Uma visita à excelente padaria Lafayette no New Yaohan é muitas vezes um verdadeiro teste aos limites da paciência. A maioria das vezes tenho de esperar na fila quase meia hora, e à minha frente estão, na maioria, turistas da China continental. À hora de almoço estão muitos residentes do território que procuram na padaria um "mata-bicho" que substitua um almoço decente.
O que compram normalmente é o famoso
po lo pau (na imagem), que traduzido à letra quer dizer "pão de ananás". Este pão de ananás não tem sequer vestígios de ananás. Chama-se assim porque a sua aparência faz lembrar a fruta (?), mas é um simples pão feito com óleo de porco e com uma camada de açúcar por cima. O
po lo pau custa cinco patacas cada na Lafayette, mas duas ou três patacas em qualquer outra padaria de Macau.
O pior mesmo é o que tenho que ouvir enquanto espero pela minha vez. Os fregueses à minha frente apontam para os deliciosos
croissants de chocolate e amêndoa, ou os
danish de pêra ou de chocolate e banana e discutem: "o que é isto?". Ao se aperceberem que estas delícias custam respectivamente quinze e vinte patacas cada, torcem o nariz - como se fosse uma porcaria qualquer - e desabafam um "hou kwai!" (muito caro).
Outra aventura é uma ida ao supermercado anexo à padaria. Como se sabe, a maioria dos produtos são do Japão: bebidas, chocolates, bolachas, etc. Os visitantes mexem, tocam, amassam, chocalham para ouvir o barulhinho, e não compram. Muitos passam uma hora ou mais no supermercado e saem de mãos a abanar. É o famoso "turismo de mercearia".
Vende-se também carne de vaca própria para
teppanyaki, que custa a módica quantia de mil patacas (ou mais) por um ou dois bifinhos. Os turistas ficam especados a admirar esta maravilha, como se fosse uma visão do Buda, e escusado será dizer, não compram. Do jeito como se fazem as contas deste lado, em que tudo é "caro", pergunto eu, quem compra?
A secção dos mariscos e dos gelados é outra curiosidade. Enquanto pegam um camarão-tigre que custa 120 patacas cada, ou um caranguejo gigante que custa mais de 500, ou aqueles gelados japoneses caríssimos, chamam a mãe, a irmã e os primos e berram "hou tak yi-wo!" (que giro!). Era mesmo mais giro se comprassem em vez de deixar lá as impressões digitais. Ou como alternativa, que saíssem do caminho.
4 comentários:
O Leo está a precisar de ir viver uns anos para o interior da RPC para ver se há croissant...
Dá jeitinho ter o pa pa pun perto do serviço?
O meu amigo precisa de ir mais vezes para o interior da China. Pelo menos nas cidades existe um leque variado de restuarantes estrangeiros (mais que em Macau) e até mesmo, sim, padarias que vendem croissants, brioches e danish.
Quanto à localização do Pa pa pun, perto de casa, sim, dá jeito. Perto do serviço era o antigo.
Cumprimentos
lá está o cardoso a amuar...
viva o verdadeiro VRC!!!
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