segunda-feira, 16 de março de 2015

A deixa de Hamilton

- Oh my, oh golly, ai sught youwa toller, man!
- Vay do you saund sow breitish, ja?


Arrancou ontem o mundial de Fórmula 1, versão 2015, e foi estranho, pelo menos para mim, que nem imaginava que o "circo" ia ter início este fim-de-semana em Melbourne, na Austrália, e talvez a falta de interesse esteja na origem do...desinteresse? Não deu para mais, peço desculpa. A corrida foi a continuação do campeonato do ano passado, e a não ser uma ou outra mudança de piloto e o menor número de equipas inscritas desde os anos 70, parece que está tudo na mesma: Hamilton e a Mercedes a dominar, e dos fracos não reza a história. O piloto britânico e campeão mundial dominou quer nos treinos, quer durante toda a corrida, com o seu companheiro de equipa Nico Rosberg a fazer-lhe de escolta na retaguarda. A prova teve duas curiosidades, uma má e outra indiferente; a má foi o facto de só terem largado 15 carros da grelha de partida, pois das 10 equipas inscritas a Marussia não foi a tempo realizar os testes obrigatórios, visto que só encontrou patrocínio mesmo a tempo de participar no mundial. Dos 18 restantes, Valtteri Bottas (Williams), Kevin Magnussen (McLaren) e Daniil Kvyvat (Red Bull) não alinharam na grelha por razões diversas (não estavam para aí virados, por exemplo).

O menino só precisa de mostrar a autorização por escrito assinada pelo papá, e depois pode ir brincar com o pópó, está bem?

A curiosidade não-negativa teve a ver com o segundo piloto da Toro-Rosso, o holandês Max Verstappen, que aos 17 anos se tornou no piloto mais jovem a participar numa corrida de F1. Seria muito mais emocionante se Max não fosse filho de Jos Verstappen, ele próprio um ex-piloto da disciplina máxima do desporto automóvel - assim também eu, pá (só se me apetecesse, claro). A estreia teria sido ainda mais romântica com pelo menos um pontinho ou dois, mas o motor do Toro Rosso não partilhava da juventude e irreverência do piloto, e foi-se abaixo à 32ª volta. Sebastian Vettel mudou-se para a Ferrari e estreou-se com um pódio, o 3º lugar atrás dos dois Mercedes. Um início mais promissor do que o de há um ano, mas se nada mudar radicalmente, prevê-se que antes de completar um terço do campeonato já esteja a mais de 100 pontos de Hamilton. No outro Ferrari, Kimi Raikkonen não teve tanta sorte, sendo obrigado a abandonar devido a um furo, decorria a 30ª volta. O caminho do quarto e quinto lugar ficou assim aberto para dois brasileiros com o mesmo nome próprio: Felipe Massa (Williams) e Felipe Nasr (Sauber), um outro estreante, mas mais feliz que Verstappen, e com 22 anos marcados no BI, que é uma idade boa para ter juízo. Com o abandono prematuro de Kvyat, a honra da Red Bull foi defendida apenas por Daniel Ricciardo, que não fez melhor que o sexto lugar, ainda assim à frente do Force-India de Nico Hulkenberg e do Sauber de Marcus Ericsson, que como devem ter deduzido pelo apelido que lembra uma uma famosa marca de telemóveis, é sueco.

Carlos Sainz Junior? Nunca ouvi falar...quer dizer, Junior conheço muitos, agora Carlos Sainz...

No nono lugar ficou outro estreante, Carlos Sainz Jr., e para quem está minimamente informado nestas coisas dos automóveis, já percebeu que aqui também não existe coincidência. Como cereja no topo deste bolo de pilotagem sucessória, Sainz Jr. é companheiro de equipa de Verstappen, e se os paizinhos apostaram em qual dos júniores fazia melhor figura, o espanhol ex-campeão mundial de ralis saiu vencedor. A fechar os pontos ficou o Force-India do mexicano Sérgio Perez, e se por acaso alguém leu esta treta toda que escrevi agora e (ainda) segue a F1, deve estar agora a perguntar: "Então e o Fernando Alonso? Será que finalmente perceberam que o tipo é uma besta e nenhuma equipa o quis?". Era bom não era? Mas infelizmente a McLaren ainda não recuperou os sentidos da visão, audição e olfacto, e continua pagar (e bem) ao caramelo das Astúrias, só que este não viajou até à Austrália por ter fracturado a clavícula enquanto lidava um touro na Monumental de Oviedo (foi num acidente no Circuito da Catalunha durante os testes da pré-temporada, mas assim tem mais piada). Alonso não promete - ameaça - regressar no lugar de Kevin Magnussen, que foi à Austrália fazer de Alonso, e cumpriu com distinção: não saiu da largada. A exibição de modelos desportivos da marca Mercedes concebidos exclusivamente para andar às voltas numa pista sem destino algum prossegue na Malásia, no dia 29 de Março.

1 comentário:

Anónimo disse...

ahah sabe uma coisa: ri tanto, tanto com o seu comentario, que de tudo o que teve a ver com a corrida foi o que mais se aproveitou. Abrs.