Nota mais para o editorial do meu camarada José Rocha Dinis na edição do hoje do Jornal Tribuna de Macau, onde "comenta os comentários" (hmm...soa-lhe a algo de familiar, presumo) às escolhas feitas por Chui Sai On para o novo Executivo. Em primeiro lugar gostaria de fazer um ou outro reparo, se me permite; julgo que comentar a composição do elenco governativo, por mais idiota que sejam as afirmações produzidas, é um direito que assiste a qualquer um, e as redes sociais constituem uma plataforma legítima - e mais importante que isso, perfeitamente legal - para o fazer. Outra coisa que me deixa intrigado é a forma como o meu caro tem desprezado aquilo que chama de "conversas de café". Penso que não preciso de recordá-lo como através de certas conversas num certo café, nomeadamente "A Brasileira" no Chiado que se desenharam de grosso modo as linhas do que seria a democracia que hoje temos no nosso país (bem sei que é uma bela merda, mas o retrocesso é uma alternativa que só aos demagogos e restantes sonhadores se apresenta como possibilidade realista). Finalmente permita-me também levantar certas dúvidas quanto à preparação do novo secretário Raimundo Arrais do Rosário. Eu não iria tão longe ao ponto de afirmar que estará "desfasado", mas temos que concordar que as Obras Públicas não são nem de perto nem de longe a mesma coisa do tempo em que o engenheiro foi seu director. Nada de preocupante, especialmente se for tão competente como muita gente afirma. Eu não o conheço, confesso.
Posto isto, não posso deixar de concordar consigo no geral: estamos mal servidos de comentadores políticos, é evidente. Talvez isto se deva ao facto de, como já aliás deixei aqui no ar algumas vezes, não se fazer política "de facto" no território, pelo que se torna difícil projectar e até analisar factos à luz...apagada. Contudo considero que Eilo Yu até diz umas coisinhas que se aproveitam, e só tenho pena de não poder dizer o mesmo de Larry So; hoje por exemplo li no Hoje Macau uma declaração que lhe é atribuída, e onde afirma que "um defeito deste novo elenco é o de não incluir funcionários públicos da linha da frente". Caso não se trate de algum equívoco da tradução ou uma ideia mal transposta para o português, isto só pode ser entendido como uma manifestação de ignorância, e até de alguma ingenuidade. Além do mais não é completamente verdade, pois alguns elementos deste novo elenco chegaram a ser quadros médios ainda nos tempos da Administração Portuguesa, e mesmo num ou noutro caso verificou-se uma progressão paulatina e meritória com ponto de partida numa posição muito inferior à que vêm agora ocupar. O que não podemos sequer equacionar é a possibilidade de em meia dúzia de anos alguém passar da linha da frente - e pressuponho que isto implique a tarefa do atendimento ao público - a secretário, comissário ou procurador. Finalmente concordo com a questão da Língua Portuguesa não ter qualquer relevância para este assunto, pois os senhores não foram nomeados para nos contar histórias da carochinha. Só os mais líricos poderão entender este facto como alguma demonstração de simpatia por esta ou aquela comunidade em particular.
Por hoje é tudo, um abraço, e ainda aguardo pacientemente a sua resposta ao meu último correio electrónico. Cumprimentos.
1 comentário:
Boa tarde "amigo" Leocardo.
Apráz-me dizer que costumo vir ao teu espaço, com alguma regularidade.
Gosto da maneira saudável, e sincera como expões as tuas opiniões, e o que é mais interessante, consegues faze-lo sem ser puxa-saco de ninguém, muito pelo contrário, critícas positivamente e negativamente para todo o lado quando tens de o fazer. Pelo menos nunca li aqui um post de bajulação ou "lambe-botismo" a ninguém.
Eu de Macau sei perto de zero, ou nada, e o interesse também nunca foi muito por aí além. O que até nem é habitual em mim, uma vez que sou bastante adepto de História, Geografia e Politica (no conceito das duas anteriores e nunca de politica partidos)... Já não digo o mesmo do Português, como podes ver pela escrita.
Nunca irias acreditar como é que eu aqui vim aqui para pela primeira vez, nem que eu te desse 1000 tentativas, mas foi ao pesquisar no google a palavra "cabra" (na altura até pesquisava por cabras de quatro patas e não de duas), precisava de umas informações acerca de caprinos e fui parar ao teu post sobre a "Grande cabra" de duas patas que convidavas, aceitava e nunca aparecia para jantar...
Foi das coisas mais bem dispostas que alguma vez li. E realmente "Não sei porque raio fomos dotados de um líbido." Fazemos cada figura por um rabo-de-saia - porque temos um "amigo" que precisa constantemente de "alimento" - e depois volta e meia sai-nos com cada cabra na rifa... Enfim.
Seja como for, à dias surgiu nos pasquins aqui do burgo, o ranking das escolas portuguesas e entre elas aparece a Escola Portuguesa de Macau... Não sei se terias algum interesse em abordar o assunto (provavelmente o assunto nem tem interesse algum), mas como é referente a Macau... Sei lá, pensei...
Votos de boa continuação e sempre com o mesmo espirito.
Gustavo.
ps: Desculpa lá invadir assim o teu espaço de comentário para dizer algo que nada tem a ver com o artigo em questão.
Enviar um comentário