Em Inglaterra jogou-se este fim-de-semana a 30ª jornada da Premier League, que voltou a deixar algumas equipas a sorrir, outras baralhadas e outras aparentemente condenadas, mas a raiva com que se chega a discutir os três pontos em cada jogo dá a entender que estamos longe de vaticinar o destino final de qualquer uma delas. Assim este Sábado entraram em acção Manchester City e Arsenal, que lutam taco-a-taco pelo segundo lugar, e ambos demonstraram os seus argumentos com vitórias. Os "citizens" bateram em casa o West Bromwich por 3-0, enquanto o Arsenal foi a St. James Park vencer o Newcastle por 2-1. Os números da sexta vitória consecutiva dos arsenalistas só pecam por escassos, uma vez que detinham todo o favoritismo perante um adversário que tarde ou nunca se encontra nas horas em que precisa de demonstrar a garra de um grande clube. Contudo os londrinos evidenciaram a fragilidade dos "magpies" chegando com facilidade ao 2-0 em apenas cinco minutos. O francês Olivier Giroud, que se vem mostrando depois de um início de temporada discreto, marcou aos 24 e aos 28 minutos. O Newcastle reagiu e marcou aos 48 minutos por Sissoko, mas a reacção foi tímida, sem
nunca ameaçar a vitória do Arsenal, que acabou por ser mais que justa.
Na luta por um dos lugares de acesso à Liga dos Campeões, ou no mínimo à Liga Europa, era impossível ignorar o "jogaço" que teve lugar em White Hart Lane entre o Tottenham e o Leicester. Talvez poucos pensassem que um jogo entre o sétimo e o último classificados tivesse a emoção e os golos que este encontro teve, mas se por um lado o Tottenham ainda sonha com o 4º lugar, o Leicester jogava o tudo ou nada na luta pela manutenção. Os londrinos acabaram por vencer por 4-3, com o avançado Harry Kane, formado nas escolas do clube, a apontar um "hat-trick" que o deixou por um dia isolado no topo da lista dos melhores marcadores, com 19 golos apontados. Apesar da derrota que vendeu cara, o Leicester ainda acalente hipóteses de se manter na Premier League, pois apesar dos seus parcos 19 pontos, tem um calendário razoável até ao fim do campeonato, vai beneficiando da inaptidão da concorrência. Também no Sábado outros "aflitos" perderam: o Burnley por 0-2 na visita ao 6º classificado, o Southampton, o Aston Villa em casa por 0-1 perante o tranquilo Swansea, e o Sunderland, que na estreia do técnico holandês Dick Advocaat foi perder pela margem mínima no reduto do West Ham. O maior beneficiado de tudo isto foi o Crystal Palace, que foi vencer fora o Stoke City por 2-1 e subiu ao 11º lugar, ficando agora dez pontos acima da linha de água.
No Domingo tivemos três jogos, com o destaque a ir naturalmente para o Liverpool-Manchester United, que independentemente do momento de forma de cada um, sempre é o confronto entre as duas equipas com mais títulos de campeão da divisão principal. Para este embate em particular o maior aliciante era o facto do Liverpool poder ultrapassar o seu adversário no 4º lugar em caso de vitória, coroando assim uma recuperação espectacular da equipa de Brandon Rogers. Os "reds" de Merseyside somaram 10 vitórias e 3 empates nos treze encontros depois da última derrota, a 14 de Dezembro por 3-0 em...Old Trafford. Parecia que o destino estava traçado, e que o Manchester United ia ser a "besta negra" do Liverpool esta temporada, e dois golos de Juan Mata foi quanto bastou para deixar o sonho da Liga dos Campeões mais longe para a equipa da casa, e de nada valeu o golo de Dan Sturridge a vinte minutos do fim, ainda por cima a jogar com menos um elemento desde o minuto 46, quando o árbitro mandou o capitão Steven Gerrard ir tomar banho mais cedo. A distância entre o Liverpool e os lugares cimeiros é uma hipótese matemática ainda bastante viável, só resta saber como estará em equipa em termos ânimicos, e ainda é preciso ficar a torcer pelos adversários de Manchester City, Unitd e Arsenal, para que estes percam pontos.
O Chelsea foi ao reduto do Hull City sabendo de antemão que todos os seus perseguidores venceram, e tornava-se imperial vencer para restabelecer a distância pontual. E tudo parecia bem encaminhado, quando Eden Hazard, aos 2 minutos, e Diego Costa, aos 9, deram uma vantagem de dois golos aos londrinos, mas a estranha "tremideira" que tem afectado a equipa de Mourinho voltou a verificar-se: primeiro foi o egípcio Ahmed El Mohamady a fazer o 1-2 aos 26 minutos, um lance que apesar da lentidão da defesa do Chelsea, que se deixa antecipar pela linha avançada do Hull pode-se considerar "normal", mas dois minutos o guardião belga Courtois atrapalha-se com um atraso vindo da sua defesa e deixa a bola ao alcance do uruguaio Abel Hernandez, que aproveita a baliza desguarnecida para fazer o empate - uma enorme trapalhada de Courtois. O Hull, que luta para não descer e num dia normal (e na maior parte dos restantes) não tem argumentos para contrariar o Chelsea agradecia as ofertas, e foi-se segurando ao empate que lhe podia valer um ponto que talvez não tivesse nas contas de Steve Bruce. Foi preciso Loic Rémy sair do banco para marcar o golo que deu os 3 pontos ao Chelsea, decorriam já 77 minutos dos 90 regulamentares. Uma aposta feliz de Mourinho, uma vez que o avançado francês marcou dois minutos depois de entrar para o lugar de Diego Costa. O Chelsea mantém assim os seis pontos sobre o City, sete sobre o Arsenal e oito sobre o Man. United, e ainda tem um jogo a menos, fora frente ao último, o Leicester. E dos últimos também não consegue sair o Queens Park Rangers, que perdeu em casa frente ao Everton por 1-2 no outro jogo de Domingo, entre dois aflitos. O Everton ficou menos aflito, mas a equipa de Chris Rhames, que tem a média de idades mais alta da Premier, somou a quinta derrota consecutiva, e a nona nas dez últimas jornadas, e vai-se afundando no penúltimo lugar. "Mucha ado about nothing, yer lousy hoops".
Classificação (dez primeiros):
1 Chelsea 29 67
2 Manchester City 30 61
3 Arsenal 30 60
4 Manchester United 30 59
5 Liverpool 30 54
6 Southampton 30 53
7 Tottenham 30 53
8 Swansea 30 43
9 West Ham 30 42
10 Stoke City 30 42
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