domingo, 29 de março de 2015

A Joana tem Dias (em que é só rir)


Hoje de manhã, Domingo, assisti na RTPi à repetição de uma entrevista com Joana Amaral Dias, a "free-agent" da política portuguesa de ideologia...espera lá, qual? Ah, sim, já sei: de ideologia "do contra". Joana Amaral Dias nasceu em Luanda em 1975 e celebrizou-se no Bloco de Esquerda, plataforma para muitos dos políticos da sua geração, como tinha sido o MRPP depois do 25 de Abril para a geração que deu à política nacional nomes como Durão Barroso, Ana Gomes ou Manuel Pinho, que mais tarde sairiam para outros partidos por motivos de "elegibilidade". Só que ao contrário do MRPP, tão firme nas suas convicções que nunca passou da cepa torta - mas reconheça-se o seu mérito em termos de coerência - o BE é uma espécie de foguetão norte-coreano: apareceu como uma novidade refrescante, chegou a conseguir 16 mandatos nas legislativas de 2009, e agora está prestes a desaparecer, sem ter atingido o "firmamento" durante a sua curta existência.

Nos seus tempos do BE, Joana Amaral Dias era também conhecida do grande público por "aquele pitéu do Bloco", e em plena falência ideológica deste, desfiliou-se no ano passado e andou a "empernar" de forma mais assumida com o PS, a quem já andava a ir a varanda mandar beijinhos desde 2009. Depois disso formou o movimento "Juntos Podemos", que colocou no mercado para ver qual força maior o queria comprar. Sem nenhuma proposta interessante, a não ser do "Partido Livre", um partido de "hippies", desistiu da ideia de tornar o "Juntos Podemos" num partido político, e deixou o movimento para formar...um partido político, que dá pelo nome de "Ag!r" - assim mesmo, com um ponto de exclamação a fazer de "i", como aliás fez questão de sublinhar na entrevista com Vasco Gonçalves. Desconheço o programa deste partido, e antes de ouvir da própria Joana Amaral Dias não fazia ideia sequer da sua existência, mas tem um longo caminho a percorrer em termos de "marketing": é que não encontro em lado nenhum o "Ag!r" escrito desta forma.

A entrevista, que demorou cerca de 45 minutos foi engraçada, e isto é o adjectivo que melhor a descreve. Não digo isto por desprezo ou para desacreditar a face política de Joana Amaral Dias, que é psicóloga de profissão, imaginem! A pobre Joana nem consegue intimidar ninguém com este facto, pois não dá para se defender dos críticos acusando-os de projectarem nela um complexo qualquer derivado de carências afectivas, ou de algum apêndice diminuto, ou disfuncional. É que na política há coisas que nem Freud explica, e a pobre Joaninha se calhar tinha mais a ganhar limitando-se a dar sessões de psicanálise ou aulas no Instituto Superior de Psicologia Aplicada, onde é professora assistente. Quando digo que a entrevista foi "engraçada" é porque me fez rir, literalmente. E ri porque o discurso da Joana Amaral Dias insere-se na categoria de "cómico de linguagem", ou seja, o que ela diz provoca-me o riso. Não é por mal, mas se a intenção não era essa, então peço desculpa (não vá ela depois inventar que fui molestado sexualmente na infância, ou qualquer coisa desse género).

A Joana Amaral Dias quer passar uma imagem de mulher de armas, como outras que tivemos na política, casos de Natália Correia, Odete Santos, Maria José Nogueira Pinto ou a vendida da Zita Seabra, que até trair os seus ideais era conhecida por não ter papas na língua. No entanto a imagem da Joana Amaral Dias não difere muito daquela que têm as suas suas ex-camaradas de armas do Bloco, como a actual coordenadora Catarina Martins, ou a histórica (apesar de ter apenas 39 anos) Ana Drago. Aliás as semelhanças com esta última vão muito além do facto de ambas serem umas belas postas, pois assim como a menina Drago é descendente de uma abastada família de latifundiários, também a Joana Amaral Dias nasceu em berço de prata, filha do conceituado psicanalista Carlos Amaral. Isto para dizer que as posições que toma e as coordenadas onde se situa no mapa político-ideológico não serão propriamente resultado da sua experiência de vida. Tudo bem, pode pensar da maneira que lhe apetecer, mas é a menina que tem que me convencer a mim e ao restante eleitorado (que vota, o que não é o meu caso), e não o contrário.

Aquela atitude contestatária de rebelde sem causa, do "isto está mal e tem que ser mudado", os socos na mesa, o descaramento, que possivelmente me vai levar a ser acusado de "chauvinismo" e todo o resto que o "animal" político que Joana Amaral Dias pretende ser levam-nos a abrir a porta e tudo o que vemos é uma gatinha perdida e molhada da chuva. O próprio entrevistador estava a fazer um esforço para manter a compostura. E mais uma vez não confundam este sentimento com despeito, ou se pense que estou a ser trocista. É que a demagogia irradiada pela Joana Amaral Dias é tão evidente como uma gorda de pijama roxo a desfilar na "passerelle" ao lado de anoréxicas com vestidos de noiva. Deitar-se na mesma cama com os gregos do SYRIZA só comprova a lamentável queda para o populismo, que hoje é uma coisa que até colhe entre quem acha mais fácil "partir a loiça toda" do que honrar compromissos, enfim, nem vale a pena entrar por aí, pois como já disse, a Joana Amaral Dias nunca precisou de se preocupar em como ia pagar uma dívida sem que tivesse liquidez para isso. E aposto que também pensa duas vezes antes de emprestar. Ora essa.

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