quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Mal empregadas


A deputada Iong Weng Ian quer mais empregadas domésticas vindas do continente, de modo a "ajudar" as famílias de Macau. Actualmente as famílias locais empregam ajudantes do "sudeste asiático" (eufemismo local comummente usado para que não se ataque directamente os imigrantes filipinos e indonésios), mas como os empregadores "no speaky englishy" existem problemas de comunicação graves que levam a conflitos. Um problema. A "cultura" é também uma das razões que a sra. deputada alega. As empregadas chinesas são "mais fáceis de integrar no seio das famílias do território e poderão satisfazer melhor as necessidades sentidas".

As empregadas oriundas da China continental chegam a trabalhar doze horas diárias (e ao Domingo, se for preciso), cozinham o almoço e o jantar, e portanto tomam as suas refeições com a família de acolhimento. Vivem em grupos e pagam uma dízima da renda, juntam todo o dinheiro que podem e contentam-se com pouco, e tiram férias uma vez por ano, normalmente no ano novo chinês, onde se deslocam à terra natal. As filipinas e indonésias cobram habitualmente 40 patacas por hora, trabalham oito horas por dia, gozam um dia de folga semanal e têm esse estranho e pioneiro conceito de "férias pagas", que a lei laboral em vigor exige que seja de duas semanas anuais. Mas o mais importante é o conforto "das famílias".

2 comentários:

Anónimo disse...

Um eufemismo para mais um ataque xenófobo

Anónimo disse...

Caro Leocardo,

A lei laboral em vigor não exige duas semanas de Férias, mas sim seis dias úteis.