sexta-feira, 27 de março de 2015

E um prato de m...,já agora


A Monsanto, uma daquelas multinacionais que representam o lado podre e ganancioso do capitalismo, está outra vez debaixo do fogo cruzado de ambientalistas, Organização Mundial de Saúde (OMS), média, e claro, da opinião pública. Só não entendo é como a companhia de produtos agroquímicos que lidera o mercado dos controversos transgénicos consegue aumentar os lucros anuais na ordem dos mil milhões de dólares por ano, quando toda a gente os odeia. No passado foram mais de 14 mil milhões de lucros e ainda se deram ao luxo de despedir mais de dois mil funcionários. Agora a polémica está relacionada com o glifosato, um composto que é o ingrediente activo de um herbicida criado pela Monsanto e distribuído no mundo inteiro com o nome "Roundup", e a cuja exposição pode provocar cancro, segundo um relatório publicado pela OMS esta semana. O herbicida criado pela Monsanto e que provoca um tipo de leucemia foi na altura da sua invenção considerado "milagroso", pois o produto é absorvido pelas folhas e não pelas raízes das plantas, mantendo-as assim intactas enquanto as protege dos parasitas - mas pode causar cancro. O estudo que serviu de base à elaboração desta hipótese não é conclusivo, uma vez que foi realizado entre homens adultos com empregos na área da Agricultura, Horticultura, Botânica e Florestação, expostos diariamente ao pesticida, tendo ficado de fora mulheres, crianças e jovens, pelo que a OMS não pode afirmar categoricamente que o "Roundup" causa cancro, mas apenas que poderá causar cancro - é um pouco como jogar roleta russa: que pode acabar bem, ou com a cachola espalhada pelas paredes da sala.


Esta questão faz lembrar um pouco os primeiros tempos após ser feita a associação entre o tabagismo e certos cancros, nomeadamente o do pulmão, e até convencer as massas de que realmente fumar provoca riscos sérios para a saúde, deu-se uma batalha feroz entre o "lobby" da super-lucrativa indústria tabaqueira e a comunidade médica, com os primeiros a pagar aos segundos para se calarem, e estes tentados a aceitar a oferta. Neste vídeo vemos o Dr. Patrick Moore, um antigo membro do movimento Greenpeace que entretanto descobriu que podia fazer mais dinheiro como "lobbyista" do que a abraçar árvores e atirar bosta a barcos baleeiros japoneses, a defender que o produto da Monsanto é "inofensivo", e que a relação que possa existir entre o seu uso e um súbito disparar de casos de leucemia na Argentina em pessoas que o usavam com frequência "carece de fundamento". Tretas, o tipo é uma pêga do capital, mas descai-se quando se arma em parvo e diz ao jornalista que o está a entrevistar que "o herbicida é tão seguro que se pode beber um copo cheio dele e nada acontece ". Nem por acaso, o repórter afirma que no local onde ambos se encontram há herbicida em quantidade mais que suficiente para prosseguir com essa experiência, mas o palerma do médico retira o que disse, e recusa-se em fazer exactamente aquilo que afirmou ser "completamente seguro", e porquê? Porque "não é estúpido". Ah mas é estúpido, e isso é muito mais fácil de provar do que a relação entre o herbicida e a leucemia. Mas estejam atentos, e sejam vivaços para continuar vivos: por muita "moca" que o herbicida vos provoque, não inalem aquela m... . Valeu?

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