sábado, 6 de dezembro de 2014

Platão, Zico e Pinóquio



Começo por explicar o título do artigo: em quem pensamos quando ouvimos o nome "Socrates"? Exacto, no filósofo ateniense, no antigo médio da selecção brasileira, e no chico-esperto do nosso ex-PM, recentemente engavetado por ser um menino muito bonzinho, coitadinho. E assim mais uma vez ficamos mal no retrato, com gregos e brasileiros a rirem-se de nós (já deviamos estar habituado), mas vamos continuar a explicar o curioso título. Temos então os três Socrates: o pensador, o jogador e o chuchador, e agora peço-vos que pensem noutro nome com o qual poderiam associar cada um deles. E pronto, está encontrada a solução desta intrigante e tão bem elaborada charada, portanto vamos analisar melhor esta dialética da bola-no-pé e dos cursos superiores com exames ao Domingo.


E assim recuamos até à Grécia antiga, e se falamos de Socrates é inevitável que falemos também do seu aluno predilecto, Platão. Há quem defenda que o autor de "A República" e o seu mestre eram de facto a mesma pessoa, e vendo bem todo o saber socrático a que tivemos  acesso foi-nos deixado escrito por Platão. Por muito convidativo que se apresente a proposta de ficar aqui a falar de gregos barbudos de toga que passavam o dia inteiro a discutir os princípios elementares em que assentam a maior parte das ciências de hoje, incluíndo a política e, imaginem lá vocês, a própria democracia, não estou muito para aí virado, pelo menos hoje - muita sorte tiveram estes "carolas" da antiguidade clássica em não apanharem com o nosso mui zeloso governo da RAEM, ou caso contrário tinhamos a Academia sempre ocupada com espectáculos de dança assinalando o Dia Mundial da Criança o ano inteiro.



Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira (?), este Socrates do meio é exactamente isso mesmo: qualquer coisa entre o intelectual e o habilidoso, mas com queda para a política, e no fim pagaria com a vida dois dos seus maiores vícios: o álcool e o tabagismo. Fez parte da mítica selecção canarinha que encantou no mundial de futebol de 1982, em Espanha, mas que seria afastada da final pela mais pragmática Itália, e era uma das maiores estrelas dessa versão do "escrete", onde a mais cintilante era sem dúvida Zico. Podia ter escolhido outro dos muitos talentos que compunham essa equipa, como Falcão, por exemplo, e assim podia chamar ao artigo "Platão, Falcão e Aldabrão". Mas Pinóquio tem mais piada, e vamos lá então ver porquê.



Quanto ao nosso produto nacional, o malandrim (não confundir com o lagostim ou a laranja mandarina), temos uma associação ligeiramente diferente, uma variante avariada: Socrates não nos faz lembrar Pinóquio, mas em vez disso torna-se na personificação do mentiroso da cara-de-pau - é antes de mais nada uma questão de semântica aliada ao niilismo mais elementar, indo beber a escola do dadaísmo: podemos imaginar Pinóquio E Socrates, cada um como indivíduo autónomo e diferenciado, quando na realidade é aceite que Pinóquio É Socrates, um único ser. Sim, sim, eu sei que é estúpido, mas queriam o quê? Viram um lógotipo do Instituto Cultural em alguma parte do artigo? Ah, bom. Aquilo do nariz a crescer, que muitos interpretam como sendo uma referência fálica...uh...nada, pois, têm razão, e só não sei o que passou pela cabeça de Carlo Coloddi quando escolheu o nariz como parte do boneco feito de pau para o boneco ficar de pau feito (olha que bonita aliteração oh, oh, oh), mas desconfio que o nosso ex-PM sentia enorme tesão cada vez que nos "comia a pinha".



Talvez alguém tenha optado por associar Socrates a outra coisa que não o Pinóquio, um dos Irmãos Metralha ou um ladrão de galinhas, e isso podem ser um sintoma de uma doença crónica e difícil de tratar chamada "chuchalismo". Neste "Palavra Puxa Palavra", quando a pista é "Socrates", os concorrentes arriscam "pulha", "cabotino", "corrupto", "aldabrão" ou outro mimo, mas outros poderão responder algo como "Soares", referindo-se naturalmente a Mário Soares, aqui na imagem ao lado do seu primo-direito, Jabba da Hut. Soares, em tempos conhecido como "pai da democracia" - entretanto um exame de ADN confirmou as suspeitas de que o pressuposto "pai" estava em França durante a concepção e até depois do parto - e actualmente mais conhecido por "Gelatina Alsa em tamanho família dos chuchalistas", ia tendo uma coisinha má depois de ter visitado o seu cúmplice nepote delfim na prisão, em Évora. E diz quem o conhece que o Marocas não ficava tão agitado desde a chegada da última remessa de diamantes de Cabinda, e já lá vão uns bons aninhos. De facto foi um choque, pois reparem como era o nosso paladino das liberdades, a nossa "República" em pessoa, só que com um busto maior, e vejam no estado em que ficou depois de visitar o Trocas:



Ao olhar para esta agressão cometida contra um idoso, e pior do que isto só mesmo não o deixar sentar no lugar reservado aos chéchés no autocarro (é mesmo, caro leitor, isto acontece; ao ponto que o mundo chegou...) lembrei-me do "Caso Paula", de 1997, e da "indisposição" do ex-selecionador nacional de futebol António Oliveira após assistir ao programa de peixeirada desportiva "Os donos da bola", do canal SIC, que o acusava de organizar orgias com prostitutas brasileiras e os jogadores no hotel onde decorriam os estágios da equipa nacional. Oliveira era na altura treinador do FC Porto, e o seu presidente Pinto da Costa chegou a pensar  acusar o canal privado de televisão de "tentativa de homicídio por meio audio-visual". Inovador, pós-moderno até, e o PS podia aproveitar a ideia e processar (seja lá quem for) por "tentativa de geriatricídio por meio de decisão judicial". Deste bonito momento televisivo recordam-se certamente da parte em que Soares acusa o MP de ter detido o seu bébé "sem que o tivessem sequer levado ao tribunal!" - de facto isso seria terrível, nada condizente com um estado de direito como é o nosso. Quando um jornalista recorda ao Chechas que Sócrates foi a levado Tribunal de Instrução Criminal, o ex-Presidente da República ("é fixe", não é, seus tótós?) respondeu com um enigmático "ká tromenestração, que camaná, bé".. Já munido de um dicionário de "Gágá-Português", decifrei a garatuja seguinte, e aparentemente "extoé extoé jajobrasdojemalandros, ah, unjemalandros, ah" não é um murmúrio demente induzido pela dosagem diária de morfina que lhe é diariamente adminsitrada, e o impede de se desmontar todo, coitado, mas antes uma insinuação no sentido de Socrates estara ser "vítima de uma conspiração", montada por uns tais "malandros". E vejam só do que estes "malandros" são capazes:



Mas o que é isto, meu Deus? Que falta de chá, sugerir que o então Primeiro Ministro tinha uma relação amorosa com...UM HOMEM! Agora reparem no título sensacionalista na capa da esquerda; isto tem uma razão de ser, pois foi um jornal brasileiro que lançou o referido boato. No Brasil, devido ao calor e ao tropicalismo ou lá o que é, estas coisas são normalíssimas;  por exemplo: um camarada sai de casa dois ou três minutos mais cedo que o habitual e encontra a porteira de quatro a recolher os cocós do cão com uma pá, assim, e enquanto assobia uma modinha de Jobim, levanta-lhe o avental e dá-lhe uma rapidinha de canzana, indo depois encarar o dia com muito mais vontade. Nós temos a cultura da "bica", eles têm o "xâmego" - e reparem como arranjam nomes para tudo, de tão criativos que são - e lá a prática de "fellatio" durante uma viagem de elevador que demore mais de 30 segundos é tão normal como para nós um simples aperto de mão. Já a capa da direita é 100% portuguesa, e já vão entender porquê: deixa-nos na expectativa, dando a entender que de facto houve ali qualquer coisa, e depois na entrevista o PM diz-nos que na verdade não conhece o tipo de lado nenhum, nunca falou com ele, e só ia àquele condomínio para "regar a horta" da jornalista Fernanda Câncio, dando assim um novo sentido à expressão "promiscuidade entre o poder e os média". Estão a ver o truque do Zé Tuga fala-barato, não é? Vêem as letras gordas, vão a correr comprar o jornal julgando está ali material que faria o próprio senhor Donatiel Alphonse corar de vergonha, e depois...isto: "Não conheço, nunca falei com ele e só sei que ele vive no mesmo prédio". 'Taí, ó, falou do Diogo Infante ou não, e num momento em que corriam rumores sobre isto e aquilo, etcetera, etcetera? E é preciso coragem para falar destas intimidades, meus camaradas. O exemplo do ex-PM é de uma inspiração, uma luz divina tão ofuscante que me leva ao ponto de eu próprio vir agora aqui, e tendo vocês como minhas testemunhas, confessar as vezes em que na infância fui sexualmente molestado pelo meu tio. Estão prontos? Aqui vai: zero vezes, e o meu pai era filho único. Não acredito que tirei da minha consciência este peso terrível, que carreguei durante os anos em que me remeti ao silêncio sobre o número de vezes que fui vítima de abuso. Por outro lado fiquei sem uma atenuante no caso de um dia me passar dos "carretos", e cometer um crime de natureza sexual acompanhado ou não pelo homicídio da vítima. Pronto, paciência, não se pode ter tudo. Convido o caro leitor a fazer o mesmo, e vai ver que vale a pena. Broche.

Depois há outro aspecto neste "ataque" a José Socrates que eu fiquei sem entender muito bem. Não sou muito familiar com estas coisas, mas um homem gostar de dormir com outros homens, ora  por hábito, ora apenas por curiosidade, é mais grave do que violar freiras ou molestar criancinhas, não é?


E pronto, fala-se de "infância" e de "sexualmente molestado" e vejam quem aparece. Desde que foi banido de todas as confeitarias tem sido sempre isto. Alguém indique o caminho da lavabo público mais próximo ao tipo, fáxavôr, que é para ver se ele se vai embora? Bem, agora falando a sério (um pouco mais a sério, quero eu dizer), estive à procura no Wall Street Journal e não encontrei no Indice do Preconceito Imbecil e Retrógado (P.I.R.) a cotação do "envolvimento romântico com uma pessoa do mesmo sexo", pelo que não sei até que ponto uma simples insinuação desta natureza pode lesar a imagem ou pôr em causa o bom nome de uma pessoa. Enquanto na Dinamarca, Noruega e mais o raio que os parta andam a eleger políticos abertamente "gay", casados uns e com os outros e tudo, nós por aí (recordo que eu estou "aqui" em Macau, afinal) achamos isto "esquisito", e talvez por essa razão nunca passamos dos mesmos casmurros pobretanas e boçais de sempre. E ainda por cima somos uns génios da lamparina a petróleo e defendemos lógicas espectaculares do tipo "o sr. engenheiro é divorciado, e se já foi casado (outro "projecto" da sua autoria que acabaria "demolido") com UMA MULHER, por isso é im-po-ssí-vel que goste de homens" - isso é lá para os "desviados", ou "larilas", ou outro daqueles mimos com que se gosta de prendar as pessoas pelo que fazem na intimidade das suas vidas privadas, e que só a eles diz respeito. Conclusão: tudo não passou de um grande mal-entendido; o Socras "namorava com Fernanda Câncio" (faziam os TPC juntos enquanto escutavam os Onda Choc, deve ser o que "namorar" significar) que por acaso morava no mesmo prédio de um conhecido actor que é alérgico a pachacha. Mas e depois, que diferença é que fazia se o fulano fosse mesmo rabeta? E a quem? O que ficava a pensar a comunidade LGBT portuguesa se José Socrates aderisse? Perguntei a quem entende melhor do assunto:



Fala quem sabe, mas eu sempre pensei que malta do LGBT gostasse de mais "aliados", e tem crescido em número nos países ocidentais e todos os outros onde não acabam fuzilados, enforcados ou obrigados a saltar de um penhasco. Diz-se por aí que aquela brincadeira "dói" e não sei quê (e a julgar pelo "prato principal", que vai contra tudo o que aprendi sobre o volume dos sólidos, pelo menos "dor" deve haver, com toda a certeza), mas a verdade é que este "culto" tem ganho cada vez mais seguidores, e parecem andar por aí todos contentes. Uma pesquisa qualquer mais ou menos recente e cujos dados não tenho aqui presentes mas não são tão incredíveis ao ponto de se duvidar, diz que são os heterossexuais que mais dificuldades têm em encontrar um parceiro para passar umas horas de entretenimento "como Deus quis". De facto os LGBT são uma malta muito solidária, muito unida, sempre prontos a fazer companhia, coiso e tal. São um pouco uma comunidade de Fukien aqui em Macau, mas com mais sodomia à mistura. O segredo do sucesso deve residir naquilo que António Variações descreveu no tema "Dar e Receber": dói um bocadinho mas em compensação o...quer dizer...confesso: não sei o que escrever depois deste "mas". No entanto quando tudo se resume apenas à "dor", e sem se esperar retribuição em gozo, a isso chama-se "masoquismo". O exemplo que vou dar tem mais com a vertente da submissão, e não tanto com o da perversão. E aí está ele:


Reparem na data deste número da revista Focus, do ano de 2004, aproximadamente um ano antes de Socrates se ter tornado PM, e logo com maioria absoluta. Ali se descreve o estilo de vida de um tipo que tinha inscrito o nome na desinteressante e insípida História dos governos da III República como "Ministro do Ambiente e do Ordenamento Territorial" - só isso era suficiente para ser arquivado  como "ex-ministro de uma merda qualquer". Foram avisados que o pilantra tinha queda para o gamanço, que fazia vida de luxo declarando como único rendimento o salário de deputado (em Portugal, não no Kuwait), mas pimba! deram-lhe a maioria dos votos  - isso é que é ter pressa de ser f... por trás e à bruta. Durante o seu primeiro governo ainda foram deixadas pistas de que afinal o gajo não era boa rês, olha aí o Freeport, etcetera, mas nada: foi reeleito em 2009 e depois lá apareceu alguém com dois dedos de testa e correu com ele dois anos mais tarde. Perdeu as legislativas em 2011, foi para Paris, onde desconhece a língua e é desprezado pelos franceses, fartou-se, e regressou ao único país onde ainda há patetas que vão na sua conversa. Ainda foi preciso deixar que fosse para a televisão todas as semanas falar da "incompetência" do executivo que o derrotou nas urnas. E posto isto ainda há quem fique indignado que este "artista", que andou a fazer toda a gente de parva, vá parar ao xilindró. Um caso típico de "bate-me que eu gosto" - e se não bates é porque "tens outra". Sorte teve o Diogo Infante, se bem que não falta quem discorde e afirme convicto: "O Diogo nem sabe o que perdeu. Ai que homem, meu Deus!". O Socrates dava-lhes ali com o seu encanto macho premiado pelo Correio da Manhã e eles pediam mais e mais: "Ai que doi! Ai como é bom! Vamos votar nele outra vez, ai ai. Oh que tristeza...vai para Paris...escreve-me, 'tá bem querido? Podes remeter para 'a minha vaca porcalhona'". E não é só na delicada arte do "innuendo" sexual que os "malandros" a que Soares se refere são exímios, senão vejam este golpe baixo, baixíssimo, pior que dez guerras bacteriológicas todas juntas batidas em castelo e com molho de cócó:



Chamem já o agente Mulder e a agente Scully dos X-Files! Os "malandros" trouxeram o rainha dos chuchus ressequidos, do planeta Botox, para fazer jogo sujo. Assim todas as sextas-feiras, enquanto algures na Lisboa que anoitece uma jornalista MILF gritava "Mente, Pinóquio, mente!", em Queluz de Baixo fazia-se uma "campanha negra" contra este homem (e)recto, honesto e sincero, se nos esquecermos que é na verdade um patifezinho da pior espécie - vá lá, então? É Natal! Cansado do concerto de gaita de beiças com que assinalava o sabático "sabbath" anti-Trocas, o então PM fez birrinha, bateu com o pé e disse "não gosto, não gosto e não gosto, já disse, porra!". Cansados de o ouvir, os "outros malandros que são boa gente" correram com a chuchua, mesmo sendo o seu patrão também seu marido, e fez-se história: o maior acto de censura a um audiovisual no século XXI em Portugal. Uau! E o "pai da democracia", não disse nada? Que eu me lembre não, e remeteu-se a um silêncio cúmplice e incestuoso. Porquê incestuoso? Ora, sendo ele o "pai da democracia", acha-se no direito de a f... quando muito bem lhe apetecer. Chocados? Olhem que há muitos que pensam desta forma, e nem imaginam quantos, ó, ó.




Mas agora é isto que temos: o Socas na gaiola, mesmo que a imagem da esquerda seja apenas uma montagem - a realidade é bem pior, com o espertalhão a reclamar feito uma galinha doida. Mas o Chechas, na imagem da direita a demonstrar que aquelas piadolas sobre as suas bochechas são "um exagero que parte de gentinha pequena e mal-formada" (insisto: os "chuchas" pensam que somos todos parvos) tem razão numa coisa: há tortura no Estabelecimento Prisional de Évora! Imagino como sofrem os pobres dos guardas ao passar o dia todo a aturar o regabofe que é o Socas a repetir vezes sem conta: "Por favoreee...o que é isto...pramordeDeus...". Para quem pensa que o coitado do Chechas foi apanhado de surpresa pelos malvados dos jornalistas, que assim abusaram do seu estado de consternação e revolta, recomendo que vejam este vídeo, onde Mário Soares, várias horas depois e já recomposto (dentro do possível, atendendo à demência que o aflige), apresenta no Jornal da Noite da TVI a "part deux" da verborreia dessa tarde.



Aí está a verdadeira razão do ultraje: Socrates disse ao padrinho que lá na choldra em Évora pediu o "filet-mignon" ligeiramente "rare" (ou "rá-re" como ele pronuncia) e trouxeram-no bem passado, e o Montrachet Grand Cru que lhe deram a beber estava à temperatura ambiente, quando toda a gente sabe que deve ser servido depois de 20 minutos de congelador. Isto é desumano, indigno da democracia que o chechas ajudou afundar (isto foi de propósito). E mais! Vejam lá vocês que "esses malandros que mandam na polícia mandaram essa mesma polícia ir buscar o coitado do Socrates", e ainda por cima "foram à sua casa e fizeram trafulhices", como "mexerem-lhe nos papéis e isso", e no fim ainda o puseram a "viver como um cão". Que giro. Eu não sou ninguém para ensinar um pai de democracias a fazer democracias, mas penso que todos os cidadãos a que a lei emite um mandato de detenção são detidos pela polícia, e não por cartão-postal pedindo com um convite formal do tipo: "quando puder, e apenas se lhe der jeito, faça o obséquio, por favor". As "trafulhices" que o senhor  refere têm um nome: buscas ao domicílio, um instrumento legal e perfeitamente legítimo, e como os papéis não falam é normal que os investigadores precisem de "remexê-los", e acho que não chegam a magoar os coitadinhos dos papelinhos. Essa de "viver como um cão" tem muita piada; população prisional de Portugal, é o pai da democracia, o Marocas, quem vos diz: quando saírem portem-se bem, senão voltam logo para a "casota". Engraçado é como um jurista com a sua experiência delira com uma justiça do tipo "express" e "self-service": segundo ele o ex-PM agora na sombra "devia ser julgado primeiro". Pois é, faz-se assim como nos supermercados, estão a ver? Uns aguardam na choldra vários meses ou até mais de um ano até serem julgados, mas para o Socrates há uma caixa própria. E já que estamos em época de milagres, pedimos ao Pai Natal para trazer na noite da Consoada as provas que vão ilibar este pobre inocente, e assim ele ainda vai a tempo de passar o "reveillon" na Residencial Sodoma. Não sabem onde é? É aquela onde mora a tal jornalista tesuda e o actor que gosta de pila. Ai essa memória...



E o chechas não é o único que sonha com "uma justiça para todos e outra para os VIPs". Também Marinho Pinto, um indivíduo com um sério transtorno bipolar que passou anos a cuspir labaredas contra os partidos e contra os políticos e agora quer fundar um partido político (ah!), também diz que aquilo foi uma vergonha e não-sei-que-mais, e não é assim que se faz, ele é que sabe, blá, blá, blá. Meu caro Marinho, a gente quer lá saber dos trâmites processuais e o carvalho (reparem no esforço que faço para manter algum nível). Ai isto podia acontecer comigo e não sei quê? Está bem, um dia quando eu chegar a chefe do Governo e aproveitar-me dessa posição para engordar brutalmente o meu património e as minhas contas bancárias e as dos meus amigos logo se vê. O problema com este senhor, e do qual ele não tem a culpa, é o de "dizer sempre a verdade" - sofre de "verdadiarreia", que é a diarreia da verdade. Ora isto nem sempre é bem visto num país onde a média de tolinhos ainda é uma das maiores da OCDE (fica sempre bem meter uns dados da OCDE, que ninguém se dá ao trabalho de ir verificar), e existem dois pesos e duas medidas para quem sofre deste mal: se for um zé-ninguém, "é maluquinho", ou então "está bêbado", e se for um figurão como este Marinho Pinto é um indivíduo "como deve ser", e "com eles no sítio, sim senhor". Já nem importa o que ele diz, e mesmo que esteja a dar uma receita de tarte de pêssego com aquele ar de quem vai bater em todo o mundo, há sempre um trolha ou uma peixeira que vão dizer: "este gajo é que tem tomates, pá!". O pior é que nem acreditam naquilo que estão a dizer, pois o carbúnculo da cobardia leva-os a pensar lá no fundo que pelo menos o maluquinho e o bêbado até têm alguma razão, e o dr. Marinho Pinto também é ele próprio um "maluquinho" - e não é pouco.



Pois é, meus amigos, por mim acho bem que finalmente se tenha aberto uma janela neste peidário da impunidade, onde já não se conseguia respirar. Quando vemos na TV uma notícia sobre um chungoso  qualquer que rouba por esticão a mala a uma velhinha que depois fica estendida no chão com o ombro deslocado, queremos mais é o que o atirem para dentro da gaiola e guardem a chave no bucho de um jacaré. E o que estão à espera que a gente sinta por um tipo que andou a esvaziar as malas de muitas velhinhas por esse país fora durante sete anos e picos, e ainda por cima com a nossa benção "democrática"? Pode ser que encontre lá pela "casota" o Vale e Azevedo, e que este lhe ensine uma lição muito importante: "temos que ser sérios". Aqui com o Pinóquio sempre a mentir é complicado...

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