Ainda no futebol mas noutra latitude, jogou-se este fim-de-semana mais uma jornada da Liga Elite de Macau, depois de uma interrupção de três semanas devido a compromissos da selecção. Esta ronda, a sétima e antepenúltima da primeira volta, teve 33 golos nos cinco jogos a ela referente, e só nos dois jogos de Sábado marcaram-se 20 (vinte) deles. Isto dá que pensar; no Barcelona-Real Madrid deste Domingo tivemos perto de cem mil alminhas a pagar um preço quase criminoso por um bilhete para ir ver 3 golos, enquanto nos dois jogos do estádio na MUST de ontem não estariam uma centeena de pessoas - e já incluíndo os jogadores, equipa de arbitragem e restante pessoal que foi obrigado a lá ir por motivos profissionais, e dos aquais muitos devem ter ficado a dizer mal da vida, obrigados a perder ali a tarde de Sábado.
Mas a ronda propriamente teve o seu arranque na sexta-feira ao fim da tarde, com um duelo ao pôr-do-sol entre duas equipas do fundo da tabela. Contudo o Chuac Lun confirmou o ligeiro favoritismo que lhe era atribuído e venceu os Sub-23 da AFM por três bolas a zero. O vencedor ficou encontrado logo na primeira parte, com Lei Chi Iong a inaugurar o marcador aos 17 minutos, preparando o terreno para Kuok Meng Chon fazer o "bis", como golos aos 31 e aos 41. O Chuac Lun confirmou assim a boa recuperação que tem vindo e encetar, depois de nas primeiras três jornadas ter perdido por 6-0, 6-1 e 8-1, tudo com equipas com muito mais ambições em termos de classificação, mas depois do empate com o Lai Chi e nova derrota contra o Monte Carlo, veio a vitória contra a Casa de Portugal e agora a segunda consecutiva, que os deixa no 7º lugar entre 10 equipas. Pode-se dizer que o Chuac Lun tem obtido sucesso no "seu" campeonato, que deverá ter um pequeno intervalo quando defrontarem na próxima ronda o Benfica. Os Sub-23 continuam no último lugar com um ponto apenas, e não dão qualquer pista de que podem contornar essa situação, uma vez que não podem recrutar jogadores estrangeiros, ou com mais de 23 anos de idade.
No Sábado tivemos então o tal festim de golos, num total de vinte, com nove deles a serem apontados na partida entre o Chao Pak Kei e o Lai Chi, que terminou com a vitória dos primeiros por 6-3. Lin Lei Yi marcou duas vezes para o CPK, aos 11 e 17 minutos, dando à sua uma vantagem que se foi mantendo até ao intervalo, e que lhes permitiu o domínio do encontro. Isto ficaria confirmado quando na etapa complementar o resultado passa para 5-0 em apenas seis minutos, com dois golos de Bruno Nogueira, aos 55 e 61, e mais um de Lin Lei Yi aos 60, que completaria assim um "hat-trick". Depois deu-se um fenómeno curioso, com uma recuperação inexplicável do Lai Chi, que entre os 73 e os 81 minutos passou dos cinco golos de desvantagem para um 3-5, com golos de Pang Chi Nam, Au Ip Hang e U Heng. Pode ser que a explicação para esta reacção tão espantosa se explique pelas substituições operadas pelo treinador do Lai Chi, duas efectuadas após o quinto golo do CPK e a última depois do primeiro da sua equipa, mas nenhum dos autores dos golos saíu do banco de suplentes. Talvez se tenha devido a um distracção do CPK, que não pensou que a perder por cinco o seu adversário tivesse uma réstia de ânimo, mas por via das dúvidas Ho Ka Seng ainda fez o 6-3 pouco antes do apito final, para que não se fique a pensar que o Lai Chi esteve "quase" em vias de discutir a questão do vencedor.
Eram 21 horas de Sábado quando entraram em campo o Ka I e a Casa de Portugal, com o favoritismo a pertencer aos primeiros, que têm uma equipa semi-profissional, ao contrário da formação apoiada pela agremiação lusitana, mas sem entrar em loucuras, e com os tostões todos rigorosamente contados. Mesmo assim fica difícil de explicar como é que a diferença se traduz no resultado de 11-0 (onze-zero) para o Ka I, que deixa a sensação de que os jogadores da CPM se calhar tinham outros planos para o serão desse Sábado e estavam ali um pouco contrariados - e nesse caso, o que seria se tivessem MUITO contrariados. Não estou a fazer nenhuma insinuação maldosa, ou a duvidar da abnegação e do sacrifício que os rapazes da CPM põe naquilo que fazem, mas é um resultado demasiado pesado para "engolir", especialmente quando se encontra em causa a honra da comunidade, pelo menos a um certo ponto. O que vão pensar os chineses quando olham para este resultado de uma equipa que ostenta o nome do país de onde saíu o melhor jogador do mundo da actualidade, por exemplo? Podem-me acusar de não ter visto o jogo e estar aqui a falar sem conhecimento de causa, mas 11-0 não é o tipo de resultado que se possa questionar, dizendo que "o Ka I marcou das únicas onze vezes que rematou à baliza", ou sequer atribuir qualquer responsabilidade à arbitragem, pois nem sequer um "penalty" foi assinalado, e ambas as equipas acabaram com o número de jogadores com que entraram em campo. Só estou a sugerir que talvez a Casa de Portugal devesse pensar um pouco antes de embarcar numa aventura destas, que requer pelo menos algum investimento. Se for para isto, mais valia não se cometer a ousadia, que depois acabam por pagar com este tipo de humilhação. Não me incomoda a mim em particular, mas compreendo se alguém não achar piada nenhuma, ou que os próprios jogadores se sintam embaraçados. Só isso, mais nada, e já agora espero que recuperem, e juro que não estou a mentir quando digo que fico sempre a torcer para que ganhem. Talvez seja o choque do resultado que me leva a cometer este pequeno desabafo.
Posto isto, no Domingo o bom nome do futebol de matriz lusitana ficou mais bem representado, com Sporting e Benfica a vencerem os seus encontros, contra o Monte Carlo e a Polícia, respectivamente. O Sporting deu finalmente um ar da sua graça, depois de um início de campeonato muito abaixo das expectativas, com apenas uma vitória nas primeiras seis jornadas, mas também só uma derrota, fazendo dos quatro empates um factor que não colocando a equipa numa situação complicada em termos da permanência no escalo principal, deixa-os praticamente arredados da discussão dos primeiros lugares. Mas ontem os leões mostrarem que têm pelo menos qualidade q.b. para vencer o Monte Carlo, que à partida para esta jornada repartia o 2º lugar com o Ka I, a três pontos do líder Benfica. Gaspard Laplaine marcou os dois golos do Sporting, aos 40 e 70 minutos, e o Monte Carlo apenas conseguiu reduzir aos 72 por Ewerton, não evitando a derrota que os atira para o 4º lugar. No jogo que encerrou a jornada o Benfica goleou a Polícia por 6-1, um resultado com números que muitos considerarão inesperados, uma vez que a formação da PSP sofreu neste jogo quase tantos golos como nos cinco que tinha disputado até ontem, que foram apenas 7. Leonel Góis e Marco Meireles marcaram dois golos cada, ficando os restantes a cargo de Nicolas Torrão e Luís Santos. O golo dos policiais foi apontado por Sio Meng Chon aos 65 minutos, quando o marcador assinalava 4-0 a favor das águias.
Classificação:
Benfica-19 (25-3)
Ka I-16 (26-4)
Chao Pak Kei-14 (26-11)
Monte Carlo-13 (11-4)
Sporting-10 (15-8)
Polícia-8 (9-13)
Chuac Lun-7 (11-28)
Lai Chi-6 (10-19)
Casa de Portugal-3 (7-34)
Sub-23-1 (3-17)
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