Aqui está finalmente uma prova por escrito daquilo que venho tentando explicar HÁ MESES e não consigo, e é melhor ainda do que "fazer o desenho". Se estivesse convencido para além de qualquer dúvida de que alguém tinha cometido um homicídio, porque vi acontecer mesmo à minha frente, não tinha qualquer prova e lá embaixo já estava uma ambulância com enfermeiros à espera de me virem buscar e enfiarem-me numa camisa de forças, esta era a confissão assinada, e em sangue da vítima.
Num debate qualquer no Facebook, este grupo de palermas a que nem me dei ao trabalho de ocultar a identidade porque quero mais é que eles se f..., discute o movimento pró-democracia em Hong Kong, guarda-chuvas amarelos, chapéus verdes e o raio que os parta. As entradas são a merda do costume, falando de tretas que não interessam a ninguém - típico destes tipos, que passam a vida a falar de democracia para aqui e democracia para acolá mas NUNCA vi ninguém falar do que vai fazer no caso de "acontecer" democracia. Sim, porque para eles "democracia" é como o sol: hoje chove amanhã lá vem a democracia e vamos todos para a praia.
A certo ponto, naquela entrada que assinalei com o nº 1, um cagão que deve estar muito bem na vida e com o cérebro em estado de conservação perfeito porque ainda não tirou da caixa para começar a usar, atira com qualquer coisa do género: "Em Macau as pessoas não querem aquele tipo de democracia falsa que os tipos promovem em Hong Kong blá blá blá". Epá até que enfim, que já estava a demorar. Eu e população inteira de Macau a passar a este gajo uma procuração para dizer o que nós queremos e aquilo que pensamos, e finalmente lá se resolveu a tornar isso público. Chiça que é tartaruga. Vê lá se não te cozem dentro da casca e fazem um remédio chinês, ó tótó.
A resposta veio logo a seguir, assinalada com o nº 2, e é aqui que se inicia o "debate democrático". O Luis qualquer-coisa responde ao outro, o menino do coiro, sugerindo que "se gosta assim tanto do Governo e das autoridades, devia ser o cão deles". Isto é fan-tás-ti-co, nunca tinha visto um incendiário com esta pinta em acção . O primeiro expressa uma opinião, que por muito inoportuna, descabida e idiota que seja é posta de forma civilizada - em termos, não em conteúdo, claro - e vem o outro e chama-lhe cão. Este é o tipo de pessoas que precisamos para deputados lá em Portugal, para animar aquela chanchada; nos debates de discussão do orçamento ou do estado da nação ou outra sessão de bota-falatório qualquer, chegando a vez de terem a palavra, seria qualquer coisa nestes termos: "Sr. Primeiro-Ministro, permita-me primeiro que lhe diga que é um grande cão, e posto isto gostaria de desejar uns bons dias a todos que não tenham qualquer relação com aquele animal e mais a sua matilha de pulgentos". Ia ser o máximo!
Agora que chegou um incendiário, vamos chamar os bombeiros? Para quê, se está ali uma camião-cisterna a transportar uma carga de líquido altamente inflamável? Vamos chamá-lo para regar esta fogueirinha tão pequenina que até dá pena. E assim aparece um terceiro utilizador, que repreende o segundo pelo seu comportamento inaceitável. Ohh...estamos salvos! Chegou a cavalaria! Não, esperem lá...são mais índios, e estes decapitaram os soldados do General Custer e estão vestidos com os uniformes e ostentando os seus escalpes ainda em sangue! Pois é, assim a pacificadora criatura, aplicando uma medida muito pessoal de "justiça", diz que "se o primeiro é cão da polícia, o outro quer ser o cão dos estrangeiros". Toma lá que já almoçaste enquanto os "estrangeiros" comiam a tua namorada pela frente e por trás, a sangue frio, sem preliminares nem lubrificante.
Já com esta "roda a mais" fora de cena, os dois primeiros regressam ao acto sexual virtual um do outro (para não usar tantas obscenidades), e no nº 4 vemos o primeiro tentar diplomaticamente explicar que o outro é um idiota por acreditar naqueles tipos, e que ele é que sabe o que é democracia, porque comprou uma de marca, daquelas mais caras e vinha com certificado de origem, e o outro comprou a sua nos chino-ciganos em Gongbei, e ainda por cima é um modelo antigo. O outro insiste (nº 5) que o primeiro devia era ficar calado, e reafirma que está na presença de um canídeo, e dos mais rafeiros que existem. No comentário nº 6 e último vemos o promotor desta interessantíssima troca de ideias a "dar o troco", dizendo que "se sou um cão, tu és o resultado da divisão espontânea de um óvulo sem recurso à fertilização do mesmo" - é um daqueles insultos chineses que traduzidos não fazem lá muito sentido, mas basicamente equivale ao nosso "bastardo", ou num câmbio mais actual, "filho da puta".
Aí está, isto é democracia, meus amigos. O comentário provocador...o insulto gratuito...a vingançazinha...outro insulto para o outro não se ficar a rir...agora imaginem isto num debate com as pessoas frente a frente. Era só uma questão de tempo até um deles sacar de uma arma de fogo. Ou então recorria-se à célebre "vingança do chinês", auxiliada pela sua não menos famosa "paciência", e passado uns dias o participante que tivesse saído do debate a rir aparecia deitado no chão da casa-de-banho sem cabeça, "após sofrer um infeliz acidente enquanto fazia a barba". E agora uma surpresa: o mais grave não é isto! Nope, o mais grave é que o infeliz que reproduziu esta conversa no Facebook estava do lado daquele tipo que chamou o primeiro de "cão", lamentando-se de "como é pena que estes cães não queiram a democracia". Antes que eu ladre a canção "Afasta de mim este cálice", deixo bem claro que fosse de que lado ele estivesse, é tão retardado como os outros dois - ou mais.
Agora alguns de vocês podem estar a pensar que eu sou um sacana da pior espécie, um acomodado a quem não interessa a mudança porque a vida me corre de feição, etc., etc.. Vou até mais longe ao especular que alguns reprovam a linguagem e os termos que aqui usei, e depois aproveitam para me insultar, também. Mas isto sou eu a especular, como deixei bem claro, e no caso desta conversa publicada em cima e da qual me foi traduzido o essencial, estava apenas a recorrer à mesmo linguagem dos intervenientes. Ora sabendo eu falar "insultês", para quê usar outra língua para me fazer entender quando vou à Insultónia, no país da Parvónia?
A "democracia" é uma ideologia, e na sua vertente prática é um sistema político, e sabemos todos muito bem que não é infalível. Sou a favor da implementação de reformas políticas num país como a China, que necessita de mais abertura, e isto é flagrante, e nem fica bem a ninguém dizer o contrário. Agora por favor, tirem-me estes tipos do campo, que este é um jogo da Superliga e eles não acertam uma vez na bola. Acho que o guarda-redes já meteu vários auto-golos a marcar pontapés de baliza. E continuando a recorrer à metáfora futebolística, isto é um assunto muito sério, não é um Sporting-Benfica, com os adeptos a puxar pelas cores do seu clube. Se não gostam de futebol ou não entendem esta analogia, o que estou a dizer é que ao não apoiar esta "democracia" que estes tipos propõem não se está a negar a cura para o cancro a uma criança esfaimada, como muitos querem dar a entender. E logo em Hong Kong, ui, que pobrezinhos que eles são.
Que democracia é esta, que quem não está a favor dela é "um cão"? Em Portugal tivemos nos tempos do PREC uma amostra de que tipo de "democracia" estão aqui a tentar impingir, e olhem que esta é bem pior, mil vezes, um milhão de vezes com ácido de bateria e urina de gato em cima. Depois ainda oiço de algumas pessoas que o problema é da "diferença de mentalidades; ora lá está: diferentes mentalidades, diferentes sistemas políticos. E já agora, uma vez que pensam que sou algum açambarcador de democracias, e que estou a querer a democracia toda para mim, era bom que explicassem a estes meninos que a nossa chegou a um ponto de optimização tal que seja qual for a escolha que se fizer, a única diferença são as moscas - é a merdocracia, camaradas.
Sem comentários:
Enviar um comentário