A época de 2013/2014 poderá ficar na memória dos benfiquistas como a melhor de sempre, ou pelo menos como a melhor dos últimos 50 anos. Depois de terem garantido a conquista do título e da presença nas finais da Taça de Portugal e da Taça da Liga à custa do seu maior rival das últimas três décadas, o FC Porto, e onde vão encontrar o Rio Ave em ambas as partidas, tornando-os super-favoritos, os encarnados chegaram ontem à final da Liga Europa, graças a um empate sem golos em Turim frente à poderosa Juventus, depois de uma vitória por 2-1 na Luz na primeira mão. Foi preciso sofrer a bem sofrer, pois o Benfica passou a jogar apenas com dez unidades a partir do minuto 67, quando Enzo Perez foi expulso por acumulação de amarelos; o argentino tinha estado no centro de uma polémica nos dias que antecederam o jogo, pois a Juventus requereu à UEFA a sua suspensão por uma alegada agressão que ficou por sancionar no jogo da Luz, mas o médio jogou mesmo, só que ficará agora de fora da final. O mesmo vai acontecer com o sérvio Lazar Markovic, outra peça importante do meio-campo da equipa de Jorge Jesus, que nos momentos finais do encontro de ontem "pegou-se" com o montenegrino Mirko Vučinić (terão sido motivações de ordem étnica?) e ambos viram o vermelho directo. Mesmo acabando com 9, o Benfica resistiu, e vai assim jogar outra vez em Turim, mas na final, a sua segunda consecutiva nesta prova. É a décima final europeia do Benfica, que apenas venceu as duas primeiras que jogou, em 1961 e 1962. Vamos ver se é desta que Jorge Jesus consegue "matar o borrego", e acabar com a tal "maldição" de Bela Guttmann, o único técnico bem sucedido a nível europeu com o clube da águia.
O adversário do Benfica na final do dia 15 será o Sevilha, que quase como por milagre garantiu a presença no jogo decisivo frente ao Valência, naquela que foi a meia-final completamente espanhola da Liga Europa. Vindos de uma derrota por 0-2 no Sanchez Pijuan, os jogadores "che", que jogaram de início com os portugueses Ricardo Costa e João Pereira, sabiam que era possível dar a volta à eliminatória, pois já tinham recuperado de uma desvantagem de 0-3 nos quartos-de-final frente aos suíços do Basel. E a equipa da casa empatou cedo a eliminatória, primeiro com um golo do argelino Sofiane Feghouli, logo aos 14 minutos, e depois aos 26 com a ajuda do guardião do Sevilha, o português Beto, que teve a infelicidade da bola lhe ter batido nas costas após um cabeçeamento à trave do brasileiro Jonas. O jogo passou a ter uma toada morna, e aos 70 o francês Jeremy Mathieu, um defesa que se integra muito bem nas jogadas ofensivas, levou o Mescalla ao delírio, fazendo o terceiro golo e passando o Valência para o comando das operações. Os adeptos locais já ia fazendo a festa, quando aos quatro minutos do período de descontos cai um "balde de água fria" - neste caso de água gelada - com o camaronês Stephane M'Bia a fazer o golo do Sevilha, na sequência de um lançamento de linha lateral, aproveitando um relaxamento da defesa local, que assim aprendeu que o jogo termina apenas quando o árbitro apita pela última vez. O Sevilha está pela terceira vez na final desta prova, tendo saindo vencedor nas últimas ocasiões, em 2006 e 2007.
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