terça-feira, 12 de agosto de 2008

Sistema pidesco


Foi notícia de capa nos três jornais diários de língua portuguesa do território: a Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) promoveu uma espécie de avaliação que, em jeito de jogo, pretendia auscultar a opinião dos funcionários sobre os seus colegas e até os seus superiores. Algumas perguntas do formulário composto de duas partes incluíam questões como “A saída deste/desta colega vai gerar grandes prejuízos para a equipa?” ou “O/A colega merece a nossa confiança?”. Segundo o deputado e presidente da ATFPM, José Pereira Coutinho, esta avaliação é ilegal, uma vez que ocorre à margem do método de classificação legalmente instituído, e que promove a delação e incita ao conflito entre colegas. Coutinho diz que recebeu vários queixas de funcionários, e que muitos deles se recusaram a preencher o questionário. O presidente da ATFPM levou mesmo a questão esta tarde à AL, e acusa os serviços de quererem instalar um sistema “pidesco”, que lembra em tudo os tempos da Revolução Cultural. Pessoalmente considero que se os funcionários podiam ter feito o feitiço voltar-se contra o feiticeiro, atribuíndo a pontuação máxima a todos os colegas e chefias, tornando a iniciativa obsoleta. Isto só seria possível, claro, se existisse boa vontade e união q.b.. Quanto a este método tão pouco ortodoxo de avaliação, a ideia não será pioneira, e provavelmente resulta noutros países ou territórios, e até decorrem num ambiente são e completamente democrático. Em Macau é apenas mais um tiro no pé.

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