segunda-feira, 8 de julho de 2013

Morreu o rei do chuto


Bonito fato. Já os heroinómanos...

Morreu este Sábado Lo Hsing Han, conhecido barão da droga birmanês, que um dia os serviços secretos norte-americanos baptizaram de “padrinho da heroína”. Lo, cujo falecimento na sua casa em Rangum foi anunciado por familiares, estaria agora na casa dos 70 anos, e começou a sua fortuna no tráfico há mais de 40. Nos anos 60 o então empresário rural fez um acordo com o então ditador do país Ne Wing: em troca da formação de uma milícia para ajudar a combater rebeldes comunistas na região de Kokang, foi-lhe permitido o comércio de ópio e heroína. Em poucos anos tornou-se num dos mais poderosos e armados barões da droga do chamado “triângulo dourado”, a zona por excelência da produção e exportação de opiáceos para o resto do mundo, que compreende partes da Birmânia, Cambodja e Tailândia. Mas a fortuna e o sucesso não significavam necessariamente respeito e impunidade, e foi precisamente na Tailândia que Lo foi capturado em 1973, e entregue às autoridades birmanesas. Sem que pudesse recorrer às boas graças que o tornaram famoso, foi condenado à morte, pena comutada para prisão perpétua, e finalmente libertado em 1980, beneficiando de uma amnistia geral. Em 1992 fundou com o genro Stephen Law o conglomerado Asia World, uma empresa que serviu de fachada às suas inúmeras operações no âmbito do tráfico de estupefacientes, revestindo-as de uma capa de legalidade. Não deram ponto sem nó, pois com os lucros financiaram a Junta Militar no poder, que por sua vez atribuia-lhes concessões para a construção de pontes, auto-estradas, aeroportos privados e outros empreendimentos imobiliários. O departamento de estado norte-americano colocou-o na lista de embargos e sanções financeiras (apenas) em 2008. Parte assim o homem a quem o mundo deve muitos chutos para a veia. O mesmo senhor que vemos na fotografia com o ar distinto que faz lembrar o pai da noiva num casamento chinês.

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