma vez que nenhum dos alegados agressores se encontrava armado. A questão do funcionário estar ou não em serviço parece-me obtusa. O que queria a DCIJ duma discoteca às seis da madrugada?

É por isso que não podemos tolerar mais situações deste tipo. Porque se quem tem uma arma é quem fala mais alto, então bem podemos arrumar a trouxa e esquecer o primado do Direito, a formação jurídica, a produção legislativa, a democracia em geral. Chama-se o Travis Bickle, o Zeca Diabo e o Lucky Luke para governar, e toca a tornar isto num autêntico faroeste. Tenho dito.

Ponte fechada


Está finalizada a mini-votação sobre a Ponte Nobre de Carvalho, e 36 dos leitores do "Bairro do Oriente" exerceram o seu direito de voto. A votação foi equilibrada entre os que acham que a ponte se deve manter fechada a todo o trânsito excepto táxis e autocarros (16) e os que pensam que devia ser permitido aos motociclos usar a ponte (14), mas muito longe ficaram os que pensam que a ponte devia ser aberta a todo o trânsito (6). Portanto ao que parece, a ponte está bem assim. Obrigado pela participação!

Desmontando o Rato




Agora que entrámos em força no Ano do Rato, é natural que se retire o palco e que se volte à vida normal na maior praça de Macau, o Largo do Senado. Agora a forma como isto foi feito podia ter sido bem mais suave e discreta. Esta manhã pelas 10 horas eram vários os operários que desmontavam o palco e os restantes ornamentos, em alguns casos espalhando lascas de madeira que acertavam nos transeuntes, ou fazendo um escarcéu enquanto usavam pés de cabra para arrancar tábuas. Tudo isto perante o olhar embasbacado dos turistas que continuavam tirando fotografias como se nada fosse.

Viva o Viva Pataca


Da esquerda para a direita: o proprietário Stanley Ho, o treinador John Moore, Angela Leong e o jockey Darren Beadman.

O Viva Pataca, o cavalo de Stanley Ho, venceu ontem a Hong Kong Gold Cup em Sha Tin e arrecadou o prémio de 4.56 milhões de dólares de Hong Kong. Para o treinador John Moore, o Viva Pataca "é o melhor cavlo que já treinou", em 20 anos de corridas e quase mil vitórias como treinador em Hong Kong. Segundo Moore, o Viva Pataca está em forma para o grande desafio do final do próximo mês no Dubai, o "Dubai Sheema Cup", com um primeiro prémio de HK$39 milhões. Só é pena que a pataca, por excelência, não esteja assim tão viva...

A música amansa as feras


Numa iniciativa inédita, a orquestra filarmónica de Nova Iorque iniciou uma visita de dois dias a Pyongyang, capital do país mais isolado do mundo, a Coreia do Norte. O objectivo do concerto de amanhã é de "aproximar as duas nações através da música", e será transmitido em directo na televisão e na rádio da Coreia do Norte. Oficiais norte-coreanos estiveram bastante ocupados durante o fim de semana, retirando posters e outro tipo de propaganda anti-americana da capital.

Este Oscar não é para velhos


O filme dos irmãos Ethan e Joel Coen, No Country for Old Men foi o grande vencedor da noite dos oscares de Hollywood, ao arrebatar os prémios mais apetecidos: melhor filme, realização e argumento adaptado, e ainda melhor actor secundário, através de Javier Bardem, que se confirma como um dos grandes novos talentos do cinema mainstream. Daniel Day-Lewis venceu a estatueta para melhor actor pela segunda vez, com There Will Be Blood, 18 anos depois de ter vencido com My Left Foot. O oscar para melhor actriz principal foi para Marion Cotillard pela sua interpretação de Edith Piaf no biográfico La Vie en Rose. A maior surpresa terá vindo do prémio para melhor actriz secundária, conquistado por Tilda Swinton, em Michael Clayton. O oscar para melhor argumento original foi para o "adorável" Juno, melhor filme de animação para Ratatouille (era um crime se não fosse...) e o de melhor filme estrangeiro para Die Fälscher, da Austria. Um dos momentos da noite foi a atribuição do oscar para a categoria de melhor documentário, onde o grande vencedor foi Taxi to the Dark Side, que versa sobre o tema da tortura praticada pelos soldados americanos no Afeganistão, Iraque e baía de Guantanamo.

As cheias em Lisboa


Ricardo Araújo Pereira na sua crónica semanal. Hoje quer ir ao cinema, mas não consegue arranjar transporte.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Somos aquilo que comemos?


Uma das notícias da semana foi a morte de Sum Din-Ha, aliás Lydia Shum, a adorável Fei-Fei, querida por miúdos e graúdos na região vizinha de Hong Kong. Se a carreira de Lydia é cheia de sucessos, e a sua vida pessoal atribulada como a de qualquer celebridade, já a sua história clínica é deveras lamentável. A pobre Lydia nasceu com uma tendência para a obesidade (o tal gene obeso), era já bastante obesa quando muito jovem, e comer sempre foi o seu principal passatempo. Quando mudou de Xangai para Hong Kong, nos anos 60, a sua principal preocupação eraa adaptação à cozinha da região de Cantão. Aparentemente adaptou-se bem.

O seu historial de doenças começou logo aos 30 anos com uma colangite, passou pelos diabetes, e em 2002 retirou 32 pedras da vesícula (algumas do tamanho de castanhas, como a própria Lydia Shum referiu) e há mais tarde o cancro do fígado, de onde extraíu um tumor com mais de dois quilos. O mais impressionante e triste de toda esta história aconteceu talvez em Outubro do ano passado, quando dois dias de pois de lhe ter sido dito que o seu cancro estava em "fase terminal", comeu seis dos famosos caranguejos-peludos, conhecidos pelo elevadíssimo nível de colesterol, o que lhe causou, a juntar a todos os outros problemas, um derrame pleural.

Terá morrido satisfeita, dirão alguns. Outros provavelmente apontam os malefícios das gorduras, do colesterol, da falta de exercício. O extremismo daqueles que depois da barriga cheia balbuciam enquanto se agarram à pança: "é o que se leva desta vida!" e que mais tarde se lamentam na cama de um hospital respirando com a ajuda de tubos, ou dos fascistas da linha, que contam calorias e correm por essas ruas suados e com os bofes a sairem pela boca e chamam-lhe "jogging", ou então os médicos que aparecem na televisão que nos proíbem de fumar, beber, comer doces, dizendo-nos que este ou aquele hábito é a principal causa desta ou daquela doença. Recomendação principal? Se sabe bem, cuspa-se.

Parece que o corpo humano não foi feito para se adaptar às delicias inventadas pela humanidade. O tabaco provoca o cancro, o alcool a cirrose, o sal a hipertensão, os doces o diabetes e imaginem só o rol de doenças que se pode ir buscar de uma dieta à base de pargo no forno com batatas assadas ao almoço, ou uma perna de carneiro com puré de batata e molho de carne ao jantar? Isto bem regado com um branco ou verde, ou um tinto de eleição, respectivamente. Saudáveis seriam os homens das cavernas, que se deliciavam com uma perninha de estegossauro para as essenciais proteínas, e ervas e raízes todas cagadas de terra para as essenciais fibras.

Mas é claro que é preciso saber viver. Continuar a ser omnívoro, morder um pouco de cada espécie, não olvidar as couves, os bichos do mar, a fruta (não é aquela do Pinto da Costa, se bem que essa também faz falta) e depois de atestar o depósito é preciso gastar, gastar, gastar. O nosso corpo foi feito para consumir muito e gastar muito também. E se por acaso, fazendo valer a velha máxima, somos aquilo que comemos, hoje vou ser um Teppanyaki de carneiro. Bon appétit!

Perdido no supermercado


Muitas vezes pergunto-me: porque será que quando digo que vou ao supermercado e volto em cinco minutos, acabo sempre por demorar mais de meia hora? É culpa da maldita concorrência, isso sim. Da economia de mercado. Queriam uma vantagem de viver num regime comunista? Aí têm. Que desplante, os milhares de marcas disto e daquilo garantirem que são melhores que as outras.

Por exemplo, hoje. Saio para fazer "umas compras". Sempre meia dúzia de coisas que fazem falta. Uma vez no supermercado penso sempre "isto vai dar jeito" ou "podemos comer isto hoje à noite". A maioria das porcarias que se compram sem fazer falta acabam sempre no lixo. Então e na minha lista de compras? Bebidas, leite (eu sei que também é uma bebida, mas à parte), cotonetes e batatas fritas.

As bebidas foi a parte mais fácil. Sumol de ananás para o pequeno almoço, o excelente Luís Pato, das Beiras (falo de vinho tinto, para os menos informados), água tónica Schweppes (não há outra), das Pedras para a senhora e Fanta para os miúdos. Mesmo assim trouxe uns sumos da Dole nem sei bem para quê. Aí está, o nojento fantasma do consumismo.

Quanto ao leite, a escolha é muito mais complicada. Se tivessem Mimosa ou Dairy Farm estava o problema resolvido. As marcas chinesas, digam-me o que disserem, não merecem a minha confiança. Mesmo aquela que garante que manda astronautas ao espaço. Entre a Anlene, a Magnolia ou a Dutch Lady, sei lá, venha o diabo e escolha. Prefiro a Paul's, sempre é subsidiária da Parmalat. Ah sim, e aprendi um truque para fazer o mais novo beber leite: "viste o que aconteceu ao Eduardo? Foi porque ele não bebia leite". Uma mentira branca. Como o leite.

A seguir os cotonetes. E que complicada pode ser a escolha! Garanto que fiquei pelo menos cinco minutos na secção dos cotonetes para me decidir que marca devia comprar. Para que se perceba melhor, existem pacotes de 100 e de 200. Alguns pacotes de 200 custam entre 3 e 5 patacas, enquanto um pacote de 100 da Johnsons custa 19 patacas! O que quer dizer isto? Os primeiros podem fazer-me surdo enquanto os da Johnsons podem-me dar orgasmos múltiplos? Decidi-me por uma marca que custa 5 patacas uma embalagem de 100. Um meio termo, vá lá.

Finalmente as batatas fritas. E cheguei a uma conclusão a que já devia ter chegado à muito tempo: as melhores são as "plain" (sem sabor) e da Lay's. A desilusão suprema aconteceu quando na semana passada comprei um sabor novo da Pringle's, o "Guacamole & chili". Existem também o "Sour cream & onion", o "Jalapeño", o "BBQ", etc. etc.. Chegou a altura de dar um murro na mesa e dizer basta! Batatas com sabor a batatas. Batatas e sal. Lembram-se da "Pala Pala"? Ou da "Doro"? Ah...belos tempos.

Saí do supermercado apreensivo. E os pobres, que não têm por onde escolher? Será que bebem água da torneira? E que leite compram? Um amigo meu dizia-me que às vezes os pobres bebiam água de lavar o arroz como substituto para o leite. E será que compram cotonetes que se partem dentro do ouvido? E será que sabem o que são batatas fritas? E tantas vezes nos queixamos da sorte...

Ervanária chinesa





De cima para baixo: barbatanas de tubarão, chifres de veado, cavalos-marinhos e lagartos desidratados.

Pouco mais


Já pensaram (ou ainda se lembram, para os mais velhos...) como seria o Nicolau Breyner há 40 anos? Aqui está ele, no Festival RTP da Canção de 1968. A barriguinha era muito menos, mas a canção chama-se "Pouco mais".

As nossas mulheres: Tonicha


Ah Tonicha...serias tu a menina de seio duro e pequeno num coletinho de lã?

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Venetian tem razão


Afinal a Venetian tem razão. A Direcção de Coordenação e Inspecção de Jogos (DICJ) decidiu que a jogadora que venceu no passado dia 15 um jackpot de mais de um milhão de patacas não tem direito a receber o prémio, uma vez que não preenchia os requisitos para se habilitar ao mesmo. Segundo a DICJ a jogadora terá violado as regras de uma promoção, a "Cotai Fortunes", uma vez que era irmã de um dos funcionários do casino. As regras eram bem claras, e estavam mesmo afixadas na sala onde decorria a promoção. Apesar de legítima, esta decisão continua a ser, mesmo assim, imoral. Será que se a jogadora tivesse perdido um milhão a Venetian devolvia?

Eduardo sofre lesão

Uma daquelas imagens que doi só de olhar. O jogador do Arsenal, o brasileiro naturalizado croata Eduardo da Silva, partiu o tornozelo no jogo de hoje contra o Birmingham, em St. Andrews Park, a contar para a Premier League inglesa. O autor desta entrada dura, logo aos três minutos de jogo, foi o defesa Martin Taylor, que recebeu imediatamente ordem de expulsão. A lesão é bastante grave e o jogador estará fora de competição pelo menos 8 meses, o que significa que não jogará pela Croácia no próximo Euro a realizar este Verão na Suíça e na Austria.

Casa de Lou Kau









Agora aberta ao público, a casa do mercador milionário do sec. XIX, Lou Kau, construída em 1889. Fica na Travessa da Sé, e pode ser visitada de Terça a Domingo (e feriados) das 9 às 19 horas. Faça esta visita, não se vai arrepender.

Dança do leão


Parece impossível. Em Macau já não se consegue sair de casa sem se deparar com uma dança do leão.

Fernando Alvim


Fernando Alvim questiona-se sobre algumas das grandes questões do nosso tempo. E se o Eusébio fosse má pessoa? Porque é que tantos portugueses dizem "controlar a rotunda" e outros não conseguem dizer "salsicha"?

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Manifestação


Cerca de 100 pessoas manifestaram-se hoje em Macau contra o aumento galopante dos preços da habitação, combustíveis e alimentos, e acusam o Governo de nada fazer para travar a inflação. Estão também contra a importação de mão de obra estrangeira, que segundo eles prejudicam os trabalhadores locais. Foram entregues cartas ao Instituto de Habitação, CEM, Obras Públicas e Direcção dos Assuntos Laborais. Os ânimos chegaram a ficar exaltados e a polícia chegou a intervir. Veja tudo aqui.

Nota: Por falar em inflação, a bica 'single' e dupla no Starbucks aumentou de 12 e 15, para 14 e 17 patacas, respectivamente. São por vezes nas pequenas coisas que damos pela diferença.

EUA abatem satélite


Ilustração: Steph in Hoje Macau

Os Estados Unidos conseguiram destruir da Terra um satélite-espião defeituoso que tinham no espaço. Quem não achou piada a esta demonstração de força foram a Rússia e a China.

O pecado da carne


O comité olímpico norte-americano vai trazer a sua própria carne para os Jogos deste ano em Pequim. O "team USA" receia envenenamentos alimentares ou a pesença de substâncias ilícitas na carne chinesa, e o impacto de hormonas ou insecticidas na saúde dos seus atletas. Pequim lamentou já a decisão do CO americano, através de Kang Yi, o responsável pelo catering nos jogos. "Queriamos assegurar-nos que todos os atletas tomavam as suas refeições juntos, mas se os americanos não querem participar desse convívio, é pena", afirmou aquele responsável.

Uma cadela com muita sorte


Um dos aliados de peso de Gloria Arroyo pediu desculpa depois de a ter chamado "uma cadela com muita sorte". Joey Salceda, governador da província de Albay e um dos consultores económicos da presidente filipina, terá dito a uma televisão local que Gloria Arroyo "talvez seja uma cadela, mas é a cadela mais sortuda que já conheci", referindo-se à forma como a presidente consegue ludibriar as acusações de corrupção, silenciar os críticos e apresentar resultados decentes em termos de crescimento económico. O governador retraiu-se, dizendo que foi "uma piada de mau gosto", e que apoia incondicionalmente Gloria Arroyo.

As nossas mulheres: Merche Romero


A ex-namorada de Cristiano Ronaldo. Some guys have all the luck...

Voltar


Ele há rasgos de génio, e este é um deles. Rodrigo Leão, o Mike Oldfield português, acompanhado na voz por Ana Vieira. E que voz. E que melhor maneira de começar o fim de semana com este "Voltar".

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Ponte Nobre de Carvalho para todos?


A ponte Nobre de Carvalho é por muitos considerada património histórico de Macau. Foi esta ponte que no início dos anos 70 ligou pela primeira vez a península de Macau à ilha da Taipa. Mais de 30 anos e duas outras pontes depois, a velhinha Nobre de Carvalho foi restaurada, e reaberta apenas aos transportes públicos e aos táxis. Há quem defenda que esta opção proporciona mais qualidade de vida à população, que assim não necessita de automóvel para se deslocar mais rapidamente às ilhas. Há quem no entanto defenda que a ponte devia ser aberta a todo o tráfego, e que a sua centralidade causa transtornos para quem se desloca de carro para a Taipa ou Coloane, e tem que utilizar as duas pontes periféricas. Os motociclistas, no entanto, alegam que apenas o excesso de automóveis representa perigo para a integridade da ponte. O que proponho até à próxima segunda-feira é que os prezados leitores escolham: devia a ponte Nobre de Carvalho ser aberta a todos? Só aos motociclos? Ou está bem assim? Conto com a vossa participação.

Nota: Observo que o Bairro do Oriente ultrapassou as dez mil visitas. Obrigado.

Afonso III é vencedor


O restaurante 'Afonso III' foi o mais votado da eleição de "Qual o melhor restaurante português em Macau?", com 28 votos dos leitores deste blogue. Em segundo lugar ficou 'O Santos' com 18 votos, enquanto a medalha de bronze foi para o fernando de Hac-Sá com 11 pontos, depois de uma luta renhida com 'A Lorcha', que recebeu 10 votos. Muitos dos leitores (32) optaram por 'outros', alegando que ficaram de fora desta lista restaurantes de referência, como A Pestisqueira, O Manel, O Galo ou mesmo o Clube Militar. Compreendo e aceito as críticas dos leitores, mas ficaram excluídos desta lista também o Praia Grande, O Infante, O Porto (da Areia Preta), a Pousada de Coloane ou O Pinóquio, e peço desculpa por outros de que me tenha esquecido de mencionar, mas como podem perceber, a lista precisa de ser compreensiva. Mais uma vez obrigado pela participação.

A 'Camilla' de Hong Kong


A mulher no centro da polémica da família Kwok, uma das mais ricas do mundo e proprietária da Sun Hung Kai Properties, continua a optar pelo silêncio, depois de ter sido revelado que o relacionamento que mantem com Walter Kwok é já de longa data: mais de 30 anos. Ida Tong, uma advogada de 62 anos é já mesmo comparada com Camilla Parker-Bowles, paixão do Príncipe Carlos de Inglaterra antes do seu casamento com a malograda Diana Spencer.

Apesar do seu papel discreto em todo este caso, Ida Tong é descrita por familiares e amigos como sendo uma mulher agressiva, ambiciosa, que se envolvia frequentemente em discussões com as mulheres do dois irmãos de Walter Kwok, também eles gerentes da SHKP. Quem a conhece diz que "não é bonita", não é alta e tem a pele escura. É conhecida por ser uma negociadora feroz e competitiva

O seu ex-marido, Alan Lau, lembra uma discussão no dia do casamento de ambos, entre Ida e o fotógrafo de serviço, que levou a que não tivessem guardado nenhuma fotografia da ocasião. Alan Lau "perdeu tudo" quando se divorciou de Ida há 20 anos, e afirma que os 3 filhos de ambos estão "chocados" com toda esta situação.

Walter Kwok terá mantido uma relação extra-conjugal com Ida durante vários anos, e a última gota terá sido quando sugeriu a entrada da amante para o quadro de directores da empresa. Walter encontra-se neste momento de "férias" fora de Hong Kong, suspnso das suas funções de administrador da SHKP. A Sun Hung Kai é uma das maiores empresas de Hong Kong, avaliada em mais de 15 mil milhões de dólares norte-americanos.

Sem Mickey no Ano do Rato


O simpático rato Mickey, nesta fotografia a tentar agradar ao mercado chinês, vai deixar de fazer as alegrias dos petizes do país do meio a partir de 1 de Maio. Os desenhos animados do rato, bem como outros onde se incluiem Pokémon, Pato Donald ou Bugs Bunny, vão deixar de ser transmitidos no horário nobre, ou seja, depois das aulas, entre as 17 e as 21 horas. Porquê? A ideia é incentivar os mais novos a verem desenhos animados produzidos na China. Os animadores chineses produziram só em 2007 mais de 1400 horas de animação, entre os quais se destacam "Blue Cat and his 3000 questions", um cartoon sobre ciência, ou ainda "Monkey King", inspirado numa personagem mitológica chinesa. Páreos duros para Mickey e seus amigos, sem dúvida.

O regresso de Edison Chen


Edison Chen regressou esta manhã a Hong Kong, apesar dos rumores de que o actor tinha a cabeça a prémio, e deu uma conferência de imprensa esta tarde, às 3 horas. Voltou a pedir desculpas pelo caso das fotografias com as actrizes de Hong Kong, reiterou o apoio à polícia nas investigações, e anunciou que vai abandonar o mundo do espectáculo, pois foi um mau exemplo para a juventude. Tudo em inglês. Não perca.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Livraria Bloom: um ano a florescer


We can have some more
Nature is a whore
Bruises on the fruit
Tender age in bloom

Kurt Cobain


Não podia deixar passar em claro o primeiro aniversário da Livraria Bloom, no passado fim-de-semana. Quando alguém tem a audácia de abrir uma livraria com livros em português, numa das zonas mais belas de Macau e mesmo assim das menos frequentadas por portugueses, como é o Largo do Pagode do Bazar, quem se atreve a oferecer cultura e a perfumar a terra dos casinos com o cheiro a livros, merece que lhe tiremos o chapéu. Parabéns à Bloom e ao seu proprietário António Falcão, e que fiquem muitos e bons anos por Macau, a florescer.

Propaganda?


Uma conhecida figura do território ligada a uma das concessionárias rivais veio dizer ontem que o caso do jackpot que a concessionária Sands se recusou a pagar à irmã do funcionário do Venetian é um "golpe propagandístico" da concessionária de Sheldon Adelson, e que "querem mostrar que na Venetian se podem ganhar prémios grandes". Já estou a ver o tipo de publicidade que a Venetian pode aproveitar deste incidente: "Come to Venetian! If you win, we don't pay!" ou "The best ways to cheat you out of your earnings". Neste mundo do jogo, vale tudo...

Contas a frio


Depois da onda de choque que causou a notícia de que perto de 40 idosos tinham falecido em Macau nas duas semanas anteriores ao ano novo lunar, devido às temperaturas baixas que se verificaram no território, eis que vêm os Serviços de Saúde, através do seu sub-director, Lei Chin Ion, colocar alguma água na fervura.

Segundo Lei, os 37 idosos que faleceram durante a vaga de frio sofriam de doenças crónicas. Aquele responsável afirma, no entanto, que o frio pode ter agravado a sua situação. Em relação a situações de hipotermia, Lei Chin Ion afirma que aconteceram apenas duas mortes, e ambas verificadas em idosos com mais de 90 anos de idade.

Segundo os SS, a média de mortes este inverno é "inferior" à média dos últimos 4 anos em Macau. No período em questão, entre 28 de Janeiro e 10 de Fevereiro faleceram entre 43 e 67 pessoas entre os anos de 2004 e 2007, número superior, portanto, aos 37 deste ano. Os Serviços de Saúde da RAEM sublinham no entanto que "uma morte já é demasiado", e apostam na prevenção para evitar aumentos.