O primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho anunciou estes a saída da "troika", o grupo de responsáveis do Banco Central Europeu, do Fundo Monetário Internacional e da Comissão Europeia que nos últimos três anos fiscalizou as contas públicas portuguesas, e que para manter as finanças compatíveis com as exigências da E.U. em geral e da zona Euro em particular, obrigou os contribuintes em Portugal a um esforço suplementar de contenção financeira. Ou seja, tudo o que lhes foi pedido foi que parassem de gastar aquilo que não têm, ou de exigir mundos e fundos em troca de não mexer um dedo. Peço desculpa pela sinceridade, ou se estou a ser injusto com as pessoas que fizeram sacrifícios que não lhes eram exigidos, ou que contribuíram pontual e assiduamente para a a segurança social, e após uma vida inteira de trabalho sentem-se "roubados", mas dá-me a entender que há por ali muito boa gente que acha que pelo facto de estarem vivos e terem vindo ao mundo em território nacional, é-lhes dado o direito de ser amamentado, vestido e alojado pela vaca do estado em troca de esforço algum, e ai dela se lhes recusa a sua farta teta.
O expeditor deste universo de medidas controversas de emagrecimento da despesa pública foi Pedro Passos Coelho, eleito pelos portugueses em Junho de 2011 para assumir o desastre causado pela governação dos "chuchalistas" durante os seis anos anteriores, e os outros oito que antecederam uma pausa de dois anos em que Durão Barroso foi abrir a contabilidade e descobriu que o melhor era dar de frosques e ir para a Comissão Europeia pedir contas aos outros, em vez de serem estes a pedirem-lhe contas. Ora bem, Passos Coelho, partindo não do zero, mas do fundo dos números negativos deixados pelo Zé Trocas e os seus amiguinhos, autores dos planos de contenção que passavam por ir ao bolso de todos os portugueses menos deles, foi o "saco de pancada" durante este período de vacas magras imposto pela "troika". Acham sinceramente que Passos Coelho tirava algum tipo de prazer sado-maso f%$£ndo os portugueses, que em troca o insultavam com nomes de cão para baixo? Por vontade dele abria os cofres do erário público, distribuía pela malta e dizia "tomem, gastem à vontade, mas deixem é o contacto que é para aqueles chatos do FMI e do camano vos virem chatear a vocês e desampararem-me a loja".
E o que pensam os portugueses da saída da "troika", que o nosso primeiro-ministro considera (ingenuamente) motivo de regozijo para a populaça? No Telejornal da RTPi de ontem entrevistaram quatro representantes do povo outrora "entroikado" e agora finalmente "destroikado", dois de cada género. Primeiro os homens, e o primeiro, um senhor que aparentava estar na casa dos quarenta, já se preparava para cuspir as favas que lhe enchem a boca e falar mal da "troika" e do Governo, mas no momento em que lhe disseram que a comissão de observadores tinha deixado as finanças do país entregues a si mesmo - o que por si é uma razão para entrar em pânico - ficou meio atrapalhado: "Ai é? Olha, 'tá bem, mesmo assim...". Mesmo assim o quê? O entrevistado seguinte completou o pensamento: "a minha carteira continua vazia na mesma". Ah pronto, os gajos da "troika" foram embora e esqueceram-se de compensar este esforçado cidadão pelo seu enorme contributo para porra nenhuma. As senhoras foram mais pragmáticas, sendo a primeira reveladora de um sentido de humor muito português, muito "Zé Povinho": "Ai foram? Deviam ter levado o Governo com eles!". Ora toma, afinfa-lhe, mana. A "troika" leva com eles o Governo, e fica ela que não percebe nada de gestão ou de finanças públicas a tomar conta do dinheiro. Má'nada. Outra foi mais enigmática, e chegou mesmo a sugerir que "se substituíssem as árvores dos jardins públicos por outras de fruto, para o povo ter o que comer". Bem, esta andou a fumar qualquer coisa, mas isso pelo menos a "troika" não proibiu.
E agora a um ano das próximas legislativas, temos o tal Trocas na TV uma vez por semana a dizer que este Governo "foi longe demais", ou que qualquer medida que se atreva a tomar "é completamente absurda". Foi isto que o tipo andou a aprender lá no curso instantâneo que andou a tirar em Paris, depois de nos ter andado (a vocês, quer dizer, desculpem eu ter ficado isento) a comer a pinha à grande "e à francesa". O terreno está preparado para que entre o seu sósia, o Seguro, que seguramente vai seguir a escola do seu mestre na arte das "trocas e baldrocas", e com o apoio do povo esclarecido pelos estretores que o Grande Marocas, o cacique-mor dos "chuchalistas", vai bufando com o ar que lhe resta dos seus 90 anos que lhe valeram os títulos de pai, avô, bisavô da democracia, e D. Afonso Henriques, só que daqueles que se pisga para o estrangeiro para fugir aos "mouros" do seu tempo. Mas fiquem descansados, que depois de nos f^&r, o Seguro assegura-se primeiro que deixa os seus "bois" em empresas públicas nos cargos de gestor a auferir salários criminosos ou em cargos públicos de monta a acumular reformas por 5 ou 10 anos de serviço, e depois arranjamos outro Coelho qualquer para fazer "à caçadora". Somos tão engraçadinhos, tão bem humorados. Só não entendi ainda bem é porquê.
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