sexta-feira, 13 de março de 2015

Diga não ao ódio e à violência: mate um racista


O programa televisivo da BBC "Top Gear", que vai para o ar todos os domingos naquela estação britânica encontra-se suspenso, e tudo por causa do seu polémico apresentador, Jeremy Clarkson. Segundo um comunicado do canal público de TV do Reino Unido, o apresentador envolveu-se numa violenta discussão com o realizador, durante a qual o agrediu com um soco. O popular apresentador está agora suspenso de funções enquanto decorrem as investigações - para quê, pergunto eu, se já se sabe que ele deu um pêro no outro bife? Mas isto não é tudo, e há muito mais por detrás do tipo que apresenta um dos programas com maior audiência na BBC - e já vos disse que o programa é sobre carros? Sim, carros. Nunca vi sequer parte dele, mas se Clarkson consegue tornar carros num tema e com isso produzir um fenómeno de audiências, ou é um génio, ou os ingleses são uns idiotas. Não diria que são mais ou menos idiotas que o comum telespectador que contribui para esse tipo de estatística, mas o sucesso de "Top Gear" gera contratos publicitários, e consequentemente receitas, dinheirinho do bom, e isso que é importa. Talvez à pala de se tornado numa galinha dos ovos de ouro, Clarkson tem visto as suas asneiras serem-lhe perdoadas - e são muitas, na boa tradição dos bifes beberrões, arrogantes e com focinho de "bulldog" de quem ele é um distinto representante. Mas a última antes da tal "agressão" de pouco ou nada se sabe aconteceu há alguns meses, quando durante um episódio do seu programa foi acusado de "racismo". Ooops! Alarme, alarme! Ingleses e racismo! Salve-se quem puder! Mulheres e crianças primeiro! Vamos ver então o "racismo" de Clarkson:



Uhhh...que racista...uhhh....Bem, para quem não entendeu (e não faz mal, porque não interessa), o tipo está a escolher entre um automóvel e outro, e para efeito recorre a uma espécie de "um-dó-li-tá" dos bifes, que por ser do tempo em que ainda existia o Império da Bifalhada (Steak Empire), inclui a palavra "nigger", que se refere aos pretos, africanos, negros, pessoas de cor, o raio que os parta, aquilo o que quiserem, seus...racistas! A cantilena foi usada por criancinhas desde tempos imemoriais, mas subitamente com a pantomina do "racismo" por tudo e por nada passou a ser politicamente incorrecta. A rima diz "Eeny, meena, mina, mo/Catch a nigger by the toe/If he hollers let him go" e depois continua com mais versos sem sentido, e nenhum deles "racista" - só este. Traduzido para português isto é qualquer como "apanha o preto pelo dedo do pé/se ele berrar deixa-o ir embora". A origem ou a autoria dos versos perdeu-se nos tempos, mas que diabo, nunca teria existido escravatura nem todo esse ressentimento parvo que já leva 100 anos se quando o "preto" fosse apanhado pelo dedo pé desse um berro, e assim deixavam-no em paz. Julgo que as criancinhas que usavam esta rima quando jogavam à apanhada e queriam escolher qual dos participantes ia ser o primeiro a apanhar um dos outros, mas aí eu estaria a ser "racista", 'tão a perceber? E enquanto as criancinhas inocentes coitadinhos mas burras que nem um tijolo estão ali a "perpetuar a linguagem do ódio através do preconceito passado de uma geração para outra e etc, etc.", vocês sabem como é, eu estou aqui armado em despercebido, quando o que eu devia fazer era o mesmo que estes gajos lá da Bifónia e começar a acusar as pessoas de racismo por tudo e por nada, destruindo-lhes as carreiras, famílias, vidas, sei lá, o que têm mais para eu obliterar, bastando para o efeito fazer segundas leituras ou interpretações abusivas e distorcidas das suas palavras, intenções e actos. E porque não delirantes, também, com um toque de sobrenatural? Desde que vá dar ao "racismo", toda a gente engole e fica a chorar por mais.

O Jeremy Clarkson sabe muito bem o que está a fazer naquele vídeo, fez de propósito, e à conta disso foi obrigado a pedir desculpas em público por ter sido "racista", como se isso fosse uma coisa como a gripe, que mesmo contagiosa "depois passa", ou um traque dado no elevador cheio, sendo a sua origem perfeitamente identificável pelo som: "Desculpem lá aquele racismo do outro dia, não se volta a repetir". Olha, e que tal criarem os "racistas anónimos", ao estilo dos "alcoólicos anónimos"? "Olá...sou o Francisco, e há 63 dias que não discrimino ninguém pela cor, credo ou origem". Levem para lá também muita droga da boa, e ao fim de umas horas estão todos a papaguear que "somos todos iguais, uh uh, zulus e esquimós, uh uh, e quem diz o contrário é 'racista' bleehhh". Daí que acho esta alegação de agressão ao realizador, ou ao "cameraman", ou lá o que foi, não é mais senão uma treta, e o palerma do Clarkson está a pagar a factura de não ser politicamente correcto, ou melhor dizendo, politicamente "daltónico". Sim, porque os tablóides nunca mais se calaram desde que apareceu aquele vídeo, e já lá vão dez meses, e o The Guardian ainda foi buscar um argumento de que o tipo andou a conduzir pela argentina num carro com a matrícula H1982FKL, uma alusão ao conflito armado entre o Reino Unido e a Argentina devido à das Ilhas Maldivas, ou Falklands, e isto foi considerado uma "provocação"? Uh?!?!?! E dos argentinos que entenderam a "indirecta" ou não se estão nas tintas para isso, quantos morreram? A propósito, vou começar a boicotar a cantiga "Atirei o pau ao gato", por causa da letra que incita à violência contra animais. A tal rima que dizia "apanha o preto pelo dedo do pé" foi alterada para "apanha o tigre pelo dedo do pé" - o que, convenhamos, faz todo o sentido, pois pois. Sugiro que se mude de "atirei o pau ao gato" para "atirei o pau ao racista" e que tal? E façam lá com o pau o que quiserem. Olha , por exemplo, podem mete...deixem para lá. (Seus RACISTAS!)

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